EVEO olhar dele era profundo, mas eu não tinha a consciência pesada. Não naquele caso! — Eu entendo, senhor. Eu realmente não conheço aquela pessoa. O policial me dispensou e pediu que eu fizesse um exame de corpo de delito, por conta das marcas no meu corpo. Quando fui liberada, Archer estava esperando por mim. Olhei em volta. — Miron já se foi. Ele foi ajudar Shannon. Eu pedi que o carro viesse nos buscar. Passaremos lá apenas para pegar Rose e vamos pra casa, tudo bem? Eu assenti e o segui para fora. Archer colocou a mão no meu ombro e esfregou a minha pele do braço, como se me confortasse.Um carro nos esperava e o mesmo motorista de antes, Jimmy, se não me engano, estava ali. Ele abriu a porta para nós. Eu entrei primeiro. Archer segurou a minha mão o caminho todo e, eventualmente, me olhava e sorria. Ele não perguntou nada, o que me fez ser grata. Eu não queria falar mais sobre aquilo, porque todas as vezes, eu lembrava daquele homem em cima de mim, o que me fazia lembrar
AUTORArcher estava com dificuldades para dormir. Ele se sentou na cama e pegou a garrafa que mantinha ali, mas estava vazia. Ele teria que buscar água no andar de baixo. Ele desceu e percebeu, antes de chegar ao último degrau, que a cozinha estava com as luzes acessas. “Deve ser a Eve,” ele pensou e caminhou até lá. Por mais que ele tivesse sido quem emprestou e escolheu as roupas dela, Archer não esperava a visão de Eve vestida na blusa dele, que cobria a cueca que ela também vestia. “E se ela estiver sem?”Sem notar, ele passou a mão pela frente das próprias calças, e sim, ele estava desperto. Eve parecia que tinha acabado de levantar da cama dele, não que ele já tenha emprestado roupa dele para qualquer mulher. E nem as levava ali. Ele se aproximou de Eve e, quando ela se virou e deu de encontro com ele, os braços de Archer a abarcaram, puxando-a para ele. Eve levantou os olhos, que agora estavam com os óculos e não mais com as lentes, e ele se sentiu entrando num vórtex de des
ARCHEREu precisava controlar a minha vontade de segurar Eve, levá-la pro quarto e devorá-la. Só de lembrar dela com as minhas roupas… — Archer… Pisquei, como se estivesse brincando, ou flertando — que era o que eu estava fazendo — e comecei a cuidar das coisas. Não pretendia perder mais tempo do que o necessário. Por mais que eu estivesse louco pra passar mais tempo com Eve e, devo admitir, com Rose, eu tinha trabalho a fazer. Infelizmente, mesmo em casa, era difícil eu realmente tirar um dia totalmente longe do serviço. Eve não demorou a arrumar as coisas dela, que não eram muitas, e as de Rose. Essas sim ocupavam a maior parte do espaço que tínhamos disponível. — Tudo certo? — Perguntei, dando uma última olhada. — Tudo. — Eve respondeu e deu um beijo na cabeça de Rose. Descemos pelo elevador e fomos para casa. Maryah era uma excelente cozinheira e, quando chegamos, a mesa estava posta. Assim que nos sentamos, Eve deu uma olhadela na direção de Maryah. Pareceu pensativa. Volto
AUTORAssim que eles estavam do lado de fora, ele a levou para o quarto ao lado, o dele, e a prendeu contra a parede, enfiando uma mão nos cabelos de Eve e beijando-a. Não foi um beijo voraz, pois Archer não queria ser muito selvagem — ainda — e a outra mão ele entrelaçou com os dedos dela, colando na parede. Eve correspondeu, a respiração acelerada, bem como os batimentos cardíacos. Ela não tinha namorado ninguém, e, felizmente, o beijo que recebeu dele não foi como aquele, mas algo violento e doloroso. Archer, que estava se segurando há muito, desejando provar os lábios de Eve, parecia que ia explodir. O beijo do noivado não tinha sido nada, afinal, ele mal a tocou. Mas ali, naquele momento, era como se ele pudesse se conectar com Eve. Archer nunca tinha beijado daquele jeito. — Desculpa. — Archer disse baixinho e lambeu os lábios de Eve. — Prometo nunca mais furar a fila na sua frente. A risada rouca dele fez Eve relaxar, ao mesmo tempo que sentia urgência em ter os lábios dele
LENNONArcher era meu amigo de infância, aquele cara que eu considerava como um irmão, mas francamente, às vezes eu queria dar uns socos nele, como naquele exato momento. Eu o cutuquei, mas ele apenas resmungou e continuou “dormindo”. — Mas que cretino!Se ele não podia ajudar, então eu ia fazer a minha parte como futuro padrinho daquela neném deliciosinha, coisinha fofa do titio, Rose. Eu gostava muito de crianças, especialmente porque não eram minhas. No momento em que choravam, era só entregar aos pais. Uma maravilha. Não é que eu não quisesse ter filhos, mas aquele não era o momento, não até eu encontrar a mulher certa pra mim. Saí dali em direção ao hospital que Eve informou ter levado a pequena Rose. Quando cheguei lá, ela parecia estar roendo as unhas.— Como está a Rose? Cadê ela? — Eu perguntei. Eve parecia ter chorado, porque os olhos dela estavam inchados. Eu teria uma bela conversa com o Archer! — Ela teve febre e… — Eve fungou. — O médico disse que é por conta dos den
ARCHERMe largou? Do que o Lennon tava falando? — Que besteira você tá falando? Eve não me largaria! E levou Rose com ela? Desliguei o telefone, sem esperar resposta de Lennon, e comecei a vasculhar o guarda-roupas. Ao que parecia, ela tinha levado a bolsa da pequena, a dela e era isso. Bom, eu não sabia onde ela guardava, mas estava com os documentos de Rose, porque eu não os encontrei em lugar nenhum. Eu tinha cópia no cofre, mas os originais. Um medo passou pela minha espinha. Eu praticamente tinha dado a menina a ela, quando disse que nos divorciaríamos, eventualmente, e ela continuaria com o papel dela de babá, ainda que para o mundo, ela fosse a mãe de Rose. Mesmo com a dor de cabeça lancinante, eu corri para o meu quarto, me enfiei debaixo do chuveiro e me troquei rapidamente. Tempo recorde, com certeza. Depois de tomar remédio, pegar minha carteira, celular e chave do carro, desci para a garagem e liguei para Shannon. O celular era conectado no carro. — Shannon, a Eve le
AUTOREve respirou fundo. Ela sabia que Archer ficaria chateado, mas não tanto quanto ele ficou. “Deve ter pensado que eu não o queria.” Mas aquilo estava longe da verdade. Eve sentiu desejo por ele, no entanto, ela não conseguia se livrar daquelas lembranças e sensações do passado. Agora, o homem pelo qual ela vinha lutando para não ter sentimentos por, além de talvez amizade, queria saber o que aconteceu, porque ela o estapeou quando ele estava apenas beijando-a. Beijo que ela correspondeu. Ele não a forçou a nada. — Archer… — Eve fechou os olhos e ele notou que aquilo parecia difícil. Archer beijou a mão de Eve e ela abriu os olhos, mirando-o. — Eu não quero te forçar a nada, só que a gente… — Ele olhou em volta e suspirou. — Estávamos fazendo algo e você… Eu não sei, parece que eu tava fazendo algo errado com você. — Você não fez algo errado. O problema tá comigo. Eu que tenho que te pedir desculpas pelo tapa. — Ela sorriu fraco e Archer se sentou ao lado de Eve. — Não tô pe
EVEAquela mesma mulher da festa… Chloe, isso! Chloe Reeves! Ela me olhou de cima a baixo, como se pudesse me esmagar ali mesmo. — Por acaso veio ver se já engravidou de novo? — Ela perguntou e eu olhei ao redor, já que estava na sessão dos absorventes, onde os testes de gravidez também se encontravam. — Claro, agora, a segunda criança não vai nascer bastarda, não é? Ela tinha acabado de chamar Rose de bastarda? Ah, mas isso eu não ia permitir! Ela podia me xingar, mas com Rose, as coisas eram diferentes. — E onde que isso é da sua conta? — Eu perguntei e peguei um teste de gravidez. — Archer é meu noivo, e nossa filha não é bastarda! — Não? — Ela soltou uma risadinha desdenhosa, o que atraiu a atenção de algumas pessoas ali. Eu odiava aquele tipo de situação. — Como não? Você, só Deus sabe como, conseguiu se enfiar na cama de um homem rico, engravidou dele e, depois, sabe-se lá quais artifícios usou para obrigá-lo a casar com você! E antes de você aparecer, que eu me lembre, ele