CristineTrês meses depois. Olho pela janela de uma das salas do fórum e suspiro.Estou bem próxima de condenar Anderson e sua esposa. Consegui reunir muitas provas contra ele e convenci diversas mulheres, que ele abusou, a depor contra ele.Ele vai a júri popular e sua condenação é certa.Sarah é uma dessas mulheres que aceitaram prestar queixa contra ele. Foram meses de noites em claro estudando, investigando e reunindo provas para chegar onde estamos hoje.A revelação sobre o estupro que Sarah sofreu caiu como uma bomba, abalando a todos. Henrique se culpou ainda mais por tudo que fez a ela depois que soube pelo que ela passou nas mãos de Anderson. Seus irmãos se culparam, como já era esperado, e quiseram fazer justiça com as próprias mãos. Foi tenso controlar todos os ânimos naquele dia.A história foi revelada no final da festa. Sarah me deixou encarregada de contar todos os detalhes do caso e depois revelou que fora uma das vítimas dele. No dia da festa, só estavam: Henrique, Ma
Henrique.Meses depois...Ouvi a risada cristalina das minhas filhas ecoando pelo jardim e meu coração se aqueceu. Era um som que me trazia paz, algo que eu jamais imaginei que faria parte da minha vida. Se, anos atrás, alguém me dissesse que um dia eu estaria feliz por estar casado e me tornar um homem de família, provavelmente eu teria dado um soco na cara dessa pessoa e seguido minha vida como se essa ideia nunca tivesse sido dita.Família, mulher, filhos... nunca foi o que eu quis. Eu era um cafajeste sem remorso, um homem que se recusava a se apegar. Mas o destino é traiçoeiro, e hoje sou grato a ele por ter me mostrado o que realmente importa. Deus me deu algo que eu não sabia que precisava: uma família. Minha esposa, minhas filhas, os meus bens mais preciosos. Elas me deram um propósito, algo pelo que lutar e me tornar um homem melhor a cada dia.— E esse sorriso bobo? — A voz de Marcos, meu irmão, me tirou do transe.Ele parou ao meu lado e pousou a mão em meu ombro. Olhei para
Henry Davis MichelLevo o copo de uísque à boca enquanto olho a foto do meu casamento. Emanuele, minha falecida esposa, foi a mulher mais bela que já tive a oportunidade de ver e a amei alucinadamente durante todos os anos em que convivemos.Ainda a amo, na verdade.Casei-me com ela ainda muito jovem, com 20 anos, e logo depois tivemos o nosso único filho, Michel. Fui feliz com ela até o dia de sua morte, há 10 anos. A sua perda foi a dor mais intensa que já senti. Algo que não desejo nem para o meu pior inimigo.Emanuele morreu decorrente de um acidente de carro quando ainda morávamos em Nova York. Após passar três dias internada, recebi a notícia de que seu quadro havia se agravado e, para minha tristeza e infelicidade, ela não resistiu e morreu, levando minha vida com ela. Dessa união feliz que tivemos, nasceu Michel, o meu único filho.Ele já tem 40 anos, nunca se casou e me dá muitos cabelos brancos com sua vida promíscua. Sua vida é de noitadas e sexo sem compromisso, o que me d
AgathaOlhei para o homem à minha frente e me perguntei pela décima vez o que vi de diferente em sua pessoa que me fez me apaixonar. Ele é mesquinho e sem escrúpulos. Enganou-me, traiu-me e humilhou-me da pior forma que um ser humano poderia fazer a outro.Guilherme, o pai do meu filho, me iludiu e, depois que tirou minha inocência, me largou como se eu fosse um nada, me acusando de querer lhe dar o golpe da barriga. O pior absurdo que eu podia ouvir de alguém que me enganou e insistiu até me ter em sua cama.Nunca quis ser dele, não estava pronta o suficiente para entregar minha virgindade, mas na minha mente de menina tola, eu deveria me entregar. Ser dele por completo, afinal éramos namorados. Guilherme era mais velho e dizia ter suas necessidades de homem feito. Que precisava de sexo e, se eu o amava, deveria me entregar a ele. Eu não estava preparada para isso, mas Guilherme dizia que me abandonaria se eu não fizesse o que ele tanto me pedia. Ele enganou-me, fez-me sentir mal e, n
MichelQuando meu pai veio com essa história de casamento arranjado, eu quis jogar tudo para o alto e dizer que eu renegava minha herança, mas que não me sujeitaria a isso.Era algo insano e louco, e ele, com certeza, não estava com suas faculdades mentais em perfeito estado para me obrigar a fazer tal coisa.Porra! Como eu iria me casar com uma mulher que não amo só para dar um neto àquele velho doido?Porque meu pai não deve estar bem!Ele foi ao conselho de sócios, colocou-os contra mim para que eu pudesse me casar e dar a merda de um neto a ele. E ainda teve a cara de pau de colocar a minha mãe, — única mulher que preenche meu coração — na história só para me fazer ceder ao seu capricho.Estou odiando meu velho nesse momento.Foi a merda do ultimato mais sem noção que eu já recebi na vida. Ou me caso e lhe dou um neto, ou ficarei na sarjeta sem um centavo do que é meu por direito. Sim, meu, porque sou seu único herdeiro, então, tudo o que ele construiu e dei seguimento me pertence
MichelOuço o despertador tocar e resmungo. Não gosto de acordar cedo e odeio a pessoa que inventou que devemos trabalhar às 7h / 8h da manhã. Para mim, o expediente de qualquer empresa deveria começar a partir das 10h da manhã.Viro para o lado, suspirando por ter que sair da minha cama quente e confortável para ter que fechar contratos. Estico minha mão e desligo o despertador, chuto o lençol e me levanto da cama, esticando os braços para acordar meu corpo. Bocejo algumas vezes e esfrego os olhos na tentativa de acordar completamente.Sigo direto para o banheiro, mijo, lavo as mãos e depois ligo o chuveiro e deixo a água escorrer um pouco até estar na temperatura que eu gosto. Entro debaixo da água e começo a tomar banho. Durmo pelado, então sempre que acordo, eu vou direto para o chuveiro me lavar.Após finalizar o banho, pego uma toalha e enxugo o cabelo e seco o corpo de leve. Aqui no Rio de Janeiro é bem quente, então não costumo me enxugar completamente. Entro no meu closet, peg
AgathaFecho a porta atrás de mim e ajeito a bolsa de Danilo e a minha no meu ombro.Hoje, ele irá comigo para a casa da dona Sarah.Meus pais já estão em idade avançada e, como Danilo não poderá ir à aula, pois sua professora está doente, eu irei levá-lo parao meu trabalho.Apesar de eu só ter 22 anos, minha mãe e meu pai já têm 60 e 65 anos, respectivamente. Eles se casaram com mais de 30 anos e minha mãe levou quase 10 para me ter.Ela não podia engravidar e teve que fazer um longo tratamento até conseguir. Como ela já tinha quase 40 anos quando nasci, o médico achou melhor ela não tentar outra gravidez e correr riscos desnecessários, pois ela já havia realizado o sonho de ser mãe.Meus pais sempre me apoiaram e me deram de tudo.Cuidam do meu filho muito bem, mas Danilo só tem 5 anos e está na fase de brincar, correr e explorar todas as coisas possíveis, então, eu faço de tudo para não sobrecarregá-los ao cuidar dele.Hoje eles vão precisar sair e não poderão ficar com o neto. Meu
Agatha— Ela está pelada, mamãe. — Danilo diz, tampando os olhos para não ver a bebê nua.Ele tinha acabado de acordar e eu estava dando banho em Cristal, ela se melou toda durante o lanche. — Ela está tomando banho, meu amor; por isso, está sem roupa. — Oi, Cristal. — Ele a cumprimenta, tocando em sua mãozinha, e ela j**a água no rosto dele.— Não pode molhar os outros, Cristal. — Briga, mas a menina ri e j**a mais água nele.Danilo percebe que ela quer brincar e logo se forma uma guerra de água.— Vamos trocar de roupa, mocinha? — Pego Cristal e a enrolo na toalha. — Você também, Danilo. Vá até o quarto onde estava dormindo e me traga sua bolsa.— Sim, mamãe.Ele sai e eu deito Cristal na cama para trocá-la. Visto a roupa que já tinha separado, sorrindo e brincando de fazer cócegas nela, que me presenteia com gargalhadas contagiantes.Visto Danilo com uma roupa enxuta, deixo os dois brincando no chiqueirinho, enquanto desço e pego algo para meu filho lanchar.Pego também a mamadeir