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Decisão Importante

Brian

Eu me considero uma pessoa inteligente e que não precisava passar pela mesma situação duas vezes para aprender a lição. Jamais me envolveria em um relacionamento novamente, pois se quando eu não tinha todo o dinheiro que eu possuía atualmente, fui alvo de pessoas interesseiras, quanto mais agora, que eu tinha a maior fortuna dos Estados Unidos. 

— Vou te ensinar uma coisa bem simples, meu amigo Brian – foi a vez do Douglas falar. – Para ter um filho, você precisa primeiramente encontrar uma mulher, seja para namorar, casar ou apenas transar mesmo. De outra forma, não é possível. 

Quando ele terminou de falar aquilo, soltou uma sonora gargalhada e eu fiquei aguardando enquanto ele se divertia às minhas custas. 

— Apenas de olhar para a expressão em seu rosto, já imagino como você pretende ter um filho sem se envolver com mulher alguma – Oliver apontou e eu tinha certeza de que ele realmente sabia o que se passava em minha mente. 

Foi a vez de Douglas parar de fazer graça e trazer uma expressão de seriedade ao seu rosto e franzir a testa em visível desagrado.

— Como assim? – ele perguntou, provavelmente também já estava começando a deduzir o que se passava. 

— É exatamente isso o que vocês estão pensando — confirmei seus pensamentos. – Pretendo contratar uma mulher para gerar o meu herdeiro e espero contar com a ajuda do meu advogado para me auxiliar em todo o processo. 

— O que você tem em mente, exatamente? – Oliver perguntou. 

A postura do meu amigo agora era de um profissional e o que ele estava querendo saber dizia respeito às condições para as quais eu desejava aquele acordo, pois ele precisaria elaborar um contrato que me resguardasse de qualquer problema futuro.  

Expliquei então as condições que gostaria que ele adicionasse ao contrato que seria celebrado entre as partes, onde eu estivesse totalmente assegurado dos meus direitos como pai e responsável legal pela tutela da criança que ainda seria gerada. 

Pedi também que além de elaborar o contrato, meus amigos se responsabilizassem pela parte de encontrar uma mulher disposta a gerar meu filho, mas que aceitasse que este seria o seu único papel nessa história. Após o nascimento, ela me entregaria a criança e desaparecia para sempre, abdicando de qualquer direito sobre a criança que gerou dentro de si.  

Eu não queria que em hipótese alguma a mulher soubesse estar assinando esse contrato comigo, pois ela poderia acabar por espalhar a história, divulgando até mesmo na mídia, em busca de notoriedade. Eu queria que aquele assunto ficasse exclusivamente entre nós.  

— Recapitulando: a mulher vai doar seus óvulos e gerar a criança por nove meses, enquanto você só entrará com o sêmen. E mesmo assim ela não terá direito algum sobre a criança – Douglas perguntou, parecendo incrédulo. 

Estava prestes a explicar-lhe que isso era algo totalmente legal pela lei americana, quando Oliver fez exatamente isso, mas usando termos legais. 

— Ainda assim, acho muito injusto – Douglas opinou. – E além de elaborar esse contrato que só beneficia você, Oliver ainda terá que encontrar alguém que aceite fazer esse papel?  

— Esse tipo de acordo está cada vez mais presente na sociedade moderna, Douglas – Oliver reforçou. – Eu não concordo com a forma escolhida por nosso amigo, mas consigo entender a maneira como ele está pensando. 

— Eu não posso me expor de forma alguma – deixei claro aquele ponto, já que Douglas estava tão incomodado. – O que você acha, Oliver? 

— Deseja que eu responda como advogado ou como amigo?

— Aguardo os dois aspectos da questão – falei prontamente. 

Independentemente da opinião dos meus amigos, eu não seria demovido daquela ideia sob hipótese alguma. Era algo que vinha amadurecendo em minha mente há vários meses, mas eu precisei primeiro resolver questões da empresa, deixando tudo organizado, pois eu desejava ter tempo para o meu filho quando ele estivesse comigo. 

— Legalmente, você não está fazendo nada errado. É possível fazer conforme deseja – Oliver expôs sua opinião profissional. 

— E o meu amigo Oliver, o que diz? 

— Acredito que essa não é a melhor maneira de trazer uma criança para a sua vida – ele falou e parecia sincero. – Eu gostaria que meu amigo tivesse uma família e que um filho viesse apenas para somar. 

Pensei sobre a situação do próprio Oliver e foi difícil de conter a expressão de pena, uma vez que ele parecia ser o único que não conseguia perceber que a sua própria esposa, Martina, era uma víbora e não parecia amar nem um pouco a filha que eles tinham, a pequena Eloá. 

Eu e o Douglas já havíamos tentado o alertar para aquele fato, mas ele parecia enfeitiçado por sua mulher, não percebendo que ela tinha uma postura na sua presença que não condizia com a pessoa que ela era de fato. 

Quando estava na frente do marido, Martina falava com uma voz fina e doce, fingindo amar a filha. Mas nós já havíamos visto ela sem o Oliver por perto e ela era extremamente maldosa, tratando a filha com verdadeiro desprezo. 

Eu não queria passar por algo semelhante e de maneira alguma me colocaria em risco dessa forma. Além da minha própria experiência, ainda podia acompanhar a do meu amigo. 

— Eu agradeço bastante por serem sinceros em seus posicionamentos – falei. 

— Mas você vai fazer o que quer e como quer – Douglas estava correto. 

Eles eram meus amigos há tempo suficiente para saberem que nada conseguia me demover de uma ideia quando eu estava decidido. 

— Posso contar com a ajuda de vocês? 

— Se está decidido, só nos resta ajudá-lo, então – Oliver falou enquanto se levantava de sua cadeira, me puxando para um abraço de “homens”. 

— É isso aí, meus amigos – Douglas disse, sendo o próximo a me abraçar. – Seremos tios, Oliver! 

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