— Acho que esse não é o tópico da entrevista. — Archer disse, passando o polegar pelo dorso da mão de Eve. Ela o olhou, com agradecimento, pois realmente, aquele era um assunto delicado e ela não queria falar na frente de tantas pessoas. David Thomas era um estranho. E por mais que ali estivessem algumas pessoas da produção, ela sabia muito bem que era uma transmissão ao vivo e outras estariam observando e ouvindo tudo. — Ah, é verdade! Quem sabe uma entrevista só com a bela dama, heim? — David falou e recebeu um olhar feio de Archer, mesmo que este ainda sorrisse simpático. — Falemos disso depois. Ele voltou a olhar para os papéis. — E agora, falemos sobre: o casamento. David sorriu para a câmera. — Acho que não é nenhum segredo que o senhor Galloway era, e com certeza ainda é, o sonho de muitas moças. — David olhou para Eve e então, para Archer. — Diga a verdade, senhor Galloway, o senhor não namorava com ninguém porque já tinha uma bela ao seu lado? Archer olhou para a câmera.
Na segunda-feira, Eve respirou fundo, antes de entrar na sala da psicóloga. Ela tinha esperado por quase uma hora, no pequeno sofá amarelo e olhando para a parede branca com um quadro solitário pendurado. Assim que entrou, Eve viu uma mulher rechonchuda, sorridente, com um coque no topo da cabeça e roupas elegantes de escritório. — Bom dia! — A mulher disse e Eve estendeu a mão para ela. — Bom dia, doutora! A mulher apertou a mão dela. — Everleigh Johnson, correto? — Eve assentiu. — Sou a doutora Grace Boone! Seja bem-vinda! Eve sentiu-se acolhida, sem ficar sufocada, com a mulher e a forma como ela tanto olhava como falava. — Sente-se, por favor! — A mulher pediu e apontou para os biscoitos em cima da mesa, dentro de um pote. — Fique à vontade! Tem alergia a algo? Eve negou com a cabeça e pegou o biscoito. Ao mordê-lo, ela fechou os olhos, sorridente. Quando olhou para frente, a psicóloga parecia relaxada na cadeira. — Hmm… — Eve entortou a boca, antes de morder os lábios. —
ATENÇÃO, O CAPÍTULO CONTÉM TEMAS QUE ALGUNS LEITORES PODEM ACHAR PERTURBADORES, COMO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Archer pediu que Eve ainda não fosse informada do que estava acontecendo, pois ela iria à consulta com a psicóloga e ele sabia que era importante. Depois, ele falaria com ela. Pessoalmente. — Senhor, não conseguimos localizar quem é a pessoa, mas ela está deixando vários comentários, afirmando que sabe que a senhora Galloway não é a mãe da filha de vocês. Archer fechou os olhos, com ódio, antes de encarar o responsável pelo setor de TI. — Essa pessoa quer nos arruinar! Ficar… espalhando essas mentiras! O problema é que os internautas podem acabar acreditando, e isso pode impactar a nossa empresa! Além de, claro, mexer com o emocional de Eve! Naquele momento, Archer era grato por Eve não ter redes sociais. Caso contrário, ela com certeza já teria visto aqueles rumores. “Rumores, não… Essa pessoa, será que realmente sabe quem é a mãe da Rose? Ou seria ela a própria?” Archer qu
ATENÇÃO, O CAPÍTULO CONTÉM TEMAS QUE ALGUNS LEITORES PODEM ACHAR PERTURBADORES.A porta se abriu e ela, que vivia em alerta, acordou, porém, não abriu os olhos de uma vez. O som da porta se fechando e passos se aproximando fizeram o coração de Eve se acelerar ainda mais. Ela sentiu alguém próximo. — Tão linda… — a voz de Cameron foi ouvida, mesmo que baixinha. — Não precisa fingir que tá dormindo, eu sei que você tá me ouvindo, Evezinha.Eve, ainda de olhos fechados, estava tremendo e logo sentiu um toque, suave, mas parecia que a queimava, no ombro, descendo pelo braço. Parando e tocando o seio dela. Eve não aguentou mais e deu um salto, encolhendo-se ainda mais. O quarto estava escuro, com apenas uma leve luz entrando por uma fresta da janela, mas como tinha acabado de abrir os olhos e ainda estava sem os óculos, Eve ainda não enxergava direito, porém, podia imaginar o sorriso malicioso de Cameron. — Não sei por que você se nega tanto. Podemos nos divertir e eu duvido que alguém
— Senhor Galloway, qual a real relação da senhora Galloway com a sua filha? — É verdade que ela é apenas uma mãe substituta? — Quem é a mãe da pequena senhorita Galloway? Enquanto Eve estava a ponto de cair dura ali mesma, de tanto nervosismo, o rosto de Archer estava impassível. E assim ele continuou até que entrassem no apartamento. — Archer… — Vamos conversar sobre isso no quarto. — A voz dele saiu baixa, e Eve compreendeu que ele não queria discutir aquilo onde alguém pudesse ouvir, afinal, Maryah não sabia que Rose não era filha biológica da nova senhora Galloway. Rose estava brincando com Maryah e quando viu os dois, os olhos brilharam e ela soltou os brinquedos. A pequena se levantou, bateu palmas e Eve estendeu os braços para ela. Rose deu um passo incerto, mais outro, e foi ao chão. Archer, que antes estava convicto de que conseguiria ignorar a criança, sentiu o coração derreter e um orgulho imenso brotou no peito dele, quando pegou Rose do chão antes que Eve pudesse f
O homem tirou um papel da própria pasta, orgulhoso. — Aqui! Archer o olhou, surpreso. — Ainda é cedo, como conseguiu? O rosto de Fred ficou corado. — Eu conheço uma pessoa. Archer decidiu não perguntar mais. Parecia ser algo pessoal e ele não era tão inconveniente. — Tá bem. Agora, — ele puxou o celular do bolso e o apontou para o papel, após dar uma lida. — Hora do show. Após o pequeno storie feito por Archer, os internautas começaram a falar que a tal pessoa anonima queria apenas causar problemas. “— Algumas pessoas nem deveriam ter acesso a internet!”“— Que absurdo! Uma família tão bonita e vem essa invejosa causar problemas!” “— As pessoas perderam a noção!”Até o fim do dia, tudo foi se acalmando na empresa. Archer falou com uma e outra pessoa, recebeu até mesmo pedidos de desculpas — o que o deixou com a consciência levemente pesada. — E não descobriram quem é esse embuste? — Archer perguntou a Fred, que negou com um movimento rápido da cabeça. — Essa pessoa não é a
Eve apertou os lábios. Esse era o motivo da mulher estar “se achando” tanto. Ela era sobrinha de Yvonne LaRue! “Mas que falta de sorte!”, Eve pensou. “Não vou abaixar a cabeça!”— Sim. — Ela retirou um documento da pasta. — Sou aprendiz. Recebi o e-mail de aceite, fiz a minha matrícula. Aqui. O guarda olhou o papel, olhou para Deborah Harmon e confirmou com a cabeça de que a informação era verdadeira. — Humpf! — Deborah jogou os cabelos para trás. — Pois bem, deixe ela passar. Porque não vai durar! Eu quero ver se a minha tia vai permitir que uma encrenqueira seja aluna dela! — Não sou encrenqueira! — Como ousa discutir com ela? Não sabe o seu lugar? Eve abriu a boca para falar, mas outra pessoa chegou. — O que está acontecendo? — Uma mulher elegante, de cabelos grisalhos bem penteados em um coque elegante, roupas compridas e com bordados, mas que definitivamente não eram antiquadas. — Respondam! — Tia! — Deborah correu para Yvonne, fazendo biquinho. — Essa mulher estava sendo
Eve não perdia uma só aula e Yvonne estava mais do que satisfeita. “A garota tem talento!”A questão da não maternidade de Eve não foi mais mencionada e logo, caiu no esquecimento dos internautas. Ou da maioria deles, ao que parecia. Archer e ela estavam mais juntos e, naquela noite, eles dois sairiam para jantar. Ele pensou em buscá-la na aula, porém, ele sabia que ela iria querer se arrumar. Além de checar Rose, já que as duas estavam há horas separadas. Uma nova senhora, conhecida de Maryah, trabalharia na casa. Ela iria ajudar com as coisas da casa, e Maryah ficaria mais com Rose, que já estava andando e explorando a casa, como podia, e fazendo bagunça por onde passava. — Eve, querida, como estão indo os modelos? — Yvonne perguntou, aproximando-se da moça. — Acho que estão ficando satisfatórios. — Eve mordeu o lábio. Haveria uma competição e Yvonne, apesar de não estar sendo megera, era evidente como era competitiva e estava colocando suas apostas em Eve, claro. — Deixe-me d