Jefferson
Jefferson Ryan tentava se concentrar na leitura do relatório que seu gerente em Nova York tinha lhe enviado, mas estava um pouco difícil. Ele afastou lentamente a perna da noiva que o impedia de se movimentar e desejou estar sozinho em sua cama. Ele tinha chegado de viagem naquela noite e nem bem tinha respirado o ar da sua casa e Alana já estava avisando que iria para lá. Ele não quisera dizer que preferia dormir sozinho, que no fundo estava enjoado dela e daquele noivado ridículo.
Onde ele estava coma cabeça quando concordara com aquele pedido de casamento? O que fazer com aquele relacionamento? Por que ele aceitou ficar noivo dela se não a amava? eram tantas perguntas em sua cabeça, mas de uma coisa ele tinha certeza. Não levaria aquilo até o fim. Não podia casar com ela. Não que ele ligasse para esse negócio de amor. O amor era uma bobagem que só fazia as pessoas cometerem loucuras e Jefferson era frio e sensato. Precisava pensar numa forma de terminar logo aquele noivado antes que ela comecasse a programar aquele casamento. Não era sua intenção fazê-la sofrer. Ele também não era um canalha a ponto de não considerar os sentimentos da outra pessoa, ele só naõ queria unir sua vida a uma mulher fútil e cheia de frescuras. Até para trepar a mulher tinha regras.
Naquele momento, sua cabeça estava totalmente voltada para o trabalho e para a nova loja que ele estava montando ali no Rio de Janeiro. Já tinha bastante trabalho em gerenciar duas lojas em São Paulo e mais duas em Nova York e problemas emocionais estavam fora de seus planos naquela situação.
Ele olhou o relógio: 11:00h. Levantou lentamente da cama para não acordá-la. Ele merecia aqueles momentos sozinhos em sua própria casa.
Fazia dias que ele estava viajando e tudo que ele queria era passar aquleles dias em paz, de preferência sem nenhuma mulher por perto para tirar seu sossego.
Não era fácil comandar a rede de lojas Burger Ryan e ele gostava de estar sempre perto dos funcionários, mesmo que ele confiasse totalmente nos gerentes que tinha em cada loja. Aquele era o investimento de toda uma vida de trabalho e dedicação e ele cuidava de cada detalhe para que os clientes se sentissem satisfeitos. Era exigente, sabia disso, mas só assim ele tinha conseguido levar o nome Burger Ryan a figurar entre as maiores lojas de fast food dos Estados Unidos e agora também do Brasil.
Filho único de uma atriz de TV que não tinha conseguido fama, ele tivera que se desdobrar para conseguir dinheiro para se manter e ainda ajudar no sustento da casa, já que seu pai tinha abandonado a casa e resolveu casar com uma atriz em ascensão.
Foi dessa forma que ele foi parar em nova York aos dezoito anos para trabalhar como garçom em uma loja de fast food e ali foi o começo de tudo. Dez anos depois ele montou uma lanchonete ao lado do pensionato que morava e hoje aos trinta e nove anos era um homem muito rico.
Foi fácil? Não. Muito pelo contrário. Foram anos de luta, desafios, incertezas, vontade de desistir e depois de tudo veio o sucesso. Hoje, as lojas Burg Ryan tinha um local de destaque entre as lojas de fast food dos Estados Unidos e estava ganhando espaço também no Brasil.
Seu telefone tocou e ele silenciou a chamada. Não queria falar com ninguém em seus poucos momentos de folga. Resolveu dar um mergulho na piscina antes do almoço. Desceu silenciosamente a escada e ficou um bom tempo de olhos fechados na beira da piscina apenas sentindo o sol aquecer seu rosto. Ah, o sol do Rio de Janeiro era como um bálsamo para seu corpo que estava mais do que acostumado ao frio de Nova York, mas ali era sua casa e ele adorava sentir na pele o calor do verão carioca. Respirou fundo e pulou na piscina.
Beatriz observou pela janela da cozinha quando o todo poderoso Jefferson Ryan se aproximou da piscina e deixou o roupão cair. Nossa! Que homem lindo! O corpo bem feito e musculoso estava coberto apenas por uma minúscula cueca preta. Beatriz sorriu intimamente. Até que não ia ser tão difícil aquele trabalho. Cozinharia até de graça se pudesse ver aquela escultura todos os dias.- Beatriz Lauren?Beatriz deu um salto assustada e esbarrou na cadeira ao virar-se e dar de cara com a mulher mais bonita que ela já vira.- Eu... Olá... Alana?Ela se aproximou e olhou pela janela par certificar-se do que estava chamando a atenção de Beatriz.- Meu noivo é lindo não é?- Desculpe... Não entendi.Ela olhou cinicamente para Beatriz- Estava admirando meu namorado não é?- Não, só fiquei curiosa
O domingo foi um dia exaustivo.Beatriz chegou logo cedo e foi direto para a cozinha preparar o cardápio para receber o amigo dele Murilo e a namorada Bianca. Fez vários petiscos para servir antes do almoço, alguns pratos, drinks e sobremesas.Tudo ia muito bem até que os convidados chegaram e Alana apareceu na cozinha para avisar que ela deveria começar a servir. Ela parecia bem diferente do dia anterior. Não deu nem bom dia e usou um tom de voz ríspido e autoritário.Beatriz ignorou e arrumou as bandejas levando-as para as mesas arrumadas em volta da piscina.Murilo era um rapaz alto, moreno de cabelos pretos. Era bem bonito e muito simpático assim como a namorada Bianca uma moça morena de longos cabelos cacheados e olhos verdes.- Então você é a chef do restaurante Bom Paladar? Eu frequento muito o seu restaurante. Adoro seus pratos
No dia seguinte Beatriz foi surpreendida por uma ligação de Joana, a pedido de Jefferson. Ele queria confirmar se ela aceitava jantar com ele em um dos restaurantes mais caros do Rio de Janeiro.Quem ele pensava que ela era? Uma garota de programa que acertava o encontro com o agenciador? Se ela queria jantar com ela porque ele mesmo não tinha ligado?- Diga a ele que agradeço, mas não estou interessadaDez minutos depois ela ligou de novo- Ele disse que pode trocar de restaurante se isso for o problemaBeatriz respirou fundo.- Não. O problema não é com o restaurante. Eu não quero jantar e prontoCinco minutos depois ela voltou a ligar- E agora? Qual é o recado?- Ele disse que vai até sua casa- Pode passar o telefone para ele por favor?Demorou uma eternidade para ele atender- Olá Beatriz- Não tem
Beatriz relutou em ir trabalhar na casa de Jefferson naquele sábado, mas na verdade estava um pouco curiosa em vê-lo novamente. Joana tinha ligado para ela e avisado que ele chegaria naquele sábado e precisava que ela fizesse alguns pratos para o jantar. Pouca coisa, pois seria apenas para duas pessoas.Como se não bastasse ia servir aquela chata da Alana, pois com certeza ela estaria grudada no noivo depois de tantos dias sem vê-lo.Ela chegou no meio da tarde e se dedicou a fazer os pratos escolhidos por Joana para servir no jantar. Já passava das seis horas quando alguns funcionários que estavam na casa avisaram que iriam embora pois o patrão tinha avisado que queria ficar sozinho com sua convidada e que ela deveria ficar mais um pouco para servir o jantar.Quanta frescura! A comida já estava pronta, por que eles mesmo não se serviam?Ela tomou banho e trocou de roupa e
Naquele mesmo dia, Beatriz estava sentada com alguns amigos em um barzinho e conversava com Daiane sobre os últimos acontecimentos da sua vida. Tentava disfarçar mas ainda sentia o corpo todo dolorido, resultado do sexo louco e quase selvagem que tinha vivido com Jefferson.- O que menina? Você transou com seu quase patrão?-Pois é, acredite!- O que deu em você? Tudo bem que você é a mais namoradeira da nossa turma, mas dormir com um homem quase desconhecido!Ela suspirou e coçou a cabeça- Nossa! Ele é muito atraente, sexy, gostoso, cheiroso... noivo... ai, eu vou ficar louca!Daiane empurrou um copo de cerveja em sua direção.- Vamos beba, pra você esquecer esse homem!- Verdade, enche esse copo ai.***Jefferson respirou fundo e abriu a porta para Alana.Ela entrou feito um furac&ati
Beatriz estava inquieta.Já tinha se passado uma semana e ela não tinha notícias de Jefferson. Joana não tinha ligado para ela ir trabalhar. Será que estava despedida? Ele não queira mais olhar na cara dela. Tinha transado com ela e agora não a queira mais nem como chef de cozinha. Um serviço meio sem sentido mas não cabia a ela questionar as neuroses desse povo cheio de dinheiro.O melhor era voltar sua atenção para seu trabalho. Ela dali que saia seu sustento e não podia arriscar sair alguma coisa errada. A muito custo conseguira a fama de ser uma das melhores chefes de cozinhas do Rio de Janeiro e tinha um nome a zelar. Um nome e o sonho de abrir seu próprio restaurante um dia. Para isso precisava se aperfeiçoar e juntar dinheiro.Imersa em seus pensamentos, só percebeu que o garçom falava com ela quando ele falou mais alto e sacudiu seu braç
Eles chegaram ao casarão e Beatriz observou aquela casa enorme, bem arrumada mas solitária. Como ele conseguia morar sozinho naquela casa?Ele subiu as escadas e Beatriz o seguiuJá no quarto ele a encarou.- Você pode encher a banheira, enquanto pego uma garrafa de vinho. Acho que depois de um dia cansativo, vai ajudar a relaxarEla fechou os olhos e respirou fundo- Humm, uma banheira quentinha e um copo de vinho. O que mais posso querer?Ele se aproximou e beijou seu pescoço- Alguém para fazer uma boa massagem?Ela abriu os olhos e o encarou. Tomou coragem e tocou a boca dele com a ponta dos dedos. Ele capturou o dedo dela e mordeu de leve.- Até que enfim você me tocou sem medo- Quem disse que não estou com medo?Ele apertou o corpo dela de encontro ao seu fazendo-a sentir o quanto ele estava excitado.O tesã
Já tinha se passado quatro dias desde que Jefferson viajara e ele não deu mais nenhuma notícia. Nem uma mensagem, nem um telefone, nada. Melhor assim. Não deveria prolongar aquela história e tudo voltaria ao normal em sua vida. Ela tinha ligado para Joana e avisado que não queria mais cozinhar para ele nos fins de semana e Joana apenas confirmou que também era desejo dele não dar continuidade aquele serviço. Ela recebeu pelos dias trabalhados e assinou pelo fim daquele serviço tão sem sentido desde o início, mas pelo menos o dinheiro serviu para quitar um ou dois meses de atraso da faculdade de Mariana, o resto ela ia correr atrás. Estava terminado ali o vínculo com Jefferson Ryan, ficaria apenas as boas lembranças, por que de uma coisa ela não podia reclamar. Ele tinha sido legal com ela e a tratou com carinho e respeito. Era mais um para compor sua longa list