“Tá, mãe... Eu também vou sair, vou me encontrar com uns amigos para aproveitar o final de semana.”

Eveline, trabalhou na sexta, no sábado e no domingo. Na segunda-feira, estava exausta para o estágio no abrigo.

Quando acordou, o café já estava pronto e se sentou à mesa.

Brennan a esperava para tomar café juntos, aproveitando a oportunidade para puxar assunto.

“Me conta, como foi seu final de semana?”

Ele a sondava, cheio de malícia, procurando espiona-la.

“Foi bom e cansativo. Trabalhei todas as noites do final de semana, cheguei aqui já tarde, exausta, em silêncio para não acordar vocês.”

Toda atenciosa e espontânea, ela foi explicando o que ela fazia no trabalho, sem perceber a desconfiança de Brennan.

Eveline era uma moça imatura, cheia de sonhos, vivendo no maior perrengue, lutando para sobreviver.

A última coisa que faria para conseguir dinheiro, seria se prostituir, pois estava se resguardando para o Maycon, fazia planos de casar-se e ter filhos. Ela sempre sonhou em formar uma família, já que cresceu sem pai e perdeu sua mãe cedo.

Já Brennan, desconfiava muito da jovem, afinal, ela era uma garota bonita e não tinha trabalho fixo, ele acreditava piamente que ela estava se prostituindo.

A semana passou rápido...

Chegou sexta-feira! Eveline estava se arrumando para mais um final de semana de trabalho, saiu do quarto muito elegante com maquiagem, unhas e cabelo feito. Ela era caprichosa, sabia se arrumar, entendia de moda e era inteligente.

Brennan, ficou admirado quando viu Eveline tão chique, tão charmosa e mencionou pretensiosamente:

“Eu vou sair agora também, posso te dar uma carona!”

Na verdade, ele tinha planos de descobrir onde ela trabalhava.

“Eu aceito sim, muito obrigada!”

Respondeu Eveline timidamente, sem perceber as más intenções de Brennan.

Eles se despediram de Dona Izabel e desceram, Brennan, gentilmente, abriu a porta do carro para ela entrar e partiu para o endereço indicado por ela.

Os dois ficaram em silêncio quase todo o trajeto, Brennan de vez em quando dava uma olhada em Eveline, para contemplar sua beleza, enquanto ela mexia no celular.

Quando chegaram no endereço da casa de eventos, ele viu uma bela mansão, viu muita gente elegante entrando, inclusive crianças, observava outras moças vestidas igual a Eveline.

Ele se convenceu de que realmente ela falava a verdade. Os dois se despediram, Brennan não perdeu oportunidade e a beijou no rosto, ela agradeceu a carona e saiu apressadamente, pois estava um pouco atrasada, deixando Brennan entorpecido com aquele beijo e o cheiro do seu agradável perfume.

Enquanto contemplava Eveline subir as escadas e entrar na mansão, Brennan sentiu o desejo de ficar perto dela, simplesmente, estacionou o carro e também entrou na mansão. Lá dentro, foi recepcionado por uma moça, ela o cumprimentou e pediu o seu convite.

“Desculpe moça, mas eu não tenho convite, como faço para participar do evento?”

A moça informou que era preciso adquirir o ingresso.

“Eu não tenho ingresso, você ainda tem disponível?”

A moça vendeu o ingresso e o orientou sobre a programação. Era um evento beneficente com várias atrações, apresentações, leilões e um delicioso jantar.

Ele pagou pelo seu ingresso e se sentou à mesa indicada no convite, observando atentamente o local, à procura de Eveline.

Por fim, ele a avistou de longe, também vendendo ingressos e cartelas de bingos para outros convidados.

Querendo se aproximar, saiu da sua mesa e foi até ela, a jovem ficou chocada ao vê-lo no local! Ele chegou mais perto e disse que queria três cartelas de bingo, abriu a carteira e pegou o dinheiro para pagar.

Eveline, atordoada, não falou nada naquele momento, pois tinha outros convidados na fila. Apenas entregou as cartelas, se perguntando o que ele estava fazendo ali?

Depois que o evento iniciou-se, Eveline e as outras moças se posicionaram no fundo, o tempo todo em pé, ela estava de salto e tinha que ficar a todo tempo naquela posição, até o final do expediente.

Brennan ficou com pena da jovem, queria levá-la para casa, pois achava muito cansativo trabalhar ali.

Finalmente, aquele evento chato terminou! Brennan continuava em sua mesa esperando o momento em que Eveline saísse.

Todas as moças foram para o vestuário, pegaram suas coisas e caminharam até a saída.

Brennan já estava lá esperando. Eveline se surpreendeu, pois ele ficou até o final da cerimônia e ainda não sabia o porquê.

"Você veio conhecer meu trabalho, é isso?”

Ela Perguntou sem entender nada!

“Eu vi que era um evento beneficente e resolvi ajudar, também estava com fome, não jantei e aproveitei que aqui tinha comida, foi muito legal! Adorei te ver trabalhando! Poxa, você é esforçada, hein!”

Ele a elogiou.

“Espertinho, enquanto eu trabalhava você jantava, né?!”

Brincou Eveline.

Já era quase meia-noite e ela ainda não tinha jantado.

“Louca para chegar em casa, estou morrendo de fome!”

“Você não jantou?”

Ele perguntou preocupado.

“Ainda não, aqui eles não oferecem refeições!”

“Vamos em algum lugar, eu te levo para jantar!”

“Mas você já jantou! E eu estou muito cansada!”

“Amanhã é sábado, desencana vai!”

“Ah, então, tá bom.”

A moça aceitou o convite, depois de muita insistência.

“Agora me diz, o que você mais gosta de comer?”

“A fome que eu estou, comeria qualquer coisa.”

Ela respondeu à vontade.

“Mas, qualquer coisa não existe no cardápio, todo mundo tem um prato favorito.”

Ela pensou um pouco e deu as opções:

“Hum... Comida japonesa talvez, comida caseira, hambúrguer...”

Brennan saiu à procura de um restaurante, não muito longe dali, encontrou um restaurante japonês. Ele já tinha jantado no evento, mesmo assim pediu alguns sushis e tamaki.