Gostam de ouvir outros personagens, que não só os principais?
ARCHERMe largou? Do que o Lennon tava falando? — Que besteira você tá falando? Eve não me largaria! E levou Rose com ela? Desliguei o telefone, sem esperar resposta de Lennon, e comecei a vasculhar o guarda-roupas. Ao que parecia, ela tinha levado a bolsa da pequena, a dela e era isso. Bom, eu não sabia onde ela guardava, mas estava com os documentos de Rose, porque eu não os encontrei em lugar nenhum. Eu tinha cópia no cofre, mas os originais. Um medo passou pela minha espinha. Eu praticamente tinha dado a menina a ela, quando disse que nos divorciaríamos, eventualmente, e ela continuaria com o papel dela de babá, ainda que para o mundo, ela fosse a mãe de Rose. Mesmo com a dor de cabeça lancinante, eu corri para o meu quarto, me enfiei debaixo do chuveiro e me troquei rapidamente. Tempo recorde, com certeza. Depois de tomar remédio, pegar minha carteira, celular e chave do carro, desci para a garagem e liguei para Shannon. O celular era conectado no carro. — Shannon, a Eve le
AUTOREve respirou fundo. Ela sabia que Archer ficaria chateado, mas não tanto quanto ele ficou. “Deve ter pensado que eu não o queria.” Mas aquilo estava longe da verdade. Eve sentiu desejo por ele, no entanto, ela não conseguia se livrar daquelas lembranças e sensações do passado. Agora, o homem pelo qual ela vinha lutando para não ter sentimentos por, além de talvez amizade, queria saber o que aconteceu, porque ela o estapeou quando ele estava apenas beijando-a. Beijo que ela correspondeu. Ele não a forçou a nada. — Archer… — Eve fechou os olhos e ele notou que aquilo parecia difícil. Archer beijou a mão de Eve e ela abriu os olhos, mirando-o. — Eu não quero te forçar a nada, só que a gente… — Ele olhou em volta e suspirou. — Estávamos fazendo algo e você… Eu não sei, parece que eu tava fazendo algo errado com você. — Você não fez algo errado. O problema tá comigo. Eu que tenho que te pedir desculpas pelo tapa. — Ela sorriu fraco e Archer se sentou ao lado de Eve. — Não tô pe
EVEAquela mesma mulher da festa… Chloe, isso! Chloe Reeves! Ela me olhou de cima a baixo, como se pudesse me esmagar ali mesmo. — Por acaso veio ver se já engravidou de novo? — Ela perguntou e eu olhei ao redor, já que estava na sessão dos absorventes, onde os testes de gravidez também se encontravam. — Claro, agora, a segunda criança não vai nascer bastarda, não é? Ela tinha acabado de chamar Rose de bastarda? Ah, mas isso eu não ia permitir! Ela podia me xingar, mas com Rose, as coisas eram diferentes. — E onde que isso é da sua conta? — Eu perguntei e peguei um teste de gravidez. — Archer é meu noivo, e nossa filha não é bastarda! — Não? — Ela soltou uma risadinha desdenhosa, o que atraiu a atenção de algumas pessoas ali. Eu odiava aquele tipo de situação. — Como não? Você, só Deus sabe como, conseguiu se enfiar na cama de um homem rico, engravidou dele e, depois, sabe-se lá quais artifícios usou para obrigá-lo a casar com você! E antes de você aparecer, que eu me lembre, ele
ARCHEREu fiquei muito fulo quando Chloe Reeves tentou humilhar Eve! E aquele gerente… Bom, ele que começasse a procurar outro emprego, porque eu conhecia o dono daquele estabelecimento e foi bem óbvio o quanto ele tomou as dores da Reeves porque pensou que ela era mais “importante”, ali. Porém, não foi só aquilo. Eu vi na sacola de Eve o teste de gravidez e, claro, eu sabia que comigo que ela não tinha transado. Respirei fundo e esperei chegarmos no carro, para perguntar. Eve me olhou, olhou para o teste e mordeu o lábio. — Eve? — Bom, eu queria pegar os absorventes! Só que aí aquela mulher horrível chegou e… — Eve suspirou. — Eu nem tinha visto que isso aí tava na cesta e que você pagou pelo teste. Me dê a nota fiscal e eu vou lá tentar trocar. Não vou negar, eu fiquei satisfeito em saber que ela não tava pensando que podia tá grávida. Isso significa que ela tinha alguém e… Se fosse pra ela ter alguém, que essa pessoa fosse eu! Calma aí… Eu não estava apaixonado por ela. Mas…
AUTORArcher se empertigou na cadeira ao ouvir aquilo. — O que quer falar sobre ela? Se for sobre eu ter sido babaca, eu já me resolvi com ela. E não vai se repetir, não precisa arrancar meu couro por isso. — Não é só isso… É sobre algo que você falou. E algo que eu li.— Que eu falei? E o que eu falei? Leu onde? O quê?Archer ouviu Lennon suspirando do outro lado da linha. — Você disse que não gostava dela, que vocês não eram um casal de verdade. — Archer apertou os lábios ao ouvir aquilo. Ele achou que fosse apenas uma lembrança errada de um homem bêbado, mas, pelo visto, não era. — E… por que no seu telefone ela está como “babá”?Silêncio por alguns segundos. Archer não sabia o que dizer, na verdade, ele ficou congelado quando ouviu aquilo. — Eu quero a verdade, Archer. Nem pense em fingir que a ligação caiu e me ligar só amanhã, depois de pensar numa mentira sólida! “Maldição!” Archer praguejou, pois era exatamente o que ele pretendia fazer. “Lennon me conhece bem demais!”—
AUTORNo caminho de volta, Archer não conseguia parar de pensar que ele podia ser a causa do trauma de Eve, e que ela o evitava por isso.— Mas… ela teria me reconhecido de início, não? — Ele mordeu a boca por dentro. — Ou ela sabe fingir… Se ela é uma mãe que quer ficar perto da filha. Será? Ele chegou ao apartamento e Eve o esperava. Rose estava dormindo e a moça olhava para as flores que tinha recebido, com um sorriso largo no rosto. — Archer! — Ela desceu da cadeira do balcão da cozinha quando ouviu a porta se abrindo, e lá estava ele, porém, o olhar abatido do homem a fez parar de andar. — Archer? Ele balançou a cabeça, como se saindo de pensamentos profundos e os olhos dele foram capturados pelo buquê de flores. Ele sorriu de leve. — Você gostou? — Archer perguntou, ainda com a voz um tanto distante. — Eu adorei! Mas… — Ela colocou o buquê em cima da mesa e se aproximou mais de Archer. — Aconteceu algo? Você não me parece muito bem. — Nada, coisas do trabalho. — Archer res
ARCHERSerá que a pergunta tinha sido muito estranha? Eve me olhou e, então, começou a rir. E eu ri junto, só que de nervoso. — Namorado? — Ela riu ainda mais alto. — Ah, por favor! Eu não tinha tempo e nem cabeça para cuidar do meu trabalho, iria namorar? Eve tinha levado aquilo como uma piada e eu admito que, de certa forma, gostei da resposta. — Nem um paquerinha? — Não. — Não acredito. — Como assim? Eu estou lhe dizendo! — Eve franziu a testa. — Uma garota bonita como você? Como não? Dessa vez, Eve sorriu, balançando a cabeça, como se negasse o que eu tinha dito. — Eu sou normal. Nem feia, nem bonita. E desinteressante. — Ela olhou para frente, para a paisagem. — Acho que vamos ter que trocar esses seus óculos, porque você só pode tá cega. Ela se virou para mim e eu podia ver que ela não parecia muito interessada em continuar a conversa. — São seus olhos. — Se eu pudesse, Eve, já teria consumado esse casamento antes de ele acontecer, várias vezes, incluindo aqui mesmo,
AUTOREve acordou no meio da noite, para cuidar de Rose, e então se lembrou de que tinha saído do quarto de Archer e não havia retornado. “Calma aí, e quem me cobriu?”, ela se perguntou, sem ter recordação de ter se levantado da cadeira. “Será que foi o Archer?” Ela mordeu a boca por dentro, pois lembrou de como eles ficaram, no quarto dele. Archer foi carinhoso, e ela, apesar de em alguns momentos sentir que o gatilho seria ativado, nunca aconteceu. Ela sorriu e foi pensando naquilo que ela adormeceu novamente. Pela manhã, tudo parecia ir como o novo normal para ela, com Maryah cuidando da casa e Eve, de Rose. Quando o relógio marcou meio-dia, Eve estava no carro, indo para a empresa de Archer. A construção era alta e muito bonita, com vidros azulados, espelhados. Ela e Rose entraram pelas grandes portas e foram para a recepção. Um homem, que Eve diria não estar muito interessado em atender ninguém, olhou para ela, para Rose, e torceu a boca. Ela sentiu falta da senhora do outr