—Eu não estou acreditando.. Por que você não fugiu? —Julia me perguntou depois de eu ter contado a ela tudo o que havia acontecido, desde que eu botei os meus pés naquele lugar. Eu confesso que em certo momento eu realmente pensei em fugir, mas do que adiantaria? Lá é o meu trabalho, eu teria que voltar a qualquer momento e além do mais eu não sou uma covarde, eu apenas me senti amedrontada no momento e confusa.. Na verdade eu ainda estava muito confusa. Principalmente pelo jeito que Lorenzo olhava a mim e a Quim, depois que ele chegou na sala. Balancei a minha cabeça expulsando os pensamentos. —Você prestou atenção em alguma coisa que eu falei? – perguntei para ter certeza, Julia estava um tanto aérea arrumando as coisas de Diogo para levar para a cobertura. Eu não estava ajudando ela, pois Giovanni estava em meu colo.. Estava difícil fazê-lo dormir e talvez eu o quisesse mais perto de mim, com os olhinhos abertos. Eu tinha tanto medo pelo meu filho.. Pouco me importava o que poder
—Lorenzo.. Você prestou atenção em alguma coisa que eu falei? —Átila perguntou enquanto ele me mostrava o trabalho de Gabriela, que ela havia feito para o Veneza. Balancei a minha cabeça, não sei se foi em afirmação ou em negação.. Eu realmente estava aéreo desde que o destino resolveu sorrir pra mim. Trazendo a mulher que me tirou a paz por tanto tempo, sem que eu precisasse fazer nenhum esforço para aquilo acontecer.. Mas se fosse preciso eu o faria e estava disposto a tudo, Para ter ela junto a mim —Você nem se quer olhou o trabalho da garota – ele falou ganhando a minha atenção. —Eu estava.. Pensando em algumas coisas, que não tem nada a ver com trabalho —falei e vi ele levantar a sobrancelha em minha direção, dei de ombros ao virar a tela do computador para mim. Tentei focar a minha atenção na tela, mas na minha cabaça só vinha cena da interação de Gabriela com Quim. Eu fiquei tão eufórico ao vê-la que nem pensei na possibilidade de ela ter alguém, na verdade eu também não pens
Eu havia saído da sala de Lorenzo completamente aérea.. Tão aérea que eu acabei errando algumas planilhas de fornecedores que eu estava fazendo, tive que refazer tudo umas duas a três vezes.. Na verdade foram quatro vezes. Aquela conversa me deixou nervosa, e que diabos foi aquilo de dizer que eu não estava totalmente livre? Eu não sei o que deu em mim, por um momento eu quase pensei em lhe falar sobre Gio. Tamanho era o efeito que aquele homem mantinha sobre mim.. Ele me fazia testar a minha própria sanidade e os limites do meu corpo. Quando eu estava perto dele.. Partes de mim se acendia sem que eu tivesse o mínimo controle sobre aquilo. Parecia até que eu era uma marionete, pronta para cometer as loucuras que fizemos anos atrás.. Santo Deus eu precisava ir a uma igreja, aquilo não era normal.. O que o deus italiano fazia comigo era além dos limites que eu poderia suportar. Ainda tinha aquela bendita ideia de sairmos.. Eu poderia fazer aquilo, sim.. Mas também tinha Quim. Eu não q
Eu ainda estava me sentindo aérea, depois de ter sido encurralada por Lorenzo.. Podia sentir o cheiro dele ainda no meu sistema. Claro que eu sabia do que ele estava falando ao me perguntar aquilo, mas eu não me deixei de sentir.. Bem eu não raciocina a direito perto daquele homem. Eu não sabia até que ponto aquilo poderia ser perigoso para mim e para a minha sanidade mental se é que eu ainda tinha o mínimo daquilo.. Depois de todos os acontecimentos recentes, era muita coisa em tão pouco tempo. Depois da abordagem nem um pouco sutil de Lorenzo, eu não voltei a vê-lo enquanto me mantinha focada no trabalho. Sabia que ele estava resolvendo alguma coisas com Átila fora dali, Lorena havia me falando quando veio me entregar uns documentos da Passione. Eu procurei manter o meu interesse bem oculto, pois sabia que Lorena gostava de uma fofoca e de ficar sonhando acordada com a vida alheia. Eu passei uma boa parte do meu dia, resolvendo alguns fornecimentos para o Tortelline... Laura não g
—Eu te convidei.. Com a ideia de você esquecer os seus problemas, não foi para você trazê-los para cá —Julia falou, enquanto eu a ajudava preparar algo para nós comermos. Bem na verdade eu só estava atrapalhando mais do que outra coisa, tendo em vista que ela precisou me chamar atenção pela terceira vez. —Quer falar alguma coisa Gabriela? – ela questionou, estávamos sozinha na cozinha. Diogo tinha ido levar Gio para tirar um cochilo revigorante.. A casa era incrível, tinha dois quarto.. Uma sala com uma cozinha americana integrada, uma bela varanda com uma boa vista para a praia e o pôr do sol. —Eu sei é.. —parei de falar, eu não havia contado a Julia o que havia acontecido, principalmente por saber que ela não simpatizava nenhum pouco com o pai de Gio. Desde o ocorrido naquela sala, eu procurei evitá-lo como se ele fosse o próprio coisa ruim.. Não foi nenhum pouco fácil, mas eu o fiz.. Precisava daquela assimilação eu.. Na verdade é que eu passei a me sentir completamente desejosa
Fechei a porta da minha casa atrás de mim, eu não tive forças para dar mais um passo.. Me recostei ali e deixei os meus soluços saírem na segurança do meu lar. Eu estava chorando de frustração.. Por ter criado expectativa de uma situação que eu não sabia se quer o que esperar. Ouvir aquilo me abalou, mas também me fez tomar uma atitude.. Eu precisava contar a ele, também não iria conseguir continuar trabalhando para o pai do meu filho.. Teríamos uma conversa decisiva, pelo menos eu não iria carregar mais comigo a culpa de não ter contado a ele sobre Gio, estava decidido!Limpei as minhas lágrimas, estava na hora de me levantar de cabeça erguida.. Hoje eu não voltaria mais para o escritório. Amanhã eu iria lá, apenas para ter uma conversa com Lorenzo.. Pedir a minha demissão e nunca mais iriam me ver. No meio de tudo aquilo tinha Quim, em pensar que eu havia aceito o convite de ir ao bar karaokê com ele.. Acho que não seria mais possível daquilo acontecer, principalmente por ter esco
O meu corpo inteiro tremia.. Apesar de eu estar sem roupa, não era a corrente de ar frio que me fazia tremer. A pergunta que abandonou a boca de Lorenzo.. O jeito que ele me olhava, como se já soubesse de tudo.. Exatamente tudo o que eu não tive coragem de lhe contar até o presente momento, também sobre o motivo de eu ter saído do escritório do jeito que saí.. Até mesmo o motivo de eu ter fugido do hotel dois anos atrás. Engoli a seco e peguei a minha blusa, vestindo-a de qualquer jeito.. Enquanto ele não se desviava de mim. Vi o lábio inferior dele tremer.. Eu não era a única que tremia ali, mas sabia que ambos tinham motivos diferentes. Um pensamento me veio, de que eu poderia inventar uma história. Um outro pai, mas nada daquilo seria possível tendo em vista que o meu filho era muito parecido com o pai.. Além do mais seria muita crueldade da minha parte, ele poderia não querer o filho.. Mas tinha todo e qualquer direito de saber a verdade. Limpei uma lágrima que rolou e puxei um
Eu.. Tinha imagino milhares de vezes como aquilo iria acontecer, mas na minha imaginação nenhuma cena chegava aos pés daquela que se desenrolava a minha frente. Quando Giovanni começou a estranhar tudo aquilo, ele já estava ficando irritado.. Pois mexia os bracinhos e as pernas totalmente descontrolado. Me aproximei e o peguei, mesmo que Lorenzo tenha relutando um pouco para soltá-lo.. Mas finalmente se livrou do transe em que parecia estar desde que pegou o meu bebê no colo. Ele me olhou, na verdade ele olhou o jeito que Gio veio para o meu colo.. A forma como ele se aquietou ao sentir o meu calor. —Giovanni.. Giovanni Nolasco é o nome dele! —falei e me filho me olhou ao ouvir o seu nome, ele me deu um sorriso doce e voltou a deitar a sua cabeça em meu ombro. Vi ele abrir a boca e novamente seus olhos se encheram d’água, me fazendo franzir o cenho com aquela sua reação. Eu havia escolhido um nome de origem italiana.. Mas não era para tanto, bem na verdade eu deveria saber que era p