Miguel segurava um saco de gelo na mão, originalmente destinado a Valentina, mas, ao sair, viu a mulher se movendo silenciosamente em direção à porta."O que ela está fazendo agora?"Depois de tanto esforço para entrar em sua casa, não seria para tentar se reaproximar dele? Então, por que essa atitude de rejeição? Será que ela estava tentando usar aquela velha tática de "jogo duro"?Homens podem realmente cair nessa, mas se ela achava que repetindo esse jogo o tempo todo, iria conquistar seu coração, Miguel só podia concluir que aquela mulher era muito tola. "Se você não se importa com alguém, esse jogo de sedução não passa de um show ridículo aos olhos da outra pessoa."Ele continuou a observar Valentina enquanto ela caminhava até a porta. Assim que ela colocou a mão na maçaneta, um som estridente de alarme preencheu a casa.Valentina ficou paralisada de medo, seus pelos se eriçaram, e ela olhou ao redor nervosamente, procurando o botão para desligar o alarme.Logo, o som cessou. Val
Valentina acenou com a cabeça, nervosa, segurando a barra de sua roupa, completamente encharcada e desconfortável.— Eu não deveria estar aqui. Obrigada por me ajudar antes, mas não aparecerei mais na sua frente.Miguel parecia um pouco irritado, talvez porque Valentina não seguia a lógica convencional, o que o deixava sem entender suas intenções, ou talvez porque a visão das roupas molhadas de Valentina o deixasse com a boca seca.O que essa mulher está pensando? Ela apareceu na frente dele por acaso? Mas quem viria aqui sem motivo? E justamente esbarraria nele? Essa é uma área nobre, a cerca de vinte minutos de carro da zona residencial mais próxima. Se não tivesse uma intenção por trás, por que estaria aqui?Se a intenção era chamar a atenção dele, então, parabéns, ela realmente conseguiu.— Se você quer ficar ao meu lado, é melhor não jogar esse jogo de faz de conta. Cuidado para não ter o efeito contrário.— O quê? — Valentina ficou surpresa, virando o rosto. — Senhor, você está e
Do lado de fora, a tempestade rugia com trovões e relâmpagos. As nuvens escuras cobriam o céu como se o fim do mundo estivesse chegando.Valentina, com o tornozelo torcido, caminhava com dificuldade ao longo da calçada, enfrentando a chuva intensa. A água caía tão forte que ela mal conseguia manter os olhos abertos, e seu corpo já estava encharcado várias vezes, mas ela não reclamou nem por um momento, pois essa era uma escolha que ela mesma havia feito.Depois de andar por algum tempo, Valentina de repente sentiu que algo estava faltando.O rosto de Samuel passou rapidamente por sua mente, e ela parou bruscamente, com a expressão subitamente sombria.Droga! Ela havia esquecido os documentos que o Professor Samuel lhe entregara na casa daquele homem!"Por causa da discussão acalorada de antes, acabei deixando os documentos de lado. E agora? Devo voltar para buscá-los?"Mas ela realmente não queria ver aquele homem arrogante novamente.No entanto, aqueles documentos eram confidenciais e
Valentina ficou assustada. O que está acontecendo?— O que você está fazendo? Me solte agora! — Valentina começou a lutar desesperadamente, mas como poderia competir com a força de Miguel?Miguel se sentia como se estivesse em um congelador, tão frio que quase o fazia enlouquecer. Mas naquele momento, uma fonte de calor apareceu diante dele, e ele só conseguia seguir seu instinto, abraçando ela com força, tentando absorver todo o calor possível.E essa fonte de calor, claro, era Valentina.Ela havia tomado uma chuva forte e não trocou de roupa a tempo. Agora, começava a mostrar sinais de febre, com a temperatura do corpo mais alta que o normal. Para Miguel, que sofria de frio, isso era perfeito.À medida que seu corpo começava a aquecer, a consciência de Miguel também se clarificou. Seus olhos voltaram ao normal, e ele percebeu que, sob ele, uma pequena criatura lutava ferozmente, tentando se libertar de seu aperto."Não é aquela mulher de antes? Como ela voltou?"Ele realmente pensou
Miguel raramente sorria; ele sempre mantinha uma expressão fria, afastando qualquer um que tentasse se aproximar. Mas ninguém imaginava quão encantador ele podia ser quando sorria.Se existisse um verdadeiro demônio neste mundo, provavelmente seria Miguel.Perigoso, mas irresistivelmente sedutor.Valentina não era do tipo que se importava apenas com a aparência; ela valorizava mais o interior. No entanto, ao encarar Miguel e seu sorriso de tirar o fôlego, Valentina não pôde evitar que seu coração disparasse. Sentiu o rosto esquentar rapidamente, e seu corpo ficou tenso.— Me apoie. — Miguel ordenou com a autoridade de um rei.Valentina não sabia o que estava pensando naquele momento, mas, como se estivesse sob um feitiço, começou a obedecer Miguel. Durante todo o processo, manteve a cabeça baixa, incapaz de dizer uma única palavra.Ela apoiou Miguel, seguindo suas instruções até o quarto.Miguel pegou a maleta que havia trazido consigo e tirou de dentro dela um frasco de vidro selado,
Valentina arregalou os olhos, completamente chocada, ao ver o homem mordiscar seus lábios.Antes que pudesse empurrá-lo, ele a soltou.Miguel transferiu toda a água que Valentina tinha na boca para a sua, e com o fluxo, engoliu o remédio que havia guardado. Depois, ainda com um ar satisfeito, ele lambeu os resquícios de água que ficaram em seus lábios.— O que você está fazendo? — Valentina ficou com o rosto vermelho de raiva e vergonha, esfregando vigorosamente o canto da boca como se quisesse apagar qualquer vestígio do homem.Após tomar o remédio, a cor começou a voltar ao rosto de Miguel. Sob a luz suave, seu belo rosto fez com que a mulher quase gritar. Ele olhou para Valentina com um olhar divertido, como se estivesse brincando com um animal de estimação.— Tomando meu remédio.— Por que você...? — As palavras morreram na garganta de Valentina, seus olhos começaram a brilhar com lágrimas, se sentindo injustiçada.Era seu primeiro beijo, e agora..."Saia daqui!"Esse pensamento pa
Valentina sentia como se estivesse passando por uma tortura. Molhada pela chuva, seu corpo inteiro estava encharcado, e não trocar a roupa molhada a tempo resultou em uma febre alta que queimava seus últimos nervos. Sua cabeça estava zonza, sem qualquer noção de sua situação naquele momento. Miguel sentia como se estivesse segurando um aquecedor; seu corpo gelado gradualmente voltava ao normal. Seus olhos negros se fixaram no rosto ruborizado de Valentina, vendo-a com seus olhos vagos o fitando, sem foco, mas de uma maneira inesperadamente cativante e encantadora. Sem saber por quê, Miguel não conseguiu resistir e deu um leve beijo em seus olhos. Quem diria que um simples beijo, tão leve quanto o toque de uma libélula, faria seus nervos desmoronarem completamente? Uma enxurrada de beijos se abateu sobre Valentina. Suas bochechas, sua testa, a ponta do seu nariz, seus lábios, nenhuma parte foi deixada sem ser tocada por Miguel. Sozinhos em um quarto, num momento de intimid
O tom sonolento transmitia uma sensação de preguiça, algo provocante, e o rosto de Valentina rapidamente começou a esquentar.— Seu pervertido, me solta! — Exclamou Valentina, com o rosto corado, se esforçando para afastar as mãos do homem que a seguravam pela cintura. No entanto, por mais que usasse toda a força que tinha, era impossível movê-las, o que a deixou ofegante.O ar quente que ele exalava em suas costas fez os pelos de Valentina se arrepiarem, enquanto uma corrente elétrica percorria seu corpo, deixando ela entorpecida.Com toda essa agitação, Miguel finalmente despertou. Ao ver Valentina tão inquieta e perceber que ela o havia acordado, ele mordeu-lhe de forma punitiva o ombro macio.— Ah! — O grito de Valentina ecoou, surpresa pela dor, e seu corpo ficou rígido como uma pedra.— Como você é agitada... — A voz de Miguel estava cheia de carinho enquanto ele virava o corpo de Valentina para encará-lo. Assustada, ela puxou o cobertor para cobrir seu corpo.Esse gesto fez Migu