MichelTodos estavam entretidos olhando as crianças brincar, mas eu não. Minha mente estava longe, estava na Agatha.Sentia-me angustiado com tudo o que estava acontecendo, por não poder estar lá com ela.— O que tanto te preocupa? Sei que sua mente não está aqui. Onde ela está? — meu pai me questionou se sentando ao meu lado.Eu estava com raiva dele por ter me destituído da empresa, mas a raiva estava começando a abrandar. Nesses dias peguei-me refletindo sobre como tenho conduzido minha vida nos últimos anos e me dei conta de muita coisa errada que vinha fazendo.— Na Agatha. Senti-a aflita quando me ligou para falar com Danilo. Sei que errei com ela, pai, e com o senhor também, mas não gosto de vê-la sofrer. Sei que se perder a guarda do filho será o fim para ela.— Por que não assumi logo seus sentimentos por ela? Sei que se apaixonou por ela, Michel, não negue.— Já disse os meus motivos para isso.— Isso é só uma desculpa para fugir dos seus sentimentos. Sei que não se acha dig
— Quando eu tinha 23 anos. Descobri que minha namorada estava grávida na época, eu era imaturo, egoísta e consequente e não queria esse filho. Então pedi a Havana, minha namorada na época, que abortasse, mas ela não quis e nós brigamos…Começo a relatar tudo o que fiz e vivi com minha namorada quando ainda era bem jovem.Todos me escutam com atenção, mas ninguém me julga. Vejo que por alguns instantes uma tristeza passa pelos olhos de Sarah, na certa pela imagem que tem de mim, estar mudando diante do meu relato, mas isso logo se vai.— Eu não sei como Guilherme chegou a obter essas informações, pois na época paguei aos médicos para abafarem esse caso, pois, eu não queria que ele vazasse para a imprensa e nem que os meus pais soubessem do quão irresponsável era seu filho. Mas como podemos ver, a informação vazou e ele usou isso para prejudicar Agatha. Creio também haver o dedo da minha ex-namorada nisso, a vi por aqui algumas semanas atrás. Havana não apareceria aqui no Brasil por aca
Michel— Não ouse ser desrespeitoso com ela, Guilherme. — A voz fria de Dylan se fez ouvir e Guilherme levou sua atenção a ele.— Dylan Castro. O grande Dylan Castro, um dos empresários mais bem conceituados e bem-sucedidos do país. — havia deboche na voz dele. — O que as pessoas que tanto o admiram falariam se soubessem quem realmente você é? O que elas achariam se descobrissem a verdade?— Que verdade, seu canalha infeliz? — questionou Dylan.Guilherme deu uma gargalhada e falou:— Que, na verdade, você não é o bonzinho que todos creem. Que é um mercenário, assassino com conexões com pessoas da pior espécie e até mafiosos. Acha que não sei que foi você quem matou torturado o ex-namorado de sua esposa? Que espancou quase até a morte o ex-namorado de sua irmã? Que mandou matar o homem que sequestrou Amely a pedido do seu amigo Marcos Ferreira? — ele tornou a rir das expressões chocadas que fizemos. — Sei dos podres de todos vocês.— Você não tem prova de nada. Está apenas blefando. —
AgathaAcordei sentindo meu corpo doer pela má posição em que dormi na noite passada.Olho para o rosto sereno do meu filho e meu peito se enche de tristeza. Não sei como suportarei passar um mês longe dele.— Bom dia, mamãe. — ele abre os olhos e sorri.— Bom dia, meu amor. Dormiu bem?— Sim. — ele me aperta com seus bracinhos. — Gosto de dormir com a senhora. Terei mesmo de ir morar com meu papai mal? — pergunta triste.— Infelizmente, sim, meu amor. — beijo sua testa. — Mas no final de semana você vem ficar comigo, tudo bem?— Está certo, mamãe. Mas agora comamos que minha barriga está pedindo chocolatinho, olha. — ele toca a barriga que solta um ronco baixo.— Nossa! É mesmo. — faço cócegas nele. — Essa barriguinha está faminta. Vamos escovar os dentes e ir comer.— Vou para a escola hoje, mamãe?Nós nos levantamos e eu o levo para o banheiro.— Não. — pego sua escova de dente. — Hoje você vai passar a manhã com a mamãe e depois vai para a casa do seu pai Guilherme.— Está bem, ma
Michel Havia chegado a hora de levar Danilo à casa do pai biológico dele e meu coração estava apertado por isso. Agatha estava desolada e eu não sabia o que fazer para ajudá-la. Eu também estava sofrendo por ter que ficar um mês longe dele. Aquele menino inteligente e esperto conquistara meu coração e ponderar ficar longe dele me fazia mal. Segurei a mão de Agatha ao parar meu carro na porta da casa do Guilherme. — Você é forte, ele vai ficar bem e logo estará conosco. Ela me olhou e vi seus olhos marejados, esforçara-se para não desmoronar na frente do filho. — Não quero ficar longe dele. — Não será por muito tempo, eu prometo. Entrarei em contato com meus advogados e Cristine junto a sua advogada está buscando provas dos crimes cometidos por ele. Já entramos com processos por calúnia, injúria, difamação e ameaças contra Guilherme. Danilo não ficará com ele. — Sei disso, mas meu coração está sofrendo. Tenho medo do que ele pode fazer com meu filho. — Ele não fará nada, sabe q
Michel — Ela continua dormindo? — meu pai me perguntou assim que entrei no escritório. — Sim, a deixei bem acomodada na minha cama. Ela merece esse descanso. O que tem para mim Ian? — Bom. Primeiro de tudo quero avisá-lo que o juiz já expediu o mandato para investigar Guilherme. Os processos que você e seus amigos entraram contra ele, foi combustível suficiente para uma operação ser deflagrada contra o escritório de advocacia comando por ele. As acusações que Guilherme fez fora grave, e o fato de a senhora Cristine ter gravado as injúrias e as ameaças que ele fez nos dá a certeza de que ele não poderá levar essa Guarda Alternada. Guilherme se mostrou uma pessoa rancorosa e vingativa, na gravação feita por Cristine focou claro que o bem-estar do filho não importa para ele e sim fazer sua ex-amante sofrer. Hoje mesmo ele será intimado para depor. — Espero que as provas que Cristine disse ter contra ele sejam o suficiente para dar a Guarda total a Agatha e impedir que Guilherme se apr
AgathaMinha cabeça estava pesada. Ela doía sem parar e tudo o que eu queria era um remédio para dor.Gemi ao me virar na cama e abri os olhos, rápido ao sentir que a cama era estreita.Olhei ao redor e vi estar em um quarto de hospital.— Que bom que você acordou. — Uma enfermeira gentil falou sorrindo.— Quem me trouxe para cá e por quê?— Foi seu marido que a trouxe. Você estava com febre alta. Está anêmica também e seu corpo precisa de vitaminas.— Nos últimos dias eu não tenho conseguido comer direito. Creio que o estresse tenha tirado meu apetite.Ela sorriu e fiquei sem entender o porquê de seu sorriso.— Não foi questão de estresse. Você está grávida. A perda do apetite e enjoos são alguns dos sintomas.— O quê? Não posso estar grávida. Isso deve ser um engano.— Não é. O médico que lhe atendeu a examinou e desconfiou da gravidez, ele pediu os exames e a comprovou. Você está grávida de 8 semanas.— Meu Deus. Isso não é possível. Só pode ser um engano. Meu marido não pode ter
MichelDias depois…Alguns dias tinham se passado desde que descobri a gravidez de Agatha. Seus pais estão passando uns dias conosco para ficar de olho nela e se certificar de que ela se cuidará.Meu pai assume a empresa nesses dias, pois não tenho cabeça para outra coisa além de Agatha e Danilo.E é pensando neles e no seu bem-estar que estou aqui no restaurante do hotel a espera de Havana. Após anos ficarei cara a cara com a mulher que me atormenta até hoje com suas palavras.Entorno mais um gole do meu uísque, pois só com uma bebida forte agindo em meu corpo me fará suportar estar à frente de Havana sem querer esganá-la, e olho para a entrada do restaurante do hotel.Já era para ela ter chegado há uns trintas minutos, mas como sempre ela tem a necessidade de me deixar esperando.Minutos de passam e seu perfume chega a minhas narinas, me fazendo notar sua presença e apertar o copo em minha mão. Ela é a única pessoa que possui todo meu ódio. Talvez Guilherme se iguale a ela.— Espero