Capítulo 132 Don Alexei Kim Havia algo em Maria Luíza que me deixava louco. Sempre houve, desde o primeiro dia em que a vi. Mas agora, grávida de nossos gêmeos, ela tinha uma aura que era quase impossível de descrever. Ela estava diferente. Não apenas mais bonita – isso ela sempre foi –, estava poderosa. Intocável. Sensual demais. Como se carregasse em si o peso do mundo, e ainda assim, sorrisse como se fosse leve. Quando a deitei na cama, seus olhos me encararam com aquele brilho que só ela tinha. Era ao mesmo tempo suave e desafiante, uma mistura que me consumia por inteiro. Me ajoelhei ao seu lado, deslizando a palma da mão por sua barriga, sentindo o leve movimento dos nossos filhos. — Você não tem ideia do quanto está linda assim, Malu. — Minha voz saiu mais rouca do que eu pretendia. Ela sorriu, aquele som suave que parecia entrar direto no meu sangue, acelerando tudo em mim. — É só a gravidez, Alexei. Não precisa exagerar. Eu estreitei os olhos, inclinando-
Capítulo 133 Maria Luíza Duarte Acordei antes de Alexei, diferente de como era o costume. A luz suave do dia começava a entrar pela janela, e eu fiquei por um momento apenas observando-o. Ele estava ali, sereno, ainda imerso no sono, com a respiração tranquila e a expressão relaxada. Algo nele, naquele instante, parecia diferente. Eu estava tão acostumada à rotina intensa da nossa vida, sempre correndo de um lado para o outro, sempre com alguma missão em mente, que o fato de ele ainda estar dormindo me pegou de surpresa. Normalmente, ele já estaria levantando, pronto para enfrentar o dia com a sua energia habitual. Mas hoje não. Hoje, ele estava ali, ao meu lado, no nosso refúgio. Eu não sabia dizer por que, mas a presença dele, mesmo enquanto dormia, me fazia sentir uma calma rara. Uma sensação boa, de que podíamos simplesmente parar, respirar e estar juntos. Eu ainda tocava levemente a barriga, sentindo os gêmeos se mexendo. Era algo que me fazia sorrir discretamente,
Capítulo 134 Maria Luíza Duarte — O que foi isso? — Alexei perguntou, preocupado. — Ela se assustou, esse soldado nunca entra aqui, Don. — Neide explicou, algo que eu já sabia. Fui até a pequena e a chamei para o meu colo, ela veio imediatamente. — Minha lindinha, aquele é um soldado do papai. Ele veio para cuidar da casa, cuidar da gente. Não precisa ter medo dele. Dá tchau para o soldado. Alexei olhou para o soldado e pigarreou. De sério foi engraçado que o homem forçou um sorriso esquisito, e mais engraçado foi uma risada alta que ouvi, quase me assustando da Ivete. — Oh Jesus! Assim você assusta mais a criança, homem. Dá um sorriso descente, é a filha do Don, caramba. — Era Ivete que vinha enxugando as mãos num avental da cozinha. O bom foi que Sofia adora a Ivete e sorriu com a risada dela. O soldado acenou tentando parecer mais simpático e a Sofia olhou para minha mão dando tchau, e devagar mexeu a mãozinha meio torta, fazendo parecido comigo. Emb
Capítulo 135 Maria Luíza Duarte O sol brilhava alto, espalhando uma luz dourada sobre o jardim. O ar fresco e perfumado das flores se misturava com o som suave dos risos, criando uma atmosfera de paz que eu não via há muito tempo. Estávamos todos ali, sentados sobre a grama verde, e a sensação de felicidade parecia preencher cada canto daquele espaço. Dona Olga estava ao meu lado, com Sofia sentada no seu colo. A pequena adorava estar perto da avó, que, apesar das dificuldades passadas, agora exibia um sorriso sereno. Alexei estava deitado de costas, com os braços atrás da cabeça, olhando para o céu azul. Nem parece o mesmo homem que tinha medo de se sujar no chão. Sua presença ali, ao meu lado, fazia tudo parecer mais seguro, mais tranquilo. Eu me sentia completa, com a sensação de que finalmente estávamos, todos nós, encontrando o equilíbrio. Sofia, com seus olhos grandes e curiosos, estava encantada com o movimento dos pássaros no céu. Ela falava palavras desc
Capítulo 136 Anastasia Kim (Antes do casamento) Eu só reclamei que não queria casar com meu noivo Yuri, mas ao invés de me apoiar, ele me prensou nessa parede e mal consigo respirar. — Entenda, Ana... A sua família não é tradicional, são bandidos! Seu irmão me deixou bem claro, devemos casar e seguir as regras. Eu não quero morrer! — senti a parede fria e os braços quentes de Yuri me segurando com força. Isso é culpa do meu irmão que o forçou. — Você sabe que gosto de você, mas não te amo pra casar assim. Eu pensei que com dois irmãos na máfia, meu casamento não precisasse ser um acordo. Estava tudo indo bem entre a gente, mas você não me contou que já conhecia meu meio, e tem toda essa história do seu pai. Eu não consigo acreditar que está tudo bem e você não vai se vingar de mim porque meu irmão matou Vladislav. — JÁ CHEGA! EU JÁ CONVERSEI COM O DON! AGORA SOU RESPONSÁVEL POR VOCÊ E VAI OBEDECER! NÃO OUSE FAZER CAPRICHO E NOS FAZER PASSAR VERGONHA NA CERIMÔ
Capítulo 137 Anastasia O quarto estava em silêncio, quebrado apenas pelo som leve da respiração de Yuri e minha própria inquietação. Ele estava próximo, tão próximo que eu podia sentir o calor que seu corpo emanava. Yuri passou os dedos pela minha pele de forma hesitante, quase como se estivesse me testando, buscando uma permissão silenciosa. Eu sabia o que ele queria — e sabia que, de certa forma, eu também queria, mas a incerteza ainda pairava entre nós como uma barreira invisível. Ele puxou meu rosto gentilmente com uma das mãos enquanto a outra pousava levemente em minha cintura. — Eu sei que tudo isso é novo para você. Não vou fingir que sei exatamente como você se sente, mas quero que saiba que vai ficar tudo bem, mesmo que pareça difícil no início. Eu não sabia o que responder. Havia tantas coisas que queria dizer, reclamar, gritar, mas no fundo, sabia que isso não mudaria nada. Yuri e eu estávamos presos nessa realidade, e tudo o que podíamos fazer e
Capítulo 138 Anastasia O desconforto fez com que a irritação explodisse dentro de mim. Comecei a bater no peito dele com os punhos fechados, minha voz embargada pelo choro. — Você fez isso de propósito, sim! Queria me machucar, sim! — gritei, sentindo uma mistura de raiva e vulnerabilidade. Yuri recuou imediatamente, os olhos arregalados, claramente surpreso com minha reação. Ele se afastou, levantando as mãos em um gesto de rendição, saindo de dentro de mim. — Ana, eu... Eu não sabia que iria doer tanto. Me desculpa! — Ele parecia genuinamente arrependido, mas minha mente estava um caos, incapaz de processar suas palavras. — Desculpa? Você me machucou! Me sentei na cama, cobrindo meu corpo com o lençol, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto. A dor física ainda estava lá, mas era a confusão e a frustração que tomavam conta de mim. — Eu confiei em você... — murmurei, minha voz embargada. Yuri passou a mão pelos cabelos, claramente frustrado consigo
Capítulo 139 Anastasia Quando finalmente saí do banheiro, meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e meu corpo ainda tremia de exaustão. O quarto estava em silêncio absoluto, mas Yuri não estava mais lá. A cama parecia fria e desarrumada, os lençóis ainda manchados caídos sobre a cama, como um lembrete cruel do que tinha acontecido. Suspirei profundamente, puxei o lençol limpo do armário e ajeitei a cama, tentando ignorar a dor física e emocional. Enfiei aquele lençol de baixo da pia do banheiro, não queria que mais ninguém visse aquilo. Lavei até sair, com pressa agora. Deitei-me, exausta, e logo fui vencida pelo sono, mesmo que minha mente ainda estivesse inquieta. Quando abri os olhos novamente, o sol já começava a iluminar o quarto através das cortinas entreabertas. Virei para o lado, mas Yuri não estava na cama. Por um momento, um pânico silencioso tomou conta de mim. Será que ele tinha ido embora? Levantei-me rapidamente, vesti uma camiseta larga e calç