Agatha— A conversa está boa. — comentou Sarah, sorrindo ao chegar até nós.— Acho que seu irmão não teme o perigo que corre ao dar em cima de mulheres casadas. — falou Michel, tentando se controlar para não partir para cima do Alexandre.— Não estava dando em cima da sua esposa, Michel, só estamos colocando o papo em dia, por fazer tempo que não nos vemos. E outra, não sabia que minha Agatha tinha se casado com um cara ciumento e possessivo.— Ela não é sua. — bradou Michel.— Quer parar de se portar como um homem das cavernas e abaixar o tom de voz? Somos amigos, Michel, e se eu nunca dei trela para as cantadas do irmão da Sarah, não darei agora que estou casada. Não sou infiel. — falei, fechando a cara.— Isso, Michel, somos amigos. Nós nos conhecemos desde que ela começou a cuidar da minha sobrinha e nunca tivemos nada, então não precisa pagar de macho alfa para cima de mim. — Alexandre falou sério. Em sua postura de delegado. Depois da morte de Gustavo, a delegacia caiu nas mãos d
MichelHoras antes…Parado de frente para a janela de vidro que toma quase toda a parede do escritório do meu pai, eu observo o jardim que ele fez especialmente para minha mãe.Emanuele Davis Michel. Tenho tantas saudades dela que sinto meu peito sufocar. Minha mãe foi uma mulher incrível, seu carisma e simpatia conquistavam a todos. Sempre amorosa e benevolente, ensinou-me a ser o homem que sou hoje.Meu pai me ensinou muito, a comandar a empresa e a lidar com os tubarões que nos cercam e estão prontos a dar o bote e devorar quem demonstra sua fraqueza. Mas ela me mostrou o amor, o respeito, a empatia. Suas palavras doces e carinhosas me impediram de me tornar um empresário arrogante, cheio de si e capaz de tudo por poder.Aperto sua foto contra meu peito e suspiro. Eu a amo tanto.— Sinto sua falta, mamãe. A senhora me dá tanta saudade. — Sorrio para a foto dela.Na foto, ela está sorrindo, abraçada ao meu pai que a olha com amor, um olhar doce que só mamãe tinha o poder de tirar de
AgathaO motorista parou o carro no estacionamento do hotel e depois saiu para abrir a porta para podermos sair. Ele iria pegar na minha mão no intuito de me ajudar a sair do carro, mas Michel foi mais rápido e me ajudou a descer. Sorri, pedi obrigado e segurei a mão do meu filho.Michel me ofereceu seu braço e, como eu não quis mostrar que não estávamos bem na frente das demais pessoas, pois algo poderia sair no jornal e me prejudicar na audiência que acontecerá ainda essa semana, aceitei segurar o seu braço e sorri para ele. O senhor Henry se colocou ao nosso lado e pegou a mão do Danilo.Começamos a andar e logo fomos recebidos pela recepcionista do evento. Dissemos nossos nomes e nossa entrada foi liberada. O hotel era lindo e bem luxuoso. Fiquei encantada com cada detalhe que havia nele, a decoração era branca, cinza e dourada. Tudo muito clássico e luxuoso. Havia muita gente importante e fotógrafos por todo o lado.Estava deslumbrada com a decoração que nem notei a chegada dos
AgathaAssim que chegamos à casa, Danilo disse estar com sono. Ele brincara bastante com as outras crianças e seu cansaço era visível. Levei-o para seu quarto, dei-lhe banho e o coloquei para dormir. Ainda era cedo, então o deixaria dormir só até a hora do jantar. Entrei no meu quarto após deixar meu filho dormindo no dele e fui surpreendida com braços fortes envolvendo minha cintura.— Estou com saudade, Agatha, — Michel inspirou meu cheiro. — Para de me torturar e me deixa te tocar. — pediu, beijando meu pescoço.— Michel…— Sei que você também está com saudade das nossas transas, eu quero muito te foder e sei que você quer ser fodida, então vamos dar o que nosso corpo quer.— Meu corpo não me controla, Michel. — Saí dos seus braços. — Você me magoou bastante durante esse mês, me deixou aqui sozinha por vários dias, vive mais na empresa do que aqui, foge do que sente e só me procura quando quer sexo. Desculpa, mas tenho dignidade.— Agatha…— Me diz o que há aqui dentro que te impe
Agatha— Durante os meses em que Havana ficou em coma, eu não saí do lado dela. Seus pais me culparam por tudo e queriam me colocar na cadeia, mas meus pais não deixaram. Eu pedi perdão a eles e disse que nunca sairia do lado da filha deles, que por mais que a culpa fosse minha, eu iria cuidar dela. Eu a amava. Depois de tudo o que nos aconteceu, eu descobri que a amava, eu morria a cada dia ao vê-la imóvel naquela cama de hospital. Eu só pude ir vê-la semanas depois do nosso acidente, pois eu precisava me recuperar primeiro.— Quando ela acordou, o que aconteceu?Ele tomou uma respiração profunda e voltou a falar.— Após seis meses em coma, ela acordou. No início, ela não se lembrava de muita coisa, então eu e seus pais resolvemos só falar do bebê quando ela estivesse pronta para isso. Quando ela lembrou do que realmente aconteceu e soube que tinha perdido o bebê, me xingou de tudo e de todas as maneiras possíveis e me chamou de assassino. Expulsou-me de sua casa e disse que me queria
AgathaDesço as escadas e caminho até a cozinha para conferir se o jantar já está pronto.— Olá, Carmen. O jantar já está pronto?— Sim, senhora Agatha. Só estou esperando todos descerem para servir o jantar.— Não precisa ficar aqui esperando para nos servir. Michel e Danilo estão dormindo e o senhor Henry deve estar descansando também. Pode ir descansar e, quando eles acordarem, eu mesmo os sirvo.— Tem certeza disso?— Tenho, sim, pode ir descansar. Obrigada!— Obrigada, senhora Agatha. Com licença. — Ela retirou o avental e saiu da cozinha.Fui até a geladeira e me servi de suco de laranja. Não estava com fome, então deixaria para comer com os outros. Terminei o suco, fui para a área externa da casa , sentei-me em um dos sofás e fiquei admirando o jardim.— Tudo bem, Agatha? — o senhor Henry me pergunta, sentando-se ao meu lado.— Tudo indo. — Sorri fraco.— Brigou com o meu filho?— Mais ou menos. Na verdade, tivemos uma conversa séria.— O que houve que te deixou tão triste, meni
AgathaViro-me, fixando os meus olhos no rosto sereno de Michel. Ele dorme tão lindamente que preciso me esforçar para não suspirar e tocar seu rosto bonito enfeitado pela barba rala que já toma conta de todo seu maxilar. Depois, se mexe na cama, abre os olhos e sorri fraco. Pisca os olhos e foca ao seu redor, parecendo meio desnorteado, na certa por dormir por quase doze horas.— Bom dia. — Saúdo sorrindo.— Que horas são? — ele pergunta, franzindo o cenho em confusão.— Já passa das seis da manhã. — respondi.— Caramba! — Ele passa as mãos pelo cabelo e rosto. — Nunca dormi tantas horas. — Resmungou e se virou, fitando meus olhos.— Você estava cansado, Michel, e não era só fisicamente. Falar do seu passado esgotou todas as suas forças. — Aleguei.— Ainda me sinto um pouco aéreo. — Ele se senta na cama e eu faço o mesmo.— É normal após dormir tantas horas seguidas.— Obrigado por me escutar sem me julgar, por ficar ao meu lado. — Ele toca meu rosto e tenta me beijar, mas viro o ros
MichelJá passava das dezoito horas da noite quando cheguei em casa, falei com Danilo e meu pai e subi para meu quarto para falar com Agatha e tentar fazê-la voltar na decisão absurda de praticamente vivermos separados morando na mesma casa.— Boa noite, Agatha. — Boa noite, Michel.Olhei em volta e vi que boa parte de suas coisas já não estava mais ali.— Agatha, repense sua decisão. Podemos nos acertar. — Ela já foi tomada, Michel, e não voltarei na minha decisão. — Por que você tem que ser tão cabeça-dura? Que merda!— Eu não estou indo embora, Michel, pelo menos não ainda, mas logo sairei da sua vida, não se preocupe.— Eu não quero que você saia da minha vida. Que inferno! Errei e me expressei mal, me desculpe e volte para o nosso quarto.— Você sempre faz isso, Michel. Se expressa mal e depois se desculpa.— E o que quer que eu faça?— Nada, nosso casamento não é real, então não precisa fazer nada. Eu não tenho direito algum de exigir nada de você, Michel. Peço desculpa se fui