A entrevista ocorreu sem muitos problemas e, claro, Rose estava no colo de Eve, recusando-se a ficar com qualquer outra pessoa. O entrevistador não recusou a fornecer a licença. — Eve, você pode ficar aqui até eu receber os papéis? Assim podemos ir ao Cartório ainda hoje. — Archer, podemos fazer isso amanhã. Ele balançou a cabeça. — Eu prefiro que seja hoje. — Ele se aproximou de Eve e tomou os lábios dela. — Não quero esperar. Então, uma sombra de dúvida passou pelos olhos dela. E se ela estava querendo esperar? E se Eve estivesse tendo segundos pensamentos a respeito daquilo? — Eve… Por acaso você mudou de ideia? — Ele perguntou e sentiu o peito ficando contrito. — Você não quer mais se casar comigo? Ele deu dois passos para trás e Eve segurou a mão dele. — Archer, do que você tá falando? Algo tinha passado pela cabeça dele, quando Rose foi abandonada: a mãe da criança não o quis. Os casos que ele conhecia era das mulheres dormirem com homens da posição dele e, depois de e
— Archer, seu cachorro! Como se atreve a casar sem a minha presença? — Lennon perguntou, extremamente magoado com o amigo. — Lennon, eu te disse que teria a entrevista hoje… — ele suspirou. — Eu não me aguentei. Quis oficializar logo. Mas você é o nosso padrinho, eu te disse. E vamos ter a festa, não se preocupe! — Ainda não acredito! Eu queria ter visto! — Deixa de choramingos! — Archer falou, mas dava para notar o tom levemente brincalhão. — Não tínhamos muito tempo… Cheguei faltando cinco minutos pra fechar. Se eu pedisse pra esperarem, acho que me atiraram escada abaixo. — Você tá me devendo. Fui excluído! — Lennon ainda não tinha esquecido que Archer escondeu o fato de ter uma filha, o que foi descoberto por ele por acaso. — Quando vai ser a festa? — Eu ainda não tenho uma data. — Shannon sabe? Archer remexeu a boca. A ligação estava em viva-voz. — Não…— Uma nova chamada apareceu. O celular já estava conectado ao carro. — Quer dizer, parece que agora ela sabe. Deixa eu ate
O restaurante era chique, mas não o suficiente para Eve se sentir completamente deslocada, apesar de alguns olhares tortos de algumas pessoas. Archer, percebendo isso, entrelaçou os dedos deles enquanto caminhavam pelo corredor do local, até chegarem a uma mesa mais distante, mais privada. — Archer, esse lugar é tão bonito! — Fico feliz que tenha gostado. Agora, tem outra coisa que você precisa avaliar. — Ela o olhou, sem entender. Então, ele sorriu de uma maneira que Eve achou lindo. — A comida! O maitre os atendeu e lhes entregou os cardápios. Os olhos de Eve quase saltaram quando ela olhou os preços, porém, ao levantar os olhos, viu que Archer não parecia nem um pouco incomodado. — Já escolheu? — Ele perguntou e ela negou, voltando a olhar para o menu. No fim, Eve optou por algo que ela conhecia, não quis arriscar. Muitos nomes ali eram complicados, para ela, e, mesmo com a descrição do prato, ela ficou em dúvida. “Vai que escolho algo que não goste? Daí vou ficar comendo co
Archer suspirou. Ele ainda tinha que colocar o nome de Eve na certidão de Rose. Agora que eles estavam casados, o processo já estava em andamento. E ele esperava que fosse finalizado o mais rápido possível. Para todos os efeitos, quem olhasse a certidão, pensaria que ela era filha biológica de Eve, e os dados internos não ficavam expostos a qualquer um. — Eve? — Ele a chamou, assim que chegou em casa. — Oi! — Eve estava com um pano de prato na mão, o avental e Rose na cadeirinha. — Maryah já foi. Mas eu mesma fiz o jantar. — Hmmm! — Ele beijou os lábios de Eve e, então, beijou a testa de Rose. — Ela já quer começar a andar, Archer. Quer dizer, tá ficando em pé, se segurando nas coisas. — Eve parecia de fato uma mão muito orgulhosa. — Não quero perder os primeiros passos dela. Acha que ela vai andar tipo… essa semana? — Eu não sei. Talvez. Como ele não tinha se preparado com antecedência, não pôde tirar um tempo de folga, pelo casamento, mas o faria na semana seguinte. Durante
— Acho que esse não é o tópico da entrevista. — Archer disse, passando o polegar pelo dorso da mão de Eve. Ela o olhou, com agradecimento, pois realmente, aquele era um assunto delicado e ela não queria falar na frente de tantas pessoas. David Thomas era um estranho. E por mais que ali estivessem algumas pessoas da produção, ela sabia muito bem que era uma transmissão ao vivo e outras estariam observando e ouvindo tudo. — Ah, é verdade! Quem sabe uma entrevista só com a bela dama, heim? — David falou e recebeu um olhar feio de Archer, mesmo que este ainda sorrisse simpático. — Falemos disso depois. Ele voltou a olhar para os papéis. — E agora, falemos sobre: o casamento. David sorriu para a câmera. — Acho que não é nenhum segredo que o senhor Galloway era, e com certeza ainda é, o sonho de muitas moças. — David olhou para Eve e então, para Archer. — Diga a verdade, senhor Galloway, o senhor não namorava com ninguém porque já tinha uma bela ao seu lado? Archer olhou para a câmera.
Na segunda-feira, Eve respirou fundo, antes de entrar na sala da psicóloga. Ela tinha esperado por quase uma hora, no pequeno sofá amarelo e olhando para a parede branca com um quadro solitário pendurado. Assim que entrou, Eve viu uma mulher rechonchuda, sorridente, com um coque no topo da cabeça e roupas elegantes de escritório. — Bom dia! — A mulher disse e Eve estendeu a mão para ela. — Bom dia, doutora! A mulher apertou a mão dela. — Everleigh Johnson, correto? — Eve assentiu. — Sou a doutora Grace Boone! Seja bem-vinda! Eve sentiu-se acolhida, sem ficar sufocada, com a mulher e a forma como ela tanto olhava como falava. — Sente-se, por favor! — A mulher pediu e apontou para os biscoitos em cima da mesa, dentro de um pote. — Fique à vontade! Tem alergia a algo? Eve negou com a cabeça e pegou o biscoito. Ao mordê-lo, ela fechou os olhos, sorridente. Quando olhou para frente, a psicóloga parecia relaxada na cadeira. — Hmm… — Eve entortou a boca, antes de morder os lábios. —
ATENÇÃO, O CAPÍTULO CONTÉM TEMAS QUE ALGUNS LEITORES PODEM ACHAR PERTURBADORES, COMO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Archer pediu que Eve ainda não fosse informada do que estava acontecendo, pois ela iria à consulta com a psicóloga e ele sabia que era importante. Depois, ele falaria com ela. Pessoalmente. — Senhor, não conseguimos localizar quem é a pessoa, mas ela está deixando vários comentários, afirmando que sabe que a senhora Galloway não é a mãe da filha de vocês. Archer fechou os olhos, com ódio, antes de encarar o responsável pelo setor de TI. — Essa pessoa quer nos arruinar! Ficar… espalhando essas mentiras! O problema é que os internautas podem acabar acreditando, e isso pode impactar a nossa empresa! Além de, claro, mexer com o emocional de Eve! Naquele momento, Archer era grato por Eve não ter redes sociais. Caso contrário, ela com certeza já teria visto aqueles rumores. “Rumores, não… Essa pessoa, será que realmente sabe quem é a mãe da Rose? Ou seria ela a própria?” Archer qu
ATENÇÃO, O CAPÍTULO CONTÉM TEMAS QUE ALGUNS LEITORES PODEM ACHAR PERTURBADORES.A porta se abriu e ela, que vivia em alerta, acordou, porém, não abriu os olhos de uma vez. O som da porta se fechando e passos se aproximando fizeram o coração de Eve se acelerar ainda mais. Ela sentiu alguém próximo. — Tão linda… — a voz de Cameron foi ouvida, mesmo que baixinha. — Não precisa fingir que tá dormindo, eu sei que você tá me ouvindo, Evezinha.Eve, ainda de olhos fechados, estava tremendo e logo sentiu um toque, suave, mas parecia que a queimava, no ombro, descendo pelo braço. Parando e tocando o seio dela. Eve não aguentou mais e deu um salto, encolhendo-se ainda mais. O quarto estava escuro, com apenas uma leve luz entrando por uma fresta da janela, mas como tinha acabado de abrir os olhos e ainda estava sem os óculos, Eve ainda não enxergava direito, porém, podia imaginar o sorriso malicioso de Cameron. — Não sei por que você se nega tanto. Podemos nos divertir e eu duvido que alguém