Harry arqueou a sobrancelha surpreso com sua iniciativa, depois se aproximou colocando a mão em seu queixo para fazê-la olhar para ele.— Você sabe que eu sempre fui seu, somos eu e você. Nunca existiu outra mulher para mim, meu coração sempre foi seu e de mais ninguém. Achei que já havia deixado isso bem claro na casa da praia. Quero passar o resto da minha vida com você, quero realizar todos os nossos sonhos. Desejo tanto tê-la só para mim. Por enquanto irei me contentar em chamá-la de minha namorada, mas sei que o destino reserva muito mais do que isso para nós dois – Harry deu um sorriso enquanto se aproximou e beijou Esther a puxando para o seu colo. Esther suspirou com os olhos marejados, fazia dias que ele não a tocava daquela maneira, mas pareciam ter sido uma eternidade. O corpo de Esther estava quente, sua pele era tão macia que o fazia desejar contorná-la inteiramente com as mãos. Quando Esther suspirou no meio dos beijos, ele sentiu algo abaixo dele acordando, ele a d
Havia muitos olhares sobre eles enquanto se sentavam à mesa. Esther sentiu seu rosto esquentar e abaixou a cabeça levemente para disfarçar. Harry pegou em sua mão debaixo da mesa e entrelaçou seus dedos nos dela. Ela o observou rapidamente e se deparou com Harry a encarando com um olhar gentil. Não demorou muito para começarem as perguntas sobre eles. Nenhuma foi íntima a ponto de constrangê-la, mas Esther nunca teve esse tipo de atenção. Por conta disso, estava mais tímida e sentia suas bochechas esquentarem cada vez mais, enquanto Harry parecia à vontade com todos aqueles estranhos. Katherine, mãe de Elizabeth (que insistiu para que todos a chamassem de Kath), parecia jovem. Esther percebeu que elas tinham muitos traços parecidos e presumiu que Kath tivesse tido Elizabeth no início de sua vida adulta.— Há quanto tempo estão casados? – Elizabeth perguntou.— Começamos a namorar recentemente – Harry respondeu.— Eu também pensei que fossem casados – Margaret disse.— Me desculpem,
Como combinado, estavam a caminho do restaurante novamente. Esther sentiu que seu coração estava prestes a sair pela boca. Suas mãos suavam frias, mas, em nenhum momento, Harry a soltou. A noite estava linda. Harry a convenceu a jantarem em uma mesa do lado de fora, onde ainda podiam ver a porta de entrada da cozinha. Com sua insistência, encontraram o melhor lugar, onde não estariam muito visíveis, caso Brenda aparecesse ali. Assim que se sentou, uma linda melodia preencheu o ambiente. Ao procurar de onde vinha o som, Esther viu um homem tocando violino próximo à mesa onde estavam. O som do instrumento acalmou seu coração. Ela se deixou levar pela melodia suave. Esther sentiu um toque em sua mão e, ao olhar, viu Harry a chamando para uma dança.— Ninguém está dançando, Harry. Não podemos fazer isso – ela sussurrou.— Podemos, sim, é só uma dança, Esther. Se contrataram um artista, foi pensando nisso – ele sorriu, puxando-a. Esther deu uma gargalhada, percebendo que havia chamado
Esther não queria magoar Kath. Ela sempre foi tão gentil desde que se conheceram, e algo em seu olhar dizia o quanto ela os queria ali.— O que foi? – Harry perguntou.— Podemos ficar um pouquinho? O que você acha? Será breve.— Por mim, tudo bem – Harry afirmou. Enquanto caminhavam em direção à sala de estar, Esther não conseguiu evitar um sorriso ao ouvir as gargalhadas. Todos ali pareciam se divertir, era quase como um convite para ficarem. Assim que perceberam suas presenças, Esther se viu com uma taça de champanhe em mãos, enquanto se sentava com a atenção de todos sobre eles.— O que estão achando da cidade? – Kath perguntou.— É maravilhosa, nunca conheci um lugar tão acolhedor como esse – Esther sorriu.— Todos que vêm aqui nunca mais se esquecem desse lugar – Elizabeth comentou. — Temos vários hóspedes de longa data que se encontram todos os anos neste hotel. Em pouco tempo de conversa, descobriram que estavam chamando atenção por serem os novos hóspedes. Todos ali eram g
Harry percebeu só agora a mulher ao seu lado, que estava com a cabeça cabisbaixa, um olhar perdido e, ao mesmo tempo, ansioso.— Eu não sei se Esther quer vê-la nesse momento – Harry disse. Ele não pretendia dar detalhes de como Esther estava assustada e fragilizada. Sabia que todos no hotel haviam visto a cena minutos antes e não queria dar mais satisfações sobre o quanto ela estava sofrendo.— Ela é a minha filha... passei a minha vida toda esperando por ela. Não me deixe esperar mais, por favor – Brenda suplicou. Havia algo em seu olhar que mostrava que ela estava sendo sincera. Harry podia ver que Brenda estava sofrendo com tudo aquilo. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, seus ombros caídos como se um peso estivesse sobre suas costas. Ela parecia cansada, como se não quisesse mais lutar contra qualquer que fosse o pensamento que a atormentava.— Deixe ela entrar – Esther pediu. Harry não sabia que Esther estava conseguindo ouvir a conversa. A porta era longe o suficiente
Brenda parecia em choque, paralisada no lugar, enquanto refletia sobre o que acabou de ouvir.— Vocês pareciam uma família feliz. Lorena me enviava fotos e, nelas, você sempre estava sorrindo. Pensei que eles poderiam dar algo que eu jamais poderia dar. Era melhor do que saber que o seu pai morreu e sua mãe era uma viciada – Brenda falou em desespero.— Não, Brenda, você mesma admitiu que havia abandonado o vício. Era para ter ficado comigo e lutado por mim, mas, como todas as outras pessoas, você me abandonou – Esther se levantou, falando alterada.— Esther, me desculpe… – Brenda começou, mas foi interrompida.— Aquelas pessoas só pensavam em dinheiro. Lorena e Benjamin nunca me amaram. Estavam até dispostos a me vender para sair da falência. Caso você não saiba, Benjamin era viciado em jogos e perdeu tudo. Se não fosse por Harry, eu estaria casada agora com um homem arrogante que nem mesmo gostava de mim. Eles tiraram tudo de mim, Brenda: a minha liberdade, os meus sonhos, o amor
Harry sorriu ao ver uma estante com várias edições dos livros de Jane Austen, mostrando o quanto aquelas pessoas amavam a escritora. Se aproximou e pegou um volume de uma edição especial de Orgulho e Preconceito, em capa dura.— “É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico deve precisar de uma esposa” – uma voz soou do outro lado do cômodo, fazendo-o pular de susto. Harry se virou para encarar a senhora de cabelos grisalhos que se apoiava em uma bengala, caminhando lentamente em sua direção.— Me perdoe se eu o assustei – a mulher falou novamente.— Tudo bem, eu pensei que estivesse sozinho – ele tossiu, tentando não demonstrar seu desconforto.— Gosta de Jane Austen? Harry sorriu com aquela pergunta.— Sim, minha namorada é uma grande fã e meio que me obrigou a ler todos os livros da autora – Harry confessou.— Deveria agradecê-la por isso. Harry observou a boca dela se curvar para o lado, imaginando que aquilo poderia ser um vislumbre de um sorri
Fazia tempo que Harry não via tantas pessoas dançando alegremente. Ele sorriu quando o som dos instrumentos invadiu seus ouvidos. A dança era diferente daquelas das quais estava acostumado. Por sorte, naquela mesma semana, Kath e Elizabeth deram uma aula para todos os hóspedes, para que pudessem aproveitar mais a festa e se divertir. Era como se tivessem voltado no tempo. As mulheres rodopiavam pelo imenso salão, e com o movimento, suas saias se levantavam suavemente. Esther estava com um enorme sorriso no rosto quando Harry a puxou para uma dança. Ao girar, ela não se conteve e soltou uma gargalhada alta, da qual ninguém ali parecia se importar. — Você também sente como se estivesse entrando em um dos livros da Julia Quinn? Se dermos sorte, encontraremos Daphne e Simon se agarrando no jardim – Esther brincou.— Sim, sinto que a qualquer momento irão anunciar a chegada de algum conde ou duque saído dos livros de romance de época que você tanto lê – Harry brincou.— Tudo está perfe