Com a bexiga do tamanho de uma castanha, ter uma longa noite de sono tem se mostrado uma missão impossível a cada dia que passa. E, como se a insônia devido às várias idas ao banheiro não fosse o bastando, sinto estar a beira da loucura com o desejo de comer morangos com mostarda.Por vários minutos tentei mudar meu foco. Não pensar nesse desejo era como só pensar nele. Então, me dando por vencida, afasto os cobertores e sinto o ar gelado da noite me abraçar, arrepiando todos os pelos das partes expostas do meu corpo.Nesse momento, amaldiçoei a mim mesma por ter escolhido um baby-doll curto como pijama.Ignorando todos os instintos que me faziam querer me enroscar nas cobertas, crio forças para ir até a cozinha. Por mais que o chão de marmore não fizesse barulho abaixo de meus pés descalços, me vi andndo nas pontas dos pés, disposta a passar despercebida.Na cozinha escura, jurei ter escutado uma porta se abrindo e fechando em alguma parte do apartamento, mas constatando ser apesnas
Cassandra sorriu e, se eu já não a odiasse, poderia muito bem dizer que aquele era o típico sorriso de uma caçadora. Aquele que faria muitos homens perderem a cabeça, ou a fortuna. — E eu sou a... — Amanda! — John me interrompeu, mais uma vez. Essa situação já estava me deixando estressada. — Você já disse isso! — Rebateu a loira. John praguejou uma série de xingamentos. — É John Carter, você já falou a porra do meu nome! Então se você não quer me deixar contar, por favor, faça as honras! Passando as mãos pelo rosto e por seus cabelos, John suspirou. E, eu tinha certeza que ele buscava alguma maneira de sair de toda essa situação. Eu estava mais do que brava. Uma parte de mim — aquela que eu tentava abafar a todo custo, mas sem sucesso —, estava decepcionada. Se John mantinha um relacionamento com aquela mulher, a amante ali era eu. Seria difícil sair por cima numa situação dessas, ainda mais estando grávida do homem infiel. — Primeiro — John começou quando a loira coçou a
De 4,7 estrelas, a boate tinha só o bairro onde foi construída. Não foi preciso nem encarar o exterior do edifício por muito tempo para decidir que somente Kat tinha esse dom para descobrir lugares badalados e minimamente frequentáveis.— O senhor conhece o Strike's? — Perguntei ao motorista que me olhou como se tivesse crescido chifres na minha testa.— A casa de boliche? — Perguntou, mas eu podia sentir o julgamento em sua voz.Eu definitivamente não estava vestida para uma partida de boliche.— Essa mesmo.→★←Grande parte das lembranças felizes de minha adolescência eu adquiri no Strike's, e apesar da mulher brigando com o marido por ter me olhado por mais de meio segundo, as batatas fritas muchas em minha mesa ou os dois adolescentes em um amasso nojentamente molhado atrás de mim, eu ainda me sinto como se pertencesse a este local.
Se eu soubesse que uma simples decisão inconsequente me colocaria nesta situação, jamais teria a tomado.Meus olhos ardem e não preciso encarar meu reflexo no pequeno espelho em cima do lavatório para saber que estão vermelhos. Solto a respiração e tento relaxar, o que por sua vez não é nada fácil dado a minha atuação situação.— Vamos lá Amanda! — Incentivo a mim mesma. — E só mijar no maldito copo!Finalmente, depois de vinte minutos sentada na privada, consigo encher o copinho e molhar meus dedos no processo. Enrugando o nariz, apoio o copinho no lavatório e lavo as mãos, sem conseguir parar de encarar o líquido de cor amarelo-claro.Olá Deus, sou eu de novo! — Suplico em pensamentos.Pego o pequeno pacote metalizado e tiro de dentro a pequena fitinha e jogo-a dentro do copinho.Que se foda!Saio do banheiro sem esperar pelo resultado. A verdade é que, estou muito apavorada para isso, e sou uma covarde.Vou até a bancada da cozinha, pego meu celular e disco o número de Kaitlyn, no
TRÊS SEMANAS ANTES — Você sabe que precisa relaxar um pouco. Todo esse estresse não passa de tesão reprimido! Reviro meus olhos. — Essa é a sua solução para tudo, Kat. Às vezes acho que você só pode ser viciada ou pervertida demais para a sociedade.— Só porque gosto de usar a ferramenta que Deus me deu? Ao contrário da sua, mantenho a minha muito bem lubrificada!Sinto o calor subir até as minhas bochechas. Olhando ao redor, observo as várias pessoas presentes no restaurante em pleno horário de almoço. — Graças a Deus, todas preocupadas demais com seus pratos para prestarem atenção em nossa conversa.Lanço um olhar de repreensão na direção de minha amiga. Kaitlyn, com cinismo, apenas dá de ombro.Volto minha atenção ao meu prato de salada verde com frango, o que para Kat é incentivo suficiente para continuar a conversa.— Eu sei que você buscava aquela promoção, mas por mais competente que seja, no nosso mundo o que manda é o patriarcado, Mandi. — Ela fala, bebericando seu suco de
Só o apartamento do Senhor Bonitão dava com certeza para comprar o prédio em que eu morava inteiro. Tentando acalmar a inquietude crescente dentro de mim, observei tudo à minha volta enquanto ele trancava a porta de trava eletrônica. O ambiente era amplo e aberto com todo esse conceito de espaço que gente rica tem. Chão de mármore branco rajado, sofás longos e da cor cinza, lustre de cristal. De CRISTAL!Tudo limpo, tudo iluminado, tudo luxuoso. Até mesmo o quadro ridículo e abstrato na parede parecia valer mais que o meu apartamento, talvez até valesse mesmo.— Seu AP é... Hm... Legal — falo quando ouço seus passos atrás de mim.— Você achou? — Ele pergunta me abraçando por trás. — Não venho aqui muitas vezes — disse, afundando o rosto em meu pescoço, depositando pequenos beijos em minha pele.Ah, então este era o apartamento em que ele traz as conquistas da noite?Com um movimento rápido, ele me virou, para que ficasse de frente para ele e voltou a depositar beijos no meu pescoço su
— Porque você não pegou o dinheiro? Revirei meus olhos.Kat havia inventado de fazer uma "noite das garotas" para que eu lhe contasse tudo que aconteceu na noite anterior. Por mais que tenha protestado, alegando não ter muita coisa para falar, ela insistiu tanto que cá estamos nós.— Por que eu não sou uma puta! — Ah, sei lá. Você nem se lembrava da foda, poderia ter saído de lá ganhando alguma coisa de fato.Bufei. — Não é porque eu não me lembro que eu não sei que foi boa. Afinal, é só mexer minhas pernas uma na outra, que posso sentir muito bem como John acabou comigo.Kat dá risada.— É uma pena ele ser um completo babaca, então — Kat fez beicinho. — Se não, você poderia pedir um biz!— E correr o risco de ser humilhada futuramente? Passo! — Falo abrindo um pacote de salgadinho de queijo. — E é exatamente por isso que prefiro não ficar com caras que conheci na noitada! — Enfio alguns salgadinhos na boca, saboreando o sabor enquanto Kat enruga o nariz para o cheiro típico dele.
— Se vocês usaram camisinhas, como que você ficou grávida então? Porque todo mundo sabe que o menino Jesus já nasceu!Ri das gracinhas de Kaitlyn. Por mais que tenha chorado muito ao ponto de gastar duas caixas de lenços, agora, graças a minha amiga, me sinto um pouco mais tranquila.— Eu não sei Kat, às vezes ele pegou as camisinhas mas não as usou.— Isso não faz sentido, Mandi! — Ela protestou. — Ele deixou bem claro no outro dia que não queria nenhuma ligação com você.Por mais que seja verdade, ouvi essas palavras saírem de sua boca e tomarem forma, me deixou desconfortável.— É, mas agora não há muito o que fazer — falei foleando a lista telefônica que Kat trouxe.Depois de vinte minutos, joguei de lado a lista e falei com os olhos marejados:— Nenhum John Carter.Uma lágrima escorreu por meu rosto, mas logo tratei de seca-la com as costa da mão.Malditos hormônios!— Ei, não precisa chorar. A gente vai dar um jeito! — Ela tenta me acalmar. — O nome é a única coisa que você lemb