Capítulo 4
Miguel virou levemente o rosto para o lado, com a bochecha esquerda avermelhada e ardendo. Ele ficou atordoado por um segundo, ainda confuso com a situação. Essa mulher... ela realmente o esbofeteou?

No momento seguinte, a raiva fervia em seus olhos, causando arrepios em quem o visse.

Ele se virou, pronto para fazer essa mulher, que não sabia o seu lugar, pagar pelo que havia feito. No entanto, viu Valentina com os olhos vermelhos como os de um coelho, ainda na posição de quem tinha acabado de dar um tapa, tremendo violentamente. Não sabia se era por medo ou por raiva, mas sua voz saiu carregada de um choro reprimido, enquanto falava, palavra por palavra:

— Canalha, não projete seus valores superficiais em mim, isso é repugnante! — Depois de dizer isso, ela pegou o pingente na mesa e, sem esperar que ele dissesse mais uma palavra, saiu porta afora sem olhar para trás.

Davi e seus amigos estavam do lado de fora da suíte. Davi , sempre curioso, tinha o ouvido colado à porta, tentando descobrir o que acontecia lá dentro. Quando Valentina abriu a porta de repente, ele quase caiu. Estava prestes a xingá-la, mas viu que Valentina estava com os olhos vermelhos, olhando para ele com um olhar gelado.

Ao mesmo tempo, a porta do quarto ao lado se abriu, e um jovem desleixado saiu, vestido de qualquer jeito. Quando o jovem virou a cabeça e viu Valentina, ficou visivelmente surpreso e disse:

— Valentina, o que você está...?

Ao ver o jovem, Valentina entrou em pânico imediatamente; seu olhar frio se transformou em terror. Ela empurrou Davi apressadamente e fugiu do local em pânico.

O jovem ficou confuso. Ele não deveria ter passado a noite com Valentina? Por que ela estava saindo do quarto ao lado?

O nome do jovem era Arthur, filho de um novo-rico. Ele era conhecido por ser arrogante na escola e gostava de se divertir, trocando de mulher mais rápido do que trocava de roupa. Ele estava cobiçando Valentina há muito tempo, mas nunca conseguia o que queria. Então, planejou usar a ocasião do seu aniversário para finalmente conquistar Valentina.

O plano correu bem. Valentina bebeu o vinho drogado e logo caiu em sono profundo. Arthur ordenou que a levassem para a suíte, para que ele pudesse aproveitar mais tarde. No entanto, ele também acabou bebendo demais e, quando entrou no quarto, simplesmente tirou a roupa e foi direto ao que interessava, sem perceber que a situação havia mudado. Quando acordou, Valentina já não estava lá.

Agora, ao sair do quarto, ele a viu saindo do quarto ao lado.

Enquanto Arthur ainda tentava entender o que estava acontecendo, Davi e seus amigos trocaram olhares e se aproximaram dele, sorrindo perigosamente enquanto um deles passava o braço em torno do pescoço de Arthur, dizendo:

— Amigo, deixa eu te perguntar uma coisa...

...

Miguel estava sentado no sofá, e ao seu redor, o silêncio era tão profundo que seria possível ouvir uma agulha cair. Na mesa à sua frente, havia apenas um cheque solitário.

Ao seu lado, estavam Davi e seu grupo, que não ousavam nem respirar alto, com medo de provocar a ira de Miguel.

Nesse círculo, conhecido como Aristocracia, só havia pessoas poderosas e ricas. No entanto, de vez em quando, surgia alguém com características extremas: ou extremamente rico, ou extremamente influente. Essas pessoas eram sempre as mais admiradas na Aristocracia.

Miguel era exatamente esse tipo de pessoa admirada. Em termos de dinheiro e poder, ele estava acima de todos.

Mas, apesar de ser um nobre tão poderoso, ele ainda era virgem!

— Então, me diga, de quem foi essa ideia?

A voz de Miguel não era alta nem baixa, não transparecia qualquer emoção. No entanto, Davi, que o conhecia bem, não pôde evitar tremer. Ele sabia com certeza que, se não explicasse a situação, não conseguiria mais viver neste país.
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