Brian A frustração estava tomando conta de mim, pois já fazia algumas semanas que eu havia pedido a ajuda do Oliver para encontrar a mulher que iria gerar o meu filho, mas até o momento eu ainda não havia obtido resultados satisfatórios. Estava agora em minha cobertura juntamente com os meus amigos, e o assunto estava gerando muita discussão entre nós. — Por que você não procura naquelas listas que as clínicas oferecem? – Douglas questionou. — Já tentamos, mas o Brian não gostou de nenhuma das mulheres que apresentei para ele – Oliver explicou. – E eu até agora não entendi por qual motivo. O Oliver estava certo e eu também não entendia por que nenhuma das mulheres que eu lia os nomes nas fichas, todas elas com as características que eu desejava, não conseguia despertar o interesse. Era algo estranho e eu não sabia explicar, ainda mais em se tratando de mim mesmo, um homem sempre tão racional. — Da forma como você fala, parece até que você está se referindo a apresentar alguém,
Charlotte Eu estava muito preocupada com as minhas novas amigas, as quais considerava verdadeiramente como a família que nunca tive. Eu podia dizer, sem medo de estar equivocada, que já amava a todos. E o clima que se instalara na casa antes cheia de alegria, era algo triste de se presenciar. As crianças pareciam sentir a tensão da mãe e estavam cada dia mais quietas e aquilo era preocupante, pois já tinha até me acostumado a vê-los sempre felizes e aprontando juntos. Apesar de a Nicole ter conseguido um emprego temporário, era muito mal remunerado e ela trabalhava oito horas, praticamente sem intervalo, em uma lanchonete e o que ganhava só estava sendo suficiente para manter as despesas da casa, assim como eu também ajudava com o que eu ganhava. Mas não era possível conseguir dinheiro suficiente para evitar perder a casa, pois somente em um sonho distante conseguiríamos levantar o valor necessário para repassar ao novo proprietário. Isso, caso ele de fato aceitasse repassar a ca
Charlotte Já estava trabalhando novamente como babá da Eloá há uma semana e a rotina era totalmente diferente da antiga residência dos Mackenzie, o que era algo verdadeiramente positivo. Eu estava gostando muito de estar agora com a Eloá no novo apartamento e tive a oportunidade de conhecer a tia Melanie melhor, que era uma senhora muito gentil e por quem eu também passei a ter um carinho muito grande. Nós saímos juntas para fazer alguns programas com a Eloá e ela também nos visitava com frequência, desde que o senhor Oliver havia se mudado e, ao saber que eu estava responsável pelos cuidados com a pequena novamente, ela me abraçou e demonstrou estar feliz com o fato. Como a Eloá estava em seu período de férias de verão, nós estávamos fazendo vários programas para passar o tempo livre, mas eu não conseguia me divertir realmente junto com a pequena e senhora Melanie, que quase sempre nos acompanhava, tamanha era a preocupação com a situação das minhas amigas. Eu passava o dia com
Oliver Quando a babá da minha filha disse que queria conversar comigo sobre um assunto muito sério, eu realmente não imaginei, nem por um segundo, quão genuína era aquela afirmação. — Então, você ouviu quando eu estava conversando com o Carter e acredita que consegue assumir esse papel? — questionei, só para ter certeza de que eu havia ouvido aquilo corretamente. — Sim. Olhei para a Nicole, que também estava conosco na minha sala de estar, que também estava se propondo a mesma coisa que a Charlotte, e lembrei da forma como a minha filha pulou de alegria ao ver a sua antiga babá. Eu nunca antes havia visto a minha filha tão feliz simplesmente por ver alguém, como ela havia ficado quando viu a Nicole, e aquilo mexeu comigo de uma forma singular. Eu já sabia que Eloá gostava muito da jovem que cuidou dela por mais de dois anos, mas não tinha realmente ideia do quão grande era aquele sentimento. Mas, pensando melhor, desde que saímos de nossa casa e, consequentemente, nos afastamo
Charlotte — Você tem certeza de que vai fazer isso mesmo, Charlotte? – Emily perguntou pela décima vez, só na última hora. — Eu estou decidida e nenhuma de vocês vai conseguir me fazer mudar de ideia – falei em um tom de voz que não abrisse espaço para mais dúvidas Eu não iria desistir. — Eu sei que a necessidade está falando mais alto, mas tenho medo de que você venha a se arrepender depois, Charlotte – Dessa vez foi a Nicole a tentar me fazer mudar de ideia. As minhas duas melhores amigas estavam se revezando nos últimos dias, na tentativa de me fazer voltar atrás em minha decisão, mas elas não estavam obtendo êxito algum e já deveriam ter desistido. — Charlotte Thompson? – a atendente da clínica chamou. — Volto logo. Caminhei até a simpática atendente, que tinha um sorriso no rosto, possivelmente na tentativa de passar a sensação de tranquilidade para aqueles que ali chegavam. Entramos em um consultório médico e depois que o experiente doutor me explicou todo o procedi
Charlotte Cheguei em casa após a primeira consulta de pré-natal e estava bastante cansada. Apesar de estar apenas com dois meses de gravidez, me sentia cansada, com um apetite enorme e uma sonolência que não me deixava fazer mais nada além de dormir e comer, é claro. — Olá, crianças! – cumprimentei os gêmeos, que estavam brincando em um dos cantos da sala de estar. — Oi, Charlotte! – eles responderam juntos. — Onde está a mamãe de vocês? — Na cozinha, preparando o almoço – Karen respondeu prontamente, levantando e vindo me abraçar, sendo logo seguida pelo Benjamim. Era sempre assim, em todas as vezes que eu chegava em casa, e eu sentiria muita falta se fosse diferente. Depois de dar um abraço bem apertado nas crianças, segui para a cozinha, de onde vinha um cheiro muito bom de comida. — Que cheiro maravilhoso! — Toda comida tem um cheiro maravilhoso para você agora, Charlotte! – Emily respondeu sorrindo. — Tem razão, amiga... – falei, me sentindo um pouco abatida. — Não
BrianOuvi a campainha tocar e olhei rapidamente no relógio em meu pulso, constatando que era ainda bem cedo para já termos visitas em pleno sábado pela manhã. Estava à mesa de café da manhã tomando o desjejum com a minha tia Melanie e a olhei de maneira interrogativa, pois imaginei que ela poderia saber quem seria o visitante inesperado. Antes que ela pudesse me responder, no entanto, Oliver entrou na sala em que estávamos conversando, trazendo consigo a pequena Eloá, que parecia bem diferente da criança sempre quieta, e até mesmo apática, com a qual eu havia me habituado. — Bom dia, família! — Oliver nos cumprimentou, também parecendo bem animado. — Olá, querido — Tia Melanie respondeu sorridente, levando o guardanapo até a boca e, depois de limpar rapidamente, colocou-o sobre a mesa e levantou de seu lugar ao meu lado. — Vou apenas buscar minha bolsa e podemos ir. — Não precisa se apressar, titia — Oliver concordou. — Eu preciso trocar algumas palavras com o Brian. — Não es
CharlotteApesar de toda a alegria da minha família, pois a Nicole e a Emily com as crianças estavam verdadeiramente felizes por aquele fim de semana totalmente diferente de tudo o que elas já viveram, eu não me sentia tão animada como tentei mostrar.Eu me sentia diferente, desde o primeiro momento em que soube que tinha um bebê crescendo dentro de mim e aquilo estava se tornando algo inquietante.O senhor Oliver havia mandado um carro com motorista especialmente para nos buscar naquela manhã e nós chegamos com muito conforto aos Hamptons, que era uma realidade muito distante da nossa.Tudo era muito sofisticado, elegante e extremamente caro. As pessoas que vimos eram nitidamente bem-sucedidas financeiramente e exalavam riqueza e poder apenas em seus modos.A enorme mansão do Oliver estava claramente nos padrões daquela região de Nova York e me senti totalmente fora do meu ambiente ali, pois não saberia nem mesmo como me comportar diante daquelas pessoas.Para meu alívio total, no en