No dia seguinte Beatriz foi surpreendida por uma ligação de Joana, a pedido de Jefferson. Ele queria confirmar se ela aceitava jantar com ele em um dos restaurantes mais caros do Rio de Janeiro.
Quem ele pensava que ela era? Uma garota de programa que acertava o encontro com o agenciador? Se ela queria jantar com ela porque ele mesmo não tinha ligado?
- Diga a ele que agradeço, mas não estou interessada
Dez minutos depois ela ligou de novo
- Ele disse que pode trocar de restaurante se isso for o problema
Beatriz respirou fundo.
- Não. O problema não é com o restaurante. Eu não quero jantar e pronto
Cinco minutos depois ela voltou a ligar
- E agora? Qual é o recado?
- Ele disse que vai até sua casa
- Pode passar o telefone para ele por favor?
Demorou uma eternidade para ele atender
- Olá Beatriz
- Não tem vergonha de fazer sua secretaria de garoto de recado não?
- Mulher difícil você hein!
- Desculpe, você deve estar acostumado com mulheres se jogando para cima de você o tempo todo
- É, nunca precisei insistir muito, principalmente depois que fiquei rico
- Ótimo, então procure outra que goste de homens noivos, ricos e sem vergonha
Ele deu uma gargalhada.
-Tudo bem, você que sabe. Eu acho que você deveria sair comigo
- Posso saber porquê?
- Se você viesse eu te mostraria
Ela se arrepiou dos pés à cabeça
- Vamos parar com esse joguinho, preciso sair para trabalhar, adeus.
- Até mais, gata selvagem, nos veremos quando eu voltar de Nova York daqui a quinze dias. Procure não sentir saudades.
Ela desligou na cara dele.
***
Os quinze dias teriam sido longos se ele não tivesse descoberto seu número de W******p e passado a enviar mensagens todos os dias.
No primeiro dia foi apenas um oi e ela não respondeu.
No outro dia ele mandou apenas uma figurinha e ela novamente não respondeu.
No terceiro dia ele perdeu a paciência.
- Porra Beatriz! Responde ai
Ela riu satisfeita.
- Oi
- Você ta se divertindo não é?
- Eu? Porque?
-Ta adorando me ver correndo atrás de você
- E você ta correndo atrás de mim é?
Ele riu maliciosamente
- Deixa eu te pegar que você vai ver...
Beatriz já estava ficando curiosa. O que um homem daquele tinha visto nela. Uma moça simples, nada requintada para o gosto dele. Ele queria na verdade, mais uma para a coleção de mulheres que diziam que ele tinha. E ela? O que tinha a perder? Nada. Poderia curtir alguns momentos bons com uma cara super lindo. O problema era a noiva dele. Ela não queria estragar o relacionamento de ninguém, mas se ele que era o noivo não estava se importando, não seria ela que se preocuparia com isso.
E assim, durante as semanas seguintes. Ele mandava mensagens todos os dias. Às vezes apenas dizia um oi ou boa noite, mas naquela quinta-feira ele não economizou nas tentativas de fazê-la enlouquecer de tesão. Porque ele não satisfeito em escrever, mandou uma mensagem de voz
- E ai minha gata selvagem? Estou chegando...daqui a dois dias poderemos nos falar pessoalmente. Falar e fazer... muitas coisas também.
Por que ele falava com aquela voz rouca e lenta. Seria proposital? Ela sentiu um calafrio que começou no pescoço e terminou dentro da sua calcinha.
Estou perdida!
Ela não respondeu a mensagem, mas ficou pensando no que faria. Deveria se render e transar com ele pelos menos uma vez para acabar com aquela agonia, ou deveria fugir logo enquanto era tempo?
***
Jefferson terminou a reunião com os funcionários de uma de suas lojas. Precisava deixar tudo certo antes de viajar novamente para o Brasil. Seria uma viagem rápida, mas cheia de compromissos entre São Paulo e Rio de Janeiro. E ainda precisava pensar em como encaixar Alana no meio daqueles compromissos. Precisava falar urgentemente com ela e terminar aquele relacionamento.
Feito isso precisava transar. Com Beatriz.
Nem precisava ser nessa ordem porque ele não sabia se encontrasse Beatriz primeiro se conseguiria resistir. Aquelas duas semanas tinham sido uma tortura para ele. Quando mais falava com ela ou olhava suas fotos no I*******m seu desejo aumentava. Não aguentava mais ficar pau duro e tomar banho frio. Naquele momento ele não queria outra mulher. Estava obcecado em levá-la para a cama e faria isso para saciar aquela fome que o consumia por dentro.
Por isso que ele não pensava em casamento. Como faria como um desejo daquele se estivesse casado? Ele estava bem daquela forma. Iria transar com uma mulher linda e depois cada um seguiria seu caminho e ele estaria livre para outra aventura. Murilo que era um romântico e vivia querendo amarrá-lo ao casamento. Não queria dividir seu coração e nem seu dinheiro com ninguém.
Como era de costume quando ele estava em Nova York ele saiu da lanchonete e foi andando para seu apartamento que ficava a apenas duas quadras da loja. No caminho foi pensando em como a vida fora generosa para ele. A dez anos atrás ele não poderia imaginar que teria tudo que tinha hoje. Um apartamento muito bom em um dos melhores bairros de Nova York e uma mansão no Rio de Janeiro além de uma gorda conta bancária. Não lhe faltava nada em termos de bens materiais, mas às vezes ele sentia-se meio angustiado, como se faltasse algo para completar aquela felicidade. Sentia-se sozinho, na verdade. Tinha poucos amigos e muitas mulheres fúteis e interesseiras. Ainda estava bem viva em sua memória as lembranças da única vez em que ele pensara em casamento e tivera a brilhante ideia de propor separação de bens e sua querida e mal caráter noiva recusara, ou se casava com comunhão de bens ou não casava. Daquele dia em diante ele decidiu que não confiaria nas mulheres, mas a verdade é que já estava um pouco cansado daquela vida nômade, pulando de cama em cama e sempre dormindo sozinho.
Imerso em pensamentos nem percebeu que já tinha chegado em casa e passou pelo porteiro sem nem dar boa noite. Deixou-se cair no sofá e pegou o telefone olhando para o contato de Beatriz, então respirou fundo e gravou uma mensagem.
- E ai minha gata selvagem? Estou chegando...daqui a dois dias podemos nos falar pessoalmente. Falar e fazer... muitas coisas também.
Beatriz relutou em ir trabalhar na casa de Jefferson naquele sábado, mas na verdade estava um pouco curiosa em vê-lo novamente. Joana tinha ligado para ela e avisado que ele chegaria naquele sábado e precisava que ela fizesse alguns pratos para o jantar. Pouca coisa, pois seria apenas para duas pessoas.Como se não bastasse ia servir aquela chata da Alana, pois com certeza ela estaria grudada no noivo depois de tantos dias sem vê-lo.Ela chegou no meio da tarde e se dedicou a fazer os pratos escolhidos por Joana para servir no jantar. Já passava das seis horas quando alguns funcionários que estavam na casa avisaram que iriam embora pois o patrão tinha avisado que queria ficar sozinho com sua convidada e que ela deveria ficar mais um pouco para servir o jantar.Quanta frescura! A comida já estava pronta, por que eles mesmo não se serviam?Ela tomou banho e trocou de roupa e
Naquele mesmo dia, Beatriz estava sentada com alguns amigos em um barzinho e conversava com Daiane sobre os últimos acontecimentos da sua vida. Tentava disfarçar mas ainda sentia o corpo todo dolorido, resultado do sexo louco e quase selvagem que tinha vivido com Jefferson.- O que menina? Você transou com seu quase patrão?-Pois é, acredite!- O que deu em você? Tudo bem que você é a mais namoradeira da nossa turma, mas dormir com um homem quase desconhecido!Ela suspirou e coçou a cabeça- Nossa! Ele é muito atraente, sexy, gostoso, cheiroso... noivo... ai, eu vou ficar louca!Daiane empurrou um copo de cerveja em sua direção.- Vamos beba, pra você esquecer esse homem!- Verdade, enche esse copo ai.***Jefferson respirou fundo e abriu a porta para Alana.Ela entrou feito um furac&ati
Beatriz estava inquieta.Já tinha se passado uma semana e ela não tinha notícias de Jefferson. Joana não tinha ligado para ela ir trabalhar. Será que estava despedida? Ele não queira mais olhar na cara dela. Tinha transado com ela e agora não a queira mais nem como chef de cozinha. Um serviço meio sem sentido mas não cabia a ela questionar as neuroses desse povo cheio de dinheiro.O melhor era voltar sua atenção para seu trabalho. Ela dali que saia seu sustento e não podia arriscar sair alguma coisa errada. A muito custo conseguira a fama de ser uma das melhores chefes de cozinhas do Rio de Janeiro e tinha um nome a zelar. Um nome e o sonho de abrir seu próprio restaurante um dia. Para isso precisava se aperfeiçoar e juntar dinheiro.Imersa em seus pensamentos, só percebeu que o garçom falava com ela quando ele falou mais alto e sacudiu seu braç
Eles chegaram ao casarão e Beatriz observou aquela casa enorme, bem arrumada mas solitária. Como ele conseguia morar sozinho naquela casa?Ele subiu as escadas e Beatriz o seguiuJá no quarto ele a encarou.- Você pode encher a banheira, enquanto pego uma garrafa de vinho. Acho que depois de um dia cansativo, vai ajudar a relaxarEla fechou os olhos e respirou fundo- Humm, uma banheira quentinha e um copo de vinho. O que mais posso querer?Ele se aproximou e beijou seu pescoço- Alguém para fazer uma boa massagem?Ela abriu os olhos e o encarou. Tomou coragem e tocou a boca dele com a ponta dos dedos. Ele capturou o dedo dela e mordeu de leve.- Até que enfim você me tocou sem medo- Quem disse que não estou com medo?Ele apertou o corpo dela de encontro ao seu fazendo-a sentir o quanto ele estava excitado.O tesã
Já tinha se passado quatro dias desde que Jefferson viajara e ele não deu mais nenhuma notícia. Nem uma mensagem, nem um telefone, nada. Melhor assim. Não deveria prolongar aquela história e tudo voltaria ao normal em sua vida. Ela tinha ligado para Joana e avisado que não queria mais cozinhar para ele nos fins de semana e Joana apenas confirmou que também era desejo dele não dar continuidade aquele serviço. Ela recebeu pelos dias trabalhados e assinou pelo fim daquele serviço tão sem sentido desde o início, mas pelo menos o dinheiro serviu para quitar um ou dois meses de atraso da faculdade de Mariana, o resto ela ia correr atrás. Estava terminado ali o vínculo com Jefferson Ryan, ficaria apenas as boas lembranças, por que de uma coisa ela não podia reclamar. Ele tinha sido legal com ela e a tratou com carinho e respeito. Era mais um para compor sua longa list
Jefferson olhou a lanchonete lotada de gente e teve a certeza de tudo daria certo. Mais uma vez ele tinha acertado. Seria mais um sucesso da marca Burger Ryan. Tudo estava como ele e Murilo tinham planejado. Cada detalhe desde o mobiliário, as cores, a roupa dos garçons e o cardápio. E a correria na cozinha deixava claro que os pedidos não paravam de chegar. Além dos convidados pessoais dele haviam todos aqueles que ouviram e leram nas redes sociais sobre a vinda de uma das marcas mais famosas de hambúrgueres dos Estados Unidos.Ele observou o entra e sai de pessoas e notou a chegada de Beatriz.Então ela tinha vindo!Estava linda. Vestia uma calça branca larga e um top florido mostrando parte da barriga. Ela chamava a atenção pelos cabelos e as roupas coloridas que usava, mas naquele dia ela estava realmente bonita. Estava com uma amiga e ela olhou em volta, com certeza estava
No mês que se seguiu Jefferson tentou de todas as formas esquecer Beatriz. Viajou para Nova York e saiu com uma mulher diferente a cada noite. Tentava se convencer de que sua vida era aquela, curtição e noitadas regadas a álcool e sexo. Sexo este que muitas vezes ficou pela metade e ele teve que se desculpar com sua acompanhante por não conseguir fazer algo que para ele era tão corriqueiro como beber um copo de água.Murilo que tinha ido com ele para Nova York aguentou o quando pode, mas uma noite ele esbravejou com o amigo.- Não acha que já está bom não Jefferson? Quando vai parar de agir como um idiota?Ele não queria ouvir ninguém. Continuou digitando algo no celular.- Não entendi por que está dizendo isso?- Claro que entendeu. Quando vai parar de sair com dezenas de mulheres para provar a si mesmo que esqueceu a Beatriz?- Que Beatr
Tudo bem que Beatriz já sabia que seu relacionamento com Jefferson era só uma aventura. Nem ela e nem ele queriam nada sério com ninguém, mas estava sendo muito difícil encarar aquela separação repentina. Para quem tinha chegado em sua casa se dizendo seu homem ele tinha mudado de ideia bem rápido. Por isso que ela não acreditava nos homens e não tinha ilusões sobre encontrar alguém que a amasse. Eles eram assim mesmo, volúveis e instáveis, então como se apaixonar se sabia que eles a fariam sofrer. Ainda lembrava tudo que ela tinha passado com Gustavo, de todo sofrimento, da sensação de abandono no momento que ela mais precisou dele e de como teve que enfrentar aquele sofrimento sozinha. Nunca mais ela confiaria tanto em alguém. Por isso ela não queria um relacionamento sério e vivia pulando de um namoro para outro, mas aquilo també