— Me solta! — Valentina recuperara um pouco de força e continuou a lutar.No entanto, tudo em vão.— É assim que você trata alguém que se levanta no meio da noite para cuidar de você? — Miguel segurou a mão de Valentina que estava apoiada em seu peito; sua voz carregava uma leve frieza.— Cuidar de mim? — Valentina estava um pouco confusa.— Você não sabia que estava com febre quase a 40 graus? Se eu não tivesse percebido a tempo e tomado providências urgentes, você provavelmente já teria fritado o cérebro. Como estaria aqui agora, brigando comigo?Ela realmente não sabia! Mas, em meio à confusão, se lembrava de ter sentido calor, e depois que abraçou o "bloco de gelo", ficou muito mais fresca. Olhou para a expressão dele, que não parecia estar mentindo. Será que ele realmente cuidou dela a noite toda?Claro que não!Miguel cuidando de alguém? Ele apenas percebeu que a temperatura do corpo de Valentina estava anormalmente alta e soube que ela estava com febre. Depois de dar a ela algun
Valentina sentiu como se todo o sangue de seu corpo tivesse sido drenado, e um frio aterrorizante tomou conta de seu coração. "O que ele disse? Ser sua mulher?" Sua primeira reação foi pensar que esse homem só podia estar louco! — Impossível! — Sem hesitar, Valentina rejeitou a proposta imediatamente. Sem dúvida, isso irritou Miguel novamente, e seus olhos se estreitaram enquanto ele perguntava em um tom grave: — Repita isso se tiver coragem. Apesar de estar tomada pelo medo, Valentina se forçou a encarar Miguel e respondeu com firmeza: — Desculpe, mas não tenho a menor intenção de ser sua mulher. Nos olhos de Miguel não havia o menor traço de sorriso. — Tem certeza? Valentina assentiu seriamente. — Tenho certeza. Assim que as palavras saíram de sua boca, Miguel a soltou. Valentina se sentiu aliviada e se apressou a envolver o corpo com o fino cobertor, se afastando o máximo possível de Miguel, com medo de que ele pudesse fazer algo inesperado novamente. Ela r
Valentina estava pálida, seus olhos cheios de um medo inconfundível enquanto olhava para Miguel.— Por que você escolheu justamente a mim?Com todas as qualidades deste homem, que mulher ele não poderia ter? Por que ele tinha que escolher logo ela?Miguel se aproximou de Valentina, afastando uma mecha de cabelo bagunçado de seu rosto e colocando ela atrás da orelha. Ele sorriu:— Porque você me odeia.Ela ficou surpresa. Que tipo de razão era essa? Porque ela o odiava, ele queria que ela fosse sua mulher? Será que ele tinha uma tendência autodestrutiva, gostava de ter uma mulher ao seu lado que não gostava dele?— Eu preciso de alguém que nunca se apaixonaria por mim, mas que possa me ajudar a afastar outras mulheres.Valentina, com sua inteligência aguçada, rapidamente entendeu o que Miguel realmente queria dizer.— Você quer que eu finja ser sua namorada?— Isso mesmo.Então era apenas uma encenação? Valentina sentiu um grande alívio.— Se você quer que alguém finja, por que não cont
Valentina ficou assustada e se encolheu, seu corpo pequeno se enrolando como uma bola, tremendo de medo. Seus olhos, grandes como os de um coelho, estavam fixos nele enquanto ela balbuciava:— V-você está aqui, eu não consigo me vestir.— Eu já vi tudo do seu corpo, ainda está com medo? — Miguel zombou.Ao ouvir isso, Valentina quase jogou um travesseiro nele. Até onde iria a falta de vergonha desse homem? Qual era a relação entre eles? Por que ela tinha que ser vista por ele?Valentina encarou Miguel com raiva, decidida a confrontá-lo. Resolveu que, se ele não saísse, ficaria ali de pé, resistindo, para ver quem desistiria primeiro.No final, Miguel foi o primeiro a ceder. Ele estava com a agenda cheia de compromissos e não tinha tempo para ficar desperdiçando ali com Valentina. Ele se virou e saiu, deixando uma última frase:— Seja rápida."Nem precisava dizer, eu já sei!"Valentina mordeu os lábios, odiando Miguel mais a cada segundo. Não diziam que ele era um magnata dos negócios f
Assim que terminou de falar, ele se levantou, esticando suas longas pernas e bloqueando o caminho dela. Com um gesto autoritário, levantou seu queixo:— Nós temos um acordo, você se atreve a não obedecer?"Eu nunca concordei com isso!"Valentina queria gritar essas palavras para Miguel, mas considerando o poder que ele tinha, engoliu em seco e desviou o olhar, respondendo desanimada:— Não me atrevo.Os lábios de Miguel se curvaram ligeiramente enquanto ele ajeitava os fios de cabelo desalinhados de Valentina.— Vá, mas se lembre de estar sempre disponível. — Dizendo isso, ele se sentou novamente, saboreando seu café da manhã com calma.Como pode existir um homem tão dominador, autoritário e irracional? Valentina lançou um olhar furioso para Miguel, e quando estava prestes a sair, ele acrescentou lentamente:— E não me olhe assim.Valentina estava tão furiosa que parecia que seu coração ia sangrar. Ela pronunciou cada palavra com raiva:— Entendido!Ao sair da casa, uma chuva fina cont
— Professor Samuel. — Valentina chamou timidamente, olhando para o rosto impassível de Samuel.Samuel levantou a cabeça dos documentos, seu rosto bonito parecia coberto por uma camada de gelo. Ele a encarou e disse, pausadamente:— Onde você estava ontem?— Ontem... eu... — Valentina agarrou a barra de sua roupa, como uma aluna que havia cometido um erro, tão insegura que nem ousava levantar a cabeça.Ela não sabia como responder. Não havia como ser honesta com Samuel sobre o que aconteceu entre ela e Miguel, mas ela também não queria mentir para ele. Então, a única opção era permanecer em silêncio.Quando Samuel viu que Valentina não dizia nada, uma expressão de decepção passou rapidamente por seus olhos, e ele disse em um tom calmo:— Se não quer falar, tudo bem.Ao ouvir isso, Valentina entrou em pânico imediatamente.— Não, é só que eu precisava resolver alguns assuntos pessoais.— Assuntos pessoais?Valentina assentiu com firmeza. O acordo com Miguel deveria ser considerado um ass
Helena, que estava esperando do lado de fora há um bom tempo, arregalou os olhos de surpresa ao ver aquela pilha de referências bibliográficas, com a boca aberta como se pudesse engolir um ovo. — O Professor Samuel acha que você é uma máquina? Ele não sabe que a gente é humana? — Helena gritou indignada na direção do escritório. — Fique quieta, cuidado para ninguém ouvir. — Valentina fez um gesto para que ela se calasse. Helena fez uma careta, mas não resistiu à tentação de fofocar: — O Professor Samuel não te deu uma bronca? Valentina balançou a cabeça. — Não, ele só perguntou por que eu não voltei para o dormitório ontem à noite e disse para eu tomar cuidado. — Não pode ser! — Helena exclamou, claramente incrédula. Valentina ficou surpresa e perguntou curiosa: — O que houve? Helena olhou ao redor como se estivesse em território inimigo, se certificando de que não havia ninguém por perto, então sussurrou: — Você não sabe, quando o Professor Samuel descobriu que v
Vamos acompanhar as duas situações. Valentina estava inquieta, temendo que a verdade pudesse ser descoberta, enquanto Davi também estava ansioso após o telefonema de Miguel. — Sr. Davi, por favor, entre. — O secretário Henrique, que estava ao lado de Miguel, disse educadamente. Desde que recebera a ligação de Miguel naquela manhã, Davi sentia um mau pressentimento. Com um sorriso diplomático, ele perguntou: — Henrique, o que o Miguel quer comigo? Henrique ajustou os óculos, seus olhos revelando um brilho astuto, e riu baixo: — Como podemos nós, subordinados, adivinhar os pensamentos de Miguel? No entanto, Sr. Davi, se ainda deseja manter relações com o Sr. Miguel, seria melhor ser sincero e não esconder nada. Ao ouvir isso, a expressão de Davi mudou instantaneamente. Quando olhou novamente para Henrique, viu um sorriso enigmático no rosto do outro, como se fosse uma raposa, mas tentar arrancar alguma informação dele seria inútil. Davi, nervoso, ajustou a gravata antes de