As oportunidades existem para serem aproveitadas, e quando se apresentam não devemos desprezá-las. No entanto, estou me sentindo um tanto arrependida de tais pensamentos agora mesmo. Passeio pelo amplo banheiro do meu quarto de hotel enquanto penteio meu cabelo. Isso de andar de um lado para o outro li na internet, sobre como acalmar as náuseas.O que acontece é que as náuseas não tinham me abandonado desde a semana passada, nem queriam me abandonar por mais remédios naturais que eu tomasse. Por que Marianne Belmonte não se livrava delas? Talvez fosse pela falta de descanso à qual havia submetido seu pobre corpo. Como? Poderia ser a mudança improvisada para outro país, a renúncia improvisada ao seu trabalho e a recepção esmagadora por parte da sua família política.Quando chegamos à mansão Brown foi demais a reação deles. Embora Liam precisasse de repouso, seus irmãos e sobrinhos o trataram como se estivesse nos últimos momentos de vida. Por sua vez, Luciano recebeu mais broncas do que
— Positivo? Já deu positivo? — ouço Giana falar pelo celular, volto a me concentrar na câmera.— Qual é a sua pressa? Na caixa diz 5 minutos no mínimo...— OLHE AGORA! — ela grita desesperada.Tenho que fazer isso, olhá-lo... de repente me sinto a mulher mais estúpida do universo.— Estou grávida... — digo atônita com o resultado que estou lendo.— EU TAMBÉM ESTOU GRÁVIDA! — ela volta a gritar.Entro em duplo choque. Ela grávida, eu grávida, as duas grávidas, só uma reação é possível.— AAAAAAHHHHHH! — grito de emoção por ela, de emoção e medo por mim mesma.— AAAAAAAHHHHASSDDFFDS! — grita Giana pela emoção e zombaria direcionada a mim.— Você está bem, Marianne? — questiona espantado Luciano na porta. Ele tinha chegado.Fecho a boca e desligo bruscamente o celular sem olhá-lo. Finjo que estou bem.— Perfeita, sem objeções. Vamos sair?.....Sei que deveria estar apreciando a linda vista que tenho no presente. Estamos nos Jardins Indro Montanelli, vou apoiada no braço do homem que amo
Narrado por Luciano BrownPosso dizer sem necessidade de exagerar que enfrentei todo tipo de risco em minha vida. Brigas a socos limpos nas quais quase me torceram o pescoço, balas que marcaram minha pele permanentemente, já saltei de carros em movimento e fugi correndo de um monte de mulheres ressentidas pelo meu imprudente passado. Saí em pé de tudo isso, mas não sei se sairei vivo desta nova aventura, a de ser pai.Me pergunto quando acabará este martírio e esta preocupação eterna, no entanto, olhando para a barriga redonda de Marianne, sei que ainda me faltam no mínimo 18 anos. Porque nossa bebê ainda não nasceu, faltam duas semanas para isso.Duas semanas poderiam passar rápido para uma mulher cujo único trabalho deveria ser descansar na cama, satisfazer seus desejos e comprar roupas online para nossa bebê. Mesmo assim, coube a mim me apaixonar e engravidar uma mulher muito ativa, excessivamente ativa.Depois de nossa lua de mel pela Itália, ao chegar pensei que Marianne levaria a
Sua explicação não me convence, mas como ninguém ganha de Marianne, acabamos indo ao aniversário da filha de Lemuel.......O que você pode esperar do aniversário de uma filha de Selena? Isso mais que um aniversário parece uma exposição de fornecedores de festas infantis. Estou dizendo isso pela extravagância em que se transformou um dos salões da mansão Brown. O tema é de sereias, então Salomé está vestida como uma, e sua mãe, ou seja, Selena está vestida combinando com sua filha.Movo minha mão para estourar as bolhas que flutuam diante dos meus olhos. Eu achava que o bolo de seis andares, os atores fantasiados como tritões e animais marinhos, mais a quantidade de estações de entretenimento infantil, eram muito. Me enganei, muito é que Marianne seja a babá designada dos filhos dos meus primos.Marianne está sentada em um sofá em forma de concha marinha enquanto é rodeada por Louis (o filho de Leonel); Luke, Levi e Luisella (os de Leandro); e claro, Salomé (a filha da múmia do meu tio
— Aqui vem, aqui vem — anuncia a médica tirando a bebê.Imediatamente na sala de parto se ouve o choro da nossa filha. A mudança de expressão de Marianne é impressionante, suas feições se aliviam e sua respiração se torna normal. Embora seu alívio acabe quando colocam a bebê em seu peito nu.— Olá, meu tesouro. Tudo ficará bem, mamãe está aqui — recita ela deixando as lágrimas saírem, nesse momento a bebê para de chorar.Enquanto uma enfermeira limpa a bebê como pode ainda sobre Marianne e a médica me pergunta se quero cortar o cordão umbilical, ao que me recuso, sinto que não pertenço a este lugar. Tudo me parece um contrassenso.— Quer conhecer o papai? Olha, ele está ali... — Marianne fala com a menina.Sem que me peçam e sem poder recusar, a enfermeira pega a bebê e a passa para mim. Me vejo obrigado a carregar esta menina que de alguma forma eu ajudei a fazer em uma bebedeira. Fico olhando para ela estranhamente e ela fica olhando estranhamente para mim.— Por que ela está me olha
Narrado por Liam BrownO sangue Brown era fraco, estava m***** e condenado a desaparecer. Ou era isso que meus irmãos e eu pensamos durante muitos anos. Impossibilitados de ter mais filhos além de nossos primogênitos, era a única realidade, o sobrenome acabaria com eles. Mas algo mudou nesta família desde a morte da minha mãe Leonor, tivemos que chegar ao ponto mais baixo do abismo para ir escalando à superfície com o passar dos anos desde sua partida.Da dor surgiu a calma; e do ódio surgiu o amor. Ultimamente sei muito sobre o que é o amor graças aos meus netos, os mais pequenos do clã. Apenas há uma semana completaram-se 6 anos da chegada ao mundo da minha pequena Leonora. E nenhum presente que eu pudesse dar era suficiente para expressar o quão afortunado eu me sentia por ser seu avô.Essa é a justificativa que preciso para ter debaixo do meu braço uma grande caixa de presentes, e na minha mão esquerda cinco sacolas de presente. Preparado com tudo o que minha menina merece, toco a
— O que vocês estavam fazendo brigando por um desses aparelhos? Vocês não têm o seu cada uma? — pergunto a elas.— Lala má e chata! — grita Lucero com um biquinho — É meu! O dela quebrou!Layla decide se impacientar com a acusação e estende os braços para mim para que eu a pegue no colo. Não podia negar isso a uma das minhas netas, eu tinha um espaço especial para cada uma delas. Esforço minhas costas para me inclinar, deixar os presentes, e pegá-la nos meus braços.— Você quebrou o seu? — pergunto a ela.Ela nega com insistência e esconde seu rosto no meu pescoço. Então Leonora e Lucero começam a abrir os presentes que trouxe. Explico para cada uma quais são os presentes. Durante tudo isso, o bebê não parou de chorar como se estivessem o torturando. Deixo as meninas entretidas com os presentes e me aproximo do meu filho.— O menino está doente? — pergunto, sentando-me ao seu lado, acomodo Layla nas minhas pernas.Me preocupa a expressão de Luciano, ele está à beira das lágrimas.— Que
— Depois ele fez assim! Pá, bem na boca, vovozinho! — Leonora imita um golpe violento.— E gritou AHHHHHHH! — continua Lucero, gesticulando o grito de maneira exagerada.Tenho que olhar para meu filho que, após a calma resultante de alimentar seus pequenos, volta a parecer ele mesmo. Está rindo das travessuras de suas filhas.— Assim você quer que sejam meninas tranquilas? Por que as deixa ver tantos filmes violentos? — pergunto a ele.— O que mais podem assistir? Estou preparando-as para o mundo. Coloquei Leonora no karatê, ela tem talento — exclama orgulhoso — Quando estiverem maiores, colocarei Layla e Lucero no Taekwondo. Elas têm mais energia para gastar.— Mais batata por favol, vovô — Layla estende seu prato e eu a sirvo. Me concentro no meu filho — Os atos têm consequências, estou te advertindo. Você não quer colocá-las na pintura ou natação?— Para que vou colocar minhas filhas na pintura ou natação? Elas vão lutar com Picasso ou com a pequena sereia? Sempre digo a elas, lá fo