OliverBrian entrou apressado na sala. Ele tinha voltado ao seu apartamento em companhia de Charlotte, pois tínhamos decidido nos reverzar durante o periódo da noite, que foi longa de mais para mim. Eu tinha conseguido dormir apenas duas horas, exasuto de preocupação.— O que houve? — Douglas foi o primeiro a perguntar.Douglas também tinha conseguido dormir um pouco e agora, já quase seis horas da manhã, estamos todos a postos mais uma vez.— A localização indicada pelo telefone de Charlotte levou a equipe de policias a uma casa abandonada, alguns quilometros ao norte da Nova York — Ele disse com nitida irritação.— Eu confesso que já esperava por algo — Apontei comdesanimo — Martina está se saindo bem em manter o seu esconderijo de nós.Voltei a andar de um lado a outro da sala, me sentindo impotente.— Posso falar com você em particular, Oliver?Estranhei o pedido de Brian, mas logo o segui para fora do meu apartamento.— O investigador acredita que há cameras em seu apartamento —
NicoleNo momento em que um dos homens contratados por Martina me empurrou de maneira brusca para dentro de um chalé estranho e afastado, um lugar no qual eu claramente não poderia conseguir ajuda, eu fiquei aterrorizada. Porém, eu fingi tranquilidade, pois não queria causar pânico na minha pequena. Segurei firmemente na mão de Eloá e nós então fomos guiadas de maneira grosseira através de alguns cômodos escuros, até chegarmos diante de uma porta fechada. Vários cenários terríveis se desenharam em minha mente naquele instante. — Entra aí — O homem disse, abrindo a porta e indicando o interior do cômodo.O terror aumentou, senti meu corpo trêmulo. Até mesmo pensei em perguntar onde estava Martina, talvez clamar por um pouco de razão da parte dela, afinal, Eloá é sua filha. Mas eu não fiz, mais uma vez eu estava tentando não demonstrar para Eloá o quanto tudo aquilo é preocupante.— Nicole, estou com medo — Eloá disse, me abraçando forte.Seu corpinho estava trêmulo, ou talvez fosse o
DouglasEmily e Charlotte nos aguardavam no apartamento, mas após toda a emoção do momento de reencontro entre elas e Nicole, assim como também pela enorme felicidade que todos nós sentimos ao vê-las bem, é visível que Eloá e Nicole precisavam descansar. Os médicos cuidaram delas ainda no chalé, mas elas certamente estavam abatidas e cansadas.— Acho melhor deixar vocês a sós — Charlotte disse exatamente o que eu estava pensando — Na verdade, todos nós precisamos descansar depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias. — Você está certa, meu amor — Brian encarou a esposa com notável devoção — Vamos para nossas casas.— Eu sugiro um jantar na minha casa, para que possamos comemorar a vida — Emily sugeriu e acredito que eu estava com a mesma expressão de Brian quando olhei para a minha noiva — O que acham disso?— Eu acho uma ótima ideia — Fui rápido em concordar, abraçando-a pela cintura.— Eu também gostei muito da ideia, Emily — Oliver concordou — O que você acha, Nicole?— Mas Ni
DouglasDepois de falar com Thomas, eu fui diretamente para a casa da minha família. Com elas a conversa não seria tão rápida.— Douglas, por favor, tente entender...— Não, mãe, eu entendo perfeitamente. E é exatamente por entender que não vou tolerar mais esse tipo de atitude por parte da minha própria família. Vocês não aceitam Emily como minha noiva, como a mulher que eu amo. Isso é inaceitável.— Douglas, eu estava apenas tentando fazer você enxergar que aquela garota não é a pessoa certa para você, meu filho.— Apenas eu posso saber quem é ou não a mulher da minha vida. Não vocês!— Você está cego, Douglas — Nora insistiu, demonstrando toda a sua raiva — Não vê que…— Não quero ouvir mais nada! Eu tomei minha decisão. Não pretendo manter nenhum contato com vocês até que entendam que nada e nem ninguém vai conseguir afastar Emily de mim. Ela é a mulher da minha vida, e eu vou protegê-la de vocês.— Douglas, por favor, pense melhor… — Mamãe tentou novamente.— Mãe, eu já pensei mu
OliverO jantar na casa de Emily foi uma celebração animada. Rimos, brindamos e compartilhamos histórias alegres, celebrando não apenas a vida, mas também o amor que unia cada um de nós. Nicole, Emily e Charlotte estavam radiantes, demonstrando uma felicidade genuína e renovada.Brindamos à felicidade de Douglas e Emily, que estão prestes a se casar, também relembramos os momentos incríveis que compartilhamos ao longo do tempo em que nos conhecemos. Rimos das aventuras e desventuras do grupo, reconhecendo que nossas amizades eram um pilar fundamental em nossas vidas.E assim, entre risos, abraços e palavras de carinho, celebramos a vida. Estávamos todos felizes por estarmos todos novamente juntos, reforçando nossa amizade e acreditando na beleza dos recomeços. O momento não poderia ser mais perfeito para um pedido especial.Então, quando já estávamos sentados todos no sofá, conversando animadamente, eu me afastei ligeiramente de Nicole, segurando as suas mãos com carinho. Olhei nos se
REMORSOThomasThomas sentiu um misto de tristeza e determinação enquanto se aproximava da igreja onde ocorria o casamento de Emily. Seu coração estava pesado por carregar o peso de suas próprias fraquezas, mas ele sabia que precisava fazer as pazes consigo mesmo antes de seguir em frente.Enquanto adentrava o local sagrado, o som suave do órgão e a voz do coro preenchiam o ambiente, criando uma atmosfera solene e reflexiva. Observou discretamente os convidados, procurando um vislumbre de Emily em seu vestido branco radiante.Após um breve momento de hesitação, Thomas decidiu enfrentar seus demônios interiores e se aproximar do altar. Ele esperou pacientemente até que Emily saiu da igreja em companhia do seu novo marido e os abordou quando estavam prestes a entrar no carro. Seu coração acelerou quando finalmente teve a oportunidade de se expressar.— Emily, sinto muito por tudo o que aconteceu entre nós. Fui fraco e não soube lidar com minhas próprias inseguranças. Não mereço o seu pe
Charlotte Olhei as pessoas na rua, a incerteza me dominando. Mãos geladas, eu não tenho ideia do que esperar lá fora, agora que a minha vida mudaria totalmente. Estava partindo do orfanato onde cresci, o único lar que conheci. Fui deixada quando criança, tinha apenas quatro anos, e nunca adotada. Não lembro da minha família de antes. A minha mãe me deixou com um bilhete dizendo que seria melhor para mim estar naquele lugar. Agora, com dezoito anos, chegou o momento de seguir um novo caminho, fazer escolhas e enfrentar consequências. Ajeitei a mochila sobre o ombro, com cuidado. Todos os meus pertences estavam naquela bolsa. Caminhei até a estação de metrô próxima, confiante por já conhecer o caminho. As freiras tinham me ajudado nesse momento de transição, arranjaram um emprego de babá na casa de um poderoso advogado. Fui ao endereço indicado com temor, não conhecia Manhattan, sempre fiquei no Bronx, onde morava e estudava, não costumava sair para outros lugares. Cheguei ao ende
Charlotte Eloá era uma criança tranquila. Eu a ajudava no orfanato e cuidar dela agora era mais fácil, pois era apenas uma criança. Eu trabalhava como babá dela há seis meses. No orfanato, também tínhamos horários rigorosos. Martina tratava Eloá com desprezo, o que me incomodava, pois também cresci sem o amor de uma mãe. Eloá tinha um pai carinhoso e Nicole a amava como se fosse sua mãe. Eu era tímida e o ambiente opressor me fazia sentir que pouco havia mudado em minha vida. Nicole perguntou se eu gostava de ficar na casa o tempo todo, pois nunca saía. Estávamos à beira da piscina, observando Eloá na aula de natação. Nicole era simpática, mas os outros empregados eram distantes e rudes. Eu tentava ser invisível, pois era isso que Martina esperava de mim, pois ela não parecia gostar quando era incomodada e muito menos quando ela se sentia pressionada a dar atenção para a própria filha. Isso acontecia principalmente quando o senhor Mackenzie estava em casa. Eu percebi que Martina a