Marcelo.Corri para fora de casa assim que ouvi o que Vivian havia me falado por telefone. O coração disparou quando atendi e ouvi sua voz desesperada do outro lado da linha, contando sobre o sequestro de Thalia. Uma sensação de pânico e impotência tomou conta de mim enquanto ouvia os detalhes horríveis da situação.Como isso pôde acontecer?Thalia tinha seguranças e só havia ido comprar mais algumas coisas para o quarto da nossa filha, enquanto eu terminava de montar o berço que demorou a chegar. Ela já havia entrado para o nono mês de gestação e nossa pequena Helena poderia chegar a qualquer momento. Tudo estava pronto e à sua espera, mas havia desmoronado num piscar de olhos e ambas corriam perigo.Quando cheguei ao local, encontrei Vivian em prantos, cercada pelos policiais. Ela tentava explicar o que aconteceu, mas suas palavras eram interrompidas pelo choro. Minha mente estava em um turbilhão enquanto eu tentava processar a situação.Conversei rapidamente com os policiais, forne
MarceloHoras depois...Desliguei o telefone com um suspiro pesado saindo dos meus lábios. Havia acabado de conversar com o delegado Valdez, implorando por agilidade nas investigações. Cada minuto que passava sem notícias de Thalia era uma eternidade de angústia. Ele prometeu fazer tudo o que estava ao seu alcance para encontrar minha noiva e eu sabia que faria.Minha casa havia se tornado uma verdadeira sala de operações. Policiais corriam de um lado para o outro, coordenando tudo e reunindo informações. Mapas, fotos e documentos espalhavam-se por todas as mesas, enquanto computadores zumbiam com a atividade frenética dos investigadores.Minha família e amigos se reuniram ao meu redor, oferecendo apoio e conforto durante esse momento difícil. Minha mãe estava chorando silenciosamente, enquanto meu pai tentava manter a compostura, seu rosto estava tenso de preocupação. Eles tinham se apegado à minha noiva, tratavam-na como filha, e Thalia estar prestes a ter nossa filha só elevava nos
Thalia.Abri os olhos lentamente, a cabeça latejando e o coração acelerado. Levei um momento para me orientar, percebendo aos poucos que não estava no lugar familiar e reconfortante da minha casa. O ambiente ao meu redor era sombrio e desconhecido, com paredes mofadas e uma sensação de abandono pairando no ar.Uma onda de pânico me atingiu quando me dei conta da gravidade da situação. Eu havia sido sequestrada. Minha mente girava em um turbilhão de medo e incerteza enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Foi então que Diego apareceu, emergindo das sombras com uma expressão sombria e ameaçadora. Seus olhos faiscavam com ódio e ressentimento, sua voz ecoava no quarto vazio com um tom gélido e perigoso.— Você arruinou minha vida, Thalia. E agora é hora de você e Marcelo pagarem por isso. — Ele rosnou, segurando uma arma com mãos trêmulas de raiva. — Minha tentativa de matá-lo meses atrás foi frustrada, mas agora poderei vê-lo sofrer ao ver sua amada morrer bem na sua frente.
Marcelo.Bufei, irritado com absolutamente nada e tudo ao mesmo tempo. O som do relógio parecia alto demais para suportar. As paredes me sufocavam e meu corpo suava sem trégua. Horas haviam se passado desde que Thalia fora levada e nada de importante havia sido encontrado. Ainda não tínhamos descoberto quem a havia levado e o tempo não parava de correr.— Não aguento mais. — Levei a mão ao pescoço, me sentindo sufocar, meu peito doía e o medo me deixa impotente.— Calma, nós vamos achá-la. — O delegado Valdez me assegurou.— Não quero estar calmo, delegado, quero achar minha mulher. Ela está grávida e nas mãos de sei lá quem que pode estar machucando-a nesse exato momento.— Filho... — meu pai foi interrompido quando meu celular começou a tocar.— Número restrito. — Avisei em tom alto, ao pegar o celular e olhar o visor.— Pode ser o sequestrador, atenda. — O delegado pediu e um dos policiais especializados em sequestros começou a gravar a chamada.— Olá, Marcelo Vilard, lembra de mim
Capítulo 1 Thalia.Batuquei os dedos, nervosamente, sobre a mesa, mordendo o lábio inferior numa tentativa frustrada de conter a ansiedade que me assolava. Finalmente, a porta se fechou atrás de nós, proporcionando um refúgio do barulho insistente vindo da sala de espera, que estava começando a me irritar.Respirei fundo, enquanto meus olhos se fixavam nos meus dedos. Havia feito as unhas, ou melhor, as havia pintado com um discreto tom de rosa-claro, sempre preferi tons mais sutis e discretos, e ao examinar mais detalhadamente, notei uma pequena cutícula levantada no canto da unha do meu dedo mindinho.Sem pensar, levei a mão à boca e tentei remover a cutícula com os dentes, fazendo uma careta ao puxar e sentindo um pouco de dor pela ação que acabou ferindo o cantinho da minha unha. Sabia que não deveria fazer aquilo, mas o tédio e a ansiedade obtinham o poder de me fazer agir impulsivamente. Em outras palavras, eu fazia merda quando estava entediada. Manter o controle era um desaf
Capítulo 2Thalia.— Eu não vou fazer exame algum porque eu não estou grávida! Exijo que refaça os exames, esses devem ter sido trocados, porque não tem como eu estar esperando um bebê se eu nunca fiz sexo! — Ok, eu já havia tido momentos íntimos com um homem, mas nada que corresse o risco de uma gravidez. Foram apenas algumas sarradas, mão boba, mas nada de penetração, nada que me fizesse acreditar que um bebê estava crescendo dentro de mim.Doutor Rodrigo soltou um suspiro, se sentou e levou os dedos à têmpora. Sua expressão era um misto de raiva, frustração e tédio. Ele cerrou os olhos em minha direção e começou a falar com mais calma para ver se eu conseguia compreender o que ele estava falando.Senti-me uma criança birrenta enquanto o pai tentava explicar pela décima vez que não podia colocar o dedo na tomada ou levaria um choque. Bom, eu estava realmente chocada. — Não estou afirmando que acredito em você, já que nunca havia me deparado com um caso assim, mas é possível ter eng
Capítulo 3Marcelo.Passado.Parei meu carro no estacionamento da casa noturna e desci. Do lado de fora, sorri ao ver meu irmão e estendi a mão para bater na sua em um cumprimento descontraído.— E aí, mano, veio encher a cara também? — questionou sorrindo.— Na verdade, eu vim impedir que você faça alguma besteira. Ele fez uma careta.— Sabe que não sou disso. Posso estar no fundo do poço, mas jamais me colocaria em risco ou faria isso com pessoas inocentes. — Sua fala saiu ríspida, ele havia se chateado com meu comentário e não podia julgá-lo. Soltei um suspiro.— Eu sei, mano. Me desculpa, mas não custa me certificar, não é? — Ele assentiu, mas sem esconder sua chateação. Mateus era médico, neurologista, para ser mais específico, então salvar vidas era sua função, sua missão na terra, mesmo que nem sempre conseguisse isso.— Vamos entrar, moças fofoqueiras, ou vão ficar aí a noite toda fofocando? — Gabriel, nosso amigo e dono da casa noturna, se aproximou e nos chamou, fazendo um
Capítulo 4.Marcelo.Passado - Meses depois...Acordei com o som estridente da campainha que não parava de tocar. Cocei os olhos e me obriguei a levantar. Ao chegar na porta do meu apartamento, abri-a e dei de cara com Andressa aos prantos.— O que...— Ai, Marcelo. — Se jogou em meus braços.— O que houve?— Estou com tanto medo. — Seu choro era sentido.Fechei a porta atrás de nós e a levei para o sofá.— Andressa, o que houve? Está me assustando.— Eu... — Me olhou, mas logo desviou o olhar. — Tenho medo do que pensará de mim.— Me diga o que houve, sabe que pode confiar em mim.Ela ergueu os olhos e, de sua boca, saiu algo que mudaria minha vida.— Estou grávida. — soltou, me deixando atômico e sem reação.— Eu estou grávida, Marcelo. — repetiu, acredito para ter certeza de que eu a ouvira.Eu já tinha ouvido, ouvi com muita clareza, só não sabia como reagir ao que havia acabado de sair de sua boca. — O quê? — minha voz se elevou e ela se levantou, tomando distância de mim.— Es