Só o apartamento do Senhor Bonitão dava com certeza para comprar o prédio em que eu morava inteiro. Tentando acalmar a inquietude crescente dentro de mim, observei tudo à minha volta enquanto ele trancava a porta de trava eletrônica. O ambiente era amplo e aberto com todo esse conceito de espaço que gente rica tem. Chão de mármore branco rajado, sofás longos e da cor cinza, lustre de cristal. De CRISTAL!
Tudo limpo, tudo iluminado, tudo luxuoso. Até mesmo o quadro ridículo e abstrato na parede parecia valer mais que o meu apartamento, talvez até valesse mesmo.— Seu AP é... Hm... Legal — falo quando ouço seus passos atrás de mim.— Você achou? — Ele pergunta me abraçando por trás. — Não venho aqui muitas vezes — disse, afundando o rosto em meu pescoço, depositando pequenos beijos em minha pele.Ah, então este era o apartamento em que ele traz as conquistas da noite?Com um movimento rápido, ele me virou, para que ficasse de frente para ele e voltou a depositar beijos no meu pescoço subindo até minha mandíbula.Por mais que estivesse apreciando cada toque de seus lábios em minha pele sensível, minha mente não parava de trabalhar.— Qual o seu nome? — perguntei quando seus lábios estavam quase tocando os meus.Ele afastou o rosto, sem afastar seu corpo do meu, um pouco confuso.— Perdão?— Qual seu nome? — Repeti a pergunta. — Me dei conta de que não sei seu nome.E ele sequer tinha se dado ao trabalho de perguntar o meu. O que parece que ele também percebeu, pois sorriu sem graça.— John Carter.Não pude conter uma risada.— Igual ao filme? — Perguntei, me afastando um pouco.Ele sorriu dando de ombros.— Exatamente igual. E o seu?Sorri.— Amanda Ferrer.— É um belo nome! — Ele tenta me elogiar.— Obrigada, John Carter! — solto uma risadinha.Uma risadinha!John me encara por um segundos, como se tentasse ler meu rosto, e ao que parece consegue.— Amanda, você está nervosa?Ele me perguntou com tanta suavidade que sequer pude tentar mentir.— Estou. Não costumo fazer essas coisas com frequência.Ele frange a testa.— Essas coisas?— Ficar com caras que conheci na balada.John sorri e se aproxima novamente, depositando um beijo suave em meus lábios.— Posso pegar uma bebida para que possamos ficar mais relaxados, o que acha? — Pergunta, analisando meu rosto. — Você ainda quer ficar?John acaricia meu rosto com o polegar, e minha pele se arrepia com seu ato.— Sim, para as duas perguntas — respondo baixinho.— Ótimo! Vinho? — Sugere.Assinto com a cabeça. John deposita mais um beijo suave em meus lábios e sai em direção a sua cozinha luxuosa.Suspiro. Eu estava estragando tudo. Era pra isso ser apenas uma foda e eu quase perguntei a vida do cara toda.Quando John retornou segurando uma garrafa e duas taças nas mãos, eu estava sentada no sofá e já havia preparado meu subconsciente para parar de atrapalhar o que havia vindo fazer.Ele me entregou uma taça que era tão larga que tenho certeza que caberia a garrafa de vinho inteira e encheu até a metade, depois encheu a sua própria taça com o restante da garrafa, que preencheu somente a metade de sua taça, confirmando minha suposição.John sentou no outro sofá, ficando de frente para mim enquanto vi um misto de desejo e luxuria passar por seus olhos enquanto ele me observava por cima da taça em que bebia seu vinho.Bebi meu vinho também, o mais rápido do que desejava pois só então percebi que estava com a garganta seca.Não deve ter sido nada sexy, mas prometi a mim mesma que o que faria em seguida, seria.Tomando coragem, apoiei a taça na mesinha de vidro ao lado do sofá, levantei e caminhei até John devagar.Apreciando a visão, ele encostou as costa no sofá preguiçosamente quando sentei em seu colo, com as penas de cada lado das suas, encostando minha calcinha de renda em seu volume em sua calça. John deu o último gole em seu vinho, soltando a taça em cima do sofá mesmo para agarrar os dois lados da minha bunda com as mãos, o movimento foi tão rápido que com o susto mexi meus quadris e isso me fez esfregar minha parte sensível em seu membro sobre a calça.Gemi baixinho com o movimento e só então pude perceber o quão sensível estava. O quanto precisava disso.John mordeu os lábios e me apertou de novo, me incentivando a fazer o mesmo movimento novamente.Mexi meus quadris sobre ele, arfando com a sensação.— Você é muito gostosa, Amanda!Meu rosto ardeu e eu não sabia dizer se era por causa do elogio ou pelo excesso de álcool no sangue.Sem perder tempo, o beijei enquanto começava tímida um movimento de vai e vem com o quadril, estimulando a nós dois.A sensação era ótima e ao mesmo tempo castigante. Eu precisava de mais.Intensifiquei nosso beijo, sentido a necessidade de sentir mais.John segurava a minha bunda e comandava meus movimentos, mas quando ele soltou uma das mãos e levou sobre a minha calcinha em meu ponto sensível...Talvez isso que Kat queria dizer com "ferramenta lubrificada".— Porra, Amanda!Antes que pudesse assimilar, John se levanta do sofá comigo ainda em seu colo, mordisca a volta de meu pescoço me fazendo soltar um soluço de prazer, e me carrega para onde presumo ser seu quarto.→★←Acordo com a sensação de que uma manada inteira havia passado por cima de mim. Apesar dos lençóis macios em que estou enroscada, não posso conter um estremecimento com o latejar constante em minha cabeça.Um farfalhar ao lado da cama me faz abri os olhos em meio a resmungos. Entre os fios bagunçados de meu cabelo, observo John vestindo seus calças.Devagar, me sento na cama, puxando os lençóis para cobrir meu corpo nú. Não sou ingênua, sei o que aconteceu. O ardor em minhas partes íntimas já me diz o suficiente, mas para falar a verdade, depois dos meus atos desinibidos na sala, não lembro muito o que aconteceu, sempre fui fraca para bebida. Porém, apesar da ressaca, eu me sentia bem... Saciada.— Ótimo, já está acordada — John falar vestindo uma camisa branca.Posso perceber que ele evita me olhar.John caminha até a uma mesinha de cabeceira e de lá tira a sua carteira. Incrédula, vejo ele tirar algumas notas e jogar sobre a cama.— Para o táxi — fala, quando não faço sequer menção de pegar o dinheiro.E lá estava ela, a síndrome do dia seguinte. Eu odiava isso.Eu queria poder dizer que John não precisava ser um babaca comigo para que não ficasse em seu pé. O que queria, ele já havia me dado. Mas decidi engoli a minha humilhação e buscando o pouco de dignidade que ainda me restava, me levantei sentindo minhas penas bambas e comecei a vestir meu vestido enquanto ele calçava seus sapatos.— Sei onde fica a porta. — Falei assim que estava pronta, querendo sair o mais rápido possível da presença dele.Estava quase atravessando o batente da porta de seu quanto quando o ouço me chamar:— Amanda?— Hm?— Não precisa deixar a sua bolsa para ter um motivo para voltar aqui. — Falou ele, balançando minha pequena bolsinha na mão.Droga!Com o rosto ardendo de raiva, caminho em sua direção e arranco minha bolsa de sua mão.— Babaca! — Falo como despedida e saio às pressas do seu apartamento.No elevador, arranco a pulseira verde neon que ainda está presa a meu pulso e enfio na bolsa.Me pergunto se todo esse estresse valeu a pena por uma foda a qual nem me lembro.— Porque você não pegou o dinheiro? Revirei meus olhos.Kat havia inventado de fazer uma "noite das garotas" para que eu lhe contasse tudo que aconteceu na noite anterior. Por mais que tenha protestado, alegando não ter muita coisa para falar, ela insistiu tanto que cá estamos nós.— Por que eu não sou uma puta! — Ah, sei lá. Você nem se lembrava da foda, poderia ter saído de lá ganhando alguma coisa de fato.Bufei. — Não é porque eu não me lembro que eu não sei que foi boa. Afinal, é só mexer minhas pernas uma na outra, que posso sentir muito bem como John acabou comigo.Kat dá risada.— É uma pena ele ser um completo babaca, então — Kat fez beicinho. — Se não, você poderia pedir um biz!— E correr o risco de ser humilhada futuramente? Passo! — Falo abrindo um pacote de salgadinho de queijo. — E é exatamente por isso que prefiro não ficar com caras que conheci na noitada! — Enfio alguns salgadinhos na boca, saboreando o sabor enquanto Kat enruga o nariz para o cheiro típico dele.
— Se vocês usaram camisinhas, como que você ficou grávida então? Porque todo mundo sabe que o menino Jesus já nasceu!Ri das gracinhas de Kaitlyn. Por mais que tenha chorado muito ao ponto de gastar duas caixas de lenços, agora, graças a minha amiga, me sinto um pouco mais tranquila.— Eu não sei Kat, às vezes ele pegou as camisinhas mas não as usou.— Isso não faz sentido, Mandi! — Ela protestou. — Ele deixou bem claro no outro dia que não queria nenhuma ligação com você.Por mais que seja verdade, ouvi essas palavras saírem de sua boca e tomarem forma, me deixou desconfortável.— É, mas agora não há muito o que fazer — falei foleando a lista telefônica que Kat trouxe.Depois de vinte minutos, joguei de lado a lista e falei com os olhos marejados:— Nenhum John Carter.Uma lágrima escorreu por meu rosto, mas logo tratei de seca-la com as costa da mão.Malditos hormônios!— Ei, não precisa chorar. A gente vai dar um jeito! — Ela tenta me acalmar. — O nome é a única coisa que você lemb
— Boa tarde, Senhora Ferrer! — John cumprimenta ao entrar em seu escritório.Me levando e aceito o seu aperto de mão. Sua mão é grande e áspera em contato com a pele macia da minha.Não sei se foi nervosismo por toda essa situação ou o fato de John parecer não me conhecer que havia me deixado momentaneamente sem palavras. Sinto que ele observa meu rosto, mas eu sequer consigo encarar seus olhos. Quando ele se afasta, cansado de esperar por uma resposta, e se acomoda em sua mesa, enfim solto o ar que nem ao menos sabia estar prendendo. Concentre-se Amanda!— Sente-se, por favor.Volto a me acomodar no sofá, agradecendo pela estabilidade do mesmo, e não confiando tanto assim em minhas penas bambas.Quando ergo o olhar e olho John nos olhos, vejo algo diferente neles. Ele ainda não me reconheceu, mas aquele brilho em seu olhar eu conhecia muito bem.Senti as maçãs do rosto ficarem quentes.— Quando fui informado está manhã que após o almoço teria uma reunião com uma tal de Senhora Ferr
Aqui estou eu, no hall de entrada do apartemento de John, agarrada a minha bolsa, enquanto pessoas que nem mesmo conheço carregam e organizam minhas coisas em algum quarto luxuoso do apartamento. E, nem posso acreditar que aceitei essa loucura.A verdade é que essa foi uma batalha a qual eu perdir amargamente. Kat, minha melhor amiga traidora, concordou com John, enquanto estavamos em uma briga na porta do meu apartamento, que seria melhor assim. Que, John poderia me dar toda a "assistência" necessária nessa fase da minha vida, mas sei de qual "assistência" Kat estava falando quando deu um sorrisinho pra mim ao dizer suas palavras. — John por sua vez parece um paranoico e louco por controle. Não sei se a ficha não caiu ainda ou se esse é seu jeito dele absorver a noticia, mas ele parece considerar o nosso bebê como uma posse, e como ele não nasceu ainda, eu tenho tomado esse lugar, em sua visão distorcida.— John! — Kat grita atrás de mim, chamando a minha atenção e a de John que esta
— Amanda Ferrer? Você é a próxima.O primeiro ultrassom deveria ser um momento feliz, afinal, eu estava prestes a escutar o coraçãozinho do meu bebê pela primeira vez. Por mais que diga a mim mesma que o incômodo instalado dentro de mim é unicamente por causa do nervosismo, sei que parte desse incômodo é o sentimento de culpa me consumindo. John era uma babaca, mas ainda assim, também era pai do meu bebê. Por orgulho eu não falei para ele que estava prestes a fazer o primeiro ultrassom, mas a cada minuto que passava na sala de espera do consultório, eu me sentia mal com essa decisão.— Mandi? É a sua vez! — Minha amiga me cutuca, me tirando de meus pensamentos.Como sempre, Kaitlyn é minha fiel escudeira, e não poderia deixar de estar presente em um dos momentos mais marcantes da minha vida.Dando um sorriso amarelo para minha amiga, me levanto da poltrona da sala de espera e caminho para o consultório, com Kaitlyn no meu encalço.É tudo tão novo e marcante para mim que nos primeiros
Com a bexiga do tamanho de uma castanha, ter uma longa noite de sono tem se mostrado uma missão impossível a cada dia que passa. E, como se a insônia devido às várias idas ao banheiro não fosse o bastando, sinto estar a beira da loucura com o desejo de comer morangos com mostarda.Por vários minutos tentei mudar meu foco. Não pensar nesse desejo era como só pensar nele. Então, me dando por vencida, afasto os cobertores e sinto o ar gelado da noite me abraçar, arrepiando todos os pelos das partes expostas do meu corpo.Nesse momento, amaldiçoei a mim mesma por ter escolhido um baby-doll curto como pijama.Ignorando todos os instintos que me faziam querer me enroscar nas cobertas, crio forças para ir até a cozinha. Por mais que o chão de marmore não fizesse barulho abaixo de meus pés descalços, me vi andndo nas pontas dos pés, disposta a passar despercebida.Na cozinha escura, jurei ter escutado uma porta se abrindo e fechando em alguma parte do apartamento, mas constatando ser apesnas
Cassandra sorriu e, se eu já não a odiasse, poderia muito bem dizer que aquele era o típico sorriso de uma caçadora. Aquele que faria muitos homens perderem a cabeça, ou a fortuna. — E eu sou a... — Amanda! — John me interrompeu, mais uma vez. Essa situação já estava me deixando estressada. — Você já disse isso! — Rebateu a loira. John praguejou uma série de xingamentos. — É John Carter, você já falou a porra do meu nome! Então se você não quer me deixar contar, por favor, faça as honras! Passando as mãos pelo rosto e por seus cabelos, John suspirou. E, eu tinha certeza que ele buscava alguma maneira de sair de toda essa situação. Eu estava mais do que brava. Uma parte de mim — aquela que eu tentava abafar a todo custo, mas sem sucesso —, estava decepcionada. Se John mantinha um relacionamento com aquela mulher, a amante ali era eu. Seria difícil sair por cima numa situação dessas, ainda mais estando grávida do homem infiel. — Primeiro — John começou quando a loira coçou a
De 4,7 estrelas, a boate tinha só o bairro onde foi construída. Não foi preciso nem encarar o exterior do edifício por muito tempo para decidir que somente Kat tinha esse dom para descobrir lugares badalados e minimamente frequentáveis.— O senhor conhece o Strike's? — Perguntei ao motorista que me olhou como se tivesse crescido chifres na minha testa.— A casa de boliche? — Perguntou, mas eu podia sentir o julgamento em sua voz.Eu definitivamente não estava vestida para uma partida de boliche.— Essa mesmo.→★←Grande parte das lembranças felizes de minha adolescência eu adquiri no Strike's, e apesar da mulher brigando com o marido por ter me olhado por mais de meio segundo, as batatas fritas muchas em minha mesa ou os dois adolescentes em um amasso nojentamente molhado atrás de mim, eu ainda me sinto como se pertencesse a este local.