Sarah
Minutos antes…
Ao entrar na sala do senhor Henrique e focar em quem iria me entrevistar, senti meu peito disparar, ele era lindo e seus olhos me olharam de uma forma tão... intensa, me esquadrinhando que me deixou quente e sem ar. Vi-me mais tímida do que geralmente sou e precisei reunir toda a coragem que eu não tinha para lhe dar bom dia.
Assim que as palavras saíram da minha boca, ele pareceu perceber que apenas me olhava sem me mandar entrar em sua sala. Ele me deu um sorriso matador e senti minha calcinha molhar apenas com seu sorriso de lado. Pelo visto, eu sofreria se conseguisse esse emprego.
Meu futuro chefe apontou a cadeira à sua frente e eu forcei minhas pernas até ela e me sentei de frente para ele. Meu coração parecia uma escola de samba de tanto que batia em meu peito à medida que sua voz alcançava meus ouvidos, uma voz máscula, grave e, ao mesmo tempo, sensual.
Devo estar ficando louca, isso sim.
Nossa conversa sobre minha formação foi ótima e, no final da entrevista, ele me deu o emprego. Henrique se pôs à minha frente e meu ar se foi com esse movimento, eu aposto que meu rosto estava vermelho como um tomate maduro. Sua mão surgiu no meu campo de visão após ele a estender em minha direção e tratei logo de me colocar de pé e segurar.
Contudo, assim que nossas mãos se tocaram, um choque passou por elas e eu soltei sua mão de modo brusco, assustada com o que acontecera. Henrique percebeu minha reação, notei isso com seu franzir de cenho, mas ele nada falou do meu modo entranho de agir, o que me deixou aliviada.
Não saberia explicar o porquê de agir daquele modo.
Ainda passei alguns minutos, parada como um poste, após ter minha mão apertada pela dele. E ele me trouxe a realidade, dizendo que eu já estava dispensada. Saí quase correndo de sua sala, deixando-o com a certeza de que eu era uma louca.
Só esperava não ter perdido meu emprego antes mesmo de começar a trabalhar.
Já do lado de fora da empresa, eu estava prestes a pedir um táxi quando Gustavo, amigo e delegado do meu irmão, ia passando em seu carro e me ofereceu uma carona.
— Como vai, Sarinha? — me cumprimentou com um beijo no rosto assim que entrei em seu carro, o que me deixou corada.
Gustavo é amigo e trabalha com meu irmão desde que eu tinha uns 18 anos e sempre foi muito simpático comigo.
— Vou muito bem, Gustavo. E você, como está?
— Melhor agora. Você está linda. — falou, dando um sorriso de lado e pondo o carro em movimento.
Gustavo é um cara lindo, loiro, alto, musculoso e de olhos em um tom verde-claro. Ele sempre foi muito galante comigo, mas nunca levei a sério suas cantadas ou elogios. Homens como ele ou Henrique, meu futuro chefe, só ficam com mulheres padrão, coisa que está bem longe da minha realidade.
— Obrigada. — respondi ao seu elogio.
— O que fazia em frente a essa empresa? Se não tiver nenhum problema em me responder, claro. Não quero ser inconveniente.
— Não está sendo. Vim para uma entrevista de emprego. — respondi tímida.
— E conseguiu?
— Sim — respondi, feliz.
— Meus parabéns! — retribuí o meu sorriso.
— Você fica ainda mais linda sorrindo, sabia? — ele pergunta, me molhando com intensidade.
— Para com isso, Gustavo. Eu não sou linda. Bonitinha, talvez — tentei fazer piada, mas ele não riu.
— Linda, encantadora, gentil, alegre e de uma timidez que encanta qualquer um. Gosto de você e não é segredo para ninguém, Sarah.
— Gustavo, eu…
— Só me escuta, está bem? — Concordei com a cabeça e ele parou no carro em uma rua.
— Eu não sei mais o que fazer para te mostrar o quanto sou sincero no que sinto em relação a você. — Ele respira fundo. — Quero apenas uma chance para te mostrar que posso te amar e cuidar de você como merece.
— Gustavo, eu não sou a mulher certa para você, eu… Gosto de você apenas como um amigo. Não quero te machucar, você merece alguém que sinta o mesmo que você.
— Mas eu te quero, Sara. Não outra, apenas você. — Ele tocou em meu rosto, retirando uma mecha de cabelo caída nele.
— Eu não quero te iludir, Gustavo.
Ele se inclinou e me deu um beijo no rosto.
— Vou te esperar. Não importa quanto demore, mas você ainda perceberá que posso te fazer feliz.
Não falei nada e ele se endireitou no banco e colocou o carro em movimento de novo, me levando para casa.
— Obrigada pela carona. — Falei assim que ele parou na porta da minha casa.
— Não precisa me agradecer. É sempre um prazer para mim te ter por perto. — Pegou minha mão e beijou, me dando um de seus lindos sorrisos em seguida.
— Tchau! — me inclinei e lhe dei um beijo na bochecha antes de sair de seu carro.
Ele deu partida no carro e eu entrei em casa. Fui para a cozinha tomar água e encontrei minha mãe e meu irmão Caíque lá.
— Como foi lá, filha? — ela perguntou, parando de enxugar os pratos.
— Foi bem, mãe, eu estava muito nervosa, mas consegui a vaga. — Falei, muito contente com a minha conquista.
Meu irmão veio me abraçar e me pegou no braço, me rodando.
— Me larga, Caíque, vou cair, sou pesada.
— Pesada nada. — desdenhou. — Meus parabéns, maninha. — me deu um beijo na testa após me colocar no chão.
— Obrigada!
— Que folia é essa aqui, hein? — perguntou Rafael e Alexandre, entrando na cozinha. Eles haviam vindo almoçar.
— A Sara conseguiu o emprego.
— Parabéns, maninha — recebi abraços e beijos de todos. Minha mãe fez minha comida favorita para comemorar e almoçamos todos juntos em um clima bem descontraído.
Amo minha família, eles são meu tudo e sempre me apoiaram. Meu pai é bem severo e não demonstra muito carinho, mas sabemos que ele nos ama muito. O único defeito dos meus pais é que eles são bem rígidos e sempre falam que a filha deles não sai de casa sem ser casada e tem que se manter virgem até o casamento. Coisa que eu não sou mais, porém eles não precisam saber, não é?
À noite, meus irmãos convidaram uns amigos para uma balada para comemorarmos a minha conquista e lá conheci Amely. Uma mulher linda, negra e bem resolvida com seu corpo, ela é alegre, divertida e debochada, eu sinto que podemos nos tornar boas amigas.
No outro dia, levei meus documentos no RH da empresa, acertei todos os trâmites e começaria meu trabalho na segunda. Só esperava me dar bem no trabalho e conseguir minha tão sonhada independência financeira.
SarahUm mês depois…Minha vida, desde que comecei a trabalhar para o senhor Henrique Ferreira, tem sido bem agitada. Eu sempre fui tímida, sem amigos e gorda, quase uma tragédia ambulante, mas, a meu modo, sou feliz. Depois que comecei a trabalhar aqui, minha vida mudou radicalmente. Conheci Amely e Maria Eduarda, as quais se tornaram minhas amigas. Passei até a me sentir melhor com meu corpo e a me amar mais por causa delas. Meu chefe é lindo e a cada dia fico mais impressionada com sua beleza e carisma, porém o que tem de lindo tem de cafajeste.Vira e mexe, eu tenho que colocar as suas “namoradas” para correr da empresa: elas vivem vindo aqui atrás dele. Ele tem pavor de mulher grudenta e todas com quem ele fica sempre vêm procurá-lo no outro dia ou ligam para falar com ele, e eu tenho que inventar mentiras para se livrar de todas elas.Recordo-me como se fosse hoje o dia em que o peguei fodendo uma loira em sua sala. Um cliente havia me ligado para informar que um dos provedores d
SarahEu estava aflita. Meu chefe havia me pedido para ser a sua acompanhante na festa de gala que reunia os maiores empresários do país, festa esta que a empresa seria homenageada e ganharia um prêmio pelo seu avanço em tecnologia. Eu não tinha ideia do porquê de ele ter me chamado, já que eu não me encaixava no perfil das mulheres com quem ele saía. O fato de ele ter me convidado para ser sua acompanhante nessa festa estava me deixando confusa.Henrique me trata muito bem e é muito cuidadoso comigo, algo que me surpreendeu quando comecei a trabalhar com ele. Às vezes, o pego me olhando como se me desejasse, como se me quisesse em sua cama. Como se fosse me devorar inteira, mas ele nunca fez ou falou algo que me ofendesse ou me fizesse sentir mal. Que me sentisse assediada.Mas confesso que seu olhar me aquece por inteiro. Ver o desejo nos olhos de um homem como ele desperta desejos mais obscuros, mas sei que isso é algo impossível, então não me iludo sobre algo poder acontecer entre
SarahO dia da festa havia chegado. Estava muito nervosa por ter de estar em um ambiente desconhecido, cheio de pessoas com as quais eu não me encaixava, e, ainda por cima, pessoas famosas. O medo de ser a causadora de algum desastre me abateu e pensei que teria uma síncope ali mesmo, na frente de todo mundo. Havia me arrumado na casa da Amely assim como Maria Eduarda e, no final, após me ver pronta, eu me senti bonita pela primeira vez.Meu chefe, ao me ver arrumada, me olhou de uma forma tão intensa que pensei não estar do seu agrado, mas depois ele me deu um de seus lindos sorrisos e me elogiou.Confesso que me senti poderosa ao perceber que ele gostou da forma como eu estava vestida.Fomos para a festa em uma limusine e tinha horas que eu ficava constrangida e, ao mesmo tempo, quente com as mãos bobas de Alan sobre Duda. Marcos também olhava Amely com desejo e eu só queria que isso acontecesse comigo um dia.Durante o trajeto, Marcos me perguntou como o senhor Henrique estava me tr
SarahHenrique retirou meu sutiã e agarrou meus seios, colocando-os em sua boca. Ele os chupou, lambeu e me levou à loucura. Nunca imaginei que pudesse receber tanto prazer. Depois, desceu beijando minha barriga e abriu minhas pernas, se colocou entre elas enquanto beijava e apertava minhas coxas.— Linda — falou ele, pairando sobre mim novamente e me devorando com seus beijos.Eu me remexia em baixo dele, sentindo sua ereção crescente tocar meu centro ainda sob a calça e ele apertar o bico dos meus seios. Ele se pôs de pé e começou a se despir na minha frente, sem vergonha ou pudor. A visão de seu corpo nu, cheio de músculos e tatuagens, me fez salivar e ter vontade de lambê-lo e beijá-lo todo.Após se livrar de todas as peças de roupa, ele alisou seu pênis e sorriu de lado. Seu membro era lindo, longo, grosso, com veias saltando por toda sua extensão e com a cabeça robusta. Senti medo de doer, pois já estava há alguns anos sem ter relação sexual.— Não vai doer. — Ele respondeu minha
HenriqueAcordei com uma tremenda vontade de mijar. Olhei para Sarah e ela ainda dormia profundamente, me levantei da cama e fui ao banheiro esvaziar minha bexiga. Retornei ao quarto após me aliviar e lavar as mãos. Peguei meu celular para ver as horas, ainda eram 07h da manhã, e vi várias mensagens do meu irmão e da minha mãe. Fiquei preocupado e liguei para ele.— Mano, o que houve? Por que me ligou tantas vezes? — perguntei assim que ele atendeu a chamada.— Amely foi sequestrada ontem na festa, irmão. — falou com voz de choro.— O QUÊ? — gritei, mas depois abaixei o tom quando Sarah se mexeu na cama, me dando a visão de seus seios nus.Minha boca salivou de vontade de chupá-los de novo, mas voltei à realidade com a voz de meu irmão do outro lado da linha.— Ainda não sei ao certo o que aconteceu, a polícia já foi acionada e está investigando o caso. — Ele deu um longo suspiro. — Estou com medo de perdê-la, irmão.— Você não vai perdê-la. — quis ser positivo — Amely voltará para nós
SarahDois meses depois…Quase dois meses haviam se passado desde que eu me entreguei ao Henrique e ele havia mudado muito comigo. Eu não entendi como, de uma hora para outra, tudo ficou diferente entre nós, como ele deixou de ser aquele cara brincalhão, divertido e gentil por quem eu me apaixonei assim que comecei a trabalhar para ele.No outro dia, ele ainda me tratou com carinho, me dando beijos e perguntando como eu me sentia. Minha mente sonhadora imaginou que ele estava se apaixonando por mim. Eu me via com ele de mãos dadas, conversando por horas, assistindo a um filme e vivendo momentos maravilhosos somente nós dois. Eu sonhava no dia em que estaria em seus braços novamente e me via ansiando por isso a cada dia que passava de convivência com ele.Amely havia conseguido fugir do cativeiro, estava bem e seu namoro com Marcos ia de vento em popa. Eles estavam felizes e se amando cada dia mais. Era notória a felicidade deles e isso deixava todos ao seu redor felizes e torcendo para
SarahO que minha mãe falou na hora do café da manhã não me saía da cabeça. Gravidez era uma possibilidade bem grande de ser verdade. Henrique havia usado camisinha, mas elas estouraram, pode falhar se não for usada direito e eu não tomo anticoncepcional. Embora nenhum método anticoncepcional seja cem por cento seguro, eu sei disso, então estar grávida era realmente uma possibilidade. Todos os sintomas que estava sentindo apontavam para isso e eu precisava tirar a dúvida, precisava confirmar que eu não estava esperando um filho do Henrique.Respirei fundo, dei a desculpa de ir pegar um café para meu chefe e andei até a farmácia mais próxima da empresa para comprar um teste de gravidez. Ao chegar à farmácia, comprei alguns testes e os coloquei na minha bolsa. Antes de voltar à empresa, passei na cafeteria ao lado da empresa e comprei um café puro, como Henrique gostava de tomar. Ao chegar à empresa, coloquei a bolsa sobre minha mesa e levei o café para meu chefe. Bati na porta e ele m
Sarah— Não sabia que você estava namorando. — Sua voz saiu triste. — Mas seu pai vai entender que vocês se amam e esse negócio de casar virgem é coisa do passado. Ele vai…— Eu não tenho namorado, Gustavo — gritei e ele se calou, arregalando os olhos diante da minha explosão.— Foi apenas uma noite. — falei, chorando. — Serei mãe solteira e meus pais não vão aceitar.— Sarah… — Havia tanto carinho em sua voz.Por que eu não podia me apaixonar por ele?Porque eu não podia retribuir o sentimento que ele dizia sentir por mim.Ele dizia me amar, era cuidadoso comigo, então por que eu não conseguia sentir por ele?Por que fui me apaixonar pelo meu chefe?Por que tudo tem que ser tão difícil para mim? — Eu não sei o que fazer, Gustavo. — Admiti, deixando meus ombros caírem e o peso do que estava por vir se instalar em meus ombros.— Oh! Meu amor, eu estou aqui. — Ele me abraçou apertado. — Gosto muito de você e posso cuidar de vocês dois se você me deixar. — Se ofereceu.— Isso não é certo