Capítulo 12 Don Alexei Kim Saí do quarto e fui procurar Nazar, meu consigliere. — Don... — Quero que contrate um psiquiatra para a minha esposa — solicitei, olhando diretamente para ele, enquanto percebia Anton no escritório, de pé em um canto, com seu típico olhar irônico. — Eu não disse que essas italianas são problemáticas? — Anton comentou, balançando a cabeça com desdém. Ignorei seu comentário no início, mas sabia que ele continuaria. Anton sempre provocava, querendo testar minha paciência. — E vai dormir com ela hoje? — ele perguntou, com um sorriso debochado. — Talvez assim ela se acalme, não acha? Garanta seu lugar. Meu sangue ferveu imediatamente. Virei-me rápido, encurtando a distância entre nós dois, encarando-o com frieza. — Cuidado com as suas palavras, Anton — murmurei, minha voz carregada de ameaça. — A maneira como você fala da “minha” esposa é o tipo de coisa que pode lhe custar caro — puxei a pistola, o fiz sentir na sua ba
Capítulo 13 Maria Luíza Duarte Eu dormi muito. A cama é muito confortável e espaçosa. A minha cabeça está bem melhor e... — Ah! — me assustei ao encostar em algo na cama e muito mais ao sentir um movimento muito rápido de um homem — O que faz aqui? — pergunto apavorada para Alexei que já está praticamente em pé e com a Udav 9 mm apontada pra mim e só um joelho na cama. — Blyat! Quer morrer, Maria Luíza? Seu paizinho não te contou que nunca... — veio mais perto com os joelhos na cama, com a arma apontada — Jamais, se deve acordar um mafioso dessa maneira? Ainda mais um Don, seu marido! — falou mais alto, me intimidando, com aquela Udav com detalhes em ouro reluzindo. — Não é meu marido ainda, seu pai também não te contou? Nem deveria estar aqui. Pelo que conheço das regras, a errada não sou eu — zombei, erguendo o rosto, mostrando alguma autoridade. Ele me encarando abaixou a arma. Alexei tem um cabelo loiro e liso, estava bagunçado e como aquele demônio fica li
CAPÍTULO 14 Maria Luíza Com cada passo em direção ao altar, o meu coração parecia perder o compasso. Sentia uma pressão crescente, mas não podia fraquejar. Eu era parte da máfia Strondda, conhecida por sua força e domínio. Não seria eu a envergonhar a minha família agora. Quando os meus olhos finalmente encontraram o noivo, ele estava de pé, ao lado do altar. Alexei não olhava na minha direção, como se a cerimônia não passasse de uma obrigação enfadonha. Parecia mais preocupado com outra coisa, perdido em pensamentos, talvez na memória de sua falecida esposa, aquela que ele realmente amava. Finalmente, cheguei ao altar. Ele se aproximou de mim e estendeu a mão sem sequer me olhar diretamente. Apertei a sua mão com a formalidade devida, e assim que meu pai me soltou, senti um arrepio percorrer meu corpo ao toque frio de Alexei. — Espero que tenha lido o contrato... — sussurrou ele, com um tom seco. Franzi o cenho, tentando lembrar de qual contrato ele falava, at
CAPÍTULO 15 Alexei Casamentos. Uma das mais irritantes invenções da humanidade. Toda essa encenação, as palavras decoradas, os sorrisos falsos dos convidados. Um verdadeiro desperdício de tempo, mas necessário. Era o preço que pagávamos pelo poder e pela paz. Não perdi tempo em olhar diretamente para Maria Luíza. Para quê? Ela já sabia que isso era um acordo, uma obrigação para manter nossas famílias no topo. Quando Don Antony começou seu discurso, meu corpo parecia adormecer em pé. Toda essa formalidade, esse teatro para os convidados e aliados. Era cansativo. Poderíamos ter selado o acordo com uma simples assinatura, sem toda essa festa. Mas, claro, as famílias precisavam ver o show. E Maxim, meu pai, sempre gostou de impressionar. Depois que meu pai fez seu brinde final, a verdadeira tortura começou: cumprimentar os convidados. Cada um deles vinha com sorrisos estampados, oferecendo seus presentes luxuosos como se estivessem entregando partes de um reino. Um
CAPÍTULO 16 Maria Luíza Fiquei louca da vida quando o idiota do Anton resolveu "me roubar" e me carregar para fora do salão como parte daquela estúpida tradição russa que conheço. Eu já o detestava pelo que fez com a Duda, e sabia que seria a oportunidade perfeita para mostrar que ninguém me controlava. Ele me soltou no chão assim que chegamos ao jardim, rindo como se tudo aquilo fosse uma grande brincadeira. Vi Alexei na porta, com seus homens e arma em punho, se eu demorasse não daria tempo de acabar com esse idiota. Anton riu tentando esconder o dente que faltava que Maicon quebrou, mas ainda olhando para mim com aquele ar de superioridade. — Agora, é só esperar o noivo vir te resgatar. Até lá, aproveite a vista. — veio bem perto. Eu fiquei em silêncio por um momento, endireitando o vestido enquanto sentia meus pés tocarem o chão firme. A raiva borbulhava dentro de mim, mas eu não deixaria transparecer. Ele achava que eu era uma coitada? Desequilibrada? A
Capítulo 17 Don Alexei Kim Observei Maria Luíza enquanto ela voltava ao seu lugar, o vestido branco impecável, o sorriso confiante nos lábios. A maneira como ela lidou com Anton, como o desarmou e humilhou na frente de todos, era algo que, internamente, me impressionava profundamente. Ela se movia com uma graça mortal, a frieza em seus olhos desmentindo o calor que algumas vezes eu já havia visto quando estávamos a sós. Mas não era hora de demonstrar o que realmente pensava. Manter a feição era crucial, especialmente diante dos meus homens e da sociedade russa. Anton era um idiota, mas tem quem goste dele aqui. O que Maria fez foi necessário, porém, eu não poderia mostrar que aplaudia isso abertamente, não agora. Um sorriso discreto foi tudo o que permiti enquanto olhava para ele, ainda no chão, sem forças nem para se levantar. Ele aprenderia com essa humilhação... ou acabaria como tantos outros que desafiaram o poder errado. Enquanto os convidados começavam a retom
Capítulo 18 Maria Luíza O som de risadas e conversas preenchia o ar da grande mesa, onde todos estavam reunidos para comer. Eu segurava Sofia, filha de Alexei, nos braços. Ela estava mais calma do que eu poderia imaginar, e sorria enquanto brincava com meus dedos. Um sentimento estranho me invadiu. Não era exatamente familiar, mas havia algo reconfortante em segurar a pequena assim. Parecia natural, e isso, por mais estranho que fosse, me deixava em paz. Minha mãe, Larissa, estava sentada ao meu lado, sempre alerta, observando cada detalhe. Ela olhava para Sofia com uma preocupação evidente. — Filha... se ela começar a chorar, o que vai fazer, Malu? — perguntou em voz baixa, mas o suficiente para que todos na mesa ouvissem. Senti o olhar de todos se voltarem para mim. Meu pai, sentado ao lado da minha mãe, ajeitou o guardanapo no colo, uma expressão de curiosidade e preocupação cruzando seu rosto. Ele nunca foi muito de intervir, mas estava sempre presente, silencioso e atent
Capítulo 19 Maria Luíza Duarte — Não, não pode ser. Vá embora, eu não quero você aqui! — ele tentou segurar meus braços, mas dessa vez eu estava vacinada, não conseguiu me encostar. — Você deve odiar esse cara. Comigo aqui, as coisas podem ficar mais divertidas, você não acha? — tentou me encostar novamente, o empurrei. — Você é louco? Deveria ter dito que me odeia para o Don, porque eu também te odeio, e não é mentira! Sei lá, falasse qualquer coisa pra não vir. Por que não disse que sua noiva teria um filho? Que droga, Marco — ele veio pra cima de mim e fui andando de costas, olhando para os lados, com medo de alguém nos ver, encostei na parede do corredor. — Não, eu tenho desejo por você, é diferente. Você não quis dar pra mim quando tivemos oportunidade, eu não consegui ficar na seca, mas isso não significa que eu não continue te desejando. — Meti um tapa na cara dele que estalou fazendo eco pelo corredor. — Cínico! Você vai morrer, Marco. Alexei é o próprio de