Beatriz poderia pensar em qualquer coisa, menos que depois de cinco anos ela encontraria Gustavo. Estava encostada no carro de Jefferson no estacionamento do restaurante, esperando ele sair do banco quando escutou aquela voz que tanto a fez chorar no passado.
- Olha só se não é a Bia
Ela voltou-se lentamente e olhou assustada o rosto do homem que ela pensou ter amado um dia e que não hesitou em abandoná-la num leito de hospital sangrando até quase morrer.
- G.. Gustavo? O que faz aqui?
Ele se aproximou com aquele sorriso cínico de sempre
- Aqui no Rio, ou aqui na sua frente?
Meu Deus Jefferson, volta logo!
Ele se aproximou mais e Beatriz ficou gelada encostada no carro sem saber se saia correndo ou se gritava.
- Não chegue perto de mim!
Ele estendeu a mão e tocou seu cabelo.
- Cortou o cabelo?
Ela se encolheu e fechou os olhos. Es
Nos dias que se seguiram ela não conseguiu se concentrar no trabalho, trocou um ou dois pedidos e esqueceu alguns ingredientes em pratos importantes. Foi chamada atenção pelo gerente do restaurante e prometeu que tentaria se concentrar mais. No final do expediente daquela sexta feira Jefferson a esperava do lado de fora do restaurante.- Por que não avisou que viria?-Pra que? Pra você inventar outra desculpa e não querer se encontrar comigo- Não estou inventando desculpasEle a pegou pela mão e levou-a para o carro- Claro que está, mas hoje você vai comigo e vai me dizer o que está acontecendo- Não está acontecendo nadaEla viu que não ia adiantar lutar contra ele naquela hora, parecia decidido. Ela estava abrindo a porta do carro para entrar quando ouviu aquela voz que a deixou gelada.- Bia!Ela voltou-se e viu Gustavo a
Beatriz não entendeu quando Mariana ligou para ela chorando avisando que tinha acontecido um acidente com Murilo e ele estava naquela hora sendo atendido por ela no hospital que ela trabalhava.- Calma Mari, se você ficar desse jeito cada vez que atender um amigo, melhor sair dessa profissão- Eu... não fico assim com todas as pessoas, mas é Murilo- Eu sei que ele é namorado da sua amiga, mas fique calma, eu chego ai daqui a alguns minutos.Beatriz ligou para Jefferson e os dois foram para o hospital. Murilo estava deitado em uma maca todo coberto de curativos e com uma perna enfaixada.Mariana estava sentada na cama ao lado dele e media seu pulso com um aparelho. Beatriz achou estranho aquela forma como a irmã atendia um paciente, sentada na cama e ele estava com a mão sobre a perna dela.Jefferson também a olhou com uma interrogação no olhar. Sabia que Bianca, a n
Jefferson precisava viajar para Nova York, mas naquele momento ele não queria sair do Brasil e deixar Beatriz sozinha. Não até ter certeza que Gustavo estava longe dela.- Por favor Jeff, não quero que você mude seus compromissos por minha causaEle andava de um lado para outro no quarto- Você poderia vim comigoEla suspirou- Não posso, estou trabalhandoEle parou na frente dela e pensou um pouco antes de disparar a frase seguinte- Você poderia era sair desse restaurante e vim trabalhar comigo- Oi?! Não entendi!- Ah Beatriz, vamos deixar de frescuras e admitir que estamos juntos e nada mais natural que você me ajudar a comandar meus negócios- Não sou sua mulher não Jefferson Ryan, estamos apenas namorando, ficando, sei lá o que...Ele passou a mãos nos cabelos impaciente- Só que eu n&ati
No dia seguinte Jefferson a levou para jantar no apartamento da mãe. Ela estava meio envergonhada e sem saber como se comportar. A sorte era que Bárbara era uma mulher muito alegre e falante e não deixava o ambiente pesado.- Oi minhas coisas lindas, obrigada por vim me visitarO apartamento dela ficava no Leblon, em um condomínio muito luxuoso. Era um apartamento pequeno, mas muito bem arrumado e aconchegante.- Sua casa é linda!- Eu sei, foi presente do meu filhoteEla abraçava Jefferson com se ele fosse uma criança. Estava claro que ele amava muito a mãe, mas se sentia constrangido com os carinhos exagerados que ela fazia.-Você sabe que por mim, você moraria comigo na minha casa não é.Ela riu alto.- Deus me livre! Quero meu cantinho. E agora que você casou nem pensar.Ele revirou os olhos- Eu não casei!-
Beatriz não acreditou quando o advogado de Jefferson ligou avisando que precisava conversar com ela pois os advogados de Gustavo tinham feito uma proposta. Eles se encontraram no escritório de Jefferson na casa dele e ela não acreditou na proposta que ouviu.- Como é? Ele ofereceu um milhão de reais para que eu retire a queixa?- SimJefferson estava possesso- Miserável! que bela chantagem!- Eu disse que ia conversar com vocêsJefferson sentou e recostou na cadeira- Então você pergunta se ele quer ver o saldo da minha conta e diz pra ele enfiar o milhão dele você sabe ondeBeatriz estava agoniada com o desenrolar daquela história e voltou-se para Carlos, o advogado que estava tomando conta do caso.- Está certo que eu não vou retirar queixa nenhuma. Então o que pode acontecer de agora em diante?Ele pensou um p
Jefferson estava uma pilha de nervos. Tudo resolvera dar errado naquela viagem. Um de seus gerentes tinha pedido demissão para acompanhar a esposa doente de um câncer terminal e ele se viu de um momento para outro tendo que assumir a função até conseguir contratar alguém a altura dele. Isso o fez adiar sua volta para o Rio por mais uma semana. Ele nunca tinha passado tanto tempo longe de Beatriz desde que ficaram juntos e aquilo estava deixando-o nervoso. Estava cansado de mentir para si mesmo. Não conseguia mais viver sem ela. Aquela mulher tinha se tornando a coisa mais importante da sua vida e ele a amava de uma forma que chegava a doer. Nunca passou pela sua cabeça que um dia fosse se apaixonar por alguém, mas Beatriz chegou em sua vida e tirou todas as certezas que ele pensava ter. Agora tudo que ele mais queria era dividir sua vida com ela. Gostava de dormir com ela, acordar juntos, tomar café. Tudo ao lado d
Três anos depois...Jefferson desceu do avião com a filha Liza no colo. Ela estava completamente adormecida e segurava fortemente no pescoço do pai.Beatriz vinha logo atrás com as malas e sorriu ao ver aquela cena. Aqueles dois não poderiam ser tão parecidos. Liza tinha o mesmo gênio forte do pai e gostava que as coisas fossem feitas à maneira dela. Muitas vezes Beatriz tinha que ser um pouco mais enérgica com ela e dizer não com mais autoridade para que ela pudesse entender. Mas Jefferson a ajudava e não voltava atrás em nenhuma decisão que ela tomava, embora fizesse todas as vontades da filha.Eles tinham decidido morar em Nova Iorque, pois as lojas de lá exigiam mais a presença dele e sempre que podiam passavam alguns dias no Rio para se inteirar com Murilo dos negócios ali e em São Paulo. Agora ia ser um pouco mais difíci
Beatriz olhou lentamente o quarto. Era lindo. Todo decorado em vermelho e dourado. Tinha uma cama enorme iluminada por um lustre que girava e espalhava feixes de luz projetados estrategicamente. Mais à frente alguns degraus levavam a uma banheira enorme de onde saia um vapor com um aroma muito agradável. Uma música instrumental sugestiva preenchia o ambiente e sobre uma mesa próxima a cama tinha um vaso com gelo e champanhe.Ela virou-se para Jefferson e franziu a testa- Porque me trouxe aqui?Ele não respondeu e se aproximou devagar abrindo os botões da camisa branca que ela usava- Tem certeza que não sabe?Ela o ajudou a tirar a camisa e desabotoar o cintoEla estava apenas de calcinha e sutiã e ele sem camisa e com o cinto aberto.Ele se afastou e pegou o champanhe e encheu os dois copos.- Sem pressa minha linda, temos a noite inteira pela frenteEla se arrepi