Capítulo 3
"Criminoso? Cliente de prostituição? Ou um pervertido?"

Ela estava tão apavorada que não ousava continuar pensando. Abriu o chuveiro, deixando a água fluir por todo o corpo.

As marcas de beijos em sua pele se tornaram ainda mais vermelhas sob a água corrente, como rosas desabrochando, evidenciando o quão intensa fora a noite passada. No entanto, quanto mais pensava nisso, mais Valentina sentia seu corpo tremer incontrolavelmente.

Ela sentia que seu mundo estava desmoronando, enquanto aquela pessoa que sempre idealizou se afastava dela.

Seu corpo escorregou lentamente pela parede do banheiro, e Valentina, como uma criança desamparada, se encolheu, com apenas um pensamento em sua mente:

Ela estava acabada.

Do outro lado, Miguel já estava completamente vestido; exceto pelo cabelo um pouco bagunçado, nada indicava que ele acabara de acordar. Ele estava sentado no sofá ao lado, com suas longas e elegantes pernas cruzadas sobre a mesa de centro, brincando com um pingente de corrente de prata. O pingente era em forma de coração, dobrável, e dentro dele havia uma foto de Valentina e de um jovem rapaz.

Valentina estava sorrindo docemente, quase inocente demais, e, a julgar pela foto, ainda deveria ser uma estudante.

"A foto do rapaz foi cuidadosamente recortada de algum crachá. Será que é o namorado dela? Ou um amor platônico? Ela tem um homem e ainda assim sai para se divertir. Essa mulher é incrivelmente hipócrita."

Miguel soltou uma risada irônica e olhou novamente para a foto de Valentina. A expressão de terror dela passou rapidamente por sua mente, e ele, subitamente irritado, fechou o pingente com força.

Nesse momento, a porta do banheiro se abriu, e Valentina saiu devagar, já vestida. Seu corpo esbelto e bem proporcionado, que ficara exposto ao tirar a roupa, estava agora completamente coberto pela roupa formal que ela usava.

Seu rosto pequeno estava pálido, os olhos tremiam levemente, parecendo tão frágeis que qualquer toque poderia quebrá-los. Seus lábios também estavam quase sem cor, dando a ela uma aparência extremamente delicada.

Miguel ergueu ligeiramente uma sobrancelha, seus olhos examinando Valentina sem nenhum pudor. Quanto mais a olhava, mais sentia uma forte sensação de desconexão.

"Essa mulher, será mesmo uma prostituta?"

"Por mais que a observasse, ela ainda parecia uma estudante que ainda não havia se graduado, sem ter sido manchada pelos excessos do mundo. Mas e se não for?"

Os olhos de Miguel ficaram frios, e a temperatura na sala caiu bruscamente. Valentina, como um pequeno animal que percebe a presença de um predador, não pôde evitar tremer, não ousando levantar os olhos para olhá-lo. Ela baixou a cabeça, sua voz tão baixa quanto o zumbido de um mosquito:

— O que aconteceu ontem...

— Isso é seu, estava na cama. — Miguel jogou o pingente sobre a mesa, sua voz tão indiferente quanto possível, sem um pingo de calor, nada como alguém que havia acabado de acordar ao lado dela na mesma cama. — Foi uma noite difícil para você. Davi provavelmente vai lhe dar algum dinheiro, é só aceitar. Quanto a isso, também é seu.

Antes que ele terminasse de falar, um cheque flutuou suavemente sobre a mesa.

Valentina moveu a cabeça lentamente, quase atordoada, e viu o pingente sobre a mesa, junto com um cheque de cem mil reais.

Sua visão começou a turvar, e ela quase desmaiou.

Para uma estudante como ela, isso provavelmente era uma fortuna. Mas, o que é mais precioso para uma mulher poderia ser substituído por dinheiro?

O que ele a considerava? Uma prostituta que vem e vai ao seu comando?

Os lábios de Valentina ficaram brancos por causa da força com que os mordia. Ela fixou o olhar no cheque, sem dizer uma palavra.

Miguel, sem receber uma resposta, presumiu que ela achava pouco. Seus olhos se estreitaram levemente, e sua voz permaneceu fria e indiferente:

— Eu não conheço bem os preços do seu trabalho, mas pagar cem mil reais pela sua primeira vez, eu diria que foi um excelente negócio.

Ao lembrar do lençol bagunçado com uma mancha vermelha, ele se sentiu ainda mais irritado.

Assim que terminou de falar, o som de um tapa estrondoso ecoou pela sala.
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