Capítulo 135 Maria Luíza Duarte O sol brilhava alto, espalhando uma luz dourada sobre o jardim. O ar fresco e perfumado das flores se misturava com o som suave dos risos, criando uma atmosfera de paz que eu não via há muito tempo. Estávamos todos ali, sentados sobre a grama verde, e a sensação de felicidade parecia preencher cada canto daquele espaço. Dona Olga estava ao meu lado, com Sofia sentada no seu colo. A pequena adorava estar perto da avó, que, apesar das dificuldades passadas, agora exibia um sorriso sereno. Alexei estava deitado de costas, com os braços atrás da cabeça, olhando para o céu azul. Nem parece o mesmo homem que tinha medo de se sujar no chão. Sua presença ali, ao meu lado, fazia tudo parecer mais seguro, mais tranquilo. Eu me sentia completa, com a sensação de que finalmente estávamos, todos nós, encontrando o equilíbrio. Sofia, com seus olhos grandes e curiosos, estava encantada com o movimento dos pássaros no céu. Ela falava palavras desc
Capítulo 136 Anastasia Kim (Antes do casamento) Eu só reclamei que não queria casar com meu noivo Yuri, mas ao invés de me apoiar, ele me prensou nessa parede e mal consigo respirar. — Entenda, Ana... A sua família não é tradicional, são bandidos! Seu irmão me deixou bem claro, devemos casar e seguir as regras. Eu não quero morrer! — senti a parede fria e os braços quentes de Yuri me segurando com força. Isso é culpa do meu irmão que o forçou. — Você sabe que gosto de você, mas não te amo pra casar assim. Eu pensei que com dois irmãos na máfia, meu casamento não precisasse ser um acordo. Estava tudo indo bem entre a gente, mas você não me contou que já conhecia meu meio, e tem toda essa história do seu pai. Eu não consigo acreditar que está tudo bem e você não vai se vingar de mim porque meu irmão matou Vladislav. — JÁ CHEGA! EU JÁ CONVERSEI COM O DON! AGORA SOU RESPONSÁVEL POR VOCÊ E VAI OBEDECER! NÃO OUSE FAZER CAPRICHO E NOS FAZER PASSAR VERGONHA NA CERIMÔ
Capítulo 137 Anastasia O quarto estava em silêncio, quebrado apenas pelo som leve da respiração de Yuri e minha própria inquietação. Ele estava próximo, tão próximo que eu podia sentir o calor que seu corpo emanava. Yuri passou os dedos pela minha pele de forma hesitante, quase como se estivesse me testando, buscando uma permissão silenciosa. Eu sabia o que ele queria — e sabia que, de certa forma, eu também queria, mas a incerteza ainda pairava entre nós como uma barreira invisível. Ele puxou meu rosto gentilmente com uma das mãos enquanto a outra pousava levemente em minha cintura. — Eu sei que tudo isso é novo para você. Não vou fingir que sei exatamente como você se sente, mas quero que saiba que vai ficar tudo bem, mesmo que pareça difícil no início. Eu não sabia o que responder. Havia tantas coisas que queria dizer, reclamar, gritar, mas no fundo, sabia que isso não mudaria nada. Yuri e eu estávamos presos nessa realidade, e tudo o que podíamos fazer e
Capítulo 138 Anastasia O desconforto fez com que a irritação explodisse dentro de mim. Comecei a bater no peito dele com os punhos fechados, minha voz embargada pelo choro. — Você fez isso de propósito, sim! Queria me machucar, sim! — gritei, sentindo uma mistura de raiva e vulnerabilidade. Yuri recuou imediatamente, os olhos arregalados, claramente surpreso com minha reação. Ele se afastou, levantando as mãos em um gesto de rendição, saindo de dentro de mim. — Ana, eu... Eu não sabia que iria doer tanto. Me desculpa! — Ele parecia genuinamente arrependido, mas minha mente estava um caos, incapaz de processar suas palavras. — Desculpa? Você me machucou! Me sentei na cama, cobrindo meu corpo com o lençol, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto. A dor física ainda estava lá, mas era a confusão e a frustração que tomavam conta de mim. — Eu confiei em você... — murmurei, minha voz embargada. Yuri passou a mão pelos cabelos, claramente frustrado consigo
Capítulo 139 Anastasia Quando finalmente saí do banheiro, meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e meu corpo ainda tremia de exaustão. O quarto estava em silêncio absoluto, mas Yuri não estava mais lá. A cama parecia fria e desarrumada, os lençóis ainda manchados caídos sobre a cama, como um lembrete cruel do que tinha acontecido. Suspirei profundamente, puxei o lençol limpo do armário e ajeitei a cama, tentando ignorar a dor física e emocional. Enfiei aquele lençol de baixo da pia do banheiro, não queria que mais ninguém visse aquilo. Lavei até sair, com pressa agora. Deitei-me, exausta, e logo fui vencida pelo sono, mesmo que minha mente ainda estivesse inquieta. Quando abri os olhos novamente, o sol já começava a iluminar o quarto através das cortinas entreabertas. Virei para o lado, mas Yuri não estava na cama. Por um momento, um pânico silencioso tomou conta de mim. Será que ele tinha ido embora? Levantei-me rapidamente, vesti uma camiseta larga e calç
Capítulo 140 Anastasia Saí do quarto quase correndo, como se a distância de Yuri pudesse aliviar o peso que eu sentia no peito. Meu corpo ainda tremia, e minha mente estava à beira de um colapso. Tudo o que eu queria era uma pessoa em quem pudesse confiar, alguém que me ouvisse sem me julgar. Minha mãe era a única opção. Apesar de não conseguir mais falar, ela sempre tinha um jeito de me acalmar. Caminhei apressada pelo corredor, subindo as escadas até o quarto dela. Precisava conversar, desabafar, pedir ajuda para entender tudo o que estava acontecendo. Ela nunca me explicou nada dessas coisas, eu queria entender, e saber porque Yuri me machucou depois que casamos. Quando cheguei à porta, ela estava entreaberta. Respirei fundo, tentando reunir coragem para entrar. Mas, antes que pudesse bater, ouvi sua risada suave vinda de dentro do quarto. Inclinei-me para espiar pela fresta e vi minha mãe sentada na cama, sorrindo enquanto ouvia Ivete fazendo brincadeiras. As d
Capítulo 141 Anastasia Depois do que aconteceu, o sono parecia um luxo inalcançável. O que mais me incomodava não era a forma como Yuri havia decidido lidar com a situação, mas o fato de que ele simplesmente me ignorou depois. Era como se minha presença não significasse nada para ele. Passei horas deitada, observando sua respiração estável enquanto o sono o dominava. Cada movimento tranquilo dele contrastava com a tempestade dentro de mim. Eu queria gritar, chacoalhá-lo, obrigá-lo a me ouvir, mas, ao mesmo tempo, não sabia o que exatamente queria dizer. Quando o amanhecer finalmente chegou, levantei-me antes que ele despertasse. Não queria ser a primeira a falar com ele, ainda sentia a queimadura de sua indiferença da noite anterior. Fui para o banheiro e me preparei para descer, esperando que, ao menos durante o café da manhã, ele estivesse disposto a conversar. Na cozinha, o cheiro de pão fresco e café preenchia o ambiente. Nazar estava na mesa, junto com Ivete
Capítulo 142Anastasia Os dias foram passando, e só fui conhecendo a frieza de Yuri. Ele parecia outro, principalmente pelo fato de estar treinando tiros, defesa corporal e ataque com os homens do meu irmão.Ele mal me olha, e quando olha é para mexer no seu pênis sozinho, e não tenho coragem de dizer nada.Hoje é o dia em que Alexei e Malu voltam de viagem e fico pensando em como será minha vida agora, espero que com a Malu aqui eu tenha algo pra fazer, pelo menos sei que posso conversar.Mesmo com a casa sendo invadida, Yuri conteve e resolveu o que precisava, eu só fiquei olhando de longe. Parece que me trata como um soldado do meu irmão, me sinto o Nazar na vida dele.Minha cunhada quando me viu, logo percebeu que algo estava errado, e na verdade... Eu estava louca para contar tudo pra ela. Assim que entrou no meu quarto, desabei, contei tudo, e em detalhes.— Minha querida, mas deixa eu ver se entendi. Ele te machucou, e a briga foi por isso, mas não te bateu? — mexi a cabeça ne