Eveline entrou e passou pela mulher sem ao menos cumprimentá-la. Ela lembrou, sabia que aquela mulher era a mesma que estava na foto do perfil da rede social do Brennan. Brennan saiu do banho e encontrou um silêncio assombrado na sala. Ele apresentou a maça para a ex-mulher: “Eveline, essa é a Marisol, minha namorada!” “Marisol, essa é Eveline, minha ex-esposa e esse é meu pequeno Matteo.” Ele apresentou pegando o menino no colo. “Marisol cumprimentou Eveline com um oi seco e se dirigiu ao menino. Eveline se despediu do filho e voltou para casa pensativa, sentindo raiva de Brennan. Lembrando de sua traição no passado. Ela se esforçava para não projetar seu passado no presente, mas era inevitável, as lembranças ressurgiam.Apesar do contratempo no apartamento do ex-marido, ela começou a semana feliz no seu novo emprego. Voltou para casa já cansada e encontrou Brennan que veio entregar o filho. Ela estava linda, mesmo depois de um dia exausto de trabalho, com roupa social, salto
“Daquela noite que eu te trouxe bêbada da festa do meu amigo?” “Sim! Eu lembro de tudo! Até do banho que você me deu!” Brennan mordeu os lábios e perguntou: “Porque só me falou isso agora?” “Você queria que eu acordasse e agradecesse por ter me dado banho e não ter me fodido bêbada?!” Ele deu um sorriso discreto, fingindo estar tímido, fez um comentário:“Você mudou de verdade, ein!” Ela chegou mais perto e pediu:“Me leva pra casa, estou bêbada!” “Mas você não tomou nenhuma dose!” “Não é isso, é o cheiro desse lugar, me deu mal estar!” "Você veio de carro?” Ele perguntou. “Vim de táxi.” “Tudo bem, vamos!” Ele pagou a conta e se retirou, acenado para o amigo. Quando saíram do bar, estava chovendo e frio. Brennan tirou sua jaqueta e cobriu o corpo dela. Abriu a porta do carro pedindo para entrar. Os dois foram em silêncio até o apartamento de Eveline. Ele parou o carro em frente a portaria. “Fique com minha jaqueta. Depois eu pego.” Ela tirou a jaqueta, jogou no banco d
Na madrugada de segunda-feira, Eveline entrou no quarto da avó silenciosamente e deixou um bilhete de despedida em cima da cômoda, sem querer, derramou algumas lágrimas. Em seus pensamentos, dizia: “Me perdoe vozinha, eu te amo, queria tanto me despedir. Que Deus te proteja, espero fique bem!” Ela juntou suas coisas, chamou um táxi, saindo com o dinheiro que pegou da avó e suas economias que tinha guardado. Na rodoviária, chegou o horário do seu ônibus. Embarcou, partindo angustiada, olhando pela janela as paisagens da terras que cresceu. Passou a madrugada viajando, até chegar no terminal rodoviário da capital. Ainda dentro do terminal, pegou outro ônibus e foi direto para o campus da universidade, lá conversou com as atendentes sobre sua matrícula.Depois de se matricular, Eveline foi para o centro procurar a pensão que viu na internet. Com o pouco dinheiro que trouxe, dava para pagar seis meses de pensão, combinou com a dona que ficaria somente alguns meses. Empolgada em seu p
Dona Izabel admirava cada dia mais Eveline, por ser tão jovem, audaciosa e cheia de sonhos. Sensibilizada com sua história, a senhora fez um convite para que ela fosse morar no seu apartamento, já que seus filhos estavam fora e ela vivia sozinha. Eveline ficou sem jeito em aceitar o convite, falou que iria pensar e logo daria uma resposta durante a semana. Os dias passaram, Eveline estava muito pensativa, queria um lugar para ficar, ao mesmo tempo, não queria incomodar a nova amiga.Ela refletiu nos pós e contra. O endereço ficava próximo ao Campus da universidade e também iria ter mais privacidade, um quarto só para si e uma pessoa que pudesse contar e conversar. Decidida, a jovem pegou o seu celular e ligou para a senhora, dizendo que aceitaria o convite de morar um tempo no apartamento dela, queria fazer uma experiência!No final de semana seguinte, ela arrumou suas coisas, pegou um táxi e mudou-se para o apartamento de Dona Izabel. Ao chegar, foi recebida pela empregada Salete
“Meu amor!!! Que horas você chegou? Porque não avisou, filho? Estou tão feliz que você está aqui em casa, estava morrendo de saudades! Ainda bem que Eveline tá aí adiantando a janta."Dona Izabel acolheu o filho com ternura e apresentou sua amiga:"Filho, deixa eu te apresentar, essa é Eveline, nos conhecemos no abrigo que eu presto serviços voluntários, fiz o convite para ela morar aqui em casa, por enquanto.” “Eveline, esse é meu filho mais velho, Brennan!” Ela apresentou o filho, toda orgulhosa! “A gente se conheceu agora a pouco!” Disse Eveline, ainda envergonhada. “Tá ok mãe, tudo bem! Desculpa não ter avisado! Só queria fazer uma surpresa.” “E eu adorei, filho! Venha, vamos jantar!” Todos se dirigiram à mesa. “E como estão as coisas por lá? Seu treinamento acabou?” “Ah, mãe você já sabe! A gente se fala quase todo dia. Não vou mais voltar, pois o treinamento continuará aqui na capital mesmo.” “Que maravilha, amor!! Vamos ficar juntos de novo, quero cuidar de você, estav
“E ai Eveline, está gostando de morar com minha mãe? “Estou sim, Dona Izabel é uma pessoa gentil e altruísta, sou muito grata por ter me acolhido aqui.” “Me fala, quantos anos você tem?” “Tenho dezoito anos.” “Nossa! achei que tinha mais.” Brennan soltou um riso, se surpreendendo com a idade da moça.“Me conta um pouco sobre sua família e sua história?” Ela ganhou confiança e começou relatar: “Sou filha única e morava com minha avó no interior, saí de casa para estudar pedagogia aqui na capital.” Curioso, ele continuava a interrogar: “E seus pais?” “Meu pai, eu nunca conheci, minha mãe faleceu quando eu tinha oito anos.” “Mas, de toda família, só tem você e sua avó?” “Tem o meu tio Otávio, ele não morava com a gente, mas, sempre vinha nos visitar.” “Você tem namorado?” Perguntava Brennan obstinado. “Tenho sim, ele mora no Canadá, conversamos bastante por telefone e rede social.” “Vocês nunca se viram?” “Não! A gente não tem condições de viajar para nos encontrar e tamb
“Tá, mãe... Eu também vou sair, vou me encontrar com uns amigos para aproveitar o final de semana.” Eveline, trabalhou na sexta, no sábado e no domingo. Na segunda-feira, estava exausta para o estágio no abrigo. Quando acordou, o café já estava pronto e se sentou à mesa. Brennan a esperava para tomar café juntos, aproveitando a oportunidade para puxar assunto. “Me conta, como foi seu final de semana?” Ele a sondava, cheio de malícia, procurando espiona-la. “Foi bom e cansativo. Trabalhei todas as noites do final de semana, cheguei aqui já tarde, exausta, em silêncio para não acordar vocês.” Toda atenciosa e espontânea, ela foi explicando o que ela fazia no trabalho, sem perceber a desconfiança de Brennan. Eveline era uma moça imatura, cheia de sonhos, vivendo no maior perrengue, lutando para sobreviver. A última coisa que faria para conseguir dinheiro, seria se prostituir, pois estava se resguardando para o Maycon, fazia planos de casar-se e ter filhos. Ela sempre sonhou em fo
Envergonhada, Eveline não sabia como se portar na frente de Brennan, ela adorava comida japonesa, apesar da fome, se conteve e foi comendo aos poucos, até saciar-se. Aproveitando a ocasião, Brennan começou a puxar assunto, perguntando sobre o relacionamento dela: “Me fala mais sobre seu ‘Foreign boyfriend’ (Namorado estrangeiro)” “Ah... ele é carinhoso, super educado, gentil, cavalheiro...” Eveline descrevia o namorado com um ar de paixão. “Você gosta dele?” Continuou Brennan “Sim, faz uns dois anos que a gente tá junto.” “E ele, gosta de você?” “Hum, eu acho que sim!” Ela respondeu, sem jeito. “Você não acha que ele procura outras mulheres lá no Canadá? Pois nós homens temos necessidades e é muito difícil controlar a vontade de sexo.” Brennan falou desinibido. Eveline ficou corada de vergonha, desviou o olhar e encheu a boca de sushi. Depois de alguns segundos, respondeu: “Eu sei que ele é fiel, Maycon jamais me trairia!” A moça acreditava cegamente na lealdade do namor