AUTORAssim que eles estavam do lado de fora, ele a levou para o quarto ao lado, o dele, e a prendeu contra a parede, enfiando uma mão nos cabelos de Eve e beijando-a. Não foi um beijo voraz, pois Archer não queria ser muito selvagem — ainda — e a outra mão ele entrelaçou com os dedos dela, colando na parede. Eve correspondeu, a respiração acelerada, bem como os batimentos cardíacos. Ela não tinha namorado ninguém, e, felizmente, o beijo que recebeu dele não foi como aquele, mas algo violento e doloroso. Archer, que estava se segurando há muito, desejando provar os lábios de Eve, parecia que ia explodir. O beijo do noivado não tinha sido nada, afinal, ele mal a tocou. Mas ali, naquele momento, era como se ele pudesse se conectar com Eve. Archer nunca tinha beijado daquele jeito. — Desculpa. — Archer disse baixinho e lambeu os lábios de Eve. — Prometo nunca mais furar a fila na sua frente. A risada rouca dele fez Eve relaxar, ao mesmo tempo que sentia urgência em ter os lábios dele
LENNONArcher era meu amigo de infância, aquele cara que eu considerava como um irmão, mas francamente, às vezes eu queria dar uns socos nele, como naquele exato momento. Eu o cutuquei, mas ele apenas resmungou e continuou “dormindo”. — Mas que cretino!Se ele não podia ajudar, então eu ia fazer a minha parte como futuro padrinho daquela neném deliciosinha, coisinha fofa do titio, Rose. Eu gostava muito de crianças, especialmente porque não eram minhas. No momento em que choravam, era só entregar aos pais. Uma maravilha. Não é que eu não quisesse ter filhos, mas aquele não era o momento, não até eu encontrar a mulher certa pra mim. Saí dali em direção ao hospital que Eve informou ter levado a pequena Rose. Quando cheguei lá, ela parecia estar roendo as unhas.— Como está a Rose? Cadê ela? — Eu perguntei. Eve parecia ter chorado, porque os olhos dela estavam inchados. Eu teria uma bela conversa com o Archer! — Ela teve febre e… — Eve fungou. — O médico disse que é por conta dos den
ARCHERMe largou? Do que o Lennon tava falando? — Que besteira você tá falando? Eve não me largaria! E levou Rose com ela? Desliguei o telefone, sem esperar resposta de Lennon, e comecei a vasculhar o guarda-roupas. Ao que parecia, ela tinha levado a bolsa da pequena, a dela e era isso. Bom, eu não sabia onde ela guardava, mas estava com os documentos de Rose, porque eu não os encontrei em lugar nenhum. Eu tinha cópia no cofre, mas os originais. Um medo passou pela minha espinha. Eu praticamente tinha dado a menina a ela, quando disse que nos divorciaríamos, eventualmente, e ela continuaria com o papel dela de babá, ainda que para o mundo, ela fosse a mãe de Rose. Mesmo com a dor de cabeça lancinante, eu corri para o meu quarto, me enfiei debaixo do chuveiro e me troquei rapidamente. Tempo recorde, com certeza. Depois de tomar remédio, pegar minha carteira, celular e chave do carro, desci para a garagem e liguei para Shannon. O celular era conectado no carro. — Shannon, a Eve le
AUTOREve respirou fundo. Ela sabia que Archer ficaria chateado, mas não tanto quanto ele ficou. “Deve ter pensado que eu não o queria.” Mas aquilo estava longe da verdade. Eve sentiu desejo por ele, no entanto, ela não conseguia se livrar daquelas lembranças e sensações do passado. Agora, o homem pelo qual ela vinha lutando para não ter sentimentos por, além de talvez amizade, queria saber o que aconteceu, porque ela o estapeou quando ele estava apenas beijando-a. Beijo que ela correspondeu. Ele não a forçou a nada. — Archer… — Eve fechou os olhos e ele notou que aquilo parecia difícil. Archer beijou a mão de Eve e ela abriu os olhos, mirando-o. — Eu não quero te forçar a nada, só que a gente… — Ele olhou em volta e suspirou. — Estávamos fazendo algo e você… Eu não sei, parece que eu tava fazendo algo errado com você. — Você não fez algo errado. O problema tá comigo. Eu que tenho que te pedir desculpas pelo tapa. — Ela sorriu fraco e Archer se sentou ao lado de Eve. — Não tô pe
EVEAquela mesma mulher da festa… Chloe, isso! Chloe Reeves! Ela me olhou de cima a baixo, como se pudesse me esmagar ali mesmo. — Por acaso veio ver se já engravidou de novo? — Ela perguntou e eu olhei ao redor, já que estava na sessão dos absorventes, onde os testes de gravidez também se encontravam. — Claro, agora, a segunda criança não vai nascer bastarda, não é? Ela tinha acabado de chamar Rose de bastarda? Ah, mas isso eu não ia permitir! Ela podia me xingar, mas com Rose, as coisas eram diferentes. — E onde que isso é da sua conta? — Eu perguntei e peguei um teste de gravidez. — Archer é meu noivo, e nossa filha não é bastarda! — Não? — Ela soltou uma risadinha desdenhosa, o que atraiu a atenção de algumas pessoas ali. Eu odiava aquele tipo de situação. — Como não? Você, só Deus sabe como, conseguiu se enfiar na cama de um homem rico, engravidou dele e, depois, sabe-se lá quais artifícios usou para obrigá-lo a casar com você! E antes de você aparecer, que eu me lembre, ele
ARCHEREu fiquei muito fulo quando Chloe Reeves tentou humilhar Eve! E aquele gerente… Bom, ele que começasse a procurar outro emprego, porque eu conhecia o dono daquele estabelecimento e foi bem óbvio o quanto ele tomou as dores da Reeves porque pensou que ela era mais “importante”, ali. Porém, não foi só aquilo. Eu vi na sacola de Eve o teste de gravidez e, claro, eu sabia que comigo que ela não tinha transado. Respirei fundo e esperei chegarmos no carro, para perguntar. Eve me olhou, olhou para o teste e mordeu o lábio. — Eve? — Bom, eu queria pegar os absorventes! Só que aí aquela mulher horrível chegou e… — Eve suspirou. — Eu nem tinha visto que isso aí tava na cesta e que você pagou pelo teste. Me dê a nota fiscal e eu vou lá tentar trocar. Não vou negar, eu fiquei satisfeito em saber que ela não tava pensando que podia tá grávida. Isso significa que ela tinha alguém e… Se fosse pra ela ter alguém, que essa pessoa fosse eu! Calma aí… Eu não estava apaixonado por ela. Mas…
AUTORArcher se empertigou na cadeira ao ouvir aquilo. — O que quer falar sobre ela? Se for sobre eu ter sido babaca, eu já me resolvi com ela. E não vai se repetir, não precisa arrancar meu couro por isso. — Não é só isso… É sobre algo que você falou. E algo que eu li.— Que eu falei? E o que eu falei? Leu onde? O quê?Archer ouviu Lennon suspirando do outro lado da linha. — Você disse que não gostava dela, que vocês não eram um casal de verdade. — Archer apertou os lábios ao ouvir aquilo. Ele achou que fosse apenas uma lembrança errada de um homem bêbado, mas, pelo visto, não era. — E… por que no seu telefone ela está como “babá”?Silêncio por alguns segundos. Archer não sabia o que dizer, na verdade, ele ficou congelado quando ouviu aquilo. — Eu quero a verdade, Archer. Nem pense em fingir que a ligação caiu e me ligar só amanhã, depois de pensar numa mentira sólida! “Maldição!” Archer praguejou, pois era exatamente o que ele pretendia fazer. “Lennon me conhece bem demais!”—
AUTORNo caminho de volta, Archer não conseguia parar de pensar que ele podia ser a causa do trauma de Eve, e que ela o evitava por isso.— Mas… ela teria me reconhecido de início, não? — Ele mordeu a boca por dentro. — Ou ela sabe fingir… Se ela é uma mãe que quer ficar perto da filha. Será? Ele chegou ao apartamento e Eve o esperava. Rose estava dormindo e a moça olhava para as flores que tinha recebido, com um sorriso largo no rosto. — Archer! — Ela desceu da cadeira do balcão da cozinha quando ouviu a porta se abrindo, e lá estava ele, porém, o olhar abatido do homem a fez parar de andar. — Archer? Ele balançou a cabeça, como se saindo de pensamentos profundos e os olhos dele foram capturados pelo buquê de flores. Ele sorriu de leve. — Você gostou? — Archer perguntou, ainda com a voz um tanto distante. — Eu adorei! Mas… — Ela colocou o buquê em cima da mesa e se aproximou mais de Archer. — Aconteceu algo? Você não me parece muito bem. — Nada, coisas do trabalho. — Archer res