MichelQuando meu pai veio com essa história de casamento arranjado, eu quis jogar tudo para o alto e dizer que eu renegava minha herança, mas que não me sujeitaria a isso.Era algo insano e louco, e ele, com certeza, não estava com suas faculdades mentais em perfeito estado para me obrigar a fazer tal coisa.Porra! Como eu iria me casar com uma mulher que não amo só para dar um neto àquele velho doido?Porque meu pai não deve estar bem!Ele foi ao conselho de sócios, colocou-os contra mim para que eu pudesse me casar e dar a merda de um neto a ele. E ainda teve a cara de pau de colocar a minha mãe, — única mulher que preenche meu coração — na história só para me fazer ceder ao seu capricho.Estou odiando meu velho nesse momento.Foi a merda do ultimato mais sem noção que eu já recebi na vida. Ou me caso e lhe dou um neto, ou ficarei na sarjeta sem um centavo do que é meu por direito. Sim, meu, porque sou seu único herdeiro, então, tudo o que ele construiu e dei seguimento me pertence
MichelOuço o despertador tocar e resmungo. Não gosto de acordar cedo e odeio a pessoa que inventou que devemos trabalhar às 7h / 8h da manhã. Para mim, o expediente de qualquer empresa deveria começar a partir das 10h da manhã.Viro para o lado, suspirando por ter que sair da minha cama quente e confortável para ter que fechar contratos. Estico minha mão e desligo o despertador, chuto o lençol e me levanto da cama, esticando os braços para acordar meu corpo. Bocejo algumas vezes e esfrego os olhos na tentativa de acordar completamente.Sigo direto para o banheiro, mijo, lavo as mãos e depois ligo o chuveiro e deixo a água escorrer um pouco até estar na temperatura que eu gosto. Entro debaixo da água e começo a tomar banho. Durmo pelado, então sempre que acordo, eu vou direto para o chuveiro me lavar.Após finalizar o banho, pego uma toalha e enxugo o cabelo e seco o corpo de leve. Aqui no Rio de Janeiro é bem quente, então não costumo me enxugar completamente. Entro no meu closet, peg
AgathaFecho a porta atrás de mim e ajeito a bolsa de Danilo e a minha no meu ombro.Hoje, ele irá comigo para a casa da dona Sarah.Meus pais já estão em idade avançada e, como Danilo não poderá ir à aula, pois sua professora está doente, eu irei levá-lo parao meu trabalho.Apesar de eu só ter 22 anos, minha mãe e meu pai já têm 60 e 65 anos, respectivamente. Eles se casaram com mais de 30 anos e minha mãe levou quase 10 para me ter.Ela não podia engravidar e teve que fazer um longo tratamento até conseguir. Como ela já tinha quase 40 anos quando nasci, o médico achou melhor ela não tentar outra gravidez e correr riscos desnecessários, pois ela já havia realizado o sonho de ser mãe.Meus pais sempre me apoiaram e me deram de tudo.Cuidam do meu filho muito bem, mas Danilo só tem 5 anos e está na fase de brincar, correr e explorar todas as coisas possíveis, então, eu faço de tudo para não sobrecarregá-los ao cuidar dele.Hoje eles vão precisar sair e não poderão ficar com o neto. Meu
Agatha— Ela está pelada, mamãe. — Danilo diz, tampando os olhos para não ver a bebê nua.Ele tinha acabado de acordar e eu estava dando banho em Cristal, ela se melou toda durante o lanche. — Ela está tomando banho, meu amor; por isso, está sem roupa. — Oi, Cristal. — Ele a cumprimenta, tocando em sua mãozinha, e ela j**a água no rosto dele.— Não pode molhar os outros, Cristal. — Briga, mas a menina ri e j**a mais água nele.Danilo percebe que ela quer brincar e logo se forma uma guerra de água.— Vamos trocar de roupa, mocinha? — Pego Cristal e a enrolo na toalha. — Você também, Danilo. Vá até o quarto onde estava dormindo e me traga sua bolsa.— Sim, mamãe.Ele sai e eu deito Cristal na cama para trocá-la. Visto a roupa que já tinha separado, sorrindo e brincando de fazer cócegas nela, que me presenteia com gargalhadas contagiantes.Visto Danilo com uma roupa enxuta, deixo os dois brincando no chiqueirinho, enquanto desço e pego algo para meu filho lanchar.Pego também a mamadeir
MichelHoras antes…Mais uma vez me encontro a caminho da empresa do Marcos Ferreira, para uma reunião de ajustes no contrato de prestação de serviço da empresa dele para com a minha.Há alguns dias fui convidado para a festa anual da empresa, pois sou agora um cliente importante deles e me aproximei ainda mais da senhorita Sarah.Percebi seu rolo com o pai de sua filha, Henrique, e até brinquei me oferecendo para lhe causar ciúmes.Tudo não passou de apenas flertes inocentes, pois eu via o amor que ela sentia por ele apenas ao olhar em seus olhos. Sarah não conseguia esconder o que sentia por ele, mas Henrique sempre cometia um deslize com ela. Não sei o que aconteceu entre eles no passado, mas que isso ainda pairava entre eles, isso acontecia.Parei meu carro no estacionamento da empresa e desci do carro.— Bom dia, senhorita Sarah. — falo, pegando sua mão e beijando o dorso.— Bom dia, Michel. — Me cumprimenta com um lindo sorriso.— Sempre linda e encantadora. — Elogio, não consegu
MichelSarah se afastou e me deixou com a bela jovem e só então notei haver um menino com ela. — A Cristal vai ficar bem, mamãe? — ele perguntou chorando, e sua mãe se abaixou, ficando de frente para ele e o acalmou.— Sim, meu amor, ela vai ficar bem. A doutora cuidará do “dodói” dela e logo vocês estarão brincando juntos.Ela se endireitou e focou sua atenção em mim.Sorrio e falo palavras que a acalmem.— Não se preocupe. A bebê ficará bem. Não foi culpa sua.— Sei que não, mas é que gosto muito da menina Cristal e me doeu vê-la com o rosto sangrando.— Imagino que sim. — Não aguento o ímpeto que sinto de tocar sua mão e assim o faço.— Sente-se. Pegarei uma água para você.— Não precisa. — falou sem graça, com as bochechas ganhando um leve tom rosado.— Pode trazer chocolate para mim, moço? — O menino que estava com ela, seu filho, pediu, me dando um lindo sorriso de janelinha.O menino era muito bonito, com a pele de um tom dourado como se pegasse sol diariamente, mas, se tratand
AgathaUm mês depois…O churrasco na casa da senhorita Sarah estava animado, como todo mês, quando reuniam amigos e familiares para aproveitar momentos juntos. Admirava essa amizade, mas o que realmente me deixava nervosa era a presença do senhor Michel. Seu olhar intenso me desconcertava, e Sarah, querendo integrá-lo ao grupo, o convidara, o que certamente desagradaria ao ciumento senhor Henrique.Henrique, porém, demonstrava ser um homem melhor a cada dia, cuidando de Sarah e Cristal com carinho. No começo, duvidei da reconciliação deles, mas ele provou ter mudado. Ainda sentíamos a falta do senhor Gustavo, cuja morte recente deixava saudades, mas seguíamos em frente.Fui ao quarto de Cristal para dar-lhe um banho e vesti-la para o almoço, enquanto Sarah e Henrique terminavam os preparativos. — Mamãe, eu quero vestir uma roupa bem bonita. A Helena vem hoje.Danilo falou, parando na minha frente. Sarah me pediu para trazê-lo para brincar com Helena. Eles estavam se dando bem e eu j
Agatha— Cuidado para não cair, Danilo. — Gritei por ele e cobri os olhos com as mãos quando ele pulou na piscina, direto nos braços de Michel.Céus! Se eu tivesse algum problema de coração, eu já teria morrido, tenho certeza.Desde que terminamos o almoço, ele não parava de correr e pular. Ele já havia caído e ralado o joelho, mas não parava. E quem cuidou do “dodói” dele foi Helena, ela era a enfermeira oficial da turma.Théo e Cristal também não paravam quietos, tentando acompanhar cada brincadeira dos maiores. Os gêmeos de Dylan e Cristine eram furacões e tinham uma energia e tanto.Miguel, sempre que via Cristal, corria para beijá-la ou tentar pegá-la nos braços. Agora vê se pode? Um menino de um pouco mais de 7 anos querendo arrastar um bebê de um pouco mais de um ano para as suas brincadeiras.Ele tagarelou o quanto estava feliz em rever a menina com quem ele conversou ainda na barriga da mãe.Isso aconteceu no dia do casamento do Marcos e da Amely. Nesse dia, Safira, ex-esposa