- Na verdade, não estou seguindo você. Este é o meu lugar! – ela riu e bebeu todo o líquido do copo de uma vez.
- O banco ou o bar? – Eu quis saber, bebendo de uma vez o meu drinque.
- As duas coisas. – Ela bateu o copo de cerveja na minha taça, brindando.
- Nunca brindei com copos vazios... – observei – Mas confesso que é como estou me sentindo neste momento... Completamente vazia.
- Eu sinto muito pelo que houve.
- Não estou falando de Cecília e sim da minha vida.
- O que aconteceu?
Expliquei-lhe de forma breve o que havia acontecido, já que uma banda começou a tocar dentro do bar e o lugar ficou barulhento e mais movimentado.
- É claro que ele está sendo chantageado. Só não entendo o que David pode perder mais do que metade da D.D. – Verbena ficou pensativa.
- Bem, tem a parte boa nisto
Quando cheguei ao condomínio, me impressionei por ainda ter acesso à área interna dos condôminos. O táxi pôde me deixar em frente à mansão Deocca, onde morei por muitos anos junto de Andress e Mabel.O motorista me ajudou com as malas, deixando-me na frente da porta. Senti meu coração acelerar ao observar aquele lugar novamente. Sabia que precisava ser forte para enfrentar tudo que viria pela frente.Apertei a campainha e Fernanda foi quem atendeu.- Senhora Maria Eduarda? – Ficou surpresa.- Boa noite, Fernanda – sorri – Será que eu poderia entrar?- Claro, senhora – ela afastou-se para que eu pudesse passar pela porta – Deixe que levo suas malas.Entrei na casa e olhei tudo ao redor, que estava exatamente igual a quando eu havia ido embora.- Onde... Devo arrumar suas coisas? – ficou em dúvida.Suspirei e olhe
- Talvez acreditasse... Se não tivesse ouvido da sua própria boca, há poucos meses atrás, que eu era tão perfeita que fiz com que você anojasse do nosso relacionamento.- Eu estava completamente perdido, Duda... Porque é assim que fico longe de você. E não há como negar que a vida toda nos demos muito bem e se não fosse Ashley me seduzir, ainda seríamos um casal perfeito.- Um casal perfeito! Com um relacionamento que lhe causava nojo? – Estreitei os olhos, tentando entender.- Não seja tão dura comigo.Eu ri:- Eu gostaria que você fosse duro comigo... Literalmente. Mas você não conseguia, não é mesmo? Afinal, “queria uma mulher e não um robô”. Às vezes acho que fui muito mais mulher do que você foi homem... E um robô talvez me satisfizesse mais do que o meu marido.<
- Você roubou minha herança. E tenho direito a tudo que é seu. Foi assim que assinamos o nosso contrato pré-nupcial. Então como dividi meus bens com você, os quais pegou sem me consultar e sequer partilhou comigo, exijo que pague o aluguel de uma boa casa, próxima do centro de Noriah Norte.- Não tenho dinheiro para isso.- Venda um carro... A empresa... Ou venda seu corpo magricelo numa esquina – olhei na direção de sua região íntima – Se é que conseguirá alguém que pague pelo que você tem no meio das pernas sem pedir devolução...- Está sendo ofensiva agora, Duda.- Se não pagar o aluguel, dividiremos esta casa.- Por mim tudo bem.- E a primeira coisa que farei é ligar para David e convidá-lo para dormir aqui, comigo. Sabe que ele virá. E transaremos a noite inteira... E
Eu tinha menos de uma semana para inscrever meu perfume para poder concorrer à fragrância do ano, para assim participar da festa que elegia a criação feita pelo melhor perfumista. E não tinha a mínima ideia do que produzir, tampouco um lugar onde pudesse trabalhar.Por conta de meu orgulho havia deixado a entender para David que eu moraria com Andress e aquilo poderia ser minha ruína, fazendo com que ele não me mandasse nenhum contrato, tampouco me ajudasse num patrocínio, conforme eu havia implorado.Eu precisava parar para pensar no que faria. Mas tudo estava de cabeça para baixo na minha vida, mais uma vez. E já começava a achar que o “de cabeça para baixo” era o lado certo da minha vida.Passei dois dias procurando um apartamento que fosse na zona central de Noriah Norte. Mas estava difícil encontrar algo na localidade que eu desejava por um pre&ccedi
- Eu... Acho que tive o que chamam de dejavu. E... Nunca tive isto antes. Foi como se... Já estivéssemos numa situação parecida... Nós duas.Dodô riu, de forma nervosa:- Isso... Seria possível?- Não... Porque eu nunca a vi antes... Não é mesmo? – Fiquei incerta e me flagrei perguntando a mim mesma o que eu fazia com aquela mulher naquele lugar.- Claro... Que não. – Ela foi firme.- Eu e David não estamos nos falando.- Eu soube.- Ele contou?- O senhor Dulevsky não me contaria isto. Mas Élida me disse.A olhei demoradamente:- David não confia em você para contar que terminou comigo para seguir com seu casamento de contrato com TumbaLinda... Mas ao mesmo tempo pediu que viesse na clínica ver meu avô... E saber o estado de saúde dele?- Élida gosta de voc&ec
POV DAVIDEu estava nervoso e olhava de 5 em 5 minutos o relógio, até que chegasse o horário combinado com Maria Eduarda.Exatamente às 15 horas a secretária me ligou:- Senhor Dulevsky, a senhora Montez Deocca está esperando. Posso mandá-la entrar?- Ela não é a senhora Montez Deocca – não pude deixar de falar – E sim, a deixe entrar imediatamente.Levantei-me e fiquei esperando até que Maria Eduarda entrasse. Assim que a porta se fechou meu coração acelerou pelo simples fato dela estar ali. Fazia poucos dias que não nos víamos, mas parecia um mês. Notei até que ela estava diferente...- Cortou os cabelos? – Perguntei.- Cortei... As pontas. – Ela pareceu surpresa com meu comentário – Mas... Bem pouquinho.- Ficou linda!Ela sorriu e depois pareceu se culpar
- Eu dei cinco dias ao arquiteto e ao engenheiro para deixarem tudo exatamente como você deseja – fui enfático – Caso contrário, serão demitidos. E lhe mandarei uma secretária. Pode decidir a contratação de seus auxiliares sozinha ou deixar para que ela o faça.- Não preciso de tudo isto, David.- Pode até não precisar, mas terá.Os dois profissionais chegaram e como eu já havia falado com eles, deixei que ficassem com Maria Eduarda para que ela definisse o que queria.Antes de sair, deixei claro:- Cinco dias.- Estará tudo pronto em cinco dias, senhor Dulevsky. – Os dois garantiram.Em cinco dias não vi Maria Eduarda, por mais que quisesse descer o tempo todo e me certificar de como estava indo o trabalho dos profissionais que contratei. No sexto dia criei coragem e finalmente decidi “visitá-la&rdquo
- Preciso falar com você. – Ela gritou enquanto batia no vidro, em desespero.- Por favor, vá! Não dê ouvidos a ela. - Ordenei ao motorista.Ágatha agarrou-se à maçaneta do carro, sendo arrastada junto, o que fez com que o motorista parasse, preocupado:- Senhor... Eu não posso... Ela pode desequilibrar-se e cair. E... Não quero correr o risco de passar por cima dela com o carro.Não, eu não tinha um mínimo sequer de condições emocionais para atender aquela mulher no momento. Graças a ela eu havia perdido Maria Eduarda, o grande amor da minha vida. E aquele era mais um dos motivos pelos quais eu a odiaria para sempre.Me arrependi, inclusive, de ter dito à Élida que “ódio” era uma palavra muito forte para definir a nossa genitora. Naquele momento ódio me parecia um sentimento fraco frente a tudo que el