Valentina arregalou os olhos, completamente chocada, ao ver o homem mordiscar seus lábios.Antes que pudesse empurrá-lo, ele a soltou.Miguel transferiu toda a água que Valentina tinha na boca para a sua, e com o fluxo, engoliu o remédio que havia guardado. Depois, ainda com um ar satisfeito, ele lambeu os resquícios de água que ficaram em seus lábios.— O que você está fazendo? — Valentina ficou com o rosto vermelho de raiva e vergonha, esfregando vigorosamente o canto da boca como se quisesse apagar qualquer vestígio do homem.Após tomar o remédio, a cor começou a voltar ao rosto de Miguel. Sob a luz suave, seu belo rosto fez com que a mulher quase gritar. Ele olhou para Valentina com um olhar divertido, como se estivesse brincando com um animal de estimação.— Tomando meu remédio.— Por que você...? — As palavras morreram na garganta de Valentina, seus olhos começaram a brilhar com lágrimas, se sentindo injustiçada.Era seu primeiro beijo, e agora..."Saia daqui!"Esse pensamento pa
Valentina sentia como se estivesse passando por uma tortura. Molhada pela chuva, seu corpo inteiro estava encharcado, e não trocar a roupa molhada a tempo resultou em uma febre alta que queimava seus últimos nervos. Sua cabeça estava zonza, sem qualquer noção de sua situação naquele momento. Miguel sentia como se estivesse segurando um aquecedor; seu corpo gelado gradualmente voltava ao normal. Seus olhos negros se fixaram no rosto ruborizado de Valentina, vendo-a com seus olhos vagos o fitando, sem foco, mas de uma maneira inesperadamente cativante e encantadora. Sem saber por quê, Miguel não conseguiu resistir e deu um leve beijo em seus olhos. Quem diria que um simples beijo, tão leve quanto o toque de uma libélula, faria seus nervos desmoronarem completamente? Uma enxurrada de beijos se abateu sobre Valentina. Suas bochechas, sua testa, a ponta do seu nariz, seus lábios, nenhuma parte foi deixada sem ser tocada por Miguel. Sozinhos em um quarto, num momento de intimid
O tom sonolento transmitia uma sensação de preguiça, algo provocante, e o rosto de Valentina rapidamente começou a esquentar.— Seu pervertido, me solta! — Exclamou Valentina, com o rosto corado, se esforçando para afastar as mãos do homem que a seguravam pela cintura. No entanto, por mais que usasse toda a força que tinha, era impossível movê-las, o que a deixou ofegante.O ar quente que ele exalava em suas costas fez os pelos de Valentina se arrepiarem, enquanto uma corrente elétrica percorria seu corpo, deixando ela entorpecida.Com toda essa agitação, Miguel finalmente despertou. Ao ver Valentina tão inquieta e perceber que ela o havia acordado, ele mordeu-lhe de forma punitiva o ombro macio.— Ah! — O grito de Valentina ecoou, surpresa pela dor, e seu corpo ficou rígido como uma pedra.— Como você é agitada... — A voz de Miguel estava cheia de carinho enquanto ele virava o corpo de Valentina para encará-lo. Assustada, ela puxou o cobertor para cobrir seu corpo.Esse gesto fez Migu
— Me solta! — Valentina recuperara um pouco de força e continuou a lutar.No entanto, tudo em vão.— É assim que você trata alguém que se levanta no meio da noite para cuidar de você? — Miguel segurou a mão de Valentina que estava apoiada em seu peito; sua voz carregava uma leve frieza.— Cuidar de mim? — Valentina estava um pouco confusa.— Você não sabia que estava com febre quase a 40 graus? Se eu não tivesse percebido a tempo e tomado providências urgentes, você provavelmente já teria fritado o cérebro. Como estaria aqui agora, brigando comigo?Ela realmente não sabia! Mas, em meio à confusão, se lembrava de ter sentido calor, e depois que abraçou o "bloco de gelo", ficou muito mais fresca. Olhou para a expressão dele, que não parecia estar mentindo. Será que ele realmente cuidou dela a noite toda?Claro que não!Miguel cuidando de alguém? Ele apenas percebeu que a temperatura do corpo de Valentina estava anormalmente alta e soube que ela estava com febre. Depois de dar a ela algun
Valentina sentiu como se todo o sangue de seu corpo tivesse sido drenado, e um frio aterrorizante tomou conta de seu coração. "O que ele disse? Ser sua mulher?" Sua primeira reação foi pensar que esse homem só podia estar louco! — Impossível! — Sem hesitar, Valentina rejeitou a proposta imediatamente. Sem dúvida, isso irritou Miguel novamente, e seus olhos se estreitaram enquanto ele perguntava em um tom grave: — Repita isso se tiver coragem. Apesar de estar tomada pelo medo, Valentina se forçou a encarar Miguel e respondeu com firmeza: — Desculpe, mas não tenho a menor intenção de ser sua mulher. Nos olhos de Miguel não havia o menor traço de sorriso. — Tem certeza? Valentina assentiu seriamente. — Tenho certeza. Assim que as palavras saíram de sua boca, Miguel a soltou. Valentina se sentiu aliviada e se apressou a envolver o corpo com o fino cobertor, se afastando o máximo possível de Miguel, com medo de que ele pudesse fazer algo inesperado novamente. Ela r
Valentina estava pálida, seus olhos cheios de um medo inconfundível enquanto olhava para Miguel.— Por que você escolheu justamente a mim?Com todas as qualidades deste homem, que mulher ele não poderia ter? Por que ele tinha que escolher logo ela?Miguel se aproximou de Valentina, afastando uma mecha de cabelo bagunçado de seu rosto e colocando ela atrás da orelha. Ele sorriu:— Porque você me odeia.Ela ficou surpresa. Que tipo de razão era essa? Porque ela o odiava, ele queria que ela fosse sua mulher? Será que ele tinha uma tendência autodestrutiva, gostava de ter uma mulher ao seu lado que não gostava dele?— Eu preciso de alguém que nunca se apaixonaria por mim, mas que possa me ajudar a afastar outras mulheres.Valentina, com sua inteligência aguçada, rapidamente entendeu o que Miguel realmente queria dizer.— Você quer que eu finja ser sua namorada?— Isso mesmo.Então era apenas uma encenação? Valentina sentiu um grande alívio.— Se você quer que alguém finja, por que não cont
Valentina ficou assustada e se encolheu, seu corpo pequeno se enrolando como uma bola, tremendo de medo. Seus olhos, grandes como os de um coelho, estavam fixos nele enquanto ela balbuciava:— V-você está aqui, eu não consigo me vestir.— Eu já vi tudo do seu corpo, ainda está com medo? — Miguel zombou.Ao ouvir isso, Valentina quase jogou um travesseiro nele. Até onde iria a falta de vergonha desse homem? Qual era a relação entre eles? Por que ela tinha que ser vista por ele?Valentina encarou Miguel com raiva, decidida a confrontá-lo. Resolveu que, se ele não saísse, ficaria ali de pé, resistindo, para ver quem desistiria primeiro.No final, Miguel foi o primeiro a ceder. Ele estava com a agenda cheia de compromissos e não tinha tempo para ficar desperdiçando ali com Valentina. Ele se virou e saiu, deixando uma última frase:— Seja rápida."Nem precisava dizer, eu já sei!"Valentina mordeu os lábios, odiando Miguel mais a cada segundo. Não diziam que ele era um magnata dos negócios f
Assim que terminou de falar, ele se levantou, esticando suas longas pernas e bloqueando o caminho dela. Com um gesto autoritário, levantou seu queixo:— Nós temos um acordo, você se atreve a não obedecer?"Eu nunca concordei com isso!"Valentina queria gritar essas palavras para Miguel, mas considerando o poder que ele tinha, engoliu em seco e desviou o olhar, respondendo desanimada:— Não me atrevo.Os lábios de Miguel se curvaram ligeiramente enquanto ele ajeitava os fios de cabelo desalinhados de Valentina.— Vá, mas se lembre de estar sempre disponível. — Dizendo isso, ele se sentou novamente, saboreando seu café da manhã com calma.Como pode existir um homem tão dominador, autoritário e irracional? Valentina lançou um olhar furioso para Miguel, e quando estava prestes a sair, ele acrescentou lentamente:— E não me olhe assim.Valentina estava tão furiosa que parecia que seu coração ia sangrar. Ela pronunciou cada palavra com raiva:— Entendido!Ao sair da casa, uma chuva fina cont