— Obrigado, tenho sorte de ter uma academia à disposição na casa dos meus pais – Harry brincou. Nem sequer havia percebido que estavam distantes do grupo no qual a loira estava acompanhada.— Meu nome é Penélope, e é um prazer conhecê-los – ela falou, parando de correr e olhando para o seu grupo, que havia ficado para trás. Penélope gritou algo para uma garota que correu até eles, enquanto as outras desviavam o percurso.— Esta é Lilly – a loira sorriu novamente, apresentando sua amiga a eles. Harry a observou. Lilly era bem diferente da amiga. Tinha cabelos longos e cacheados, pele levemente bronzeada e lábios carnudos. Ele passou um tempo admirando suas curvas enquanto a cumprimentava.— Lilly é nova por aqui, também não é muito fã de acordar cedo. Quem sabe vocês possam se ajudar e levantar o astral um do outro? – a loira mordeu os lábios e piscou. Harry sorriu ao perceber as bochechas de Lilly corarem levemente.— O que acham de irmos para um lugar mais privado? – Lilly p
— Concordo, mas o seu pai tem razão. Estamos com o dia todo livre. Podemos pegar nossa carteirinha de estudante, assistir a alguma palestra e depois aproveitar como bem entendermos – Harry afirmou. Eles passaram por várias mesas onde as fraternidades estavam recrutando. Harry não estava interessado em entrar para nenhuma delas, muito menos Adam. Isso o surpreendeu, pois seu amigo sempre foi extrovertido, e ele tinha quase certeza de que Adam estaria ansioso para participar de alguma.— Não precisamos entrar para nenhuma fraternidade. Podemos fazer amizades por aqui e aproveitar a companhia de belas garotas. Esses são os meus únicos interesses.— E estudar também – Harry completou, sorrindo ao ver a maneira como Adam descrevia a faculdade como se fosse apenas um lugar para se rodear de mulheres bonitas, festas e diversão.— Isso também, mas não é o meu foco principal – Adam deu de ombros. — Você tem a impressão de que esses caras de fraternidade nunca se desgrudam? Gosto de ter amigo
— As moças já estão prontas? – Adam perguntou sorrindo, após buzinar várias vezes em frente ao apartamento. Harry mostrou o dedo do meio enquanto seguia até o carro, Leandro soltou um palavrão e Adam parecia se divertir às suas custas.— Rapazes, hoje serei seu motorista particular – Adam falou enquanto ajeitava o cabelo no espelho, com um sorriso convencido no rosto. Depois, piscou para ele mesmo.— Nunca vi uma pessoa que gosta tanto de se admirar no espelho – Leandro disse, fazendo uma careta.— Você jamais conseguiria entender. Sou lindo e sei muito bem disso.— Deveríamos empacotar a sua autoestima e vender. Ficaríamos milionários – Harry falou enquanto Adam revirava os olhos.— É uma ótima ideia, assim ajudamos aqueles que precisam. Todos gostariam de ser como eu.— Não exagere – Harry riu.— Sinceramente, eu não sei porque ainda sou seu amigo – Leandro resmungou no banco de trás.— Todos me amam, todos querem ser meu amigo – Adam voltou a provocá-lo.— Se você não fosse o mot
Adam não perdia tempo, segurando a cintura de uma loira que sorria para ele. Quando Harry se aproximou, seu amigo gritou, chamando sua atenção e o apresentando a um grupo ao redor da mesa. Antes mesmo de levar a bebida que segurava aos lábios, Harry nem sequer escutou o que Adam dizia, foi quando viu a morena passar próximo a eles. Parecia que o mundo ao seu redor tinha parado enquanto ela andava em câmera lenta. Pelo menos era essa a imagem distorcida que seus olhos levavam ao seu cérebro, que parecia estar próximo de um colapso. Sua mão, que segurava o copo plástico, começou a suar e tremer, enquanto a outra, que estava ao lado do corpo, tentava se segurar na bancada da cozinha. Seu coração estava mais acelerado do que o normal, seus olhos arregalados, e sua mente parecia dar um salto de 360 graus, com vários pensamentos acelerados que não o deixavam compreender o que estava acontecendo à sua frente. — Esther, aqui – uma voz feminina o tirou daquela terrível tortura. Harry
O que ele estava fazendo? Sentia-se um idiota. Harry nunca foi do tipo emocionado, nunca nem mesmo havia se apaixonado por alguém. Não que aquele sentimento em seu peito fosse paixão. Conheceu Esther há menos de meia hora, não tinha como estar apaixonado, seu coração idiota ainda estava sob efeito daquele sonho maldito. Ele grunhiu insatisfeito enquanto virava o rosto, tentando evitar olhar para ela. Mesmo assim, Harry conseguiu sentir o olhar de Esther o analisando, enquanto Leandro chamava sua atenção, já que era o próximo a jogar. Em sua primeira jogada, a bola caiu no copo. Já havia feito isso diversas vezes e poderia se descrever como alguém com bastante espírito competitivo. Harry não gostava de perder em nada, mas quem gosta disso? Harry não era do tipo que surtava e atrapalhava a festa de todos quando perdia, como uma criança birrenta, que infelizmente muitos adultos se comportam assim. Não, jamais. Harry ficava quieto, na dele, e aproveitava o resto das festas nas pou
Ao seu redor, alguns rapazes davam sorrisos com segundas intenções olhando para Esther. Ele travou o maxilar enquanto ainda segurava a cintura dela. Com a mão livre, Esther estava pronta para beber a última dose, mas Harry puxou a bebida de sua mão e a bebeu, ouvindo a reclamação de Esther, que parecia brava.— Eu ia beber isso – ela resmungou, cutucando-o.— Eu estava com a garganta seca e precisava mais disso do que você.— Harry Miller é o vencedor! – Leandro gritou, tirando o foco de Harry do olhar intenso que Esther o direcionava.— Mais uma partida, pessoal? – Brian perguntou.— Não, já chega para mim – Harry avisou.— Já que perdi, o que preciso fazer? – Esther chamou sua atenção com um sorriso travesso, enquanto tinha dificuldade para falar devido ao seu estado de embriaguez.— Um encontro comigo – ele respondeu. De repente, parecia que não havia mais ninguém ali além deles. A sobrancelha de Esther se levantou, surpresa, enquanto sua boca formava um pequeno biquinho, o que
Harry não estava exagerando. Garotos como ele, com a cabeça cheia de planos e preocupações com o futuro, não se importavam com sentimentos. Uma semana atrás, se alguém tivesse falado que ele estaria nessa situação, ele teria rido, não, ele teria gargalhado e acusado a pessoa que falou isso de estar sob efeito de alguma droga. Uma parte de si, a mais racional, dizia para simplesmente deixar Esther ali e seguir o mais longe possível dela. Esquecer a garota e seguir em frente. Mas havia outra parte — a parte que ele estava começando a odiar — que sentia uma necessidade irracional de estar perto dela, de tentar entender o sonho, os sentimentos e os pensamentos insanos que ela havia provocado nele. Merda, ele estava ferrado. Harry controlou a vontade de bater com a cabeça no volante ou em qualquer parede, tentando recuperar o controle da sua mente. Talvez fosse o caso de procurar um especialista, fazer terapia ou algo do tipo. Mas o que ele diria? “Oi, eu dormi e sonhei que estava vi
— Não queria ser estraga-prazer, mas você já sabe – Harry disse, observando a mudança de expressão de Leandro assim que Mia entrou na casa e desapareceu de vista.— Tudo bem, terei outra chance com ela. Trocamos números de telefone. Confesso que estava empolgado com a ideia de levá-la para casa. Harry estava cansado, mas não pelo motivo certo. Queria estar exausto por aproveitar a festa como pretendia, mas em vez disso, estava esgotado pelos pensamentos que o atormentavam. A única coisa que queria agora era calar a mente e ignorar tudo. Leandro seguiu o caminho todo rindo enquanto trocava mensagens com Mia. Quando chegaram no prédio em que moravam, Harry falou, tentando desviar a atenção da situação.— Não vai deixar a garota descansar? O “modo pai” de Harry estava de volta. Ele evitou grunhir ao perceber o que acabou de dizer.— Você está certo. Mia não está acostumada a beber tanto, assim como Esther. Já estava reclamando dos efeitos horríveis da bebida, apesar de não ter bebido