Capítulo 5

Capítulo 5

Os dias passaram rapidamente. É estranho como se sentir em paz faz com que o tempo passe sem notarmos.

Hoje viajaremos para os EUA. É hora de conhecer a barriga de aluguel e comprar o enxoval da pequena Helena.

Ayla está extremamente ansiosa com a viagem, mas sei que o que realmente a inquieta é a possibilidade de ver Luan. Ela sempre foi apaixonada por ele...

Vamos para Nova York, mas Nova Jersey, onde ele mora, é bem perto. Por isso, combinei um encontro para matarmos a saudade.

Após horas de voo de primeira classe, finalmente chegamos ao destino. Pegamos dois táxis: um comigo, Ayla e algumas bagagens, e o outro com Caio, Willian e o restante das malas.

A cidade é incrível, repleta de arranha-céus, e só agora percebi que nunca perguntei com o que os dois trabalham...

— Ayla, o que eles fazem? Qual é o trabalho deles?

— Sabe a C&W Segurança de Alto Padrão?

— Sim.

— Eles a fundaram do zero. Hoje, fazem a segurança das pessoas mais famosas e influentes do Brasil, com equipes altamente treinadas e especializadas. Por isso digo que você está segura com eles.

Confesso que senti um grande alívio ao ouvir isso. Me sentir segura é algo raro para mim...

Paramos em frente a um arranha-céu enorme e subimos até a cobertura luxuosa que nos aguardava. Assim que entramos, a mulher que está esperando o bebê deles veio ao nosso encontro.

— Eu não sabia que vocês viriam hoje...

Ela parecia ansiosa. Sua barriga parecia pequena para cinco meses de gestação... Mas não entendo muito disso, então não comentei nada.

— E como está tudo, Alex? — Caio perguntou, largando as malas. Logo, uma funcionária surgiu para pegá-las.

— Estou bem. Helena está bem, chutando bastante.

— Ótimo. Marquei uma consulta para amanhã, para fazermos um ultrassom e definirmos uma data mais exata para o parto.

Vi que ela estremeceu um pouco, mas sorriu. Algo parecia errado...

— Caio, está tudo bem... É mesmo necessário já marcar o parto?

— Sim. Não podemos ficar indo e vindo para cá. Precisamos de datas para organizar nossas vidas antes da chegada de Helena.

Ela ficou em silêncio. Quando Will se aproximou, vi que ela saiu rapidamente.

— Essa é Milena. Ela será a babá de Helena e nos ajudará em tudo — disse Caio, me apresentando.

— Contrataram uma mãe também — Alex murmurou, saindo da sala antes que eu pudesse responder. Olhei para eles e para Ayla, esperando que tivessem achado a reação tão estranha quanto eu.

— Ela é estranha... — comentei.

— Ela se apegou à vida boa, isso sim. Eu te avisei, Caio — Willian falou, visivelmente irritado.

— Não ia deixá-la vivendo no básico enquanto espera nossa filha, Willian. Já falamos sobre isso.

Os dois estavam irritados, mas preferi, mais uma vez, o silêncio.

— Vou mostrar os quartos de vocês. Venham comigo — disse Caio, seguindo pelo corredor onde Alex havia entrado. Era um longo corredor com várias portas.

— Aqui é o seu — indicou ele para mim, e esse da frente pode ser o seu, Ayla.

— Obrigada, Caio.

Agradeci e entrei com minha pequena mala. Ayla fez o mesmo.

Guardei minhas roupas no enorme closet, tomei um banho e me troquei. A viagem foi longa e cansativa. Mas estou ansiosa. Peguei minha lista e revisei os itens do enxoval. Eles pediram a decoração em tons de lavanda e branco e deram algumas sugestões. Realmente, estão animados para serem pais, e isso é algo bonito de se ver.

Ouvi uma discussão no corredor, mas não quis me intrometer. Fiquei no meu canto, em silêncio.

Quando tudo silenciou, me assustei com as batidas na porta. Meu coração acelerou. Às vezes, me perco e esqueço que estou longe dele...

— Pode entrar, está aberta.

— Vamos dar uma volta. Diz que sim, por favor... Ayla pediu, quase implorando.

— Claro, vamos.

— Vou avisar Willian. Te espero na sala.

Ela sorriu e saiu. Troquei de roupa, colocando algo mais quente para enfrentar o frio lá fora.

Quando cheguei à sala, Caio e Willian estavam discutindo, mas silenciaram ao me ver.

— Mesmo à distância, ficarão dois seguranças com vocês. Podem ficar tranquilas no passeio — disse Caio com um tom sério, que nem cogitei contestar.

— Bom, qualquer coisa, me liga, Willian. Voltamos logo.

Ayla me pegou pela mão, me arrastando para fora. Assim que entramos no elevador, ela suspirou.

— Essa Alex é uma louca. Não sei como os meninos a aguentam!

— O que houve agora?

— Ela resolveu que quer ir para o Brasil e acompanhar os primeiros meses de Helena. Vê se pode!

— Mas eles não fizeram um contrato antes disso?

— Não exatamente. Caio conhecia Alex e pediu ajuda, pensando que seria mais fácil. No fim, ela está se aproveitando. Colocaram ela na cobertura, com empregadas e uma mesada mensal. Quem não gostaria de uma vida assim, não é?

— Ayla, você não acha que a barriga dela está muito pequena?

— Acho. E falei isso para Willian, o que foi motivo da discussão dos três. Mas amanhã eles vão ao médico, e tudo será resolvido. Espero que esteja tudo bem.

— Eu também. Sei o quanto eles querem esse bebê. Espero que tudo fique bem e que ela não complique as coisas...

Fico imaginando o quanto deve ser doloroso gerar, sentir o bebê e depois entregá-lo, sem nunca mais vê-lo. Eu realmente não conseguiria.

Passamos em algumas lojas e compramos alguns itens da lista. Então meu celular vibrou. Era uma mensagem de Luan.

"Oi, maninha! Já está nas terras do Tio Sam?"

"Luan! Que bom que enviou mensagem. Sim, chegamos. Que tal jantarmos juntos hoje? Estou morrendo de saudades."

"Perfeito! Saindo do trabalho, vou para aí. Me manda o endereço."

Meu humor melhorou instantaneamente.

— O Luan vem jantar com a gente — anunciei animada.

Ayla me olhou, surpresa.

— Hoje? Já? Hoje mesmo?

— Sim, calma. Ele vem hoje.

Ela começou a andar de um lado para o outro, ansiosa.

— Ayla, respira. Vai ficar tudo bem.

— Eu sei... É que faz tanto tempo...

— Vai ser bom vocês se reencontrarem, agora mais velhos e maduros, certo?

Ela respirou fundo concordando comigo e seguimos para mais algumas lojas antes de voltarmos para o apartamento. Assim que cheguei, mandei a localização para meu irmão.

— E aí, como foram as compras? — Caio perguntou a Ayla. Logo começamos a mostrar as peças.

Ele e Willian se derreteram vendo tudo. Olhei o relógio e me assustei com a hora.

— Ayla, Luan chega a qualquer momento. Precisamos ir.

— Ir para onde? — perguntou Caio curioso.

— Meu irmão está vindo. Vamos jantar.

— Por que não jantamos todos aqui? Vai ser bom conhecer seu irmão e saber mais sobre você.

Caio parecia animado. O clima parecia mais tranquilo agora.

A campainha tocou. O silêncio tomou conta.

Meu irmão chegou. Corri abrir a porta sem pensar duas vezes, o abracei e agora é como se eu realmente pudesse voltar a viver...

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