REMORSOThomasThomas sentiu um misto de tristeza e determinação enquanto se aproximava da igreja onde ocorria o casamento de Emily. Seu coração estava pesado por carregar o peso de suas próprias fraquezas, mas ele sabia que precisava fazer as pazes consigo mesmo antes de seguir em frente.Enquanto adentrava o local sagrado, o som suave do órgão e a voz do coro preenchiam o ambiente, criando uma atmosfera solene e reflexiva. Observou discretamente os convidados, procurando um vislumbre de Emily em seu vestido branco radiante.Após um breve momento de hesitação, Thomas decidiu enfrentar seus demônios interiores e se aproximar do altar. Ele esperou pacientemente até que Emily saiu da igreja em companhia do seu novo marido e os abordou quando estavam prestes a entrar no carro. Seu coração acelerou quando finalmente teve a oportunidade de se expressar.— Emily, sinto muito por tudo o que aconteceu entre nós. Fui fraco e não soube lidar com minhas próprias inseguranças. Não mereço o seu pe
Charlotte Olhei as pessoas na rua, a incerteza me dominando. Mãos geladas, eu não tenho ideia do que esperar lá fora, agora que a minha vida mudaria totalmente. Estava partindo do orfanato onde cresci, o único lar que conheci. Fui deixada quando criança, tinha apenas quatro anos, e nunca adotada. Não lembro da minha família de antes. A minha mãe me deixou com um bilhete dizendo que seria melhor para mim estar naquele lugar. Agora, com dezoito anos, chegou o momento de seguir um novo caminho, fazer escolhas e enfrentar consequências. Ajeitei a mochila sobre o ombro, com cuidado. Todos os meus pertences estavam naquela bolsa. Caminhei até a estação de metrô próxima, confiante por já conhecer o caminho. As freiras tinham me ajudado nesse momento de transição, arranjaram um emprego de babá na casa de um poderoso advogado. Fui ao endereço indicado com temor, não conhecia Manhattan, sempre fiquei no Bronx, onde morava e estudava, não costumava sair para outros lugares. Cheguei ao ende
Charlotte Eloá era uma criança tranquila. Eu a ajudava no orfanato e cuidar dela agora era mais fácil, pois era apenas uma criança. Eu trabalhava como babá dela há seis meses. No orfanato, também tínhamos horários rigorosos. Martina tratava Eloá com desprezo, o que me incomodava, pois também cresci sem o amor de uma mãe. Eloá tinha um pai carinhoso e Nicole a amava como se fosse sua mãe. Eu era tímida e o ambiente opressor me fazia sentir que pouco havia mudado em minha vida. Nicole perguntou se eu gostava de ficar na casa o tempo todo, pois nunca saía. Estávamos à beira da piscina, observando Eloá na aula de natação. Nicole era simpática, mas os outros empregados eram distantes e rudes. Eu tentava ser invisível, pois era isso que Martina esperava de mim, pois ela não parecia gostar quando era incomodada e muito menos quando ela se sentia pressionada a dar atenção para a própria filha. Isso acontecia principalmente quando o senhor Mackenzie estava em casa. Eu percebi que Martina a
Charlotte Nicole conseguiu um feito que eu considerava impossível: ambos tivemos folga no mesmo dia. Ela teria o fim de semana todo livre, já que seu aniversário seria no domingo, e eu também fui liberada para folgar a partir de sábado à noite, retornando à residência dos Mackenzie na segunda-feira de manhã. Conforme o combinado, encontrei Nicole na estação de metrô perto de sua casa, no Bronxdale. Fui apresentada à sua irmã e seus sobrinhos, e me senti muito acolhida pela família de Nicole. Sua irmã era mais jovem do que eu imaginava, considerando que ela havia mencionado que seus sobrinhos eram um casal de gêmeos de cinco anos. Eu havia deduzido uma mulher na faixa dos trinta anos, mas Emily tinha apenas vinte e quatro e foi extremamente gentil, tratando-me como parte de sua própria família. Elas eram muito próximas e eu adorei compartilhar aqueles momentos familiares com as duas irmãs e as adoráveis crianças, Benjamim e Karen. Foi uma experiência completamente nova para mim esta
Charlotte O senhor Carter era um homem muito interessante, parecendo ser uma pessoa bastante descontraída. Ele era alto e loiro, parecendo até mesmo um deus nórdico com seus olhos azuis claríssimos. — Eu sou Melanie Taylor, tia oficial desses três belíssimos homens a sua frente – a senhora brincou, me estendendo a mão, mas me puxando para um rápido abraço acompanhado por um beijo em cada lado da face. Olhei então para o último a se aproximar, que era totalmente o inverso do Carter, com sua expressão séria e compenetrada, parecendo sorrir raramente. — Brian Taylor – disse, apenas, e apertou a minha mão de maneira breve. — É um prazer conhecer todos vocês – eu falei, usando toda a força de vontade que existia em mim, pois me sentia bastante envergonhada, principalmente após notar como o senhor Taylor me olhou. Continuamos no museu, no quarto andar, onde havia a exposição de fósseis de dinossauros, a preferida de Eloá. A conversa animada entre o senhor Mackenzie e a Eloá conti
Brian Assinei a última folha da pilha de documentos que a minha secretária havia colocado em cima de minha mesa há mais de uma hora e suspirei aliviado. Estava cansado. A semana havia sido atribulada, tanto no escritório, como fora dele, e eu não tive tempo para muita coisa, além de trabalhar. Mas isso era algo a que eu já estava habituado, afinal eu era o CEO de uma empresa de tecnologia multimilionária, a maior empresa do ramo no país e isso acarretava muitas responsabilidades. Construí meu império com muito esforço e o trabalho nunca me assustou, mas eu precisava admitir andar mais cansado nos últimos tempos. Era chegado o momento de delegar mais algumas das minhas funções e observar a possibilidade de tirar férias de verdade. Não apenas alguns poucos dias de distração. — Você pode chamar o Carter e o Mackenzie na minha sala, Margareth? — pedi para minha secretária, uma senhora na casa dos cinquenta anos, muito eficiente e que jamais havia deixado a desejar em seu traba
Brian Eu me considero uma pessoa inteligente e que não precisava passar pela mesma situação duas vezes para aprender a lição. Jamais me envolveria em um relacionamento novamente, pois se quando eu não tinha todo o dinheiro que eu possuía atualmente, fui alvo de pessoas interesseiras, quanto mais agora, que eu tinha a maior fortuna dos Estados Unidos. — Vou te ensinar uma coisa bem simples, meu amigo Brian – foi a vez do Douglas falar. – Para ter um filho, você precisa primeiramente encontrar uma mulher, seja para namorar, casar ou apenas transar mesmo. De outra forma, não é possível. Quando ele terminou de falar aquilo, soltou uma sonora gargalhada e eu fiquei aguardando enquanto ele se divertia às minhas custas. — Apenas de olhar para a expressão em seu rosto, já imagino como você pretende ter um filho sem se envolver com mulher alguma – Oliver apontou e eu tinha certeza de que ele realmente sabia o que se passava em minha mente. Foi a vez de Douglas parar de fazer graça e t
Brian Brian Cheguei em casa já passava das vinte horas, algo corriqueiro para mim, uma vez que ficava sempre na empresa até tarde. Mas já fazia alguns meses que eu sentia faltar algo em minha vida e a perspectiva de ter um filho estava cada dia me causando ansiedade. Chegar em casa e ter uma criança, que seria cuidada e amada por minha tia, assim como ela havia me criado, seria uma sensação maravilhosa e eu tinha certeza de que traria um novo vigor a minha vida monótona. — Que bom que você chegou, Brian – Tia Melanie cumprimentou ao me ver entrar na sala do apartamento em que morávamos, em uma região nobre de Nova Iorque. — Boa noite, titia. A beijei no rosto, após largar a pasta em cima de uma poltrona qualquer, me jogando em um dos sofás em um tom de verde-escuro que combinava muito bem com as cortinas na cor bege, assim como eram também os carpetes da espaçosa sala se estar elegante. A minha tia era uma mulher de gostos simples, mas que admirava tudo o que era belo e