POV DAVID
Eu estava nervoso e olhava de 5 em 5 minutos o relógio, até que chegasse o horário combinado com Maria Eduarda.
Exatamente às 15 horas a secretária me ligou:
- Senhor Dulevsky, a senhora Montez Deocca está esperando. Posso mandá-la entrar?
- Ela não é a senhora Montez Deocca – não pude deixar de falar – E sim, a deixe entrar imediatamente.
Levantei-me e fiquei esperando até que Maria Eduarda entrasse. Assim que a porta se fechou meu coração acelerou pelo simples fato dela estar ali. Fazia poucos dias que não nos víamos, mas parecia um mês. Notei até que ela estava diferente...
- Cortou os cabelos? – Perguntei.
- Cortei... As pontas. – Ela pareceu surpresa com meu comentário – Mas... Bem pouquinho.
- Ficou linda!
Ela sorriu e depois pareceu se culpar
- Eu dei cinco dias ao arquiteto e ao engenheiro para deixarem tudo exatamente como você deseja – fui enfático – Caso contrário, serão demitidos. E lhe mandarei uma secretária. Pode decidir a contratação de seus auxiliares sozinha ou deixar para que ela o faça.- Não preciso de tudo isto, David.- Pode até não precisar, mas terá.Os dois profissionais chegaram e como eu já havia falado com eles, deixei que ficassem com Maria Eduarda para que ela definisse o que queria.Antes de sair, deixei claro:- Cinco dias.- Estará tudo pronto em cinco dias, senhor Dulevsky. – Os dois garantiram.Em cinco dias não vi Maria Eduarda, por mais que quisesse descer o tempo todo e me certificar de como estava indo o trabalho dos profissionais que contratei. No sexto dia criei coragem e finalmente decidi “visitá-la&rdquo
- Preciso falar com você. – Ela gritou enquanto batia no vidro, em desespero.- Por favor, vá! Não dê ouvidos a ela. - Ordenei ao motorista.Ágatha agarrou-se à maçaneta do carro, sendo arrastada junto, o que fez com que o motorista parasse, preocupado:- Senhor... Eu não posso... Ela pode desequilibrar-se e cair. E... Não quero correr o risco de passar por cima dela com o carro.Não, eu não tinha um mínimo sequer de condições emocionais para atender aquela mulher no momento. Graças a ela eu havia perdido Maria Eduarda, o grande amor da minha vida. E aquele era mais um dos motivos pelos quais eu a odiaria para sempre.Me arrependi, inclusive, de ter dito à Élida que “ódio” era uma palavra muito forte para definir a nossa genitora. Naquele momento ódio me parecia um sentimento fraco frente a tudo que el
- Eu... Não quero atrapalhar! – Ela ficou hesitante.Eu ri:- Não falei aquilo para você... Achei... Que era outra pessoa.Não quis dizer que era o irmão dela que não me deixava trabalhar em paz. Antes que eu pudesse falar com Dodô, ela veio até mim, deu-me um beijo demorado no rosto e disse:- Preciso resolver algumas questões aqui no andar de baixo e logo volto. Élida queria muito falar com você... Então... Desculpe não marcar... Mas estávamos com saudades e como já tínhamos compromisso por aqui... Achei que...- Tudo bem. – Deixei claro.- Volto em instantes.Dodô saiu e Élida sentou-se numa poltrona próxima da janela, sem cerimônia:- O lugar ficou legal... Mas com pouca mobília. – Observou.Eu ri e fui sentar-me próxima a ela:- Preciso de um es
- Élida, Dodô? O que estão fazendo aqui? – David perguntou, entrando na minha sala sem pedir licença.- Viemos ver a Duda. – Élida confessou, sorrindo.- Vieram ver a Duda? – ele riu – E... Pensou em visitar também o seu irmão?- Não! – ela disse de forma sincera – Meu irmão eu vejo todos os dias. – Fez careta.- Então... É hora de irmos. Afinal, Duda e David precisam trabalhar. – Dodô disse puxando Élida pela mão, a fim de levá-la para fora da sala.- Duda, você poderia ir nos visitar. Agora temos uma casa aqui perto. E ela é linda! – Élida sugeriu.- Compraram uma casa? – Fiquei feliz, olhando para David.- Sim... Não é exatamente como eu queria... Mas se aproxima do que pedi a Orlando.- Agora realmente precisamos ir –
David beijou de leve meus lábios e seguiu fazendo aquilo. Entre um beijo e outro, começou a dizer, devagar:- Maya me procurou... Logo depois que voltamos da floresta da Ilha do Porta... E... – soltou meus cabelos, ajeitando-os carinhosamente – Me confessou que Élida não é filha do meu pai.Arqueei a sobrancelha, confusa:- Mas... Você se certificou de que isto é verdade?- Fiz um teste de DNA... Comparando com o meu.- E...- Não somos filhos do mesmo pai.Empurrei David levemente para respirar melhor, perguntando:- Tia Maya então ameaçou que se você não casasse com a filha dela... Contaria à Élida a verdade.- Não foi só sobre casar com Tumalina... Ela exigiu também que eu me afastasse de você. E... Sabe o quanto a amo, Maria Eduarda... Mas não posso de maneira alguma deixar que
- Bom dia! – Cumprimentei com um belo sorriso naquela manhã gloriosa a secretária de Andress Montez Deocca.- Bom dia... Senhora... Montez Deocca. – Ela franziu a testa, incerta sobre como me chamar.- Andress está? – Eu quis saber, sem retirar os óculos escuros, no alto de meu scarpin salto quinze que me dava mais de 1,80 de altura.- Ele... Está numa reunião importante. – Ela respondeu de forma educada.- Ótimo! – Mencionei me dirigindo à sala dele.- Senhora... Não pode entrar. Ele está em reunião e interromper não...Antes que ela terminasse de falar, abri a porta e adentrei na sala principal da Montez Deocca, onde o CEO se reunia com alguns acionistas, todos vestidos com seus belos ternos escuros e semblantes sérios.- Duda? – Andress me olhou, confuso – Eu... Estou em reunião. – Deu um
Assim que ela se sentou, cruzou as pernas e eu conseguia ver a parte interna de suas coxas sob o vidro da mesa. Quando foi mesmo que eu deixei de desejá-la? Ah, sim... Quando Ashley passou a me seduzir e convencer-me de que minha esposa era “sem sal” e “sem graça” e eu me convenci daquilo.Suspirei, não conseguindo desviar os olhos das pernas dela.- Eu vim conversar com você sobre duas coisas. – Ela disse de forma séria.- Pode falar... – Pus a caneta entre meus dentes, enquanto observava seus peitos moverem-se dentro da camisa fina enquanto ela respirava de forma rápida e de certa forma envolvente e sensual.- David Dulevsky voltou atrás com relação ao casamento com TumbaLinda.Eu ri:- Tentei alertá-la de que David não prestava. Você não quis me ouvir.- Eu... Não representarei mais a Montez Deocca na
- Você não tem ideia do quanto me arrependo de tudo que fiz... – Toquei sua mão, que ainda acalorava minha bochecha.Tentei beijá-la e Duda esquivou-se, virando o rosto:- Ainda... Não estou preparada. – Sua voz soou mansa e suave.- Acha que algum dia estará?- Eu... Não sei. Mas... Confesso que o que senti por você foi muito forte. E por mais que eu queira tirá-lo de dentro do meu coração... Não tem sido muito fácil. Tentei fingir para mim mesma que amava David... Mas ele também me magoou. E... – ela riu – Enfim... Você me ensinou coisas que nunca esquecerei... O primeiro beijo... O primeiro toque... Foi meu primeiro homem.- Me deixe provar que sou melhor que ele. Posso amá-la intensamente de novo. E fazer amor de uma forma com a qual você jamais imaginou.- Talvez... Eu o deixe provar tudo isto. Mas n