Capítulo 124 Don Alexei Kim O motor do carro rugia enquanto eu dirigia como um louco pela estrada. A cada curva, meu coração batia mais forte. O medo e a fúria se misturavam como um coquetel explosivo. Fred continuava a me guiar pelo rádio, mas cada segundo parecia uma eternidade. — Mais dois quilômetros à frente, Don! Siga pela direita no cruzamento. — Fred falava rapidamente. — Entendido. Espero que você esteja certo, Fred, ou juro que vou acabar com quem cruzar meu caminho! Apertei ainda mais o volante, meus olhos focados na estrada, enquanto passava por cima de cones de trânsito e quase atropelava um motorista desavisado. — Don, o sinal... — Fred hesitou do outro lado da linha. — Que se foda se está fechado, vou atravessar. — Não Don, ele falou de outro sinal. — Yuri comentou e meu desespero aumentou. — Quê? — Está fraco, o sinal. Estou tentando rastrear, mas parece que eles estão usando algum bloqueador de sinal. — COMO ASSIM? — Gritei no rádio. — VOCÊ DIS
Capítulo 125 Don Alexei Kim O motor do carro ressoava alto enquanto estacionávamos a algumas quadras do prédio informado. Minhas mãos ainda tremiam de raiva, mas eu precisava manter o foco. Malu e Sofia estavam em algum lugar, e nada nem ninguém iria me impedir de encontrá-las. Virei para Yuri enquanto ajustava meu relógio. — Vamos entrar devagar. Não quero barulho até termos certeza. Fred continua monitorando, e eu lidero a operação. Se alguém for pego de surpresa, resolva. Entendido? Yuri e os outros homens acenaram afirmativamente, todos armados e preparados. Saímos dos carros e caminhamos pelas ruas estreitas e mal iluminadas, os sons de Moscou abafados pela tensão no ar. O prédio indicado estava à nossa frente. Era um bloco antigo, com janelas sujas e paredes descascadas, perfeito para esconder gente suja. — Dois na retaguarda, dois na entrada. Quero tudo coberto. Yuri, comigo. Entramos silenciosamente no saguão. O lugar cheirava a mofo. Lá no fundo, um
Capítulo 126Don Alexei KimEu nunca fui homem de rezar, mas enquanto nosso carro avançava pelas ruas de Moscou, com Malu desfalecida nos meus braços e Sofia agarrada ao peito de um dos meus homens, eu me peguei sussurrando orações para qualquer poder superior que quisesse ouvir.Yuri dirigia como um louco, passando por sinais vermelhos e desviando de outros veículos sem a menor hesitação. Cada segundo que passava parecia uma eternidade. O som do motor rugindo ecoava como uma contagem regressiva para o pior.— Don, estamos quase lá — Yuri disse, olhando rapidamente pelo retrovisor.Malu estava pálida, sua respiração fraca. Sofia soluçava baixinho, seu pequeno corpo tremendo. Meu coração estava em pedaços, mas minha mente permanecia afiada.— Acelere, Yuri. Não quero ouvir desculpas, só quero que cheguemos a tempo.— Sim, Don. — Ele apertou ainda mais o pé no acelerador, e o carro praticamente voou pelas ruas.— Vem com o papai, princesa... — segurei a Sofia para que se acalmasse, enqu
Capítulo 1 Maria Luíza Duarte Desci as escadas de casa correndo, com um sorriso no rosto e um envelope na mão. Eu queria surpreender o Marco, contar sobre o laudo médico e como os resultados foram bons. A porta de Marco estava apenas encostada. Coloquei a mão na maçaneta e a abri devagar. Meu coração acelerou imediatamente. — Marco? — Uma dor aguda atravessou meu peito. Marco estava ali... completamente nu, sobre outra mulher, que gemia enquanto se agarrava ao pescoço dele. No mesmo sofá onde eu estive ontem, onde ele tentou me tocar, mesmo sabendo que era um dos soldados do meu pai, e eu poderia ser exilada por isso. A cena ficou gravada em minha mente. Ele parecia tão satisfeito com ela. Ouvi seus gemidos de prazer quando ele se afundou entre suas pernas, e aquilo queimou dentro de mim. Amassei o envelope na mão e joguei com força em Marco, e ele se levantou num salto, surpreso. — MALU? CO... COMO VEIO PARAR AQUI? — gritou, ainda nu, enquanto avançava na minha dire
Capítulo 2 Maria Luíza Duarte — Vou enviar a passagem de avião amanhã pra você mais tarde, porque preciso voltar hoje pra Rússia. A frase de Alexei apareceu na minha mente. — Amanhã? — sussurrei, tremendo inteira, e caminhei em direção ao meu destino. Fui para os fundos da propriedade do meu pai e tirei apenas os sapatos, antes de pular no lago, que de acordo com meu tratamento, era uma das coisas que poderia aplacar um pouco da minha agonia, agora. Me sinto confortável, me sinto calma. De repente, mãos fortes me puxaram com tudo da água assim que atravessei o lago, e senti meu corpo arranhar na terra. — Que porra, mulher! Eu nem havia ido embora e você se jogou na água como uma qualquer? Saia daqui imediatamente! Se um dos meus homens te ver com essa roupa grudada no corpo, arcará com as consequências! — era Alexei, estava furioso. “Ele não foi embora?“ Minha respiração começou a falhar, rápida e curta. O coração descompassado batia tão forte que parecia querer ra
CAPÍTULO 3 Maria Luíza Duarte Ao chegar no quarto, fui amparada pela minha mãe e levada até o chuveiro do banheiro. Esse é o lugar que normalmente passo horas. A água escorria pelo meu corpo. O calor do abraço da minha mãe misturado com a textura da água, era o único conforto naquele momento, amenizando a minha angústia e o meu desespero. Muitas coisas aconteceram de uma vez só, estava difícil de assimilar. Ela sabia que palavras não trariam solução, e isso que nem imagina que também fui enganada por Marco, mas sua presença sempre conseguiu amenizar as tempestades dentro de mim. Ficamos ali, abraçadas e vestidas, até que as lágrimas secaram e meu coração encontrou um ritmo mais calmo. — Você é forte, filha — minha mãe disse suavemente, passando a mão pelos meus cabelos. — Só quero que saiba disso. Eu sabia que precisava ser forte. A vida inteira fui preparada para os acordos que moldavam nossa família, e embora soubesse que não teria como escapar do des
CAPÍTULO 4 Maria Luíza Duarte Meu coração batia descompassado, como se fosse saltar do peito. O avião balançava cada vez mais, os gritos ecoavam por todos os lados, e a minha visão começou a embaçar. As luzes piscavam descontroladas, e a única coisa que conseguia sentir era o medo crescendo dentro de mim. “Eu não posso morrer aqui... Não agora.” — DROGA, ALEXEI! EU MENTI, NÃO QUERO MORRER, EU ME CASO COM VOCÊ! — Gritei com o choque, segurando firme na poltrona. Tentei respirar fundo, mas meus pulmões pareciam não obedecer. O pânico subiu à minha garganta, as mãos tremiam, e eu me vi sem controle sobre o que acontecia ao meu redor. As paredes da cabine pareciam se fechar, e minha visão começou a escurecer. A crise de ansiedade estava voltando a dar sinais... senti a dor no peito, a falta de ar, o pânico, aquela sensação de que estou infartando, uma angústia muito forte... caramba! Um homem alto, de jaleco branco, se aproximou rapidamente de mim. Ele se ajoelhou ao
CAPÍTULO 5 Don Alexei Kim — Don Alexei... desculpe interromper, mas perdemos o sinal do avião que traria sua noiva — paro de contar as armas no mesmo instante, olhando para meu soldado parado na porta. — Porra! Por que diabos perdemos o sinal do avião? Você não disse que estava tudo certo? Acabei de falar com Maria Luíza, merda! — joguei a última pistola na caixa, fechando com raiva. Em seguida, peguei meu celular para ligar pra ela. — Nenhum dos nossos homens estão atendendo, Don. Eu estou tentando ligar, mas não estou conseguindo, nem mesmo o médico atende — olhei com raiva para o soldado com vontade de explodir sua cabeça, e comecei a xingar no telefone: — Atende, porra! Pra perturbar me ligou agora mesmo, caralho! — a ligação nem chamava, estava desligado. “Você não vai escapar de mim, Maria Luíza, não vai!“ — Devemos mandar uma equipe pra Roma, Don? — respiro fundo. — Já localizaram o avião? — Deu algum problema no localizador, não fazemos ideia de onde