E Serena gritou no momento do orgasmo que a atingiu com violência, fazendo seu corpo quase saltar, num estremecimento incontrolável, mais descompassado ainda que o ritmo de seu coração. Pareceu levar um tempo imenso presa naquele ápice. Tombou o rosto sobre o ombro dele no fim, sentindo-se subitamente exausta. Não lembrava de ter um êxtase tão espetacular apenas com carícias preliminares. Aliás, não lembrava de nada que já houvesse feito até hoje ter sido tão maravilhoso como aquilo. E se havia quase atingido o Nirvana pelas mãos dele, se fizessem amor e Stephen usasse suas outras armas, decerto que ela ia desmaiar de tanto prazer. Grande possibilidade!— Cansada, princesa? — indagou ele, com um sorriso malicioso.— Demais... — murmurou, aninhada a Stephen, sentindo o aroma de seu delicioso perfume.Stephen estava satisfeito, mesmo que ele próprio não houvesse podido dar vazão a seu desejo e chegar ao ápice, Serena estava totalmente entregue. Ele a agradara muito, e isso era bom, er
O telefone tocou tão estridente, cortando a monotonia da risada enlatada de um seriado antigo na tv, que fez Serena saltar do sofá feito pipoca.Era Stephen.Impressionante como Serena sentiu de imediato seu humor mudar.— Senti saudades — ele disse, assim que a escutou dizer “alô”.— Eu também. — Não pôde evitar responder. — Como foi seu dia?— Ah, o de sempre: reuniões, decisões, telefonemas urgentes, tudo relativo a trabalho, trabalho, trabalho. E você?— Ah, o de sempre: praia, sol, risadas, sorvete, água do mar, diversão, diversão, diversão!— Malvada!Ela riu. — E o que está fazendo agora?— Vendo televisão.— Sozinha?— Hum-hum. — Concordou.— Está vestida? — ele perguntou, quase num sussurro.Serena abafou o riso:— Você sabe que sim!— Não sei, não. — Eu não fico andando em casa sem roupa!— Por que não? Só moram mulheres aí com você. — Para sua informação, nenhuma de nós fica desfilando pelada pela casa.— Ah, que pena... Acaba de destruir uma das minhas mais s
Serena suspirou. Tinha uma lista dos caras esquisitos que passaram por sua vida...— Ainda bem, mesmo. Depois conheci o Edson. Persuasivo, tranquilo, com uma carreira em ascensão. Era ambicioso, e as promoções começaram a surgir, ao mesmo tempo em que meu trabalho começou a incomodá-lo. Quando achei que havia encontrado o rapaz certo, ele anunciou que havia conhecido uma advogada incrível, a mulher de seus sonhos, que frequentava os mesmos círculos profissionais que ele. Deu a entender que era mais adequada que eu, e mais útil, e que a iria pedir em noivado.Stephen ficou chocado:— Estúpido!— Fiquei mal...— Imagino. Eu gostaria de socar esse idiota, e o outro antes dele. ─ E todos os cretinos que passaram pela vida de Serena— Depois disso houve o incidente com o cliente que tentou me drogar.— Que maré ruim... Eu lamento muito por todas essas coisas, Serena. De verdade.— Obrigada.Stephen aguardou que ela continuasse. O silêncio o fez pensar que ela havia desligado.— Serena, ain
— Meu corpo está vibrando por você. Estou com a chave do carro na mão. Posso ir te buscar? — Não hoje.— Oh....— Esse é o único dia da semana em que posso dormir direito, Stie.— Acha que eu não a deixaria dormir? — perguntou, em tom malicioso.— Você sabe melhor que eu qual a resposta a esta pergunta.Depois do que havia se passado dentro do carro, no dia anterior, ambos sabiam muito bem o que estava prestes a acontecer se continuassem se vendo regularmente. E Stephen não tinha a menor intenção de desistir de Serena, ainda mais agora que ela se rendia, com atitudes e palavras que encorajavam suas investidas.— Sabe que já me considero seu namorado, não sabe? — perguntou ele, de supetão, com a voz firme.— Sei. — O cerco fechado que ele mantinha não deixava dúvidas.— E sou, não sou?Serena só precisou lembrar do fim de semana tivera ao lado dele, de sua boa vontade, paciência e bom humor e por fim, na sessão quente dentro do automóvel. As noites de sexta-feira e sábado, aninhada a
Sorriu, bem humorado, admirando a agitação da banda no pequeno palco. Serena, o baixista Diogo e o guitarrista Felipe, pulavam alucinadamente enquanto cantavam Last Friday Night, de Katy Perry, fazendo o público pular junto.Stephen procurava relaxar entre seus colegas da empresa. Era sexta-feira, e havia aceitado ir com seu pessoal ao bar. Felizmente Serena não fizera nenhuma performance muito sensual, pois sabia que Davis e Ethan não perderiam a oportunidade de provocá-lo, sabendo já que ele e a cantora estavam envolvidos. Divertia-se enquanto ela ia emendando hits dançantes de Cindy Lauper, Madonna, Justin Timberlake, fazendo o público suar e consumir mais líquido. A casa certamente agradecia o calor e a sede que a banda causava entre os frequentadoresO empresário assentiu, para si mesmo, avaliando o trabalho no palco. Não tinha dúvidas de que era Serena e o grupo de músicos que faziam o bar lotar cada noite, enchendo o caixa com o valor do que era consumido, e da taxa do couvert
No entanto, não era o empresário quem a tocara. Olhando para ela, com um sorriso torto no lábios bonitos, estava Ricardo, seu último namorado. O cara dos brinquedinhos eróticos e dolorosos.— Oi, Serena. — Aproximou-se para os tradicionais beijinhos no rosto, e demorou-se no ato mais do que deveria, deliberadamente.— Oi, Ricardo.Serena, pega de surpresa, aceitou os beijos de cumprimento. — Você está incrível. Gatíssima. — Ele elogiou, depois de cumprimentá-la. Aproximou-se mais de Serena.A cantora olhou em volta, ansiosa. Onde estava Stephen? Voltou a encarar seu interlocutor. Era irritante o hábito que certos homens tinham de procurar as ex-namoradas para testar seu poder de sedução mais uma vez. Francamente! O jeito ligeiramente prepotente dele a fez cancelar imediatamente a ideia de cantar “I’m a slave 4 you”. Não daria a oportunidade do convencido achar que a canção era algum tipo de recado pra ele.****Stephen ergueu-se da cadeira assim que Serena e a banda anunciaram a p
— Esperei pelo seu telefonema, Serena. Para ser franco, fiquei triste porque não me ligou — dizia Ricardo, debruçado no balcão, perto de Serena.— Esqueça isso, Ricardo. Nosso tempo passou — ela retrucou. E foi um engano, uma perda de tempo, pensou, aborrecida.— Acho que não me entendeu naquele dia. Não sou um depravado, e nunca iria ferir você, meu bem — Ricardo disse, com voz macia.Ela tinha dúvidas quanto a isso, mas preferiu calar-se, olhando em torno mais uma vez, enquanto bebia seu suco. Se quando terminasse de beber Stephen ainda não houvesse aparecido, voltaria para junto da banda e pronto. Não havia sentido algum em ficar ali conversando com Ricardo. Não eram amigos, não eram nada.— Não esperava que você fosse uma preconceituosa... —Ricardo disse, suavemente.Serena mordeu a isca, reagindo de pronto:— Não sou preconceituosa!Ricardo abriu um grande sorriso:— Bom saber isso. Antes que Serena pudesse retrucar-lhe uma resposta, teve um sobressalto ao ter sua cintura subita
Os últimos dias haviam sido muito torturantes para ela. Cada vez que Stephen se aproximava, com voz doce e gestos sensuais, provocando-a e afastando-se em seguida, noite após noite deixando-a numa angustiante expectativa, colocava-a mais ansiosa para perder-se de vez nos braços dele. Já cogitava seriamente abrir mão de seus brios e convidá-lo diretamente para fazerem amor, mesmo sabendo que Stephen a estava deliberadamente empurrando para isso, “pressionando sem pressionar”. Enfim ele sussurrou-lhe ao ouvido, com a voz carregada de desejo:— Basta de esperar. Serena, quero você completa. Hoje.Se Stephen dissesse “eu a quero já e aqui mesmo”, Serena teria lhe respondido da mesma forma, ofegante e desesperada:— Sim, sim!*** Stephen lançou um olhar de esguelha para Serena, sentada ao seu lado no carro, muito ereta, e pressentindo sua insegurança, tirou a mão direita do volante, e cobriu a mão dela com a sua. A moça olhou-o, com olhos doces.Estavam ansiosos enquanto seguiam em direç