— Mas... não vá pensar que vai dormir comigo na minha cama, entendido?— Bem entendido! — Deu um grande sorriso.— Você vai dormir na sala — insistiu Serena, desconfiada do sorriso dele.— Claro.Não havia dúvidas que era um apartamento feminino, até o aroma indicava isso, bem como os toques pessoais de cada moradora. Serena já havia dito que dividia o lar, e as despesas, com as duas amigas do bar, mesmo assim ele se surpreendeu que fosse tão aconchegante e arrumado. As garotas eram organizadas e caprichosas com a decoração, apesar de Stephen perceber que era um local modesto. Registrou a informação de que elas não deviam ganhar um salário alto, e provavelmente precisavam abrir mão de várias coisas que desejariam, somente para manter um teto sobre suas cabeças.A criatividade ali suplantava o luxo. Mas era eficiente, e ele apreciava isso.Se a história com Serena vingasse, e ele estava disposto a empenhar-se nisso, poderia ajudar com as despesas sem que isso as insultasse? Afinal, com
Afastaram a mesinha de centro da sala, arrumaram os cobertores sobre o tapete, improvisando uma cama macia, larga e convidativa.— O albergue está pronto! — ela anunciou, pondo as mãos na cintura e apreciando seu trabalho.— Ficou ótimo! — Stephen tirou a blusa de botões rapidamente, ficando apenas com a camiseta de malha que usava por baixo. Por um momento Serena manteve a respiração suspensa, ao vê-lo abrir os botões da camisa. Ficou um pouco decepcionada por ele estar usando outra peça por baixo, mas julgou que assim era melhor. Mais seguro para a saúde dela, certamente, afinal estava com taquicardia só de imaginá-lo de dorso nu, imagine se o visse despido de fato? Falta de ar, gagueira e infarto, certamente! — Eu... estou suada, sabe? E preciso de um banho! — Precisava escapar da presença dele, antes que fizesse uma tolice.Stephen voltou-se para ela, tão rápido como um tigre, os olhos azuis arregalados. Lambeu o lábio inferior, involuntariamente, imaginando-a nua no chuveiro,
Serena acordou na penumbra, escutando as vozes provindas da tv que fora esquecida ligada. Tentou levantar-se para desligá-la, e descobriu-se presa ao chão, segura por algo ou alguma coisa. Olhou em volta, um tanto sonolenta, e então lembrou-se que havia deitado no tapete da sala com Stephen. Não era difícil prever que acabaria desmaiando de cansaço naquele ninho macio, vendo uma comédia relaxante. Agora descobrira que não deveria ter deitado, nem relaxado, e muito menos permitido-se adormecer ali.Seu super-gringo havia a enlaçado pela cintura, e tinha quase seu corpo todo colado às costas e ao traseiro dela. Ah, fantástico, estava dormindo de colherzinha com um homem a quem devia manter à distância.Voltou o rosto um pouco para admirá-lo, aproveitando o fato de que estava simplesmente fora de combate nesse momento. Usava os cabelos mais longos do que se deveria esperar de um funcionário de alto cargo numa multinacional, num tom de louro evidentemente queimado pelo sol, e absurdamente
Ah, gostava de praia, a bela, assim como ele. Ótimo, pois poderiam ir juntos em São Conrado. Ela tomaria banho de Sol enquanto ele surfaria, ou talvez ela até surfasse também, não é? A maioria dos moradores do Rio de Janeiro tinham uma relação vital com a areia e o mar, e ela não devia ser diferente. Sem falar que devia preencher um biquíni como poucas... Pensando bem, ele não ia gostar muito de ver outros homens admirando aquele bumbum espetacular exposto pelas peças minúsculas que as brasileiras usavam tão naturalmente.Nesse caso, o que faria?Não podia simplesmente mandar sua mulher usar shorts quando todas as outras usavam biquínis! Do mesmo modo que não podia exigir que suas performances não incluíssem mais esfregar-se com colegas da banda ou beijá-los. Ora era um homem moderno, e não poderia bancar o tirano por mais que desejasse, teria que aprender a lidar com seu lado controlador de empresário e seu lado opressor de macho dominante para não estragar a carreira de Serena. Pisc
Stephen levantou-se primeiro, e cumprimentou as amigas de Serena, sorrindo com tranquilidade, e pedindo licença para usar o lavabo. As duas bartenders acompanharam-no com o olhar, a admiração patente em suas faces. Assim que ele sumiu no corredor, Luíza e Joana voltaram a cravar os olhos na amiga, que levantou suspirando, sabendo que receberia uma saraivada de perguntas, diretas ou indiretas.— Ah! Isto é muito irado! — Luíza berrou: — Você, e aquele super gato “blond”! — Você dormiu com o “Thor”! — Gritou Joana.— Eu não dormi com “Thor”! — Serena resmungou, arrependida de ter se deixado levar pela atração ainda há pouco. Quase se entregara a Stephen, mesmo garantindo que não o faria. Que boba!— Certo, isto aqui é uma alucinação coletiva! — riu Luíza, apontando a cama improvisada, com lençóis revolvidos.— Tá, eu dormi com o “Thor”, só dormi, não fiz o que estão pensando.— Por que não? Estavam bêbados demais para isso? Por que nem vi a hora que entraram... Por isso não usaram
— Vai adorar! — Jô bateu palmas, olhando Stephen e sorrindo: — Eu vou com ela de vez em quando, e é realmente um trabalho incrível, mas amanhã combinei de sair com meu namorado. Sabe o Felipe, o guitarrista do bar? Então, é ele! Hum, o cara com jeito de leão, que se esfregou na Serena enquanto ela dançava, pensou Stephen, rapidamente lembrando-se. Joana não ficava enciumada? Garota de sorte por possuir tão poderoso auto-domínio! O lado bom da coisa é que agora sabia que não precisaria se preocupar com o tal músico como rival. Só com os outros cem homens que vinham babar pela cantora noite após noite. Quase rosnou. Depois de haver beijado a sereia morena ali, tocado-a com tanta intimidade, e sido correspondido nas carícias e desejos, sentia-se ainda mais possessivo em relação a ela.— Eu uso as minhas tardes de domingo para visitar meus parentes — anunciou Luíza, quando Stephen a olhou, com uma pergunta muda no rosto. — Vão só vocês dois amanhã, Blond, só vocês dois — completou
— Então só vamos contar a ela depois que já estivermos em casa, e após algumas taças de vinho. Ou após muitas, se achar mais seguro. — Stephen piscou um olho, e sorriu como um moleque travesso.Joana riu. Não podia negar que economizar o dinheiro das compras mensais poderia ajudá-las a pagar algumas das tantas contas atrasadas que jaziam aguardando na prancheta presa na lateral da geladeira. e quando Serena voltou com um pacote enorme de batatas fritas, Jô pagou alegremente por ele. E não falou nada sobre o pagamento principal. ****— Não creio que poderei ser eficiente se estiver bêbado! — Stephen olhou para seu copo, cheio de cerveja mais uma vez. Havia carregado compras, empurrado móveis e agora estava dobrando uma cortina cheia de frufrus que havia acabado de retirar do quarto de Luíza. Entre um trabalho pesado e outro, as moças lhe enchiam o copo. E bebiam também. — Aliás, meninas, não sei como pretendem trabalhar mais tarde se estiverem de ressaca!— É só para relaxar um pouc
— Por que você resiste, Serena? Por quê? Deixe acontecer, my dear... — Inclinou-a sobre a cama, começando a desabotoar a bermuda que ela usava. Pairou o olhar sobre ela um instante. Os cabelos negros de Serena haviam se espalhado pelo travesseiro, e o rosto dela transpirava desejo: — É linda, baby, um espetáculo para os olhos... Desceu seu rosto suavemente sobre o dela, e beijou seus olhos, seu nariz e mais uma vez, seus lábios. Suas bocas já estavam unidas novamente, e os corpos começaram a se contorcer juntos, ansiosos por se completarem.Um ruído vindo do corredor foi o suficiente para retirar Serena do estado de luxúria em que se encontrava. Empurrou Stephen de cima dela, e fechou a bermuda com rapidez. O coração estava disparado enquanto olhava o príncipe louro diante de si, tão ofegante quanto ela. Serena correu para a porta, abriu-a e fugiu correndo para fora.— Mais tarde, Serena, mais tarde... — murmurou ele. ****Ele estava mais uma vez no “ O Encanto da Lua”, dessa v