—Quando eu paguei por tudo o que eu fiz e que não fiz —Serena começou, depois que a sua comida havia sido servida.. Ela me fez esperar aquele tempo tudo por aquilo, eu já estava no limite da minha paciência. Por um momento achei que ela tivesse ganhando tempo, mas depois percebi o quanto ela precisava da comida – Eu estava na sarjeta, sem nada e nem ninguém.. Estava a um passo de vender o meu corpo por um prato de comida, estava vivendo em um quartinho imundo.. Foi lá que Dominique me achou —ela falou —eu estava odiando o mundo, odiando você e Lorenzo e odiando todos a minha volta.. —O que.. Tudo Isso tem a ver? – eu questionei a interrompendo, a sua resposta imediata foi comer mais e balançar a cabeça de um lado a outro.—Isso tem tudo a ver.. Pode me deixar continuar? – ela questionou e eu olhei no relógio em meu braço e olhei mais adiante para o segurança ali fora. – Quando Dominique me ofereceu a chance de me vingar, eu não pensei duas vezes.. Aquilo era tudo pra mim e eu quero
—E foi isso —Gabriela falou ao terminar de me relatar a sua conversa com Serena, nós tínhamos adiado aquela conversa até depois que os meninos dormiram.. Agora estávamos em nosso quarto, ouvi tudo o que Gabriela falou sem interferir nenhum pouco em tudo aquilo que cada vez mais me parecia absurdo.. Ou uma trama bem feita de Serena, o pior é que eu vi nos olhos de Gabriela que ela estava bastante dividida em relação a tudo aquilo. —você não vai falar nada – ela perguntou enquanto espalhava um tipo de hidratante sob a barriga avantajada.. Sai do meu transe e foquei os meus olhos nela.—Eu não confio em Serena —falei tomando a sua função, Gabriela não protestou quando eu comecei a espalhar o hidratante na pele esticada pela nossa bebê. —E eu confio menos ainda em Dominique.. O que você disse que ela falou tem um fundo de sentido —falei, mas aquilo não significava que eu não fosse querer Giacomo a frente daquilo.. Inclusive qualquer anormalidade que ele descobrisse ou desconfiasse já era
Lorenzo não queria na falar o que estava acontecendo, mas eu claramente estava percebendo uma movimentação bem estranha e aquilo não era de agora... Desde o episódio com Serena, aquilo já tinha se passado uma semana. Eu desconfiava que ela estava em contato com o primo dele.. O tal que teve a ver com o que aconteceu com Rodolfo, eu não o conhecia.. Só sabia que ele tinha se casado com uma brasileira também, acho que acabou virando um hábito dos italianos procurar uma brasileira para si. Estava vendo os meninos desenhar alguma coisa para a bendita casa da árvore.. A própria estava a todo vapor e cada dia surgia mais coisas que podia ser feito nela. Eu não falei mais com serena depois daquele dia na cantina e aquilo estava me preocupando um pouco.. Ela estava com um medo real de Dominique, mesmo que fosse difícil acreditar nela... Era palpável que ela tinha um temor que não era nenhum pouco normal. Vi o momento em que Lorenzo entrou em casa e os meninos correram para ele. —Papai —fa
Enquanto Gabriela estava na sala.. No cantinho que ela mais gostava de ler, eu estava no escritório decidindo algumas coisas e resolvendo alguns problemas. A minha cabaça estava na conversa que eu tive mais cedo com Salvatore, ele queria Dominique vivo.. Mas não com a polícia, aquilo seria um verdadeiro baque para a minha mãe.. Ou talvez não, Dominique escolheu ir por aquele caminho e parece que ele teria um ponto final a partir de agora.Eu tinha falado com Serena.. Sabia bem o que ela queria, desde que Serena sumisse das nossas vistas depois que conseguisse o seu precioso dinheiro eu pouco me importava o que ela iria fazer para consegui-lo.. Mas eu estava enganado, eu iria me importar sim. Serena conseguiu fotos de comprovantes de um depósito.. Dominique recebeu uma grande quantia em dinheiro de pessoas que tinham o desafeto velado de Salvatore.. Aquilo acabará sendo algo pessoal para ele também, naquele meio tempo eu quase sentia pena de Dominique.—Vai passar mais uma noite nes
Quando as palavras de Lorenzo tiveram um peso sobre mim.. Eu só imaginava que os nossos filhos poderiam estar em perigo naquele exato momento, mesmo que Lorenzo estivesse me afirmando que não estavam.. Mas como ele poderia me afirmar aquilo? Infelizmente ele estava tão no escuro quanto eu, bem era naquilo que eu pensava.. Lorenzo estava achando que eu iria quebrar se ouvisse as coisas a seco, mas eu não iria e ele precisava entender aquilo.. Quanto mais rápido ele o fizesse melhor seria para nós dois. —Vai ficar tudo bem.. Eu preciso que você fique aqui em segurança —ele falou segurando-me pelos ombros e olhando no fundo dos meus olhos.. A intensidade do seu mar azul me acertando em cheio. —Eu vou cuidar disso.. De uma vez por todas —falou e eu temi por ele, os cenários que se formaram em minha cabeça não era dos melhores. —O.. O que você vai fazer? – questionei engolindo o bolo que se formou em minha garganta. —Lorenzo.. O que vai fazer? —voltei a questionar quando ele não me deu
Momentos antes—Ele vai me dar as informações que eu necessito.. Os irmãos Markov tem ligação com aqueles documentos —Salvatore falou, assim que ficamos sabendo que Dominique havia sido interpelado antes de chegar a uma metro do portão da casa dos meus pais. —Eu te garanto uma coisa.. Não há nada que eu tenha mais ódio na vida do que essa família miserável —Decretou, eu permaneci sentado no banco do carro.. Eu não sabia como agir a partir dali, mas de uma coisa eu tinha certeza.. Queria estar cara a cara com Dominique para saber o que ele pretende.. Bem eu acho que é mais o que ele pretendia.—Ele já está no galpão —ouvi a voz de Romeo e me levantei, fechei e travei a porta do meu carro —Nós encontramos Serena.. Ela só tinha alguns machucados e bateu com a cabeça, mas ela vai ficar bem.. Só precisa fazer alguns curativos no rosto —ele falou e apontou para um dos carros onde ela estava. —Ainda bem.. Uma preocupação a menos —falei, e nos encaminhamos até o galpão.. Alguns homens de
Pela primeira vez eu não precisei fazer forças para trazer um filho ao mundo.. E esse fato me assustou, eu estava bem e não estava esperando ter a minha filha naquele momento e nem sob as circunstâncias, mas ela aconteceu e Ana veio ao mundo prematura e aquilo também foi o que me assustou, me colocou um medo a um nível irreal. Eles não deixaram Lorenzo ficar na sala, mas tudo aconteceu tão rápido que acho que nem tivemos tempo de protestar.. Em um momento estávamos ali, no outro eu estava sob o efeito de anestesia tendo a minha filha. —Como você está se sentindo meu amor? —Lorenzo perguntou ao entrar no quarto —Eu acabei de ver a nossa pequena através do vidro.. Ela é tão linda e pequena, mas é perfeita —ele falou e eu sorri, ainda estava me sentindo um pouco grogue pelo efeito da anestesia. —Eu queria vê-la novamente —falei e ele pegou a minha mão e depositou um beijo ali. —Ela ainda não pode sair.. Mas eu vou dar um jeito nisso —ele falou e eu sorri. —Obrigado querido —ele b
Gabriela Seis meses depoisAna estava tão linda.. Nem parecia a mesma bebê que ficou na incubadora, era a mais nova da casa e o mais novo xodó de todos. Ela tinha um apego especial a Lorenzo.. Por falar nele, o meu marido ficou um pouco estranho depois que um parente de Serena entrou em contato com a gente.. Acho que no fundo ele tinha um pouco de culpa dentro dele, mas a pequena Ana o ajudou a curar aquilo e o aproximou bem mais dos pais dele.. Que são totalmente enlouquecidos pela mais nova, mas sem deixar de tentar estragar os mais velhos.—Isso não é verdade.. Nós somos a maioria agora – voltei a mim ao ouvir a voz de Luna, estava encantada vendo a minha pequena comer as suas frutas da introdução alimentar.. Ela amou aquela fase com toda e qualquer comida que lhe foi ofertada.—Ana ainda não tem poder de decisão —Gio protestou e eu olhei para Lorenzo querendo entender quem tinha ensinado aquilo a ele.. Pelo jeito que o meu marido deu de ombros, entendi que ele não fazia a mí