Mia Miller
Adentrei a porta do bar e meus olhos buscaram freneticamente por Charlotte entre a multidão. Minhas mãos tremiam e meu coração martelava no peito. Não há palavras suficientes no dicionário que possam descrever tudo que estava sentindo. Procurei com os olhos e finalmente avistei Charlotte, em um canto escuro do bar. Lutei contra o aperto no peito enquanto percorria o corredor, tentando me concentrar nas luzes piscando, que pareciam tentar acalmar toda a dor em mim. "Mia, você está bem?" Ela se aproximou e me abraçou. "Charlotte…" Minha voz mal conseguia sustentar a dor que tomava conta de mim. "Ele… Ele estava com ela." Eu nem me sentei e já comecei a contar cada detalhe. Minhas palavras escapavam entre soluços, a raiva e a mágoa transbordando a cada sílaba. O abraço dela era um porto seguro naquele momento. O peso da traição se instalava em meu peito, transformando cada respiração em um esforço. "Tudo que acreditava ser sólido desmoronou, Char. Acreditei tanto nele… e ela, Fallon. Ela estava lá, organizando tudo… o nosso casamento, como se nada tivesse acontecido." Minha voz falhava, minhas mãos tremiam. Tudo dentro mim estava em frangalhos. A confiança, a esperança… tudo dilacerado pela traição mais devastadora. "Nem sei como enfrentar isso. Como seguirei em frente?" As lágrimas rolavam incessantemente, o nó na garganta me sufocava enquanto as palavras mal conseguiam expressar toda a dor. "Eu não acredito. Eles realmente fizeram isso com você?" Charlotte estava indignada. "Como puderam? " Ela esmurrou a mesa" "Sim", bufei frustrada. "Eu quis surpreender e acabei sendo surpreendida, fui traída pelas duas pessoas em quem eu confiava. " "Eu vou matar essa garota e esse miserável!" esbravejou. "Eu sempre te disse que ele não prestava, ele e aquele projeto de loira falsa." Enquanto ela expressava sua raiva, lembrei-me das vezes em que Charlotte também parecia ter uma certa implicância com Fallon. Parecia algo além de simples desconfiança, algo que eu sempre interpretei como rivalidade. "Você tem razão", murmurei, desviando o olhar para o teto. Me sentei ao lado dela e pedi ao garçom que me servisse uma dose da bebida mais forte disponível. "Eu te alertei, caralho… Que filhos da puta!" Enquanto revisitava as minhas lembranças, uma cena que me atormentava surgiu. Lembrei-me vividamente da troca de olhares entre Collin e Fallon, a tensão no ar, algo que parecia além de uma simples conversa. Quando questionei, ambos rapidamente descartaram minhas suspeitas, dizendo que eu estava alucinando, que era apenas um mal-entendido. Eles agiram tão naturalmente que eu mesma comecei a duvidar da minha percepção na época. Agora era como se tudo estivesse se encaixando, confirmado pela cena que presenciei no apartamento. Tudo o que eu sonhava, tudo o que eu havia planejado foi destruído. Enquanto a bebida forte rasgava minha garganta, tudo dentro de mim ardia. Aquela dose descia como uma lâmina, a raiva me consumia, e eu ansiava por esquecer. A dor e a frustração se misturavam à ardência da bebida, e eu só queria que tudo desaparecesse. "Mia, já chega de beber", Charlotte tomou o copo das minhas mãos. "Eu te chamei aqui para beber" recuperei o copo, olhando ao redor do bar. Sabe amiga? "Encarei Charlotte” Deixarei você decidir o fim dessa noite. Se eu tiver que deixar o copo de lado, você me ajuda a arrumar alguém" "Você não está falando sério", ela deu um sorriso irônico enquanto se levantava da cadeira." "Estou falando sério, não tenho nada a perder." declarei com um semblante totalmente determinado." Foi então que senti alguém se aproximar de nós. A voz ecoou de maneira sedutora, despertando minha atenção. "Posso me sentar ao seu lado?" o perfume amadeirado fez com que eu virasse para trás. Encarei o homem encostado no balcão ao nosso lado. Ele parecia ter cerca de 1,85 m de altura, um maxilar perfeitamente definido e uma barba por fazer que me deixaram sem reação. Mantive meus olhos fixos no chão por um momento, tentando disfarçar a intensidade do nervosismo. Toquei em uma mecha do meu cabelo castanho-claro, consciente da sua presença. Já ele parecia tão confiante, tão à vontade. Enquanto me recompunha, percebi detalhes sutis do seu visual: o cabelo um pouco bagunçado, mas arrumado de um jeito atraente; a camisa social que ressaltava seu ar de homem de negócios. Eu estava longe de me considerar feia, mas ele… bem, ele era de outro patamar. Era forte e robusto como nunca vi. "Oi?" Minha voz saiu hesitante, minha mente trabalhando rápido para encontrar as palavras certas. "Topa sair daqui?" Sua voz grave e suave sussurrou em meu ouvido, uma proposta carregada de mistério. Balancei a cabeça, forçando um sorriso para esconder o nervosismo. Meus olhos encontraram os dele, e por um momento, me perdi na intensidade azul daqueles olhos. Era como se toda a energia ao redor desaparecesse, deixando só nós dois naquele instante. Ainda tentando encontrar as palavras, assenti, concordando silenciosamente. Ele parecia entender, um sorriso se formou nos lábios dele, enquanto esperava minha resposta. Parecia um homem maduro no auge dos seus quase trinta e poucos anos e era o mais bonito que já tinha visto em toda a minha vida, confesso. O modo como nos olhávamos. Parecia que a qualquer momento ele me despiria com o seu olhar. "Se você quiser, eu topo", sussurrei. Charlotte me encarou com uma expressão questionadora. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ela me puxou discretamente para um canto e me encarou. "Mia, esse não é o tipo de homem com quem você deseja se envolver, não faça isso", ela murmurou rapidamente." Não ele" "Por que não ele? Você gosta dele? "Sorri" Ele é gato, preciso de detalhes para desistir", ela me olhou séria." "Você está bêbada." "Olha para mim Charlotte"segurei em seus braços" Minha vida está uma merda, não vou negar o homem mais gostoso que já vi em todo esse tempo" Não me dei ao luxo de pensar, apenas ignorei ela e segurei a mão do homem misterioso, e o segui até o estacionamento. E lá estava eu, sentindo que nada mais importava depois daquela traição. Após abrir a porta do carro, me sentei no banco do carona ao seu lado, e imediatamente suas mãos desceram por toda a extensão da minha coxa, tocando na parte interna da mesma. Meu corpo o queria, e ele seria meu primeiro homem. Eu estava tensa e nervosa, mas não deixaria ele descobrir. Ele me analisava, percorrendo cada centímetro do meu corpo com o olhar. "Qual seu nome?" Pergunta ele. "Mia", observei o carro luxuoso ao meu redor" Mia Miller, e o seu?" "Ethan" "Não irá me dizer seu sobrenome?" dei um sorriso de lado". "Isso é o que menos importa agora baby, o que realmente importa é o que eu vou fazer com você" Seu polegar acariciou meu rosto delicadamente, e ondas de desejo passaram por meu corpo. Era como algo eletrizante, eu não conseguia parar de querer ele dentro de mim. Suas mãos se aproximaram da minha cintura e me puxaram para si. Não parecia que teríamos tempo para sair daquele carro. A temperatura dele era extremamente quente, algo que eu nunca havia visto. Suas carícias se tornavam mais intensas, seus beijos que começavam em meu pescoço, já estavam em meu seio. Eu já havia recebido carícias, mas nunca me despertaram essa vontade que eu senti hoje. Nossas línguas brincavam de modo provocante uma com a outra. E ele tinha uma temperatura corporal extremamente quente. Não queria aguardar, queria tê-lo. Eu mal sabia o seu sobrenome e era melhor assim. Com uma das mãos enfiadas por baixo de meu vestido, ele me encarou. "Você tem certeza que quer?" ele arqueou uma das sobrancelhas" "Sim, tenho" murmurei entre gemidos. Suas mãos habilmente se livraram do meu vestido e da minha calcinha. Algo nele parecia ser extremamente diferente dos outros homens. O que esse cara tinha? Além do seu sorriso extremamente sexy, e cafajeste. Não perdendo tempo, ele posicionou meu corpo sobre si, fazendo com que eu estivesse no comando. Naquela altura do tempo, eu estava em um estacionamento de um bar fazendo sexo com um homem que conheci em menos de uma hora. E confesso, era bom. Ele era extremamente lindo e experiente. Essa não era a Mia Miller de costume. Mas hoje, eu faria qualquer coisa. Eu só não sabia o quanto essa noite iria mudar o curso da minha vida.Mia Miller Atualmente. Abri a janela do carro, sentindo o vento gelado balançar meus cabelos desarrumados. O clima mais frio sempre me atraiu, mas hoje parecia penetrar em minha pele, arrepiando meu corpo instantaneamente.Olhei para Lorenzo, que dormia confortavelmente no bebê conforto e recordei daquela noite. Dois anos se passaram, e ele era idêntico ao homem com quem perdi a virgindade no estacionamento de um bar.Descobrir a gravidez foi um completo choque. Aquele teste de gravidez me fez desabar no chão, como uma criança.Eu não queria esse filho. Mas no momento em que ele nasceu, e eu vi o seu rosto… a traição de Collin, o desespero de não saber como me virar, tudo sumiu. Somente ele importava."Você acha que isso vai dar certo?" perguntei, minha voz trêmula, enquanto tentava manter a compostura. Vocês devem estar se perguntando como tudo isso aconteceu…E até eu me pergunto."O emprego lá paga bem", ela respondeu, seu olhar firme tentando me convencer."O que voc
Ethan Greenwood O cheiro de cigarro se mistura com a música em volume baixo. Meus olhos e minha audição percorriam meticulosamente o movimento no bar, captando cada detalhe, era mais uma aquisição. Uma boate escondida, camuflada por trás de um bar aparentemente inocente, era uma de nossas melhores estratégias para esconder nosso segredo. Eu já frequentava esse bar há muito tempo, e quando surgiu a oportunidade de comprá-lo, não pensei duas vezes.Na verdade eu era dono da maior madeireira aqui no Colorado, e expandia outros negócios por aqui. Eu mandava e desmandava na minha matilha, e não deixava de conseguir inimigos onde quer que passasse. "O senhor me parece animado hoje, meu Alpha." meu beta se aproximou de mim, erguendo um braço no balcão enquanto seu olhar percorria o ambiente."Novos negócios são sempre excitantes, Nick." Apoiei-me no balcão, virando-me para encará-lo, um sorriso sutil desenhando meus lábios enquanto observava atentamente a multidão ao
Mia Miller "Venha comigo", disse o homem, guiando-me pela boate.O ambiente havia mudado desde aquela noite. A decoração da boate agora exalava requinte e ao mesmo tempo remetia a um ambiente de caça. Ao abrir a porta daquele escritório, meu coração acelerava, sabendo que enfrentaria o pai do meu filho.Ao entrar, deparei-me com uma versão dura e fria dele. Ainda atraente, seu maxilar era mais definido, músculos evidentes sob a camisa social azul, cabelos ligeiramente mais longos. Encarei seu rosto, percebendo que eu mal conhecia o pai do meu próprio filho.Comecei a falar, minhas mãos trêmulas a cada palavra. "Ele é seu filho."Ele parou por um momento, atônito. Seu olhar era gélido, parecendo não acreditar. "Esse filhote não é meu." afirmou friamente, sem me encarar."Olha..." Sentei-me na cadeira. "Por que eu mentiria? Passei anos sem contar a você que tinha um filho, e agora você acha que estou mentindo? E porque chama meu filho de filhote?""Você acha mesmo que vo
Mia Miller Dentre todas as situações possíveis,eu nunca imaginei ver meu pai saindo morto da nossa casa. Eu não tinha cabeça para nada, enquanto meu filho estava sequestrado, eu ainda tinha de lidar com o luto da morte do meu pai.Eu me perguntava, ali sozinha fitando o teto, o que eu fiz de errado para merecer tantas coisas ruins?Realmente eu não sabia.Sentei-me no chão da sala, os meus braços envolviam minhas pernas enquanto o vazio e a dor consumiam meu peito. A casa estava silenciosa, fria, refletindo o estado do meu coração. Meu pai se foi, e meu filho, meu pequeno Lorenzo, estava nas mãos de alguém que eu nem conhecia. O peso de tudo isso era insuportável, e eu não sabia mais o que fazer.Comecei a pensar em todas as escolhas que fiz até agora, questionando cada uma delas. Como cheguei a esse ponto? Como permiti que minha vida desmoronasse assim? Se eu tivesse contado a Ethan sobre Lorenzo antes... Talvez nada disso estivesse acontecendo. Mas eu não sabia q
Mia Miller.Enquanto separava as coisas do meu pai. Eu pensava em meu bebê, será que ele estava se alimentando? Será que estava chorando com saudades.Meu corpo já não tinha forças, eu não conseguia me erguer.Como prometido, as despesas do velório foram todas pagas por Ethan. Pelo menos, meu pai seria enterrado de uma forma digna.Não havia quase ninguém aqui, somente eu e Charlotte, não tínhamos família próxima. "Mia, você precisa se alimentar." ela segurou em minha mão.""Eu não sinto fome. Só quero meu filho de volta." "Se você não se alimentar, não terá forças para trazê-lo de volta. Por favor…"Ela tinha razão. E hoje, o maldito motorista me levaria até sabe Deus onde.Eu me perguntava como poderia ter um filho tão doce e meigo, com um homem horrível. Ele era frio, calculista e algo nele me causava calafrios.Respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. "Eu só espero que essa loucura termine logo. Eu não sei quanto mais posso ague
Ethan GreenwoodDei um gole na bebida enquanto observava atentamente a foto de Mia Miller em meu computador. Era uma imagem recente, mas ainda capturava a essência dela; aquele olhar desafiador, misturado com uma vulnerabilidade que me intrigava. Como uma simples humana poderia despertar algo em mim? Algo que eu não sentia há anos?Eu não era do tipo que se envolvia facilmente. Se eu me relacionava com alguém, geralmente era com mulheres escolhidas a dedo, e sempre lobas.Era mais fácil assim – sem complicações, sem surpresas. Mas Mia... Mia era diferente. Desde o momento em que a vi, algo mudou. O cheiro dela, aquele toque suave e ao mesmo tempo eletrizante... me deixou completamente desarmado.Eu sabia que estava cruzando uma linha perigosa quando me envolvi com ela. Naquela noite, esqueci de tudo e apenas me deixei levar pelo desejo. Acreditava que seria apenas um momento, uma lembrança fugaz. Mas agora, dois anos depois, aqui est
Mia Miller Observo tudo ao meu redor enquanto estou sozinha naquela sala. Algumas das fotos me intrigam,só haviam poucas delas, Ethan e uma senhora,muito bonita que parecia muito com ele. Olho mais de perto e fico chocada com a semelhança entre ele e Lorenzo, quando de repente me assustei com uma voz me chamando."Senhorita Miller." a mulher com um uniforme preto e branco soa meu nome calmamente.""Olá" falo timidamente.""Me chamo Mariah, sou uma das funcionárias do lar do Sr Greenwood. Ele me pediu que te levasse ao seu quarto.""Meu quarto? " arqueei a sobrancelha." Eu não irei ficar aqui, eu só estava esperando que ele voltasse para..""Ordens dele." ela me cortou." Ele não estava brincando. Quando eu concordei com as regras daquele maluco,eu achei que eu poderia ao menos voltar para casa. Eu não queria ficar aqui. De forma alguma.Olhei para a saída da mansão e reparei nos dois seguranças que mais pareciam uns brutamontes. Eu não teria como sair daqui, e nem se tivesse,
Mia MillerAbro os olhos lentamente e ao olhar para o teto, percebo onde estou, isso não é um pesadelo. Eu estava acordando na casa de Ethan. Maldição.Prontamente, meu primeiro pensamento do dia é pensar no meu filho. Como está o meu bebê, é inevitável não deixar que as lágrimas caiam toda vez que pensava em Lorenzo. Eu só queria abraçar o meu bebê e nunca mais soltá-lo. Nunca mais.Ouço uma batida na porta e olho para o relógio em meu celular, são oito da manhã; quem será que está me incomodando a essa hora.Me levanto rapidamente e olho para mim, dormi com a mesma roupa que estava no corpo, uma calça jeans super apertada.Abri a porta lentamente ainda coçando os olhos e dei de cara com ele.Seu terno extremamente alinhado, sua barba perfeitamente feita e os cabelos arrumados, o que esse homem queria."Bom dia" ele disse em um tom sério."Eu revirei os olhos. Ele não era a primeira pessoa que eu queria ver, na verdade era a última, eu o odeio."Se arrume, vam