Guilherme.Desligo o celular praguejando vários palavrões. Aírton, meu amigo e advogado, acaba de me ligar para dizer que a polícia descobriu nosso esquema com os grandes empresários e alguns políticos para encobrir crimes como: sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e uso de recursos públicos para compra de imóveis.Esquema esse que já tenho há anos, mas que agora foi descoberto por culpa daquela puta da Agatha e dos infelizes de seus amigos. Mas se eles pensam que me venceram, estão muito enganados, eles não conseguirão me pegar.Usarei aquele fedelho que a Agatha pariu como a porta para a minha liberdade.Subo para meu quarto, pego uma mala pequena e começo a colocar algumas mudas de roupas dentro dela. Depois que eu me fixar em um lugar novo, compro peças novas.Jogo tudo o que precisarei e a fecho. Caminho até o cofre e o abro, pego minha arma e os documentos que me comprometem e coloco tudo dentro da minha bolsa de trabalho.Pego o celular e ligo para a Sofia, aquela vadia di
Dylan.Nicolas bateu com a arma na cabeça de Guilherme e ele apagou. Olhei para os lados, certificando-me de que não havia testemunhas do que estávamos fazendo, e dei um sinal para um dos meus seguranças trazer algo que nos ajudasse a retirar o verme do carro.— Para onde irá levá-lo? — Nicolas questionou.— Tenho um galpão aqui perto, ele é bem escondido e servirá para o que tenho em mente.Nós nos afastamos e deixamos que meus seguranças retirassem Guilherme das ferragens. Ele estava com uma das pernas presas, mas nada que não conseguíssemos retirar.— Certo. Creio que irá ligar para Michel e dizer a ele que conseguiu pegar o infeliz.— Não, só direi que peguei Guilherme depois que fizer o que quero com ele. Não quero preocupá-lo.— Entendi.Ficamos olhando meus seguranças fazerem o serviço e depois o colocarem na mala do carro que eu dirigia. A mala do carro era revestida para que nada de sangue a manchasse e vestígios de algum crime ficassem nele. A placa também era fria e o veícul
MichelDois meses depois…O nervosismo tomava conta de mim. Meu coração parecia uma bateria de escola de samba, acelerado, sem dar sinais de que iria desacelerar até que Agatha entrasse pelas portas do salão. Meus dedos tamborilavam contra a lateral da calça, e eu sentia o suor se acumulando na palma das mãos.Dei mais um passo inquieto, mas meu pai segurou meu braço.— Acalme-se, ela já está vindo.— Está demorando muito. — Olhei para o relógio, inquieto.— Noivas atrasam, não precisa ficar uma pilha de nervos.Engoli seco e encarei a porta fechada.— Tenho medo de ela desistir. — confessei, sentindo um nó na garganta.— Ela o ama, não fará isso. — Meu pai apertou meu ombro, transmitindo confiança.A marcha nupcial começou a tocar, e meu peito se agitou ainda mais. O salão inteiro ficou em silêncio e todos se voltaram para a entrada. As portas se abriram lentamente, e Helena, uma de nossas daminhas de honra, surgiu segurando a mãozinha de Cristal. Atrás delas, Milena caminhava com um
AgathaUm ano depois...A gargalhada de Danilo preencheu o ambiente, espalhando alegria pelo jardim ensolarado. Michel o segurava no colo, fazendo cócegas sem piedade, e o pequeno se contorcia, tentando escapar, mas sem realmente querer fugir.— Papai, para! — Danilo implorava entre risadas, enquanto Michel continuava com sua missão implacável de arrancar mais gargalhadas do filho.Sentada em uma confortável espreguiçadeira no terraço, eu observava aquela cena com o coração transbordando de amor. Gabriel, nos meus braços, resmungou baixinho antes de largar meu seio. Passei os dedos pelo rostinho delicado e sorri ao encontrar aqueles olhos verdes profundos, idênticos aos de Michel. Meu pequeno era a cópia fiel do pai e tão lindo quanto ele.Danilo aproveitou uma distração de Michel e correu entre as roseiras do jardim, desviando com agilidade das plantas enquanto tentava se esconder. Michel riu, levantou-se devagar e o perseguiu com passos brincalhões.— Você pode correr, mas não pode s
Epílogo.HenryO copo de uísque gira entre meus dedos enquanto meu olhar se prende à fotografia sobre a mesa. Mais uma vez, deixo que meus olhos percorram cada detalhe daquela imagem. Meu casamento.Emanuelle está ali, radiante, seu sorriso iluminando tudo ao redor, como sempre fazia. Até hoje, mesmo depois de tantos anos sem ela, aquele sorriso tem o poder de aquecer meu peito e me fazer sorrir também.Um suspiro escapa dos meus lábios.Há pouco mais de um ano, eu estava nesta mesma posição, encarando outro tipo de dilema. O medo me consumia. Medo de que minha decisão pudesse destruir minha relação com Michel. Medo de que meu próprio filho me odiasse para sempre.Forçá-lo a se casar foi a maior loucura da minha vida… e, ao mesmo tempo, a mais acertada.Eu sabia dos riscos. Ele poderia ter se revoltado contra mim, cortado laços, me processado, me acusado de estar louco. Mas Michel fez o que eu jamais imaginei: aceitou o casamento. Não por amor. Não por desejo. Mas por obrigação.E tudo
Capítulo 1CristineCinco anos antes…Fecho a porta atrás de mim e dou poucos passos até chegar à minha cama.Engatinho sobre ela e me sento ao chegar na cabeceira e ficar de costas para ela, apoio-me nela e puxo minhas pernas para próximo de meu peito e as abraço, colocando minha cabeça entre elas e deixando minhas lágrimas finalmente caírem.Agora eu me permito chorar, me permito sentir, deixo a dor tomar conta do meu corpo.Agora não sou mais a jovem forte que luta e batalha todos os dias para ter o que comer.Sou apenas uma menina que teve de amadurecer rápido e trabalhar bem cedo para auxiliar a mãe com as contas de casa.Sou a menina que precisa ser cuidada, que está vendo sua vida ruir e não pode fazer nada. Em breve, perderei minha mãe e não há mais nada que eu possa fazer para impedir que isso aconteça.Minha mãe, a pessoa que sempre fez tudo por e para mim, a pessoa que é meu tudo e a que eu mais amo nesse mundo, tem câncer de útero.Descobrimos sua doença há 3 anos, depois d
Dylan Giro na cadeira da minha sala na empresa da minha família e observo a paisagem através do vidro que tomava conta de toda a parede.Era possível ver a movimentação da cidade se eu olhasse para baixo, já que minha empresa ficava no centro da capital do Rio de Janeiro, e o morro do Corcovado se eu olhasse o horizonte. Amava ver o sol se pôr através da minha sala.Sou um homem rico, quer dizer, milionário. Assumi o cargo de presidente da empresa no lugar do meu pai há anos e amava comandar tudo isso. Sou o mais velho de quatro irmãos: eu, Adrian, Igor e Vanessa.Bernardo Castro, meu pai, e Caroline Castro, minha mãe, são casados há mais de 40 anos e fundaram a empresa juntos. Nossa empresa é do ramo da moda, mas fazemos eventos também. Todo ano temos um evento com celebridades, digital influencers e os empresários de destaque no país, sejam eles da tecnologia, alimentício, moda ou qualquer outro ramo que cresça e se destaque, gerando lucros e empregos.Minha vida é bem agitada, gost
CristineRespiro fundo e tento não desmoronar ao tocar na maçaneta da porta do quarto de minha mãe. Preciso dar comida a ela, mas toda vez que entro em seu quarto e a vejo desse jeito, meu coração aperta e só quero chorar.Ela está a cada dia mais debilitada e os médicos já disseram que é questão de tempo para que ela se vá, mas não aceito essa realidade e tenho feito de tudo para que sua permanência aqui dure o máximo possível.— Oi, mãe — entro em seu quarto com um sorriso estampado no rosto para que ela não fique ainda mais triste.— Oi, meu amor. Como você está?Coloco a bandeja de comida na cômoda e caminho até sua cama.— Estou bem, mãe, mas eu é que devo perguntar como a senhora está.— Está tudo na mesma, minha filha. Já aceitei meu destino.— Não diz isso, mamãe. Como vou viver sem a senhora? — Me sentei na cama e segurei suas mãos.— Você vai encontrar um homem bom que cuidará de você, meu amor.— Não sei se acredito nisso, mãe. Quero apenas me tornar uma advogada de sucesso