— Eu... não te odeio. Vamos para o meu carro, vou te tirar daqui, algum dos seus funcionários pode cuidar do seu carro — ele tenta me pegar pelo braço novamente, me afasto dele.— Não preciso de você, Lorenzo! Já cansei de implorar por uma explicação! Agora sou eu quem quer você longe! Muito longe de mim! — grito para ele.Meu grito não faz com que ele recue, mas sim que comece a rir. Sua risada me confunde, mais ainda o olhar que me dá. O olhar de ódio que me lança, é inegável que aquilo é ódio.— Se você já está cansada de me implorar, isso não te faz pensar que eu estou mais cansado que você de implorar por um pingo da sua atenção? Passei minha vida inteira nisso, Sara. Eu sou quem está cansado de você.Perfeito. É como se ele tivesse pegado uma lança e a arremessado no meu peito, entrando pela frente e saindo por trás. Não ia ficar calada. Se ele planejava arruinar todos esses anos de boa amizade por causa do seu presente, que assim fosse.— Leonel tinha razão. Você é igual aos seu
Os homens para mim são como bombons. É divertido selecioná-los, provar sabores novos e ter muitos deles enquanto existe novidade em sua apresentação. No entanto, passado um tempo são mais do mesmo. Os mesmos padrões, as mesmas mentiras e os mesmos jogos. A primeira regra dos relacionamentos era você estar no controle, enquanto a mulher estivesse no controle e preparada para o que fosse, estaria bem.Mas atualmente estou longe de estar bem. Ainda estou em estado de choque desde ontem à noite. Na verdade, toco meus lábios pela oitava vez desde que estou sozinha no meu escritório. Deveria estar preenchendo alguns formulários, nem consegui preencher metade deles.Loren e eu nos beijamos.Nenhum de nós estava bêbado, nenhum de nós odiou isso. Nós gostamos e não sei onde aquilo teria parado se não tivéssemos sido interrompidos. Me sentia à deriva, num estado catatônico e irreal. Até um ano atrás, ele era meu amigo. Eu costumava zombar de quem nos juntava como casal, porque para mim, a amizad
— É seu parente? Quer que eu o considere para o cargo?Elliot se senta na minha frente super nervoso, vejo-o até suar de nervosismo, o que me diverte. Sorrio para ele com malícia.— Não sabia que você era capaz dessas armadilhas.— Por favor, considere-o. É um bom rapaz e tem tido dificuldade para conseguir emprego, só o entreviste — me implora.— Qual é o grau de parentesco que vocês compartilham? — apoio meu queixo no verso da minha mão — Não faço armadilhas por família política.— É meu primo. O filho da minha tia Mary.— A tia Mary que sempre se lembra do meu aniversário e me envia um suéter de tricô? — pergunto surpresa e contente.— Sim, essa mesma. É o filho caçula dela — acrescenta esperançoso.Céus. Queria torturar um pouco mais o Elliot, mas ao mencionar sua tia perco a vontade. Conheci sua tia porque antes de se aposentar era professora de uma das escolas onde a associação se envolveu. Uma senhora encantadora e muito carinhosa. Claro que entrevistaria seu filho.Me concentro
— Perfeito, senhorita Brown.…….Não gosto de obedecer a ninguém, por isso é difícil, é muito difícil fazer essas entrevistas. Nenhum candidato causou boa impressão em mim, nem me passou confiança, e eu pressentia que falariam mal de mim pelas costas. Contratar um segurança é diferente de contratar um funcionário das 8 às 18h. É ter um funcionário com você em longos turnos e em situações cotidianas. Um guarda-costas é como ter um par de algemas nos pulsos.Dispenso o penúltimo candidato me sentindo exausta, nem vontade tenho de entrevistar o último, o primo de Elliot, mas me esforço. Assim que ele entra pela porta, sua aparência chama minha atenção. É a senhora Mary em versão masculina. Olhos e cabelo castanhos, sobrancelhas muito grossas, tudo isso em um rosto amável.Ele estende a mão, eu correspondo. Ele tem a mão gelada e suada. Acho que não é a única coisa que está suada nele.— Está bem, Jesús? — pergunto a ele — Quer água, um café, uma aspirina?— Não, não. Estou bem. Obrigado p
Meus pés batem no chão com constância e meu coração bate com uma força sobrenatural. Eu finalmente consegui, uma promoção no meu trabalho, e o primeiro que tinha que saber disso era Andrew, meu noivo. Caminho pelo corredor tão emocionada e agarrada à minha pasta que agradeço por ninguém estar neste corredor. Vão pensar que estou louca ou que não sei me controlar pelo sorriso enorme que tenho no rosto. Mas quem poderia me culpar.Minha vida estava se transformando no que sempre deveria ter sido. Uma vida feliz e abençoada. Eu me casaria em alguns meses com o amor da minha vida, e finalmente deixaria de servir café na empresa. As lágrimas, humilhações e solidão acabariam. Eu, Marianne Belmonte, deixaria de ser o saco de pancadas da minha família, seria a esposa de um promissor empresário. Finalmente, todos me respeitariam e aceitariam.—Querido? Tenho boas notícias... — digo abrindo a porta do apartamento do meu futuro marido.As luzes da sala estão apagadas e há uma melodia suave de Jaz
Na manhã de ontem, acordei com o homem que amava conversando sobre como estávamos animados com o casamento dos nossos sonhos. Na manhã de hoje, acordei em um quarto de hotel barato com os olhos inchados de tanto chorar. Não haveria casamento, não haveria um final feliz para mim, não teria a família com a qual sonhei. Fiquei praticamente sem nada. Sem um teto, e quem sabe se Andrew teria a decência de me devolver minhas roupas. A única coisa que me restava era meu trabalho. Um ao qual voltei a me trancar em meu cubículo para mergulhar no meu mundo, os números. Trabalho para a Belmonte Raízes, uma imobiliária de bom tamanho dedicada ao que todas as imobiliárias fazem: comprar e vender imóveis. E eu, que tinha quase três anos de formada em administração de empresas, trabalhava nela desde então. O fato de compartilhar o mesmo sobrenome no nome da empresa não é coincidência. Seu dono é meu pai, Belmonte Raízes é uma empresa familiar. Uma na qual conquistei meu posto por mais que meus col
Tenho uma lista interminável de humilhações provocadas pela minha família em minha memória. A vez em que vim a esta casa me ajoelhar diante do meu pai para que me desse dinheiro para o tratamento da minha mãe. A vez em que Amanda e sua mãe me deram uma caixa com roupas usadas e rasgadas, porque eu "precisava me vestir melhor".Mas me pedir para ajudar a organizar o casamento do meu ex-parceiro com sua amante grávida, que é minha meia-irmã, essa devia ser uma das mais sádicas da lista.—Não ajudarei Amanda a organizar seu casamento com Andrew. Por que eu faria tal coisa? — digo lentamente como se estivesse dando tempo ao meu pai para confessar que isso é uma piada de mau gosto.Sergio me olha com desaprovação, Amanda o faz com um sorriso que tenta esconder enquanto come sua salada de frutas.—É decepcionante que você não decida ser uma pessoa melhor neste assunto. Se não for, me verei obrigado a reconsiderar seu contrato em nossa empresa. Ouvi dizer que você conseguiu assinar para ser u
Estou em uma nuvem de prazer da qual não quero descer. Os beijos vão e vêm, assim como as carícias em minhas pernas nuas. Me contorço entre os lençóis brancos e desfruto do calor do homem sobre mim. Não quero que isso nunca acabe.—Você é linda, Marianne — sussurra ele em meu ouvido.—Você também é lindo — sussurro eu, soando tão ousada como nunca havia sido.Mordo seu lábio com delícia e isso o anima a ir mais rápido. A forma como está entrando e saindo do meu corpo me faz soltar muitos gemidos lastimosos que nem sabia que podia fazer.—Se for demais para você, me diga... — soa contido.Demais para mim? Que coisas ele dizia? O pequeno incômodo ou a pontada de dor que senti no início? Isso não é nada comparado ao prazer que me domina. O sexo era a melhor coisa do mundo, nem sei do que eu tinha tanto medo.—Se for pouco para mim também devo te dizer? — digo acariciando seu rosto — Vá mais rápido.E mais, e mais rápido ele foi......Acordo rindo. Sim, rindo e com uma terrível dor de cab