O meu corpo inteiro tremia.. Apesar de eu estar sem roupa, não era a corrente de ar frio que me fazia tremer. A pergunta que abandonou a boca de Lorenzo.. O jeito que ele me olhava, como se já soubesse de tudo.. Exatamente tudo o que eu não tive coragem de lhe contar até o presente momento, também sobre o motivo de eu ter saído do escritório do jeito que saí.. Até mesmo o motivo de eu ter fugido do hotel dois anos atrás. Engoli a seco e peguei a minha blusa, vestindo-a de qualquer jeito.. Enquanto ele não se desviava de mim. Vi o lábio inferior dele tremer.. Eu não era a única que tremia ali, mas sabia que ambos tinham motivos diferentes. Um pensamento me veio, de que eu poderia inventar uma história. Um outro pai, mas nada daquilo seria possível tendo em vista que o meu filho era muito parecido com o pai.. Além do mais seria muita crueldade da minha parte, ele poderia não querer o filho.. Mas tinha todo e qualquer direito de saber a verdade. Limpei uma lágrima que rolou e puxei um
Eu.. Tinha imagino milhares de vezes como aquilo iria acontecer, mas na minha imaginação nenhuma cena chegava aos pés daquela que se desenrolava a minha frente. Quando Giovanni começou a estranhar tudo aquilo, ele já estava ficando irritado.. Pois mexia os bracinhos e as pernas totalmente descontrolado. Me aproximei e o peguei, mesmo que Lorenzo tenha relutando um pouco para soltá-lo.. Mas finalmente se livrou do transe em que parecia estar desde que pegou o meu bebê no colo. Ele me olhou, na verdade ele olhou o jeito que Gio veio para o meu colo.. A forma como ele se aquietou ao sentir o meu calor. —Giovanni.. Giovanni Nolasco é o nome dele! —falei e me filho me olhou ao ouvir o seu nome, ele me deu um sorriso doce e voltou a deitar a sua cabeça em meu ombro. Vi ele abrir a boca e novamente seus olhos se encheram d’água, me fazendo franzir o cenho com aquela sua reação. Eu havia escolhido um nome de origem italiana.. Mas não era para tanto, bem na verdade eu deveria saber que era p
Estava segurando uma bolsa de gelo contra o meu queixo, no lugar onde o irmão de Gabriela havia me acertado desprevenido.. Eu descobri só depois de apanhar, que ela tinha um irmão e que esse irmão queria me ver morto.. Aquilo era bem visível, tendo em vista que eu estava com o meu queixo doendo como o inferno. A verdade é que pouco me importava aquela dor física, Para mim era o de menos.. Diante de tudo que eu acabava de descobrir, eu tinha um filho.. Um filho, eu.. Era surreal pensar que a minha família estava me pressionando por um bambino e eu já o tinha, aquilo era totalmente inacreditável. Era muita coisa para assimilar.. Muita coisa para digerir e dizer, mas eu não conseguia fazê-lo. Quando Gabriela me disse o nome do bambino e ela se assimilou a sua imagem.. Era como se eu estivesse vendo o meu Nonno, eu parecia com ele e Giovanni era uma cópia perfeita nossa. Em pouco tempo que eu segurei ele no colo, senti como se eu tivesse estado com ele desde que ele nasceu.. Ele era meu
—Posso saber por que todos resolveram me agredir? .. Eu não sabia de nada – Lorenzo falou enquanto segura o lugar que Julia havia lhe acertado um tapa. Não sei se por ter sido tão forte, ou por ter sido de surpresa.. Mas o impacto fez Lorenzo virar o rosto quando, a mão delicada de Julia o acertou em cheio. Fique um tempo tentado entender o que aconteceu... O que estava acontecendo, Helen não tinha o direto de avisá-los.. Quem deveria fazer aquilo era eu, depois de tudo acertado com Lorenzo. Pelo visto as coisas não seriam tão fáceis assim, eu deveria já ter imaginado e esperado por aquilo.—Você sabia muito bem o que estava fazendo quando a seduziu —meus olhos se arregalaram levemente e eu olhei para Julia.. Como se ela estivesse louca, o que eu não duvida em nada. De onde ela havia tirado aquela ideia de que eu fui seduzida.. Se não fosse as circunstâncias tão sérias eu iria morrer de rir das suas palavras sem fundamento. Vi Lorenzo empalidecer, não sabia se ele estava assustado ou
—Você.. Só pode estar ficando louco! – afirmei ao alcançar os lenços humedecidos, fui para o lado de Gio onde o havia colocado na cama. Ele estendeu os bracinhos para mim, mas daquela vez eu não iria pegá-lo no colo.. Se eu o fizesse era capaz até de deixar o meu pequeno cair, senti que eu estava trêmula depois do questionamento de Lorenzo.. Eu não tive nem capacidade de olhá-lo, ou iria estrangular ele. —Nada do que eu faço ou deixe de fazer diz respeito a Quim.. Nem a você e nem ninguém! —Voltei a afirmar enquanto desviava o lenço para que Gio não pegasse. Fui passar para jogar o lenço no lixo e ele agarrou o meu braço. —Bella.. Me desculpe, eu não quis que essa pergunta parecesse insinuar nada – ele falou segurando o meu braço, estava entre ele a cômoda onde ficavam as coisas de Gio.. Por aquele motivo eu ficava ainda mais próxima a ele. —Eu.. Eu não quero nenhum outro homem perto do meu filho.. Nem de você! – abri a minha boca para falar, mas as palavras pareciam estarem presas
Nem preciso dizer que o clima no escritório, não mudou em nada.. Pelo contrário os olhares só ficaram pior com o decorrer daquele dia. Eu ainda não tinha visto Lorena, fui informada que ela teve um compromisso fora dali.. Também não havia sinal de Lorenzo, ou Átila. Quanto a não ver Lorenzo.. Eu não achava uma coisa ruim, pois aquilo me permitia sondar o que estava acontecendo.. Mas também me assombrava por medo do que ele poderia dizer, não que eu tivesse vergonha do meu filho... Ou de ter tido um filho com ele, mas eu tinha medo do preconceito contra e mim e principalmente contra Gio. —Gabriela —levantei a minha cabaça para ver, Quim.. Parado em frente a minha mesa. Eu estava tão distraída com os meus pensamentos que nem se quer o ouvi se aproximar.. Bem acho que se uma fanfarra se aproximasse de mim, eu não seria capaz de ouvir à nada e nem ninguém na minha imersão de pensamentos. —Estou atrapalhando? – ele perguntou com o mesmo ar tímido que era uma gracinha.. Eu balancei a minh
Quando ele me chamou para conversar... Eu não pensei que ele fosse liberar o Tortelline completamente apenas para nós dois. Engoli a seco ao me ver ali sozinha com ele, olhei em volta talvez em busca de algum tipo de segurança.. Eu sabia que o risco de estarmos em um lugar a sós era alto... Muito alto, altamente explosivo tínhamos muita tensão e muito desejo guardado que planejava explodir a qualquer segundo. Ele puxou uma cadeira pra mim e eu me sentei, ao contrário de mim ele ajoelhou-se a minha frente.Engoli a seco e senti o meu coração palpitar ainda mais forte.. Passei a língua nos lábios para umedece-los e ele acompanhou o movimento, vi a sua íris se mover no ritmo que a minha língua percorria os meus lábios. Em pensar que ele estava a poucos segundos de mim e só bastava ele me puxar de encontro a ele.. Que eu estaria completamente a sua mercê. Só que ele não fez aquilo e a minha ansiedade apenas aumentou.. Enquanto ele parecia gravar cada nuance do meu rosto, ele me avaliava
Tudo o que eu queria estava em meus braços.. Bem quase tudo, ainda faltava o nosso filho e com a ideia de passar algumas coisas para o nome do meu filho.. Além de o meu sobrenome, era uma forma de manter a eles seguros.. Caso algo acontecesse. Eu não confiava em Dominique, sabia que ao menos os meus pais iriam querer o neto por perto.. Mas não era com eles o meu medo. Eu não sabia até que ponto Dominique era capaz de ir, e nem havia descoberto o seu real interesse na chácara do Nonno, mas eu sabia que tinha um e seja lá o que fosse não deveria ser um interesse inocente. Depois de todo o clima e da tensão sexual que havia se formado e estava prestes a explodir entre nós.. Um barulho desviou a nossa atenção, a minha primeira reação foi proteger Gabriela que estava um pouco desgrenhada e avermelhada. Na verdade nós dois estávamos, mas protegê-la foi o meu primeiro pensamento, logo depois descobri quem quer que estivesse ali.. Olhei em todo o lugar, mas não havia sinal de ninguém por a