Quatro anos... Quatro longos e malditos anos que eu ralei muito na faculdade de administração. Bem, os números são a minha praia, mas eles são e foram a minha maior dor de cabeça nesses quatro anos. Mas agora eu estava me formando. Eu nem podia me conter, tamanha a felicidade; eu queria agora arrumar um emprego e sair do apartamento do meu irmão. Amo o meu irmão, e ele é a única família que eu tenho. Nós perdemos os nossos pais em um acidente de avião, isso já tem dez anos. Eu tinha apenas quatorze anos, e Diogo tinha apenas vinte e quatro anos. Diogo foi o único responsável por mim, ele não abriu mão da minha guarda para ninguém. Mesmo que como pediatra em formação, ele não tinha muitas condições. Mas ele deu o jeito dele. Eu sempre apreciei isso e fiz valer cada moeda que ele investiu em mim. Nunca perdi um ano na escola, nunca dei despesas extras, pois sabia que ele se matava de tanto trabalhar para fazer tudo por mim… Por nós. Era um sonho dos nossos pais nos ver formados. Diog
A minha cabeça estava a ponto de explodir. Flashs do que aconteceu vinham e iam com facilidade. Era só eu abrir os meus olhos e era tomada de assalto por várias coisas que aconteceram na noite. Já era de manhã? Não havia claridade nenhuma no quarto. Quarto? Merda…O que foi que eu fiz? Será que eu estava tão louca assim para ir para a cama de um estranho?! Um estranho muito gostoso, afinal. É, pelo visto eu fui sim. Sentei na cama, o deus italiano dormia profundamente ao meu lado. Peguei o meu celular que estava em minha bolsa, e já eram quase seis da manhã. Aquilo significava que eu só havia dormido por um hora desde que chegamos a esse quarto de hotel. Tudo o que fizemos foi matar o nosso desejo de maneira desenfreada e enlouquecedora. Ele se mexeu na cama, me lembrando que eu tinha que dar o fora dali o mais rápido possível. Tudo tinha sido muito incrível, mas apenas uma loucura que não vai voltar a se repetir. Eu nem sequer sei o nome dele, e nem ele o meu. Assim é bem melhor! C
— Está bem. Você, minha melhor amiga, e o meu irmão… — Disse e repeti aquilo na minha cabeça. Não era estranho. Era só… Estranho pra caralho. Eu não sabia como colocar aquilo em palavras. Não que eu tivesse alguma coisa contra. Amava Diogo e Julia na mesma proporção. Só não entendia o fato de eles esconderem isso de mim até agora. — Não faz essas caretas, Gabi. — Ela pediu, e eu nem sabia que estava fazendo careta. — Simplesmente aconteceu. — Ela falou com a voz um pouco baixa. — Desde quando? — Perguntei olhando diretamente em seus olhos. Ela balançou a cabeça, aquilo significava que tinha algum tempo que eles… Era a minha melhor amiga e o meu irmão, tudo bem. Tudo bem! Aquilo não era nenhum bicho de sete cabeças, ninguém iria morrer por aquilo. Eu dava graças a Deus por estar tão relaxada, caso contrário eu poderia ter um pequeno surto. — Tem um mês. — Ela explicou, e eu arregalei os olhos. Um mês, tem um mês que eu viajei para fazer um trabalho com a minha turma de administraç
—Eu vou matar.. O desgraçado! – ouvi a voz de Diogo completamente alterada, eu entendia ele completamente.. Diogo era a minha família, ele sentia como um pai e uma mãe ao mesmo tempo.. Mas o lado que estava falando agora era o lado cem por cento pai. As lágrimas começaram a banhar o meu rosto, ouvi Julia falar alguma coisa e correr para mim, me amparando.Eu chorava por desespero da minha situação.. Estava grávida, possivelmente. Eu não sabia nem o nome do pai do meu filho, não sabia onde o encontrar e o meu irmão estava decepcionado comigo... Na única vez que eu decido ser irresponsável e me entregar aos meus desejos e aos meus sentimentos bobos acontecia aquilo. Maldito destino.. Maldito!—Mantenha a calma.. Olha o estado em que Gabriela está – ouvi a voz de Julia e seus braços me rodearam. Ela sabia que o pai dessa criança poderia estar muito longe agora.. Eu não seria a primeira mãe solteira da história, mas com certeza eu seria a mais burra de todos os tempos. – Ela não precis
Quando nasce um bebê uma mãe também nasce! Eu ouvi tanto isso durante a minha gravidez.. Só que o meu filho não precisou nascer para que o meu lado maternal nascesse. Mesmo antes de ver o rosto dele... Sim era um menino, um lindo e forte menino. Que demorou quase sete horas para nascer. Eu já sabia que o amava com todas as minhas forças, enquanto ele crescia dentro de mim, mas eu só fui entender completamente o que queriam dizer.. Quando ouvi o choro dele, quando o segurei em meus braços.. Aquela pequena coisinha, coberto de sangue.Eu não havia escolhido um nome.. Por não saber se seria uma menina, ou um menino, porém foi só olhar para ele que eu já sabia que nome lhe dar.. Giovanni, esse seria o nome do meu bebê. Giovanni Nolasco, eu sabia que aquele era um nome de origem italiana.. Mas não poderia ser diferente, aqueles cabelos negros e os olhos que me lembravam duas safiras.. Eu não poderia escolher um nome diferente, ele me lembrava o deus italiano. —Como vai essa mamãe? —a en
Os primeiros meses com o meu filho passou tão depressa.. Eu piscava os olhos e ele esticava um pouco, talvez fosse apenas o meu lado mãe boba que estivesse enxergando aquilo... Mas quando Diogo e Julia me falou o mesmo, eu tive certeza que ele realmente estava crescendo. O meu coroação só faltava explodir a cada mês.. Saber que ele já estava completando um ano, me deixou tão melancólica. Eu havia saído com ele da maternidade.. A apenas algumas horas, pensar que já iria fazer dois anos que eu o descobri crescendo dentro de mim. Mais um pouco e o meu filho já estaria indo para a faculdade.. Eu tinha que controlar o meu lado dramático, eu havia aperfeiçoado o meu drama com o tempo.. Também havia o meu lado mãe super protetora e muitos outros lados que eu acabei descobrindo. No fim estavam certo quando diziam que quando um bebê nasce uma mãe também nasce... Só que no meu caso, várias mães surgiram dentro de mim, as vezes eu nem sabia controlá-las. —Ele está tão lindo.. Nem parece que
—Você.. Quer mesmo fazer Isso Gabi? – Julia me perguntou, eu tinha um currículo em mãos.. Ela havia me dado uma carona até a boate. Eu não sabia bem a resposta.. Quer dizer a até uma hora atrás me pareceu uma boa ideia, já agora.. Eu não tinha mais tanta certeza. Mas eu tinha que começar por algum lugar.. E Eu tinha que começar a vencer alguns traumas, tudo bem que não era assim algo tão traumático.. Mas aquilo fazia parte do meu drama recém adquirido. —Sim, eu tenho certeza! —afirmei com uma coragem digna de dar inveja.. Até eu me convenci que eu estava em poder de toda aquela certeza. —Eu tenho certeza.. Que não serei contratada —falei e ela me deu um olhar atravessado.—Então o que estamos indo fazer.. Quase do outro lado da cidade? – ela perguntou e eu ri —Gabi.. Nós podemos esperar mais um pouco, a rede de restaurantes onde trabalho.. Logo vai expandir e vão precisar de administradores novos – ela falou. —E até lá o que eu faço? Sento e espero você e o meu irmão se virarem c
—Eu consegui! – falei para mim mesmo, assim que eu fechei a porta atrás de mim. Meu coração estava palpitando fortemente, mas era de pura alegria. Eu tinha a intenção de esperar por Julia e Diogo para compartilhar aquilo, mas eu não consegui me conter e mandei uma mensagem para ambos, explicando tudo por alto e me celular começou a apitar com uma revoada de mensagens.. Mas eu o larguei de lado e fui buscar o meu filho.Assim que eu toquei a campainha da casa dos pais de Júlia. Helen abriu a porta para mim.. O meu bebê estava em seu colo, assim que ele me viu estendeu os seus bracinhos em minha direção. Eu percebi que aquilo poderia ser um problema, eu tinha que me separar dele por mais tempo do que eu estava acostumada em todo esse tempo.. Sei também que ele não iria ficar tão fácil assim todos os dias, mas eu tinha planos para nós dois.—A mamãe chegou Gio —Helen falou fazendo uma voz de bebê e o meu filho não quis nem saber.. Eu o peguei sentindo o cheiro de banho recente em sua p