Narrado por Luciano BrownPosso dizer sem necessidade de exagerar que enfrentei todo tipo de risco em minha vida. Brigas a socos limpos nas quais quase me torceram o pescoço, balas que marcaram minha pele permanentemente, já saltei de carros em movimento e fugi correndo de um monte de mulheres ressentidas pelo meu imprudente passado. Saí em pé de tudo isso, mas não sei se sairei vivo desta nova aventura, a de ser pai.Me pergunto quando acabará este martírio e esta preocupação eterna, no entanto, olhando para a barriga redonda de Marianne, sei que ainda me faltam no mínimo 18 anos. Porque nossa bebê ainda não nasceu, faltam duas semanas para isso.Duas semanas poderiam passar rápido para uma mulher cujo único trabalho deveria ser descansar na cama, satisfazer seus desejos e comprar roupas online para nossa bebê. Mesmo assim, coube a mim me apaixonar e engravidar uma mulher muito ativa, excessivamente ativa.Depois de nossa lua de mel pela Itália, ao chegar pensei que Marianne levaria a
Sua explicação não me convence, mas como ninguém ganha de Marianne, acabamos indo ao aniversário da filha de Lemuel.......O que você pode esperar do aniversário de uma filha de Selena? Isso mais que um aniversário parece uma exposição de fornecedores de festas infantis. Estou dizendo isso pela extravagância em que se transformou um dos salões da mansão Brown. O tema é de sereias, então Salomé está vestida como uma, e sua mãe, ou seja, Selena está vestida combinando com sua filha.Movo minha mão para estourar as bolhas que flutuam diante dos meus olhos. Eu achava que o bolo de seis andares, os atores fantasiados como tritões e animais marinhos, mais a quantidade de estações de entretenimento infantil, eram muito. Me enganei, muito é que Marianne seja a babá designada dos filhos dos meus primos.Marianne está sentada em um sofá em forma de concha marinha enquanto é rodeada por Louis (o filho de Leonel); Luke, Levi e Luisella (os de Leandro); e claro, Salomé (a filha da múmia do meu tio
— Aqui vem, aqui vem — anuncia a médica tirando a bebê.Imediatamente na sala de parto se ouve o choro da nossa filha. A mudança de expressão de Marianne é impressionante, suas feições se aliviam e sua respiração se torna normal. Embora seu alívio acabe quando colocam a bebê em seu peito nu.— Olá, meu tesouro. Tudo ficará bem, mamãe está aqui — recita ela deixando as lágrimas saírem, nesse momento a bebê para de chorar.Enquanto uma enfermeira limpa a bebê como pode ainda sobre Marianne e a médica me pergunta se quero cortar o cordão umbilical, ao que me recuso, sinto que não pertenço a este lugar. Tudo me parece um contrassenso.— Quer conhecer o papai? Olha, ele está ali... — Marianne fala com a menina.Sem que me peçam e sem poder recusar, a enfermeira pega a bebê e a passa para mim. Me vejo obrigado a carregar esta menina que de alguma forma eu ajudei a fazer em uma bebedeira. Fico olhando para ela estranhamente e ela fica olhando estranhamente para mim.— Por que ela está me olha
Narrado por Liam BrownO sangue Brown era fraco, estava m***** e condenado a desaparecer. Ou era isso que meus irmãos e eu pensamos durante muitos anos. Impossibilitados de ter mais filhos além de nossos primogênitos, era a única realidade, o sobrenome acabaria com eles. Mas algo mudou nesta família desde a morte da minha mãe Leonor, tivemos que chegar ao ponto mais baixo do abismo para ir escalando à superfície com o passar dos anos desde sua partida.Da dor surgiu a calma; e do ódio surgiu o amor. Ultimamente sei muito sobre o que é o amor graças aos meus netos, os mais pequenos do clã. Apenas há uma semana completaram-se 6 anos da chegada ao mundo da minha pequena Leonora. E nenhum presente que eu pudesse dar era suficiente para expressar o quão afortunado eu me sentia por ser seu avô.Essa é a justificativa que preciso para ter debaixo do meu braço uma grande caixa de presentes, e na minha mão esquerda cinco sacolas de presente. Preparado com tudo o que minha menina merece, toco a
— O que vocês estavam fazendo brigando por um desses aparelhos? Vocês não têm o seu cada uma? — pergunto a elas.— Lala má e chata! — grita Lucero com um biquinho — É meu! O dela quebrou!Layla decide se impacientar com a acusação e estende os braços para mim para que eu a pegue no colo. Não podia negar isso a uma das minhas netas, eu tinha um espaço especial para cada uma delas. Esforço minhas costas para me inclinar, deixar os presentes, e pegá-la nos meus braços.— Você quebrou o seu? — pergunto a ela.Ela nega com insistência e esconde seu rosto no meu pescoço. Então Leonora e Lucero começam a abrir os presentes que trouxe. Explico para cada uma quais são os presentes. Durante tudo isso, o bebê não parou de chorar como se estivessem o torturando. Deixo as meninas entretidas com os presentes e me aproximo do meu filho.— O menino está doente? — pergunto, sentando-me ao seu lado, acomodo Layla nas minhas pernas.Me preocupa a expressão de Luciano, ele está à beira das lágrimas.— Que
— Depois ele fez assim! Pá, bem na boca, vovozinho! — Leonora imita um golpe violento.— E gritou AHHHHHHH! — continua Lucero, gesticulando o grito de maneira exagerada.Tenho que olhar para meu filho que, após a calma resultante de alimentar seus pequenos, volta a parecer ele mesmo. Está rindo das travessuras de suas filhas.— Assim você quer que sejam meninas tranquilas? Por que as deixa ver tantos filmes violentos? — pergunto a ele.— O que mais podem assistir? Estou preparando-as para o mundo. Coloquei Leonora no karatê, ela tem talento — exclama orgulhoso — Quando estiverem maiores, colocarei Layla e Lucero no Taekwondo. Elas têm mais energia para gastar.— Mais batata por favol, vovô — Layla estende seu prato e eu a sirvo. Me concentro no meu filho — Os atos têm consequências, estou te advertindo. Você não quer colocá-las na pintura ou natação?— Para que vou colocar minhas filhas na pintura ou natação? Elas vão lutar com Picasso ou com a pequena sereia? Sempre digo a elas, lá fo
Especial #MARIANNENarrado por Marianne BelmonteA vida me recompensou de uma maneira maravilhosa e muito além das minhas próprias expectativas. Depois de tantos anos de angústia, solidão e desprezo, hoje me sinto verdadeiramente abençoada com a família que pude formar com Luciano. Quando irrompi no escritório do meu chefe e o pedi em casamento, jamais imaginei que aquela proposta seria levada a sério.Muito a sério, eu diria. Mais de 6 anos de casamento e 4 filhos depois, me sinto mais realizada do que nunca. Meus filhos são minha vida inteira, cada um deles é especial e maravilhoso à sua própria maneira. Minha filha mais velha, Leonora, é tão inteligente e ao mesmo tempo tão arteira. Sempre encontra um jeito de esconder suas travessuras, e sua habilidade física me surpreende. Entre ginástica e karatê, é claro que ela tinha que concordar com o complô que fez com o pai para praticar este último. Ela é mais do que boa nessa arte marcial, segundo o professor dela, não eu.Depois, veio Lu
Com o sol se pondo, a festa está terminando e o cansaço é visível tanto nas crianças quanto nos adultos. O pequeno Derek está dormindo no colo de Giana, e a própria Giana está dormindo recostada no meu ombro. Sorrio levemente com seus roncos; honestamente, não fiz parte do comitê organizador como Amanda, que ainda está coordenando algumas atividades, mas estou exausta.De repente, Giana se engasga com a própria saliva e acorda estrepitosamente.— Estamos sendo atacados! Estamos sendo atacados! — grita essa louca, embora perceba que foi um pesadelo — Quer dizer, a paz mundial está sendo atacada enquanto celebramos.— Desde que horas você está acordada, sua doida? — pergunto entre risadas.— Desde as 6, esse menino gosta de acordar cedo aos sábados. Que pecado estou pagando? — Giana acaricia o cabelo do filho com imenso amor.Fico olhando para ela encantada. Até este momento, ela tinha um casamento feliz com Derek, meu afilhado era um menino adorável e saudável. E para minha alegria, nos