No entanto, não era o empresário quem a tocara. Olhando para ela, com um sorriso torto no lábios bonitos, estava Ricardo, seu último namorado. O cara dos brinquedinhos eróticos e dolorosos.— Oi, Serena. — Aproximou-se para os tradicionais beijinhos no rosto, e demorou-se no ato mais do que deveria, deliberadamente.— Oi, Ricardo.Serena, pega de surpresa, aceitou os beijos de cumprimento. — Você está incrível. Gatíssima. — Ele elogiou, depois de cumprimentá-la. Aproximou-se mais de Serena.A cantora olhou em volta, ansiosa. Onde estava Stephen? Voltou a encarar seu interlocutor. Era irritante o hábito que certos homens tinham de procurar as ex-namoradas para testar seu poder de sedução mais uma vez. Francamente! O jeito ligeiramente prepotente dele a fez cancelar imediatamente a ideia de cantar “I’m a slave 4 you”. Não daria a oportunidade do convencido achar que a canção era algum tipo de recado pra ele.****Stephen ergueu-se da cadeira assim que Serena e a banda anunciaram a p
— Esperei pelo seu telefonema, Serena. Para ser franco, fiquei triste porque não me ligou — dizia Ricardo, debruçado no balcão, perto de Serena.— Esqueça isso, Ricardo. Nosso tempo passou — ela retrucou. E foi um engano, uma perda de tempo, pensou, aborrecida.— Acho que não me entendeu naquele dia. Não sou um depravado, e nunca iria ferir você, meu bem — Ricardo disse, com voz macia.Ela tinha dúvidas quanto a isso, mas preferiu calar-se, olhando em torno mais uma vez, enquanto bebia seu suco. Se quando terminasse de beber Stephen ainda não houvesse aparecido, voltaria para junto da banda e pronto. Não havia sentido algum em ficar ali conversando com Ricardo. Não eram amigos, não eram nada.— Não esperava que você fosse uma preconceituosa... —Ricardo disse, suavemente.Serena mordeu a isca, reagindo de pronto:— Não sou preconceituosa!Ricardo abriu um grande sorriso:— Bom saber isso. Antes que Serena pudesse retrucar-lhe uma resposta, teve um sobressalto ao ter sua cintura subita
Os últimos dias haviam sido muito torturantes para ela. Cada vez que Stephen se aproximava, com voz doce e gestos sensuais, provocando-a e afastando-se em seguida, noite após noite deixando-a numa angustiante expectativa, colocava-a mais ansiosa para perder-se de vez nos braços dele. Já cogitava seriamente abrir mão de seus brios e convidá-lo diretamente para fazerem amor, mesmo sabendo que Stephen a estava deliberadamente empurrando para isso, “pressionando sem pressionar”. Enfim ele sussurrou-lhe ao ouvido, com a voz carregada de desejo:— Basta de esperar. Serena, quero você completa. Hoje.Se Stephen dissesse “eu a quero já e aqui mesmo”, Serena teria lhe respondido da mesma forma, ofegante e desesperada:— Sim, sim!*** Stephen lançou um olhar de esguelha para Serena, sentada ao seu lado no carro, muito ereta, e pressentindo sua insegurança, tirou a mão direita do volante, e cobriu a mão dela com a sua. A moça olhou-o, com olhos doces.Estavam ansiosos enquanto seguiam em direç
Serena sorriu. Achava uma graça quando Stephen falava mais rápido e muitas vezes se atrapalhava com as palavras com que não estava ainda familiarizado. Geralmente isso acontecia quando ele estava mais agitado. Estaria também nervoso, como ela? Não, ele era um homem bonito, experiente, de mais de trinta anos... não ficaria ansioso porque ia fazer amor com uma namorada nova. Ou ficaria?— Um vinho está ótimo.— Boa pedida, madame. — Ele se curvou, numa reverência brincalhona: — Queira me acompanhar até a cozinha, por favor.A cozinha era funcional e espaçosa. Serena sentiu uma ponta de inveja diante de tantos apetrechos modernos e eletrodomésticos tinindo de novos.Stephen pareceu adivinhar seus pensamentos:— Aprecio uma cozinha bem equipada. Não tenho muito tempo para cozinhar, mas como vivo sozinho, quero tudo a mão quando me sinto propenso a aventurar-me no fogão. Não me envergonho de dizer que quando estou em casa, passo mais tempo aqui do que em qualquer outro cômodo.— Então é um
Emitindo um gemido mais alto, Serena perdeu o equilíbrio, e apoiou-se na janela desajeitadamente, sacudindo a vidraça. Stephen olhou-a rapidamente, apenas para certificar-se que estava bem. Sorriu, confiante, vendo os olhos derretidos dela. Ah, sim, enfim realizaria sua maior fantasia... Continuou a exploração, enquanto punha-se de joelhos, os dedos enganchando-se nas laterais da calcinha amoldada perfeitamente nas formas femininas de sua amada. A peça logo foi retirada também.— Minha deusa... — Olhou-a com franca adoração.Lambeu sensualmente seu umbigo, puxando levemente o piercing, numa brincadeira provocativa com a boca. As mãos de Serena apoiaram-se nos ombros dele, os dedos apertando-o à proporção em que a excitação aumentava, e o passeio da língua de Stie continuava, lenta e deliciosa, em quase dolorosa descida.As pernas de Serena bambearam quando a língua de Stephen penetrou-lhe a intimidade. E quanto mais profundos ficavam os movimentos, mais ela ficava desequilibrada. Ma
Serena espreguiçou-se languidamente, satisfeita. Stephen conseguira de novo levá-la às alturas! Até o amanhecer intercalaram cochilos e sexo, e continuaram assim durante todo o dia de sábado. E apesar de horas insone, ambos estavam surpreendentemente bem dispostos.****A água quente batia no pescoço e nos ombros de Serena, causando uma ligeira ardência nos locais onde a barba de Stephen estivera roçando com mais insistência. Já havia notado uma certa vermelhidão na área, e o namorado também a havia examinado, com um olhar que parecia conter um misto de apreensão e orgulho. Ela não reclamou, afinal os arranhões selvagens que fizera nas costas dele superavam longe as marcas de paixão que ele havia lhe deixado.Começou a cantarolar Despacito.Estava cheia de espuma de sabão quando Stephen entrou no chuveiro. Teve um sobressalto no momento em que a enlaçou por trás, colando seu corpo ao dela e beijando seus ombros. Um arrepio delicioso percorreu sua coluna. Ofegou ao ser girada até fi
Cerca de dois anos antes, Stephen julgou estar apaixonado, por Carly, mas a paixão se esvaíra em poucos meses, sobrando apenas a atração sexual. Mas nem a afinidade e o sexo de alta qualidade que tinham fora suficiente para manter sua noiva junto a ele quando declarara sua necessidade de partir para o Brasil a trabalho, e seu desejo de ficar na América do Sul em caráter definitivo. Carly devolveu-lhe o anel de noivado e saiu do apartamento que dividiam, sem sequer olhar pra trás. Sentira um tremendo vazio na época, seus sonhos de constituir uma família descendo ralo abaixo. Mas agora um novo horizonte abria-se diante dele, acenando com novas esperanças e possibilidades. E como era de sua natureza, Stephen mais uma vez se lançara de corpo e alma ao que a vida lhe apresentava, sem medo de se machucar novamente.Foi recebido com um sorriso caloroso quando entrou no quarto. Serena estava vestida, sentada entre os lençóis, esperando por ele.— Ah... já está vestida?— Preciso ir pra casa,
Convencer Serena a aceitar que lhe comprasse um vestido bonito e caro não foi simples, nem fácil, mas a perspectiva de vê-la usando algo presenteado por ele, Stephen, sem carregar lembranças de um ex-namorado qualquer, fez sua insistência valer a pena.A vendedora mostrava um modelo exclusivo, como todos da loja:— Vermelho definitivamente é a sua cor!Serena fitou o vestido justo, de decote escandaloso e costas nuas, e conteve um olhar de censura à moça que o mostrava:— Você não entendeu. É um jantar de negócios, não posso ir vestida com algo tão chamativo. Pedi algo elegante.Stephen alisava o vestido exageradamente sedutor com um sorriso malicioso. Serena procurou ignorá-lo.Olhou direto nos olhos da funcionária da loja: — E sóbrio. — enfatizou Serena, para que não houvesse mais dúvida ou perda de tempo. Se não se apressassem, o horário ficaria apertado, e não queria atrapalhar Stephen.A vendedora abriu a boca para defender o vestido, mas então o observou melhor e assentiu:— Est