No mês que se seguiu Jefferson tentou de todas as formas esquecer Beatriz. Viajou para Nova York e saiu com uma mulher diferente a cada noite. Tentava se convencer de que sua vida era aquela, curtição e noitadas regadas a álcool e sexo. Sexo este que muitas vezes ficou pela metade e ele teve que se desculpar com sua acompanhante por não conseguir fazer algo que para ele era tão corriqueiro como beber um copo de água.
Murilo que tinha ido com ele para Nova York aguentou o quando pode, mas uma noite ele esbravejou com o amigo.
- Não acha que já está bom não Jefferson? Quando vai parar de agir como um idiota?
Ele não queria ouvir ninguém. Continuou digitando algo no celular.
- Não entendi por que está dizendo isso?
- Claro que entendeu. Quando vai parar de sair com dezenas de mulheres para provar a si mesmo que esqueceu a Beatriz?
- Que Beatr
Tudo bem que Beatriz já sabia que seu relacionamento com Jefferson era só uma aventura. Nem ela e nem ele queriam nada sério com ninguém, mas estava sendo muito difícil encarar aquela separação repentina. Para quem tinha chegado em sua casa se dizendo seu homem ele tinha mudado de ideia bem rápido. Por isso que ela não acreditava nos homens e não tinha ilusões sobre encontrar alguém que a amasse. Eles eram assim mesmo, volúveis e instáveis, então como se apaixonar se sabia que eles a fariam sofrer. Ainda lembrava tudo que ela tinha passado com Gustavo, de todo sofrimento, da sensação de abandono no momento que ela mais precisou dele e de como teve que enfrentar aquele sofrimento sozinha. Nunca mais ela confiaria tanto em alguém. Por isso ela não queria um relacionamento sério e vivia pulando de um namoro para outro, mas aquilo també
Beatriz pediu férias no trabalho, avisou a família e viajou para Nova York com Jefferson. Não conhecia aquela cidade e ficou maravilhada com cada lugar que ele a levou. Adorou o apartamento dele e quando ele a levou para o restaurante e a apresentou como uma amiga muito especial ela teve certeza que todos os funcionários sabiam que ali existiam mais do que apenas amizade e a receberam com carinho e respeito. Mas no íntimo de Beatriz algo a incomodava. Eles evitavam falar a respeito daquele relacionamento. Pareciam ao mesmo tempo estar em sintonia, mas existia uma linha tênue que eles não ousavam ultrapassar. Ele conversava muita coisa com ela, mas às vezes se afastava para falar de assuntos que ela não sabia do que se tratava.Na verdade o que os mantinha juntos era o enorme desejo sexual que sentiam um pelo outro. Beatriz não entendia como podia desejar tanto uma pessoa e a recíproca parecia verdadei
Beatriz poderia pensar em qualquer coisa, menos que depois de cinco anos ela encontraria Gustavo. Estava encostada no carro de Jefferson no estacionamento do restaurante, esperando ele sair do banco quando escutou aquela voz que tanto a fez chorar no passado.- Olha só se não é a BiaEla voltou-se lentamente e olhou assustada o rosto do homem que ela pensou ter amado um dia e que não hesitou em abandoná-la num leito de hospital sangrando até quase morrer.- G.. Gustavo? O que faz aqui?Ele se aproximou com aquele sorriso cínico de sempre- Aqui no Rio, ou aqui na sua frente?Meu Deus Jefferson, volta logo!Ele se aproximou mais e Beatriz ficou gelada encostada no carro sem saber se saia correndo ou se gritava.- Não chegue perto de mim!Ele estendeu a mão e tocou seu cabelo.- Cortou o cabelo?Ela se encolheu e fechou os olhos. Es
Nos dias que se seguiram ela não conseguiu se concentrar no trabalho, trocou um ou dois pedidos e esqueceu alguns ingredientes em pratos importantes. Foi chamada atenção pelo gerente do restaurante e prometeu que tentaria se concentrar mais. No final do expediente daquela sexta feira Jefferson a esperava do lado de fora do restaurante.- Por que não avisou que viria?-Pra que? Pra você inventar outra desculpa e não querer se encontrar comigo- Não estou inventando desculpasEle a pegou pela mão e levou-a para o carro- Claro que está, mas hoje você vai comigo e vai me dizer o que está acontecendo- Não está acontecendo nadaEla viu que não ia adiantar lutar contra ele naquela hora, parecia decidido. Ela estava abrindo a porta do carro para entrar quando ouviu aquela voz que a deixou gelada.- Bia!Ela voltou-se e viu Gustavo a
Beatriz não entendeu quando Mariana ligou para ela chorando avisando que tinha acontecido um acidente com Murilo e ele estava naquela hora sendo atendido por ela no hospital que ela trabalhava.- Calma Mari, se você ficar desse jeito cada vez que atender um amigo, melhor sair dessa profissão- Eu... não fico assim com todas as pessoas, mas é Murilo- Eu sei que ele é namorado da sua amiga, mas fique calma, eu chego ai daqui a alguns minutos.Beatriz ligou para Jefferson e os dois foram para o hospital. Murilo estava deitado em uma maca todo coberto de curativos e com uma perna enfaixada.Mariana estava sentada na cama ao lado dele e media seu pulso com um aparelho. Beatriz achou estranho aquela forma como a irmã atendia um paciente, sentada na cama e ele estava com a mão sobre a perna dela.Jefferson também a olhou com uma interrogação no olhar. Sabia que Bianca, a n
Jefferson precisava viajar para Nova York, mas naquele momento ele não queria sair do Brasil e deixar Beatriz sozinha. Não até ter certeza que Gustavo estava longe dela.- Por favor Jeff, não quero que você mude seus compromissos por minha causaEle andava de um lado para outro no quarto- Você poderia vim comigoEla suspirou- Não posso, estou trabalhandoEle parou na frente dela e pensou um pouco antes de disparar a frase seguinte- Você poderia era sair desse restaurante e vim trabalhar comigo- Oi?! Não entendi!- Ah Beatriz, vamos deixar de frescuras e admitir que estamos juntos e nada mais natural que você me ajudar a comandar meus negócios- Não sou sua mulher não Jefferson Ryan, estamos apenas namorando, ficando, sei lá o que...Ele passou a mãos nos cabelos impaciente- Só que eu n&ati
No dia seguinte Jefferson a levou para jantar no apartamento da mãe. Ela estava meio envergonhada e sem saber como se comportar. A sorte era que Bárbara era uma mulher muito alegre e falante e não deixava o ambiente pesado.- Oi minhas coisas lindas, obrigada por vim me visitarO apartamento dela ficava no Leblon, em um condomínio muito luxuoso. Era um apartamento pequeno, mas muito bem arrumado e aconchegante.- Sua casa é linda!- Eu sei, foi presente do meu filhoteEla abraçava Jefferson com se ele fosse uma criança. Estava claro que ele amava muito a mãe, mas se sentia constrangido com os carinhos exagerados que ela fazia.-Você sabe que por mim, você moraria comigo na minha casa não é.Ela riu alto.- Deus me livre! Quero meu cantinho. E agora que você casou nem pensar.Ele revirou os olhos- Eu não casei!-
Beatriz não acreditou quando o advogado de Jefferson ligou avisando que precisava conversar com ela pois os advogados de Gustavo tinham feito uma proposta. Eles se encontraram no escritório de Jefferson na casa dele e ela não acreditou na proposta que ouviu.- Como é? Ele ofereceu um milhão de reais para que eu retire a queixa?- SimJefferson estava possesso- Miserável! que bela chantagem!- Eu disse que ia conversar com vocêsJefferson sentou e recostou na cadeira- Então você pergunta se ele quer ver o saldo da minha conta e diz pra ele enfiar o milhão dele você sabe ondeBeatriz estava agoniada com o desenrolar daquela história e voltou-se para Carlos, o advogado que estava tomando conta do caso.- Está certo que eu não vou retirar queixa nenhuma. Então o que pode acontecer de agora em diante?Ele pensou um p