Marcelo.— Marcelo! — Natali exclamou, abraçando-me com força.Isso me encheu de amor e ternura. Nós a amávamos demais.— Oi, minha bruxinha! — Eu ri, apertando-a de volta.Sorrimos. Seus olhos brilhavam de felicidade, e o aroma doce de melancia do seu perfume infantil preenchia o ar.Natali era a luz de nossas vidas e agora, tendo-a em minha frente, em meus braços, dei-me conta do quanto eu sentia sua falta. Por mais que não morasse mais com os meus pais, eu vinha aqui quase todos os dias, almoçava, tomava café e jantava todos os finais de semana, então nós estávamos sempre juntos, coisa que não aconteceu nas últimas semanas. Eu mergulhei em Thalia de cabeça e esqueci do resto.A coloquei no chão. Minha mãe havia ido até meu pai, que estava mais afastado, conversando com uns amigos.— Estava com saudade. Você está linda, meu amor.— Você também está bonito. Está diferente. — Colocou a mão no queixo e estreitou os olhos, me analisando. Sua postura parecia de um detetive em busca de alg
Marcelo.— Não... Não estou namorando, mãe. Minha mudança deve ser devido ao excesso de trabalho.Minha tia estreitou os olhos, mas não falou mais a respeito.— Deve ser isso mesmo. Talvez seja minha vontade de ver meus meninos casados e nossa casa cheia de crianças. — Ela dizia que éramos, eu e meu irmão, seus filhos de outra mãe. — Já desisti de casar, minha filha.— Mãe! — Catarina reclamou, mas sua mãe só resmungou que ela não queria casar e lhe dar netos, mas viver de farra e pegação.Ri, porque era verdade. Catarina só havia amado um homem em sua vida e desistiu do amor após o perder em um acidente de carro. Era seu namorado de juventude, o conhecia desde que nascera, mas só começaram a ter algo quando fiz quinze anos e foram estudar juntos. Eles namoraram por dois anos.Rafael de Barros Alencar era filho do melhor amigo do meu pai e cresceu conosco. Morávamos no mesmo condomínio e vivemos juntos até o dia de sua morte, que aconteceu seis meses após terminar o segundo grau. Catar
Marcelo.Todos estavam rindo e compartilhando momentos felizes, mas eu me mantinha distante. Desde que conversara com Thalia, uma sensação estranha se alojou em meu peito, persistente e intensa. Era uma mistura de saudade e preocupação, uma necessidade quase palpável de estar com ela.Ouvi um chorinho e meus olhos se voltaram para Mariah, que acalentava Ravi, tocando seu rostinho com ternura. Um suspiro escapou dos meus lábios e fechei os olhos, permitindo que imagens de Thalia invadissem minha mente. Ela sorriu ao segurar seu bebê, eu ao seu lado, compartilhando daquele momento tão especial.Tomado por uma determinação que não conseguia entender completamente, aproximei-me da minha família e me despedi deles. Precisava ir atrás da mulher que preenchia meus pensamentos e havia se tornado parte essencial do meu ser.Saindo da casa dos meus pais, cumprimentei mais algumas pessoas e segui até meu carro. Destravei as portas e entrei, dei partida e segui para o apartamento da mulher que an
Marcelo.Apertei sua mão em resposta, ela se concentrou em nossos dedos entrelaçados.— É bom estar com minha família, não vou negar, mas estar em um lugar sem você já não faz mais sentido para mim. — Nossos olhos se encontraram, e, erguendo a mão, toquei seu rosto. — Não me sinto completo. Preciso de você como do ar para respirar.Meus dedos suavemente acariciaram sua pele macia enquanto ela fechava os olhos por um breve momento, aproveitando o toque. Deixei meus dedos deslizarem lentamente, traçando o contorno de seus lábios delicados. Nossa respiração estava suspensa, como se o tempo tivesse parado, permitindo-nos sentir a intensidade do momento.Ela abriu os olhos novamente, encontrando os meus, cheios de emoção. Um sorriso tímido e doce se formou em seus lábios, e eu senti meu coração se acelerar ainda mais.— Eu te quero tanto, Thalia — sussurrei, meu tom carregado de sinceridade.Queria que ela visse que eu a queria. A queria de todas as formas.Queria tudo dela e com ela.Thal
Marcelo.Fixei os olhos em sua figura. Seus olhos estavam cheios de luxúria e desejo, refletindo a intensidade do que sentíamos um pelo outro. Os cabelos revoltos sobre o travesseiro, os lábios inchados e vermelhos devido aos nossos beijos famintos, e a pele macia marcada por minhas mãos e boca. Ela era uma visão tentadora, minha perdição e redenção ao mesmo tempo.— Sim, eu farei, mas antes vou me esfregar em você e gozar, ou não durarei dois minutos depois que a invadir.— Ahhh... — Thalia jogou a cabeça para trás e arqueou as costas quando me livrei da cueca e comecei a foder seu clitóris. Ele estava inchado, rosado e duro sob meus toques ávidos. Seus fluidos eram abundantes, escorrendo em minha mão e revestindo meu pau. O orgulho e a satisfação por ser eu o homem que a levava a esse estado me consumiram.Esfreguei-me nela com sofreguidão, pressionando meu membro contra sua carne quente e escorregadia. O atrito delicioso me levou à beira do precipício, e quando finalmente atingi o
Capítulo 1 Thalia.Batuquei os dedos, nervosamente, sobre a mesa, mordendo o lábio inferior numa tentativa frustrada de conter a ansiedade que me assolava. Finalmente, a porta se fechou atrás de nós, proporcionando um refúgio do barulho insistente vindo da sala de espera, que estava começando a me irritar.Respirei fundo, enquanto meus olhos se fixavam nos meus dedos. Havia feito as unhas, ou melhor, as havia pintado com um discreto tom de rosa-claro, sempre preferi tons mais sutis e discretos, e ao examinar mais detalhadamente, notei uma pequena cutícula levantada no canto da unha do meu dedo mindinho.Sem pensar, levei a mão à boca e tentei remover a cutícula com os dentes, fazendo uma careta ao puxar e sentindo um pouco de dor pela ação que acabou ferindo o cantinho da minha unha. Sabia que não deveria fazer aquilo, mas o tédio e a ansiedade obtinham o poder de me fazer agir impulsivamente. Em outras palavras, eu fazia merda quando estava entediada. Manter o controle era um desaf
Capítulo 2Thalia.— Eu não vou fazer exame algum porque eu não estou grávida! Exijo que refaça os exames, esses devem ter sido trocados, porque não tem como eu estar esperando um bebê se eu nunca fiz sexo! — Ok, eu já havia tido momentos íntimos com um homem, mas nada que corresse o risco de uma gravidez. Foram apenas algumas sarradas, mão boba, mas nada de penetração, nada que me fizesse acreditar que um bebê estava crescendo dentro de mim.Doutor Rodrigo soltou um suspiro, se sentou e levou os dedos à têmpora. Sua expressão era um misto de raiva, frustração e tédio. Ele cerrou os olhos em minha direção e começou a falar com mais calma para ver se eu conseguia compreender o que ele estava falando.Senti-me uma criança birrenta enquanto o pai tentava explicar pela décima vez que não podia colocar o dedo na tomada ou levaria um choque. Bom, eu estava realmente chocada. — Não estou afirmando que acredito em você, já que nunca havia me deparado com um caso assim, mas é possível ter eng
Capítulo 3Marcelo.Passado.Parei meu carro no estacionamento da casa noturna e desci. Do lado de fora, sorri ao ver meu irmão e estendi a mão para bater na sua em um cumprimento descontraído.— E aí, mano, veio encher a cara também? — questionou sorrindo.— Na verdade, eu vim impedir que você faça alguma besteira. Ele fez uma careta.— Sabe que não sou disso. Posso estar no fundo do poço, mas jamais me colocaria em risco ou faria isso com pessoas inocentes. — Sua fala saiu ríspida, ele havia se chateado com meu comentário e não podia julgá-lo. Soltei um suspiro.— Eu sei, mano. Me desculpa, mas não custa me certificar, não é? — Ele assentiu, mas sem esconder sua chateação. Mateus era médico, neurologista, para ser mais específico, então salvar vidas era sua função, sua missão na terra, mesmo que nem sempre conseguisse isso.— Vamos entrar, moças fofoqueiras, ou vão ficar aí a noite toda fofocando? — Gabriel, nosso amigo e dono da casa noturna, se aproximou e nos chamou, fazendo um